Definindo a Fronteira - Reid Gower no TEDxVancouver

Reid Gower, criador dos vídeos de ciência The Sagan Series [ As Séries Sagan] , explica os motivos de seus trabalhos e mostra um dos clips que inspiraram milhões pelo mundo afora.

O que é a fronteira?

O conceito evoca pensamentos sobre nossa espécie,

nosso planeta e nossa civilização.

E os colocam neste fantástico contexto ambicioso:

as apostas são bem altas

quando se contempla a interseção

do futuro e da civilização humana.

Uma das primeiras coisas que eu percebi sobre a fronteira

é que não precisamos olhar para o futuro para achá-la.

Porque há um senso real que estamos vivendo nela hoje.

Muitas pessoas não acreditam

que vivemos em tempos particularmente interessantes

e alguém poderia dizer

que nossos ancestrais estavam fascinados por seus tempos

como nós estamos com o nosso.

Mas eu acredito que vivamos em uma época espetacular da história humana.

Consideremos

o grande número de pioneiros em momentos recentes.

Há pouco mais de um século,

os irmãos Wright ansiosamente

decolaram por uns 12 segundos.

Depois de 4 bilhões de anos de vida na Terra,

uma espécie desenvolveu o voo com a ajuda da tecnologia.

Quarenta e dois anos depois, entramos na era atômica no Deserto do Novo México.

E somente 24 anos depois,

alçamos nossos frágeis corpos em foguetes

e voamos até a Lua.

Bem, revoluções do progresso humano

costumavam ser medidas em milhares e milhares de anos.

Mesmo assim temos o primeiro voo de um ser humano,

armas de destruição em massa,

exploração espacial,

clonagem animal e a internet.

Tudo ao longo da vida de um ser humano.

Levou apenas 66 anos

para irmos de não podermos voar a aterrissagem na Lua.

A distância que historicamente separou nossos sonhos da realidade

encolheu a tal ponto

que estamos imersos em todas intenções e propósitos.

A fronteira não é apenas amanhã.

É agora.

Mesmo assim, o progresso acelerado de nossa espécie

levou a alguns problemas peculiares.

A mudança climática e a energia sustentável, por exemplo,

são duas grandes barreiras tecnológicas que enfrentamos.

Se o século passado servir de indicação,

nós, seres humanos, somos muito bons em resolver desafios tecnológicos.

Não estou preocupado com nossa habilidade em inovar.

O que me preocupa

é o atual estado de força de vontade social, política e econômica

necessárias para resolver grandes desafios.

Estou numa missão de tentar fabricar interesse social em assuntos planetários

depois de ser inspirado por um homem chamado Carl Sagan.

Carl Sagan foi um astrofísico

e reconhecido promotor ativo da ciência.

Em 1980,

produziu a ousada série de TV chamada Cosmos.

Naquela época, ele recebeu muitas críticas

da comunidade científica por "promover-se"

ao aparecer na televisão.

Mas ele compreendia o peso e a influência

que a mídia pode ter sobre a sociedade.

Trinta e um anos depois, Cosmos é uma das séries mais assistida de todos os tempos

deixando um rastro de inspiração em uma geração inteira de cientistas.

Mesmo assim é subestimada pela geração atual

por causa do seu estilo antigo.

Felizmente, Sagan produziu um audio livro extraordinário chamado "Pálido Ponto Azul"

no qual ele deixou suas palavras imortalizadas digitalmente.

E isso me deu inspiração para o meu projeto.

Eu decidi examinar os capítulos

e destilar as narrativas curtas,

e pude combinar com música moderna e imagens.

Eu chamo esse projeto de Sagan Series [Séries Sagan]

E apesar de termos ainda um longo caminho na promoção de uma perspectiva planetária,

é um pequeno passo que espero, possa inspirar outros

e espero que vocês gostem.

(Música)

(Narração) Éramos caçadores e coletores.

A fronteira estava por toda parte.

Éramos limitados apenas pela Terra,

pelo oceano e pelo céu.

A estrada aberta ainda nos chama suavemente.

Nosso pequeno globo terrestre é o hospício

dessas centenas de milhares de milhões de mundos.

Nós, que não conseguimos pôr ordem sequer no nosso planeta natal,

dilacerado por rivalidade e ódios,

vamos nos aventurar pelo espaço?

Quando estivermos prontos para colonizar sistemas planetários mais próximos,

teremos mudado.

A simples passagem de tantas gerações nos terá mudado.

A necessidade nos terá mudado.

Somos uma espécie adaptável.

Não seremos nós que chegaremos a Alpha Centauri

e a outras estrelas próximas.

Será uma espécie muito parecida conosco,

mas com mais força

e menos fraqueza que nós,

mais confiante,

previdente,

capaz e sensata.

Apesar de todos os nossos fracassos,

a despeito de nossas limitações e falibidades,

nós humanos somos capazes de grandiosidades.

Que novas maravilhas jamais sonhadas em nosso tempo

teremos causado em outra geração?

E em outra?

Até onde nossa espécie nômade terá perambulado

ao final do próximo século?

E do próximo milênio?

Nossos descendentes distantes,

estabelecidos com segurança em outros mundos pelo sistema solar e além,

serão unidos

pela sua herança comum,

pela sua consideração ao seu planeta natal,

e pelo conhecimento que,

não importando quais outras formas de vidas possam existir,

os únicos humanos em todo Universo vêm da Terra.

Vão olhar fixamente para cima e forçar para encontrar

o ponto azul no céu.

Eles vão ficar maravilhados

como foi vulnerável o repositório de todo nosso potencial,

como foi perigosa nossa infância,

como foram humildes nossas origens,

quantos rios tivemos que cruzar

antes de encontrar nosso caminho.

[A Fronteira está por toda parte]

(Aplausos)