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Porque é que as bandeiras municipais conseguem ser as coisas mais mal concebidas e vocês nunca repararam

  • 0:01 - 0:03
    Sei o que estão a pensar:
  • 0:03 - 0:06
    "Porque é que aquele tipo
    se pode sentar?"
  • 0:06 - 0:09
    É porque estou na rádio.
  • 0:09 - 0:11
    (Música)
  • 0:13 - 0:17
    Conto histórias na rádio sobre "design",
    histórias de todo o tipo:
  • 0:17 - 0:22
    edifícios, escovas de dentes,
    mascotes, sinalização e tipografia.
  • 0:22 - 0:26
    A minha missão é fazer com que
    as pessoas se interessem pelo "design",
  • 0:26 - 0:29
    para começarem a prestar atenção
    a todo o tipo de "design".
  • 0:29 - 0:34
    Quando descodificamos o mundo
    com o propósito do "design" em mente,
  • 0:34 - 0:36
    o mundo torna-se mágico.
  • 0:36 - 0:38
    Em vez de vermos as coisas más,
  • 0:38 - 0:42
    vemos toda a genialidade
    dos "designers" anónimos
  • 0:42 - 0:45
    que se esforçam
    por tornar as nossas vidas melhores.
  • 0:45 - 0:48
    E essa é basicamente
    a definição de "design":
  • 0:48 - 0:51
    tornar a vida melhor e trazer felicidade.
  • 0:51 - 0:56
    E nada me faz mais feliz
    do que uma bandeira bem desenhada.
  • 0:58 - 1:00
    (Aplausos)
  • 1:01 - 1:04
    Feliz 50º aniversário
    à vossa bandeira, Canadá.
  • 1:04 - 1:08
    É linda, cinco estrelas.
    Adoro-a.
  • 1:08 - 1:10
    Sou obcecado por bandeiras.
  • 1:10 - 1:14
    Às vezes, puxo o assunto
    e as pessoas dizem:
  • 1:14 - 1:16
    "Não quero saber de bandeiras".
  • 1:16 - 1:19
    Depois, começamos a falar disso
    e, acreditem,
  • 1:19 - 1:22
    100% das pessoas
    importam-se com as bandeiras.
  • 1:22 - 1:25
    Há alguma coisa nelas
    que mexe com as nossas emoções.
  • 1:26 - 1:30
    Este ano, a minha família embrulhou
    os meus presentes de Natal em bandeiras,
  • 1:30 - 1:33
    incluindo o saco azul,
  • 1:33 - 1:36
    que está decorado
    como a bandeira da Escócia.
  • 1:36 - 1:38
    Pus esta fotografia "online" e, claro,
  • 1:38 - 1:41
    nos primeiros minutos,
    alguém deixou um comentário a dizer:
  • 1:41 - 1:45
    "Enfia essa heráldica escocesa no cu."
  • 1:45 - 1:46
    (Risos)
  • 1:47 - 1:49
    As pessoas são entusiastas de bandeiras.
  • 1:49 - 1:51
    É mesmo assim.
  • 1:51 - 1:54
    Eu gosto de bandeiras,
    pois assim que percebemos o seu "design",
  • 1:54 - 1:57
    o que faz de uma bandeira boa ou má,
  • 1:57 - 1:59
    conseguimos perceber
    o "design" de quase tudo.
  • 1:59 - 2:02
    Então, o que vou fazer...
  • 2:02 - 2:05
    Dividi um episódio
    do meu programa de rádio,
  • 2:05 - 2:08
    "99% Invisible",
    e vou reconstruí-lo aqui no palco.
  • 2:08 - 2:10
    Quando carrego aqui num botão...
  • 2:10 - 2:12
    Voz: S para Som.
  • 2:12 - 2:14
    ...vai fazer um som.
  • 2:14 - 2:17
    Sempre que ouvirem um som,
    uma voz ou uma música,
  • 2:17 - 2:19
    é porque carreguei no botão.
  • 2:19 - 2:21
    Voz: Sssssom.
  • 2:21 - 2:24
    Muito bem.
    Perceberam?
  • 2:25 - 2:27
    Três, dois...
  • 2:28 - 2:32
    Este é o "99% Invisible".
    Sou o Roman Mars.
  • 2:37 - 2:40
    Voz: Os cinco princípios
    do "design" de bandeiras.
  • 2:40 - 2:43
    Segundo a Associação Vexilológica
    Norte-americana.
  • 2:43 - 2:45
    Vexilológica.
  • 2:45 - 2:48
    Voz: A vexilologia
    é o estudo das bandeiras.
  • 2:48 - 2:50
    É aquele "lol" a mais
    que torna a palavra estranha.
  • 2:50 - 2:52
    Voz: Número um,
    manter a simplicidade.
  • 2:52 - 2:55
    A bandeira deve ser tão simples,
    que uma criança consiga desenhá-la.
  • 2:55 - 2:58
    RM: Antes de me mudar para Chicago,
    em 2005,
  • 2:58 - 3:00
    nem sabia que as cidades
    tinham bandeiras.
  • 3:00 - 3:02
    Voz: As grandes cidades têm bandeiras.
  • 3:02 - 3:04
    Eu não fazia ideia.
    É o Ted Kaye, já agora.
  • 3:04 - 3:06
    TK: Olá.
    RM: É um perito em bandeiras.
  • 3:06 - 3:08
    É um tipo fantástico.
  • 3:08 - 3:12
    TK: Sou o Ted Kaye. Editei um jornal
    académico sobre o estudo das bandeiras
  • 3:12 - 3:15
    e trabalho
    com a Associação de Bandeiras de Portland
  • 3:15 - 3:18
    e a Associação Vexilológica
    Norte-americana.
  • 3:18 - 3:21
    RM: O Ted escreveu um livro
    sobre "design" de bandeiras.
  • 3:21 - 3:23
    "Good Flag, Bad Flag".
  • 3:23 - 3:25
    RM: É mais um panfleto.
    Tem cerca de 16 páginas.
  • 3:25 - 3:28
    TK: Sim, chama-se
    "Good Flag, Bad Flag:
  • 3:28 - 3:30
    "How to Design a Great Flag."
  • 3:30 - 3:33
    RM: A primeira bandeira municipal
    que descobri em Chicago é uma beleza.
  • 3:33 - 3:37
    Fundo branco,
    duas faixas azuis na horizontal
  • 3:37 - 3:40
    e quatro estrelas vermelhas
    de seis pontas no meio.
  • 3:41 - 3:44
    Voz: Número dois:
    usar simbolismo com significado.
  • 3:44 - 3:48
    TK: As faixas azuis
    representam a água, o rio e o lago.
  • 3:48 - 3:50
    Voz: As imagens, cores e padrões
    devem associar-se ao seu significado.
  • 3:50 - 3:54
    TK: As estrelas vermelhas representam
    eventos marcantes da história de Chicago.
  • 3:55 - 3:58
    RM: Nomeadamente, a construção
    do Fort Dearborn no território de Chicago,
  • 3:58 - 4:01
    o grande incêndio de Chicago,
  • 4:01 - 4:05
    a Exposição Colombiana Universal;
    todos se lembram devido à Cidade Branca.
  • 4:05 - 4:10
    E a exposição "Um Século de Progresso",
    de que ninguém se lembra.
  • 4:10 - 4:13
    Voz: Número três,
    usar duas a três cores primárias.
  • 4:13 - 4:16
    TK: A regra básica das cores
    é usar duas a três cores
  • 4:16 - 4:19
    do conjunto de cores primárias:
  • 4:19 - 4:22
    vermelho, branco, azul,
    verde, amarelo e preto.
  • 4:22 - 4:26
    RM: O "design" da bandeira
    de Chicago foi adotado em toda a cidade.
  • 4:26 - 4:28
    Está por todo o lado;
  • 4:28 - 4:30
    todos os edifícios municipais
    içam a bandeira.
  • 4:30 - 4:34
    Whet Moser: Há, pelo menos,
    uma loja em cada quarteirão,
  • 4:34 - 4:36
    que vende acessórios de Chicago.
  • 4:36 - 4:39
    RM: É o Whet Moser,
    da Chicago Magazine.
  • 4:39 - 4:42
    WM: Hoje, por exemplo,
    fui cortar o cabelo
  • 4:42 - 4:44
    e, quando me sentei
    na cadeira do barbeiro,
  • 4:44 - 4:49
    havia uma bandeira de Chicago na caixa
    onde o barbeiro guardava os utensílios.
  • 4:49 - 4:52
    Pelo espelho, vi uma bandeira,
    na parede atrás de mim.
  • 4:52 - 4:57
    Quando saí, passou por mim um tipo
    que tinha uma bandeira na mochila.
  • 4:57 - 5:00
    RM: É ajustável e versátil.
  • 5:00 - 5:03
    As estrelas de seis pontas
    aparecem em todo o tipo de sítios.
  • 5:03 - 5:07
    WM: O café que comprei no outro dia
    tinha uma estrela de Chicago.
  • 5:07 - 5:10
    É um símbolo distintivo
    do orgulho em Chicago.
  • 5:10 - 5:13
    TK: Quando morre um polícia
    ou um bombeiro, em Chicago,
  • 5:13 - 5:17
    normalmente, não se utiliza
    a bandeira dos EUA no caixão.
  • 5:17 - 5:20
    Pode ser a bandeira da cidade de Chicago.
  • 5:20 - 5:26
    A bandeira está extremamente enraizada
    no imaginário cívico de Chicago.
  • 5:26 - 5:29
    RM: E não é só porque as pessoas
    gostam de Chicago que gostam da bandeira.
  • 5:29 - 5:32
    Creio que as pessoas
    gostam mais de Chicago,
  • 5:32 - 5:35
    porque a bandeira é tão fixe.
  • 5:35 - 5:40
    TK: Um ciclo de retorno positivo
    entre o simbolismo e o orgulho cívico.
  • 5:40 - 5:44
    RM: Quando voltei a mudar-me
    para São Francisco, em 2008,
  • 5:44 - 5:47
    investiguei a bandeira deles,
    porque nunca a tinha visto,
  • 5:47 - 5:51
    nos oito anos anteriores
    em que lá vivi.
  • 5:51 - 5:53
    E achei-a, lamento dizer,
  • 5:53 - 5:55
    deplorável.
  • 5:55 - 5:58
    (Risos)
  • 5:58 - 6:00
    Eu sei.
  • 6:01 - 6:02
    Também me magoa.
  • 6:02 - 6:04
    (Risos)
  • 6:05 - 6:06
    TK: Comecemos pelo topo.
  • 6:06 - 6:09
    Voz: Número um,
    manter a simplicidade.
  • 6:09 - 6:12
    A bandeira deve ser tão simples,
    que uma criança consiga desenhá-la.
  • 6:12 - 6:15
    TK: É uma bandeira
    relativamente complexa.
  • 6:15 - 6:16
    RM: Muito bem.
  • 6:16 - 6:19
    O componente principal
    da bandeira de São Francisco é a fénix,
  • 6:19 - 6:21
    que representa
    o renascimento da cidade das cinzas,
  • 6:21 - 6:24
    depois dos fogos devastadores de 1850.
  • 6:24 - 6:27
    TK: Um símbolo poderoso
    para São Francisco.
  • 6:27 - 6:29
    RM: Mesmo assim,
    não gosto da fénix.
  • 6:29 - 6:32
    Em termos de "design",
    consegue ser demasiado cruel
  • 6:32 - 6:34
    e exibir demasiados pormenores,
    ao mesmo tempo.
  • 6:34 - 6:38
    Se tentássemos fazer igual,
    não conseguíamos.
  • 6:38 - 6:40
    E é desagradável ao longe.
  • 6:40 - 6:44
    Mas o forte significado
    dá alguns pontos a esse elemento.
  • 6:44 - 6:47
    Por trás da fénix,
    o fundo é quase todo branco.
  • 6:47 - 6:50
    Tem uma moldura dourada em torno.
  • 6:50 - 6:53
    TK: Um elemento de "design"
    bastante atrativo.
  • 6:53 - 6:55
    RM: Não está mal.
    Mas...
  • 6:55 - 6:56
    (Risos)
  • 6:56 - 6:59
    Aqui vem o grande erro
    do "design" de bandeiras.
  • 6:59 - 7:02
    Voz; Número quatro,
    nada de letras nem insígnias.
  • 7:02 - 7:04
    Nunca usar escrita.
  • 7:04 - 7:07
    RM: Por baixo da fénix,
    vê-se um lema numa fita, que diz:
  • 7:07 - 7:10
    Voz: Ouro na paz, ferro na guerra.
  • 7:10 - 7:12
    Além disso,
    e este é o grande problema,
  • 7:12 - 7:15
    diz "São Francisco" na parte inferior.
  • 7:15 - 7:19
    TK: Se é preciso escrever o nome
    do que se está a representar na bandeira,
  • 7:19 - 7:21
    o simbolismo falhou.
  • 7:21 - 7:25
    (Risos) (Aplausos)
  • 7:25 - 7:29
    RM: A bandeira dos Estados Unidos
    não diz "EUA".
  • 7:29 - 7:32
    Na verdade, as bandeiras dos países
    tendem a seguir as normas.
  • 7:32 - 7:35
    Tiro o chapéu à África do Sul,
    à Turquia, a Israel,
  • 7:35 - 7:37
    à Somália, ao Japão e à Gâmbia.
  • 7:37 - 7:40
    Há um monte
    de bandeiras de países giras,
  • 7:40 - 7:44
    mas obedecem aos princípios do "design",
    porque os padrões são elevados.
  • 7:44 - 7:47
    Estão no cenário internacional.
  • 7:47 - 7:50
    Mas as bandeiras das cidades,
    estados e regiões são outra história.
  • 7:51 - 7:53
    (Risos)
  • 7:53 - 7:58
    Há uma praga de bandeiras más
    que tem de ser exterminada.
  • 7:58 - 8:01
    (Risos) (Aplausos)
  • 8:01 - 8:04
    É a verdade e o desafio.
  • 8:05 - 8:09
    O primeiro passo é reconhecer
    que temos um problema.
  • 8:09 - 8:11
    (Risos)
  • 8:12 - 8:17
    Muita gente pensa que o bom "design"
    é só uma questão de bom gosto.
  • 8:17 - 8:20
    Sinceramente, às vezes, é.
  • 8:20 - 8:22
    Mas outras não, está bem?
  • 8:24 - 8:27
    Eis a lista completa dos princípios
    do "design" de bandeiras da NAVA.
  • 8:28 - 8:31
    Voz: Os cinco princípios básicos
    do 'design' de bandeiras.
  • 8:31 - 8:34
    Voz: Número um.
    TK: Manter a simplicidade.
  • 8:34 - 8:36
    Voz: Número dois.
    TK: Simbologia com significado.
  • 8:36 - 8:38
    Voz: Número três.
    TK: Duas a três cores primárias.
  • 8:38 - 8:42
    Voz: Número quatro.
    TK: Nada de letras ou insígnias.
  • 8:42 - 8:44
    Não se conseguem ler ao longe.
  • 8:44 - 8:46
    Voz: Número cinco.
    TK: Ser original.
  • 8:46 - 8:49
    RM: As melhoras bandeiras
    seguem estes princípios.
  • 8:49 - 8:51
    E a maioria das bandeiras dos países
    são boas.
  • 8:51 - 8:53
    Mas eis a questão:
  • 8:53 - 8:57
    se mostrássemos esta lista de princípios
    a qualquer "designer",
  • 8:57 - 9:00
    ele diria que estes princípios
    — a simplicidade, um significado profundo,
  • 9:00 - 9:02
    poucas cores
    ou a preocupação com as cores,
  • 9:02 - 9:05
    a originalidade,
    não ter escrita que não consigamos ler —
  • 9:05 - 9:09
    todos esses princípios
    também se aplicam a eles.
  • 9:09 - 9:11
    Infelizmente, os princípios
    do bom "design" raramente são invocados
  • 9:11 - 9:13
    nas bandeiras municipais americanas.
  • 9:13 - 9:16
    O nosso maior problema
    parece ser o quarto ponto.
  • 9:16 - 9:19
    Não conseguimos evitar
    pôr os nomes nas bandeiras
  • 9:19 - 9:23
    ou pequenas insígnias municipais
    com escrita miudinha.
  • 9:23 - 9:28
    Um aparte sobre as insígnias municipais:
    foram concebidas para estar no papel,
  • 9:28 - 9:30
    onde possamos lê-las,
  • 9:30 - 9:32
    não em bandeiras a 30 metros
    de distância, a esvoaçar.
  • 9:32 - 9:35
    Eis outro grupo de bandeiras.
  • 9:35 - 9:39
    Os vexilólogos chamam-lhes IMLs:
    insígnias em maus lençóis.
  • 9:39 - 9:41

    (Risos)
  • 9:41 - 9:45
    Se não sabem a que cidade pertencem,
    o problema é precisamente esse,
  • 9:45 - 9:47
    tirando Anaheim, aparentemente.
  • 9:47 - 9:48
    Corrigiram-na.
  • 9:48 - 9:50
    (Risos)
  • 9:51 - 9:54
    Estas bandeiras estão
    por todo o lado, nos EUA.
  • 9:54 - 9:56
    O equivalente europeu
    da insígnia municipal
  • 9:56 - 9:58
    é o brasão da cidade.
  • 9:58 - 10:01
    É aqui que podemos aprender
    a fazer as coisas direito.
  • 10:01 - 10:04
    Este é o brasão da cidade de Amsterdão.
  • 10:04 - 10:08
    Se fosse uma cidade americana,
    provavelmente, a bandeira seria assim.
  • 10:09 - 10:10
    (Risos)
  • 10:11 - 10:14
    Mas não,
    a bandeira de Amsterdão é esta.
  • 10:16 - 10:18
    Em vez de chapar o brasão
  • 10:18 - 10:21
    num fundo sólido
    e escrever "Amsterdão",
  • 10:21 - 10:24
    pegaram nos elementos chave
    do brasão e do escudo
  • 10:24 - 10:28
    e fizeram a bandeira municipal
    mais louca do mundo.
  • 10:28 - 10:31
    (Risos) (Aplausos)
  • 10:34 - 10:36
    E por ser tão louca,
  • 10:36 - 10:39
    encontramos estas bandeiras
    e cruzes por toda a cidade,
  • 10:39 - 10:41
    tal como em Chicago.
  • 10:42 - 10:46
    Embora as bandeiras-em-maus-lençóis
    sejam dolorosas e ofensivas para mim,
  • 10:46 - 10:49
    nada vos prepara
  • 10:49 - 10:52
    para uma das maiores desgraças
    da história da vexilologia.
  • 10:52 - 10:53
    (Risos)
  • 10:53 - 10:55
    Preparados?
  • 10:55 - 10:58
    É a bandeira de Milwaukee,
    Winsconsin.
  • 10:58 - 11:01
    (Risos)
  • 11:05 - 11:09
    Quero dizer, é original,
  • 11:09 - 11:12
    devo admitir.
  • 11:12 - 11:15
    Steve Kodis: Foi adotada em 1955.
  • 11:15 - 11:20
    RM: A cidade fez um concurso e reuniu
    propostas com todo o tipo de "designs".
  • 11:20 - 11:24
    SK: Um vereador chamado Fred Steffan
  • 11:24 - 11:27
    juntou partes das propostas
  • 11:27 - 11:30
    para fazer o que é hoje
    a bandeira de Milwaukee.
  • 11:31 - 11:33
    RM: É a bandeira
    de uma banca de cozinha.
  • 11:33 - 11:36
    Há uma engrenagem gigante
    que representa a indústria,
  • 11:36 - 11:38
    um navio que simboliza o porto,
  • 11:38 - 11:42
    uma enorme espiga de milho,
    em homenagem à indústria cervejeira.
  • 11:42 - 11:43
    É uma confusão total.
  • 11:43 - 11:48
    E Steve Kodis, um "designer" gráfico
    de Milwaukee, quer alterá-la.
  • 11:48 - 11:50
    SK: É realmente horrível.
  • 11:50 - 11:55
    Foi um deslize da parte da cidade,
    para não dizer mais.
  • 11:56 - 12:00
    RM: O que coloca esta bandeira no topo,
    quase ao ponto da autoparódia,
  • 12:00 - 12:06
    é que tem uma imagem da bandeira
    da Guerra Civil do regimento de Milwaukee.
  • 12:06 - 12:11
    SK: É mais um elemento
    que a torna ainda mais ridícula.
  • 12:11 - 12:16
    Há uma bandeira
    dentro da bandeira de Milwaukee.
  • 12:16 - 12:18
    (Risos)
  • 12:20 - 12:22
    (Música)
  • 12:22 - 12:26
    Milwaukee é uma cidade fantástica.
    Já lá estive e adorei.
  • 12:26 - 12:29
    Mas a parte mais deprimente
    desta bandeira
  • 12:29 - 12:32
    é que já houve dois grandes concursos
    de remodelação.
  • 12:32 - 12:34
    O último foi em 2001.
  • 12:34 - 12:37
    Foram submetidas 105 propostas.
  • 12:37 - 12:39
    TK: Mas os membros
    do Conselho das Artes de Milwaukee
  • 12:39 - 12:43
    decidiram que nenhuma delas
    era digna de sobrevoar a cidade.
  • 12:43 - 12:46
    RM: Não aceitaram mudar aquilo!
  • 12:46 - 12:47
    (Risos)
  • 12:47 - 12:50
    É desanimador o suficiente fazer-vos crer
    que o bom "design" e a democracia
  • 12:50 - 12:53
    simplesmente não são compatíveis.
  • 12:53 - 12:58
    Mas o Steve Kotas vai tentar reformular
    a bandeira de Milwaukee mais uma vez.
  • 12:59 - 13:01
    SK: Creio que Milwaukee
    é uma cidade fantástica.
  • 13:01 - 13:04
    As cidades fantásticas
    merecem uma bandeira fantástica.
  • 13:04 - 13:06
    RM: Ele não vai revelar o esboço.
  • 13:06 - 13:09
    Um dos problemas destas propostas
  • 13:09 - 13:12
    é que temos de obter a adesão das pessoas
    e só depois revelamos o nosso esboço.
  • 13:12 - 13:16
    Mas o truque é o seguinte:
    se querem desenhar uma boa bandeira,
  • 13:16 - 13:19
    como a de Chicago ou Washington,
    que também tem uma excelente,
  • 13:19 - 13:23
    comecem por desenhar um retângulo
    de 3 por 4 cm num papel.
  • 13:23 - 13:26
    O vosso desenho tem de caber
    naquele retangulozinho.
  • 13:26 - 13:27
    Eis a razão.
  • 13:27 - 13:32
    TK: Uma bandeira de 3 por 4 cm,
    num mastro a 30 metros de distância
  • 13:32 - 13:34
    parece do mesmo tamanho
  • 13:34 - 13:39
    que um retângulo de 3 por 4 cm,
  • 13:39 - 13:42
    a 40 cm da nossa cara.
  • 13:42 - 13:46
    Ficariam surpresos com a simplicidade
    e persuasão do "design",
  • 13:46 - 13:49
    quando nos cingimos
    a essas limitações.
  • 13:49 - 13:54
    RM: Voltando a São Francisco.
    Há alguma coisa que possamos fazer?
  • 13:55 - 13:59
    TK: Em todas as bandeiras más
    há uma bandeira boa a tentar libertar-se.
  • 13:59 - 14:01
    Para melhorarmos
    a bandeira de São Francisco,
  • 14:01 - 14:05
    temos de retirar o lema,
    porque não conseguimos lê-lo ao longe.
  • 14:05 - 14:08
    Tirar o nome, e as margens
    podem tornar-se mais largas,
  • 14:08 - 14:11
    para estarem mais incluídas na bandeira.
  • 14:11 - 14:16
    E eu pegaria na fénix e faria dela
    um grande elemento a meio da bandeira.
  • 14:16 - 14:19
    RM: Mas a fénix atual tem de sair.
  • 14:19 - 14:22
    TK: Eu simplificaria ou alteraria a fénix.
  • 14:22 - 14:26
    Representaria um grande pássaro
    a sair das chamas.
  • 14:26 - 14:28
    Enfatizava as chamas.
  • 14:28 - 14:32
    RM: Esta bandeira de São Francisco é obra
    de Frank Chimero, orientado pelo Ted.
  • 14:32 - 14:34
    Não sei o que faria ele
    se não tivesse restrições
  • 14:34 - 14:36
    nem seguisse estas orientações.
  • 14:36 - 14:40
    Os fãs do meu programa de rádio
    já me ouviram queixar de bandeiras más.
  • 14:40 - 14:42
    Enviaram-me outras sugestões.
  • 14:42 - 14:44
    Esta é de Neil Mussett.
  • 14:44 - 14:47
    São ambas muito melhores.
  • 14:48 - 14:53
    E creio que se fossem adotadas,
    eu as veria pela cidade.
  • 14:53 - 14:56
    Na minha luta por tornar
    as bandeiras mundiais mais bonitas,
  • 14:56 - 14:59
    muitos ouvintes decidiram
    redesenhar as sua bandeiras
  • 14:59 - 15:03
    e ver até que ponto
    poderão ser adotadas oficialmente.
  • 15:04 - 15:07
    Se gostam da bandeira da vossa cidade,
  • 15:07 - 15:10
    icem-na, mesmo que viole
    uma ou duas regras do "design".
  • 15:10 - 15:12
    Eu não me importo.
  • 15:12 - 15:14
    Mas se não veem
    a bandeira da vossa cidade,
  • 15:14 - 15:19
    talvez não exista
    ou talvez exista e seja uma porcaria.
  • 15:19 - 15:23
    Desafio-vos a tentarem alterá-la.
  • 15:24 - 15:27
    À medida que entramos mais nas cidades,
    a bandeira da cidade
  • 15:27 - 15:31
    torna-se não só um símbolo
    daquela cidade como sítio,
  • 15:31 - 15:34
    mas também
  • 15:34 - 15:38
    um símbolo de como aquela cidade
    valoriza o "design".
  • 15:38 - 15:41
    Sobretudo hoje em dia,
    que a população está mais sensibilizada.
  • 15:41 - 15:45
    Creio que esta sensibilização
    nunca foi tão elevada.
  • 15:45 - 15:48
    Uma bandeira bem concebida
    pode ser um indicador
  • 15:48 - 15:51
    de como uma cidade valoriza
    todos os seus sistemas de "design":
  • 15:51 - 15:54
    os transportes públicos,
    os parques, a sinalização.
  • 15:54 - 15:57
    Pode parecer fútil, mas não é.
  • 15:58 - 16:00
    TK: Quando os líderes municipais dizem,
  • 16:00 - 16:04
    "Temos mais com que nos preocupar
    do que com a bandeira da cidade",
  • 16:04 - 16:06
    a minha resposta é:
  • 16:06 - 16:08
    "Se tivessem uma boa bandeira,
  • 16:08 - 16:10
    "teriam um estandarte
    para que as pessoas se unissem
  • 16:10 - 16:13
    "e enfrentassem
    essas questões mais importantes."
  • 16:15 - 16:19
    RM: Já vi o que uma boa bandeira
    consegue fazer, no caso de Chicago.
  • 16:19 - 16:21
    O casamento entre um bom "design"
    e o orgulho cívico
  • 16:21 - 16:24
    é algo de que precisamos
    em todo o lado.
  • 16:24 - 16:28
    A melhor parte das bandeiras municipais
    é que são nossas.
  • 16:28 - 16:33
    São uma linguagem de "design"
    do domínio público.
  • 16:33 - 16:39
    Quando são bem feitas,
    são alteráveis, adaptáveis e poderosas.
  • 16:39 - 16:43
    Podíamos controlar a imagem
    das cidades com uma boa bandeira.
  • 16:43 - 16:46
    Contudo, ao termos
    bandeiras más que não usamos,
  • 16:46 - 16:48
    cedemos esse território
    às equipas desportivas,
  • 16:48 - 16:51
    às câmaras do comércio
    e às empresas turísticas.
  • 16:51 - 16:54
    As equipas podem ir-se embora
    e partir-nos o coração.
  • 16:54 - 16:56
    Além disso,
    nem todos gostamos de desporto.
  • 16:56 - 17:00
    E as campanhas turísticas
    conseguem ser pirosas.
  • 17:00 - 17:01
    Mas uma bandeira municipal boa
  • 17:01 - 17:04
    é algo que representa a cidade
    para o seu povo
  • 17:04 - 17:06
    e o seu povo para o mundo.
  • 17:06 - 17:10
    E quando essa bandeira é bonita,
    essa ligação também o é.
  • 17:11 - 17:15
    Talvez as bandeiras municipais possam ser
    tão inspiradoras como a de Hong Kong,
  • 17:15 - 17:17
    Portland ou Trondheim,
  • 17:17 - 17:19
    e possamos livrar-nos das bandeiras más,
  • 17:19 - 17:23
    como as de São Francisco,
    Milwaukee, Cedar Rapids.
  • 17:23 - 17:25
    Finalmente,
    quando tivermos terminado,
  • 17:25 - 17:28
    talvez possamos fazer algo
    quanto a Pocatello, Idaho,
  • 17:28 - 17:32
    considerada pela Associação Vexilológica
    Norte-americana
  • 17:32 - 17:36
    a pior bandeira municipal
    da América do Norte.
  • 17:37 - 17:40
    (Risos)
  • 17:44 - 17:45
    Pois.
  • 17:46 - 17:50
    Aquilo tem o símbolo
    de marca registada, pessoal.
  • 17:50 - 17:51
    (Risos
  • 17:51 - 17:54
    Magoa-me só de olhar.
  • 17:54 - 17:56
    Muito obrigado pela atenção.
  • 17:56 - 17:59
    (Aplausos)
Title:
Porque é que as bandeiras municipais conseguem ser as coisas mais mal concebidas e vocês nunca repararam
Speaker:
Roman Mars
Description:

Roman Mars é obcecado por bandeiras — e depois de verem esta conferência, também são capazes de ficar. Estes símbolos universais de orgulho cívico são, muitas vezes, muito mal concebidos. Mas não têm de ser. Nesta surpreendente e hilariante conferência sobre vexilologia — o estudo das bandeiras — Mars revela os cinco princípios básicos do "design" de bandeiras e mostra porque acredita que podem ser aplicados a praticamente tudo.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
18:18
  • Olá!!

    Liberei a traduçao e esqueci de incluir Titulo e Descrição. Seguem:

    Porque as bandeiras das cidades podem ser a coisa mais mal projetada que você nunca notou.

    Roman Mars é obcecado por bandeiras - e depois de assistir a esta palestra, você também pode ficar. Estes símbolos onipresentes de orgulho cívico são frequentemente projetados, bem, terrivelmente projetados. Mas não precisa ser assim. Nesta palestra surpreendente e hilariante sobre vexilologia - o estudo das bandeiras - Mars revela os cinco princípios básicos do projeto de uma bandeira e mostra por que ele acredita que eles podem ser aplicados a praticamente qualquer coisa.

    Abraços.
    Andrea.

  • Olá, só para avisar que fiz o comentário abaixo por engano. Era para ser em PT-BR.

Portuguese subtitles

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