Quando ocorrerá a próxima extinção em massa? - Borths, D'Emic e Pritchard

Veja a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/when-will-the-next-mass-extinction-occur-borths-d-emic-and-pritchard

Cerca de 66 milhões de anos atrás, um terrível evento de extinção aniquilou os dinossauros. Mas esse não foi o único evento desse tipo: extinções de diferentes proporções ocorreram ao longo da história da Terra e ainda estão ocorrendo à nossa volta hoje. Borths, D'Emic e Pritchard fazem um breve histórico das extinções em massa.

Lição de Borths, D'Emic e Pritchard, animação de Juliette Marchand.

Cerca de 66 milhões de anos atrás,

algo terrível aconteceu
à vida em nosso planeta.

Ecossistemas foram atingidos duplamente:

quando erupções vulcânicas gigantescas
encheram a atmosfera de dióxido de carbono

e quando um asteroide quase do tamanho
de Manhattan chocou-se contra a Terra.

A poeira do impacto reduziu ou impediu
a fotossíntese de muitos vegetais,

matando de fome herbívoros, e carnívoros
que se alimentavam dos primeiros.

Em pouco tempo,

três quartos das espécies
da Terra foram extintas,

e os dinossauros gigantes,
pterossauros voadores,

nautiloides e répteis marinhos,
que haviam se desenvolvido por eras,

ficaram na pré-história.

Pode parecer que a falta de sorte
foi só dos dinossauros,

mas extinções de proporções diversas
ocorreram ao longo da história da Terra,

e ainda ocorrem ao nosso redor atualmente.

Os ambientes mudam,

tirando algumas espécies
de suas zonas de conforto,

e criando novas oportunidades para outras.

Espécies invasivas chegam a novos
habitats, expulsando as nativas.

Em alguns casos,
espécies inteiras são aniquiladas

como resultado da atividade
de organismos mais bem adaptados.

Às vezes, porém,
mudanças gigantescas no ambiente

ocorrem rápido demais para que a maioria
dos seres vivos se adaptem,

fazendo com que milhares de espécies
morram num instante geológico.

Chamamos isso de evento
de extinção em massa

e, embora eventos assim sejam raros,

paleontólogos conseguiram
identificar vários deles

através de mudanças drásticas
no registro fóssil,

que mostra que linhagens que persistiram
em várias camadas geológicas

de repente desaparecem.

Na verdade, essas extinções em massa
dividem a história da Terra

em períodos distintos.

Embora o desaparecimento dos dinossauros

seja o evento de extinção
em massa mais conhecido,

o maior ocorreu muito antes
de os dinossauros existirem.

Há 252 milhões de anos,
entre os períodos Permiano e Triássico,

as massas de terra do planeta se juntaram

e formaram um único
supercontinente: a Pangeia.

Ao se aglutinarem, seu interior
ficou coberto de desertos,

enquanto a linha costeira única eliminou
muitos dos mares tropicais rasos

onde a biodiversidade prosperara.

Erupções vulcânicas enormes
ocorriam em toda a Sibéria,

coincidindo com temperaturas muito altas,
o que sugere um gigantesco efeito estufa.

Essas catástrofes
contribuíram para a extinção

de 95% das espécies que viviam no oceano

e, na terra, os estranhos répteis
do período Permiano

foram substituídos pelos ancestrais
dos hoje bem mais conhecidos dinossauros.

Mas extinções em massa não são
apenas algo do passado distante.

Ao longo dos últimos milhões de anos,

a instabilidade de gigantescos mantos
de gelo nos polos do nosso planeta

fez com que o nível do oceano
subisse ou baixasse,

alterando assim os padrões climáticos
e as correntes oceânicas.

Conforme os mantos de gelo
se espalhavam, recuavam e retornavam,

alguns animais ou conseguiram
se adaptar às mudanças,

ou migraram para um ambiente
mais propício.

Outros, porém, como as preguiças-gigantes,

as hienas gigantes e os mamutes,
foram extintos.

A extinção desses grandes animais coincide
com mudanças no clima e no ecossistema,

devido ao derretimento
das calotas polares,

mas há também uma sobreposição
desconfortável

com o surgimento de uma espécie
de hominídeo na África, há 150 mil anos.

Durante a adaptação ao novo ambiente,

criando novas ferramentas e métodos
de coletar alimento e de caçar,

talvez os humanos não tenham causado
sozinhos a extinção desses animais,

já que alguns conseguiram coexistir
conosco durante milhares de anos,

mas está claro que, hoje,

nossas ferramentas e métodos
tornaram-se tão eficazes

que os humanos não estão mais
reagindo ao ambiente,

mas modificando-o ativamente.

A extinção de espécies é um evento normal
na história dos ecossistemas,

mas estudos sugerem que o ritmo
da extinção de muitos organismos hoje

é centenas a milhares de vezes maior
do que o normal histórico.

Mas a mesma habilidade única

que torna os humanos capazes
de gerar extinções em massa

também pode nos tornar
capazes de evitá-las.

Aprendendo sobre eventos
de extinção do passado,

reconhecendo o que acontece hoje
conforme o ambiente muda

e usando esse conhecimento
para minimizar o mal

que causamos a outras espécies,

podemos transformar o impacto
da humanidade no mundo

de algo tão destrutivo
quanto um gigantesco asteroide

em uma parte colaborativa
de um futuro biologicamente diverso.