A força oculta na economia global: enviar dinheiro para casa
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0:01 - 0:04Eu moro em Washington, D.C,
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0:05 - 0:12mas fui criado em Sindhekela,
uma vila em Orissa na Índia. -
0:12 - 0:17Meu pai era funcionário público.
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0:17 - 0:20Minha mãe não sabia ler nem escrever,
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0:20 - 0:27mas ela me dizia: "Um rei é reverenciado
apenas em seu próprio reino. -
0:27 - 0:32Um poeta é respeitado em qualquer lugar."
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0:32 - 0:36Então eu queria ser um poeta
quando crescesse. -
0:36 - 0:40Mas eu quase não fiz universidade
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0:40 - 0:43se não fosse pela ajuda
financeira de uma tia -
0:45 - 0:47Eu fui estudar em Sambalpur
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0:47 - 0:51a maior cidade na região
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0:51 - 0:57onde, já na universidade, eu vi
uma televisão pela primeira vez. -
0:58 - 1:00Eu sonhava em ir para os EUA
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1:00 - 1:02para continuar os estudos
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1:03 - 1:05Quando a oportunidade apareceu,
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1:05 - 1:07eu atravessei dois oceanos,
com dinheiro emprestado -
1:07 - 1:14para a passagem aérea e
apenas uma nota de $20 em meu bolso. -
1:14 - 1:20Nos EUA, trabalhei meio-turno
em um centro de pesquisa, -
1:20 - 1:23enquanto cursava cadeiras de Economia.
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1:23 - 1:27E com o pouco que ganhava,
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1:27 - 1:30pude me financiar e então enviar
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1:30 - 1:34dinheiro para casa,
para meu irmão e meu pai. -
1:35 - 1:38Minha história não é única
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1:38 - 1:43Existem milhões de pessoas que
migram todos os anos -
1:43 - 1:46Com a ajuda de suas famílias,
eles atravessam oceanos, -
1:46 - 1:53atravessam desertos, atravessam rios,
atravessam montanhas -
1:53 - 1:57Eles arriscam suas vidas
para realizar um sonho, -
1:57 - 2:01um sonho tão simples quanto
ter um emprego decente -
2:01 - 2:03em algum lugar para que eles possam
enviar dinheiro para casa -
2:03 - 2:05e ajudar suas famílias,
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2:05 - 2:08que os haviam ajudado antes.
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2:10 - 2:15Existem 232 milhões migrantes
internacionais no mundo. -
2:15 - 2:16São pessoas vivendo em um país
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2:16 - 2:19diferentes daquele onde nasceram.
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2:19 - 2:21Se houvesse um país composto
apenas -
2:21 - 2:22dos migrantes internacionais,
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2:22 - 2:24ele seria maior, em população,
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2:24 - 2:26que o Brasil.
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2:26 - 2:29Ele seria maior, economicamente,
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2:29 - 2:31que a França.
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2:31 - 2:35Cerca de 180 milhões deles,
oriundos de países pobres, -
2:35 - 2:39enviam dinheiro para casa regularmente.
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2:39 - 2:42Essas quantias de dinheiro
são chamadas de remessas. -
2:44 - 2:48Aqui está um fato que pode surpreendê-los:
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2:48 - 2:52413 bilhões de dólares,
413 bilhões de dólares -
2:52 - 2:55é o valor das remessas enviadas
no ano passado. -
2:55 - 2:58por migrantes para países
em desenvolvimento. -
2:58 - 3:00Migrantes destes países
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3:00 - 3:02enviando dinheiro
para seus países de origem -
3:02 - 3:04413 bilhões de dólares.
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3:04 - 3:06Este é um número notável porque
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3:06 - 3:08é três vezes o total
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3:08 - 3:11dos auxílios ao desenvolvimento.
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3:12 - 3:15Ainda assim, vocês e eu,
-
3:15 - 3:17meus colegas em Washington,
-
3:17 - 3:19debatemos interminavelmente
-
3:19 - 3:21e discutimos sobre a
ajuda ao desenvolvimento -
3:21 - 3:25enquanto ignoramos as remessas como
se fossem trocados. -
3:25 - 3:30Fato, as pessoas enviam
200 dólares por mês, em média. -
3:30 - 3:33Mas, repetidamente, mês após mês,
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3:33 - 3:35por milhões de pessoas,
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3:35 - 3:37Essas quantias de dinheiro totalizam
-
3:37 - 3:39rios de moeda estrangeira.
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3:39 - 3:43A Índia, ano passado, recebeu
72 bilhões de dólares -
3:43 - 3:46mais que suas exportações de TI.
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3:46 - 3:50No Egito, as remessas
são três vezes maiores -
3:50 - 3:53que o lucro obtido no Canal de Suez.
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3:53 - 3:57No Tadjiquistão,
as remessas são 42% do PIB. -
3:57 - 4:00Em países pobres,
países pequenos, países frágeis, -
4:00 - 4:04países afligidos por conflitos,
remessas são a salvação. -
4:04 - 4:08como na Somália ou no Haiti.
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4:08 - 4:10Não é de admirar
que essas quantias tenham -
4:10 - 4:14grandes impactos nas economias e
nas pessoas pobres -
4:15 - 4:19Remessas, ao contrário do capital
privado de investimento -
4:19 - 4:22não são retirados ao primeiro
-
4:22 - 4:24sinal de problemas no país.
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4:24 - 4:26Na verdade, eles funcionam como um seguro
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4:26 - 4:29Quando a família está com problemas
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4:29 - 4:31enfrentando dificuldades,
encarando tempos difíceis, -
4:31 - 4:34as remessas aumentam,
agindo como um seguro. -
4:34 - 4:36Os migrantes então enviam mais dinheiro.
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4:36 - 4:38Ao contrário do dinheiro de ajuda,
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4:38 - 4:40que deve passar por órgãos oficiais,
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4:40 - 4:43através dos governos, as remessas
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4:43 - 4:46chegam diretamente aos pobres,
alcançam a família. -
4:46 - 4:49e frequentemente
com aconselhamento empresarial. -
4:49 - 4:52No Nepal, a parcela de pessoas pobres
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4:52 - 4:55era de 42% em 1995,
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4:55 - 4:57a parcela de pessoas pobres na população.
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4:57 - 5:00Em 2005, uma década depois,
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5:00 - 5:03em um tempo de crise política,
crise econômica, -
5:03 - 5:07a parcela de pessoas pobres caiu para 31%.
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5:07 - 5:11A queda na pobreza, na maior parte,
-
5:11 - 5:13cerca de metade, era atribuída às
-
5:13 - 5:16remessas originárias da Índia,
-
5:16 - 5:18outro país pobre.
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5:18 - 5:22Em El Salvador, a taxa de evasão escolar
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5:22 - 5:25entre as crianças é menor
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5:25 - 5:27em famílias que recebem remessas.
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5:27 - 5:29No México e Sri Lanka,
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5:29 - 5:33o peso de nascimento de crianças é maior
-
5:33 - 5:37em famílias que recebem remessas.
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5:39 - 5:43Remessas são dólares
embrulhados em carinho. -
5:43 - 5:45Migrantes enviam dinheiro
para casa para comida, -
5:45 - 5:48para atender necessidades,
para construir casas, -
5:48 - 5:49para financiar a educação,
-
5:49 - 5:54para financiar a saúde dos idosos,
para investimentos em negócios, -
5:54 - 5:55para família e amigos.
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5:55 - 5:57Migrantes enviam ainda mais dinheiro
-
5:57 - 6:00para ocasiões especiais como cirurgias
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6:00 - 6:04ou um casamento. Migrantes também enviam
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6:04 - 6:07dinheiro, talvez vezes demais,
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6:07 - 6:09para funerais imprevistos
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6:09 - 6:12que não puderam comparecer.
-
6:13 - 6:16Embora essas quantias façam tão bem,
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6:16 - 6:19existem barreiras ao envio de remessas
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6:19 - 6:22estes 400 bilhões de dólares em remessas.
-
6:22 - 6:23A principal delas
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6:23 - 6:27é o custo exorbitante
de enviar dinheiro para casa. -
6:27 - 6:31Empresas de transferência de fundos
estruturam suas taxas -
6:31 - 6:34de forma a sugar os pobres.
-
6:34 - 6:36Eles dizem: "Se quiser enviar,
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6:36 - 6:38até 500 dólares, nós cobraremos
-
6:38 - 6:41uma taxa fixa 30 dólares."
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6:41 - 6:44Se você for pobre e tiver apenas
200 dólares para enviar -
6:44 - 6:47você terá de pagar uma taxa de $30.
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6:47 - 6:49O custo global médio de envio
-
6:49 - 6:51de dinheiro é de 8%.
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6:51 - 6:53Ou seja, se enviar 100 dólares,
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6:53 - 6:56a família no outro lado
recebe só 92 dólares. -
6:56 - 6:58Para enviar dinheiro à África,
-
6:58 - 7:01o custo é ainda maior: 12%
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7:01 - 7:03Para enviar dinheiro de dentro da África,
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7:03 - 7:06o custo é ainda maior: mais de 20%.
-
7:06 - 7:09Por exemplo, enviar dinheiro
de Benin para Nigéria. -
7:10 - 7:13E existe o caso da Venezuela,
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7:13 - 7:15onde, devido ao controle cambial,
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7:15 - 7:17você manda 100 dólares,
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7:17 - 7:19mas terá sorte se sua família
no outro lado -
7:19 - 7:22receber sequer 10 dólares.
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7:23 - 7:26É claro, ninguém envia dinheiro
para Venezuela -
7:26 - 7:27através dos canais oficiais.
-
7:27 - 7:29Vai tudo em malas.
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7:29 - 7:32Onde os custos são elevados,
-
7:32 - 7:34o dinheiro vai clandestinamente.
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7:34 - 7:38E o que é pior, muitos países
em desenvolvimento -
7:38 - 7:40possuem uma proibição para
a remessa de dinheiro -
7:40 - 7:42para fora do país.
-
7:42 - 7:44Muitas nações ricas também possuem
-
7:44 - 7:49proibições de envio de dinheiro
a certos países. -
7:49 - 7:51Então, existem opções melhores,
-
7:51 - 7:54opções mais baratas de enviar dinheiro?
-
7:54 - 7:56Existem.
-
7:56 - 7:59M-Pesa no Quênia permite que
as pessoas enviem -
7:59 - 8:02e recebam dinheiro
a um custo fixo de apenas -
8:02 - 8:0560 centavos por transação.
-
8:05 - 8:07O Banco Central americano começou
um programa com o México -
8:07 - 8:09para permitir que empresas financeiras
-
8:09 - 8:11enviem dinheiro ao México
-
8:11 - 8:15a um custo fixo
de 67 centavos por transação. -
8:15 - 8:19E mesmo assim, estas opções
rápidas, baratas e melhores -
8:19 - 8:22não podem ser aplicadas
internacionalmente. -
8:22 - 8:25Porque existe o medo da
lavagem de dinheiro -
8:25 - 8:27Mesmo que haja poucos dados
-
8:27 - 8:31para comprovar qualquer conexão,
qualquer conexão significativa -
8:31 - 8:32entre lavagem de dinheiro
-
8:32 - 8:35e pequenas transações de remessas.
-
8:37 - 8:39Muitos bancos internacionais agora
-
8:39 - 8:42desconfiam da hospedagem contas bancárias
-
8:42 - 8:44de empresas de serviços monetários,
-
8:44 - 8:48especialmente aquelas servindo a Somália.
-
8:48 - 8:51Somália, um país onde a renda per capita
-
8:51 - 8:57é de apenas 250 dólares por ano.
-
8:57 - 9:00As remessas mensais,
em média, para a Somália -
9:00 - 9:02são maiores do que essa quantidade.
-
9:02 - 9:05As remessas são a força vital da Somália.
-
9:05 - 9:08E, no entanto, este é um exemplo
-
9:08 - 9:11da mão direita dando um monte de ajuda,
-
9:11 - 9:14enquanto a mão esquerda
está cortando a força vital -
9:14 - 9:19daquela economia,
por meio de regulamentos. -
9:20 - 9:25Então, há o caso de pessoas pobres
de aldeias, como eu. -
9:25 - 9:27Nas aldeias, o único lugar onde você pode
-
9:27 - 9:30tirar dinheiro é pelos correios.
-
9:30 - 9:32A maioria dos governos do mundo
-
9:32 - 9:35permitem que seus correios tenham
-
9:35 - 9:38parcerias exclusivas
com empresas de transferência de dinheiro. -
9:38 - 9:41Então, se quero mandar dinheiro para
-
9:41 - 9:43meu pai na aldeia, devo enviar dinheiro
-
9:43 - 9:46por determinada empresa de transferência,
-
9:46 - 9:47mesmo que o custo seja alto.
-
9:47 - 9:50Eu não posso escolher
uma opção mais barata. -
9:51 - 9:53Isso tem que acabar.
-
9:53 - 9:56Então, o que as organizações
internacionais -
9:56 - 9:58e empreendedores
podem fazer para baixar o custo -
9:58 - 10:00de enviar dinheiro para casa?
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10:00 - 10:02Primeiro, atenuar regulamentos
-
10:02 - 10:06para pequenas remessas
menores que mil dólares. -
10:06 - 10:08Os governos devem reconhecer
-
10:08 - 10:11que pequenas remessas
não são lavagem de dinheiro. -
10:12 - 10:17Segundo, os governos
deveriam abolir parcerias exclusivas -
10:17 - 10:19entre seus correios
e as empresas de transferência. -
10:19 - 10:21Mais do que isso, entre os correios
-
10:21 - 10:23e qualquer sistema bancário nacional
-
10:23 - 10:26que tenha uma grande rede
que serve os pobres. -
10:26 - 10:31Na verdade, eles deveriam
promover a concorrência, abrir parceria -
10:31 - 10:36para que possamos reduzir
os custos como fizemos, -
10:36 - 10:39como fizeram, no setor
de telecomunicações. -
10:39 - 10:42Vocês viram o que aconteceu lá.
-
10:42 - 10:47Terceiro, as grandes organizações
filantrópicas sem fins lucrativas -
10:47 - 10:49deveriam criar plataformas de remessa
-
10:49 - 10:51sem fins lucrativos.
-
10:51 - 10:54Deveriam criar uma plataforma
de remessa sem fins lucrativos -
10:54 - 10:56para servir as empresas de transferência,
-
10:56 - 10:58para que possam
enviar dinheiro a baixo custo, -
10:58 - 11:01respeitando todas as regulações complexas
-
11:01 - 11:03em todo o mundo.
-
11:04 - 11:06A comunidade de desenvolvimento
-
11:06 - 11:09deveria definir uma meta
de reduzir os custos das remessas -
11:09 - 11:12para 1%, dos atuais 8%.
-
11:12 - 11:14Se reduzirmos os custos para 1%,
-
11:14 - 11:18isso iria acarretar uma economia de
30 bilhões de dólares por ano. -
11:18 - 11:2330 bilhões de dólares, é mais que todo
-
11:23 - 11:26o orçamento de ajuda bilateral
à África por ano. -
11:26 - 11:29Isso é maior ou similar
-
11:29 - 11:32ao orçamento total de ajuda
do governo dos Estados Unidos, -
11:32 - 11:34o maior doador do planeta.
-
11:35 - 11:36Na verdade, a poupança seria maior
-
11:36 - 11:39do que 30 bilhões,
pois os canais de remessas -
11:39 - 11:44também são utilizados para fins de ajuda,
comércio e investimento. -
11:44 - 11:46Outro grande impedimento para o
-
11:46 - 11:49fluxo de remessas chegar às famílias
-
11:49 - 11:51é o grande, exorbitante,
-
11:51 - 11:54e ilegal custo de recrutamento,
-
11:54 - 11:57taxas que os trabalhadores migrantes pagam
-
11:57 - 12:00às pessoas para encontrarem empregos.
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12:00 - 12:04Eu estava em Dubai há alguns anos.
-
12:04 - 12:06Visitei um acampamento de trabalhadores.
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12:06 - 12:12Era 8h da noite,
estava escuro, quente e úmido. -
12:12 - 12:13Os trabalhadores estavam voltando
-
12:13 - 12:16de seu dia extenuante de trabalho,
-
12:16 - 12:18e eu tive uma conversa
-
12:18 - 12:21com um trabalhador
da construção civil de Bangladesh. -
12:21 - 12:25Ele estava preocupado porque está
enviando dinheiro para casa, -
12:25 - 12:28ele vinha enviando dinheiro
para casa por alguns meses, -
12:28 - 12:29e o dinheiro ia principalmente
-
12:29 - 12:32para o agente de recrutamento,
o agente de trabalho -
12:32 - 12:34que conseguiu o emprego para ele.
-
12:34 - 12:37E na minha mente, podia imaginar
-
12:37 - 12:40a esposa à espera da remessa mensal.
-
12:40 - 12:42A remessa chega.
-
12:42 - 12:44Ela pega o dinheiro e coloca nas mãos
-
12:44 - 12:47do agente de recrutamento,
-
12:47 - 12:50enquanto as crianças ficam olhando.
-
12:50 - 12:52Isso tem que parar.
-
12:54 - 12:58Não são apenas trabalhadores
da construção de Bangladesh, -
12:58 - 13:00são todos os trabalhadores.
Há milhões de trabalhadores -
13:00 - 13:03migrantes que sofrem esse problema.
-
13:03 - 13:06Um trabalhador da construção
civil de Bangladesh, -
13:06 - 13:09em média, paga cerca de 4 mil
dólares em taxas de recrutamento -
13:09 - 13:14por um trabalho que lhe dá apenas
2 mil dólares por ano em salário. -
13:14 - 13:17Isso significa que, por dois ou três anos
-
13:17 - 13:20de sua vida, ele está basicamente
mandando dinheiro -
13:20 - 13:22para pagar as taxas de recrutamento.
-
13:22 - 13:25A família não vê nada do dinheiro.
-
13:25 - 13:27Não é só em Dubai,
-
13:27 - 13:31é no ventre escuro
de cada grande cidade do mundo. -
13:31 - 13:34Não são apenas
trabalhadores de Bangladesh, -
13:34 - 13:36são trabalhadores de todo o mundo.
-
13:36 - 13:38Não só os homens.
-
13:38 - 13:40As mulheres são especialmente vulneráveis
-
13:40 - 13:42a más práticas de recrutamento.
-
13:43 - 13:48Uma das coisas mais novas e animadoras
-
13:48 - 13:50acontecendo na área das remessas
-
13:50 - 13:53é como mobilizar, através da inovação,
-
13:53 - 13:56poupança de diáspora e doação de diáspora.
-
13:56 - 13:58Os migrantes enviam dinheiro para casa,
-
13:58 - 14:01mas eles também poupam
uma grande quantidade -
14:01 - 14:03de dinheiro onde vivem.
-
14:03 - 14:05Anualmente, a poupança
dos migrantes está estimada -
14:05 - 14:09em 500 bilhões de dólares.
-
14:09 - 14:12A maior parte desse dinheiro está parado
-
14:12 - 14:15em depósitos bancários
que dão taxa zero de juros. -
14:15 - 14:18Se um país viesse a oferecer 3%
-
14:18 - 14:21ou 4% de juros, e depois dizer
-
14:21 - 14:24que o dinheiro seria usado
para construir escolas, -
14:24 - 14:27estradas, aeroportos, sistemas de trem
-
14:27 - 14:29no país de origem, muitos
-
14:29 - 14:31dos migrantes estariam interessados em
-
14:31 - 14:33Se separar do seu dinheiro porque
-
14:33 - 14:35não é apenas ganhos financeiros
-
14:35 - 14:37que lhes dá oportunidade
-
14:37 - 14:40de participarem
do desenvolvimento do seu país. -
14:41 - 14:43Canais de remessa podem ser usados
-
14:43 - 14:48para vender esses títulos
para os migrantes -
14:48 - 14:49porque quando eles vêm
-
14:49 - 14:51mensalmente para enviar remessas,
-
14:51 - 14:53é quando podem vendê-los a eles.
-
14:53 - 14:55Também podem fazer o mesmo
-
14:55 - 14:57para mobilizar a doação de diáspora.
-
14:57 - 15:00Gostaria muito de investir em um
-
15:00 - 15:03sistema de trem-bala na Índia
-
15:03 - 15:05e adoraria contribuir para os esforços
-
15:05 - 15:08de combate à malária na minha aldeia.
-
15:09 - 15:13As remessas são uma ótima maneira de
-
15:13 - 15:16compartilhar a prosperidade entre lugares
-
15:17 - 15:22de forma orientada, beneficiando
aqueles que mais precisam. -
15:22 - 15:25Remessas capacitam as pessoas.
-
15:26 - 15:29Devemos fazer tudo que pudermos
para tornar as remessas -
15:29 - 15:32e recrutamento mais seguros e baratos.
-
15:32 - 15:34E isso pode ser feito.
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15:35 - 15:41Quanto a mim, estou longe
da Índia há duas décadas. -
15:41 - 15:43Minha esposa é venezuelana.
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15:43 - 15:47Meus filhos são americanos.
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15:47 - 15:51Cada vez mais, me sinto
como um cidadão global. -
15:51 - 15:53E ainda, eu estou ficando nostálgico
-
15:53 - 15:56sobre meu país nativo.
-
15:56 - 16:01Eu quero estar na Índia
e nos EUA ao mesmo tempo. -
16:01 - 16:04Meus pais não estão mais lá.
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16:04 - 16:07Meus irmãos e irmãs seguiram em frente.
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16:07 - 16:10Não existe urgência para que
eu envie dinheiro para casa. -
16:10 - 16:12E, no entanto, às vezes,
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16:12 - 16:15Envio dinheiro para amigos,
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16:15 - 16:18familiares e para a aldeia,
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16:18 - 16:20para estar lá, para continuar envolvido.
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16:20 - 16:22Isso é parte da minha identidade.
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16:22 - 16:25E ainda estou lutando para ser um poeta
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16:25 - 16:28para os migrantes que trabalham duro
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16:28 - 16:31e sua luta para se libertar
do ciclo da pobreza. -
16:31 - 16:32Obrigado.
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16:32 - 16:39(Aplausos)
- Title:
- A força oculta na economia global: enviar dinheiro para casa
- Speaker:
- Dilip Ratha
- Description:
-
Em 2013, migrantes internacionais enviaram 413 bilhões de dólares para família e amigos; três vezes mais que o total de ajuda internacional (aproximadamente 135 bilhões de dólares). Essas quantias, chamadas de remessas, fazem uma diferença significativa nas vidas daqueles que as recebem, e têm um papel importante nas economias de muitos países. O economista Dilip Ratha descreve a promessa desses "dólares embalados com amor" e analisa como eles são sufocados por práticas e obstáculos regulatórios.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:59
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