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Trinta anos de História do Futuro.

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    (Vídeo) Nicholas Negroponte:
    Podemos mudar para o disco de vídeo,
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    que está em reprodução?
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    Estou mesmo interessado em como
    juntar pessoas e computadores.
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    Usaremos os ecrãs de televisão
    ou os seus equivalentes
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    como livros eletrónicos do futuro.
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    (Música, conversas cruzadas)
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    Muito interessado em ecrãs
    sensíveis ao toque,
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    alta tecnologia, sensibilidade ao toque,
    não ter que utilizar os dedos.
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    Há outra forma de os computadores
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    tocarem as pessoas:
    vestindo-os, fisicamente.
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    De repente, a 11 de setembro,
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    o mundo tornou-se maior.
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    (Aplausos)
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    Obrigado.
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    Quando me pediram para fazer isto,
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    também me pediram que olhasse
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    para todas as 14 palestras TED que dei,
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    por ordem cronológica.
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    A primeira durou duas horas.
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    A segunda durou uma hora,
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    e depois passaram a durar meia hora.
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    O que me chamou a atenção foi
    a minha careca a aumentar.
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    (Risos)
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    Imaginem ver 30 anos
    da vossa vida a passar.
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    Para mim foi, no mínimo,
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    uma experiência bastante chocante.
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    O que vou fazer no meu tempo
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    é tentar partilhar convosco
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    o que aconteceu durante 30 anos,
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    e também fazer uma previsão,
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    e falar-vos um pouco
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    do que vou fazer a seguir.
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    Coloquei num diapositivo
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    em que altura da minha vida
    foi a TED 1.
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    É muito importante
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    porque tinha feito 15 anos
    de pesquisa antes.
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    Eu tinha um registo,
    por isso foi fácil.
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    Não é que fosse o Fidel Castro
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    e pudesse falar durante duas horas,
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    ou Bucky Fuller.
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    Eu tinha 15 anos de coisas,
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    e o Media Lab estava prestes a começar.
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    Por isso, foi fácil.
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    Mas há algumas coisas
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    sobre esse período
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    e sobre o que aconteceu
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    que são muito importantes.
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    Uma é o facto de ser um período
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    em que os computadores
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    ainda não eram feitos para as pessoas.
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    Outra coisa que aconteceu nessa altura
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    é que éramos considerados cientistas
    de computadores ingénuos.
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    Não éramos levados a sério.
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    O que vos vou mostrar é,
    em retrospetiva,
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    muito mais interessante e aceite
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    do que era na altura.
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    Vou caracterizar os anos
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    e vou até retroceder
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    a algum trabalho meu
    muito antigo.
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    Isto era o tipo de coisas
    que fazia nos anos 60:
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    manipulação muito direta,
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    muito influenciado,
    por estudar arquitetura,
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    pelo arquiteto Moshe Safdie.
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    Podem ver que até construíamos
    coisas robóticas
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    que podiam construir
    estruturas tipo "habitat".
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    Para mim, isto ainda não era o Media Lab,
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    mas era o início do que eu considero
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    computação sensorial.
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    Escolho "dedos"
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    em parte porque todos
    pensavam ser ridículo.
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    Publicavam-se documentos
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    sobre quão estúpido era usar os dedos.
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    Três razões: uma era serem
    de baixa resolução.
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    Outra era que a vossa mão ocultaria
    o que queriam ver,
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    e a terceira, que era a vencedora,
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    era que os vossos dedos
    sujariam o ecrã.
  • 3:47 - 3:48
    (Risos)
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    Por isso, os dedos nunca seriam
  • 3:50 - 3:52
    um dispositivo a utilizar.
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    Isto é um dispositivo que construímos
    nos anos 70,
  • 3:55 - 3:57
    que nunca chegou a ser adotado.
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    Não é apenas sensível ao toque,
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    é sensível à pressão.
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    (Vídeo) Voz: Ponha um círculo amarelo ali.
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    NN: Um trabalho posterior
    — isto foi antes da TED 1.
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    (Vídeo) Voz: Mover para oeste do losango.
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    Criar um círculo verde grande aqui.
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    Homem: Oh, bolas!
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    NN: Era como fazer interface
    concorrentemente,
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    de modo que quando falássemos
    e apontássemos
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    tínhamos, se quiserem, múltiplos canais.
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    Aconteceu Entebbe.
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    Em 1976, um avião
    da Air France foi desviado,
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    levado para Entebbe.
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    Os israelitas não fizeram apenas
    um resgate extraordinário.
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    Fizeram-no, em parte,
    porque tinham praticado
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    num modelo físico do aeroporto.
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    Porque tinham construído o aeroporto,
  • 4:43 - 4:44
    construíram um modelo no deserto.
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    Quando chegaram a Entebbe,
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    sabiam onde ir,
    porque já lá tinham estado.
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    Em 1976, o governo dos EUA
    perguntou a alguns de nós
  • 4:52 - 4:54
    se podíamos replicar a situação
    computacionalmente.
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    Claro que alguém como eu diz "sim".
  • 4:57 - 4:59
    De imediato, conseguimos um contrato
  • 4:59 - 5:00
    do Departamento de Defesa.
  • 5:00 - 5:03
    Construímos um camião e equipamento.
  • 5:03 - 5:05
    Fizemos uma espécie de simulação,
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    porque tínhamos discos vídeo.
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    Estávamos em 1976.
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    Então, muitos anos depois,
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    temos este camião e mapas Google.
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    Ainda assim, as pessoas pensavam:
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    "Não, isso não é ciência
    de computadores séria".
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    Um homem chamado Jerry Wiesner,
  • 5:25 - 5:27
    que, por acaso, era o presidente do MIT,
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    pensava tratar-se de ciência
    de computadores.
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    Uma das chaves para todos
    os que querem começar algo na vida:
  • 5:35 - 5:38
    Garantam que o vosso presidente
    faz parte da questão.
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    Quando eu estava a construir
    o Media Lab,
  • 5:41 - 5:44
    era como ter um gorila
    no banco da frente.
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    Se fôssemos parados
    por excesso de velocidade
  • 5:47 - 5:49
    e o polícia olhasse pela janela
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    e visse quem estava
    no banco do passageiro,
  • 5:51 - 5:53
    diria: "Siga, por favor".
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    Assim, conseguimos.
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    Isto é um dispositivo "engraçado".
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    É uma fotografia lenticular
    de Jerry Wiesner
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    em que a única coisa que mudou
    foram os lábios.
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    Quando fazíamos oscilar
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    a pequena folha lenticular
    com a sua fotografia,
  • 6:12 - 6:13
    estaria em sincronismo
    com os lábios
  • 6:13 - 6:15
    com largura de banda nula.
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    Era um sistema de teleconferência
    com largura de banda nula
  • 6:18 - 6:20
    na altura.
  • 6:21 - 6:24
    Isto era o Media Lab
  • 6:24 - 6:26
    — isto é o que dizíamos fazer:
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    juntar o mundo dos computadores,
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    publicação e tudo o que surgisse.
  • 6:31 - 6:33
    Não era aceite de modo geral,
  • 6:33 - 6:38
    mas era parte dos primeiros
    tempos da TED.
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    Esta era a nossa orientação.
  • 6:41 - 6:43
    Criámos, assim, o Media Lab.
  • 6:43 - 6:47
    Uma das coisas em relação à idade
  • 6:47 - 6:52
    é que posso dizer-vos com confiança,
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    que estive no futuro.
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    Estive lá, de facto, muitas vezes.
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    A razão por que o digo
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    é quantas vezes na minha vida disse:
  • 7:01 - 7:03
    "Oh, isso irá acontecer
    dentro de 10 anos ".
  • 7:03 - 7:05
    e depois passam 10 anos.
  • 7:05 - 7:07
    Depois dizemos:
    "isso irá acontecer dentro de 5 anos".
  • 7:07 - 7:09
    E depois passam cinco anos.
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    Eu digo que é um pouco
    como ter sentido
  • 7:12 - 7:14
    que estive lá várias vezes.
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    Uma das coisas que eu disse
  • 7:18 - 7:19
    — que foi mais citada —
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    foi que a computação não tem a ver
    com computadores.
  • 7:22 - 7:25
    Não teve grande aceitação.
  • 7:25 - 7:27
    Depois passou a ter.
  • 7:27 - 7:30
    Passou a ter porque as pessoas perceberam
  • 7:30 - 7:34
    que o meio não é a mensagem.
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    A razão por que mostro este carro,
  • 7:36 - 7:38
    num diapositivo particularmente feio,
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    é dizer-vos o tipo de história
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    que caracterizou um pouco da minha vida.
  • 7:44 - 7:46
    Trata-se de um aluno meu
  • 7:46 - 7:49
    que fez um doutoramento chamado
    "Condutor no Banco de Trás".
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    Foi nos primeiros tempos do GPS.
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    O carro sabia onde estava
  • 7:53 - 7:57
    e dava instruções áudio ao condutor,
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    quando virar à direita,
    e quando virar à esquerda.
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    Afinal, há muitas coisas
    nessas instruções
  • 8:01 - 8:04
    que eram, nesse período,
    bastante desafiadoras.
  • 8:04 - 8:07
    Por exemplo, o que significa
    "virar na próxima à direita"?
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    Se vamos a subir uma rua,
  • 8:10 - 8:12
    a próxima à direita
    é talvez a outra a seguir,
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    e há uma série de questões.
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    O aluno fez uma tese maravilhosa
  • 8:15 - 8:19
    e o escritório de patentes do MIT
    disse: "Não a patenteie".
  • 8:19 - 8:20
    (Risos)
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    "Nunca será aceite".
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    "As obrigações são demasiadas".
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    "Haverá questões de seguros".
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    "Não a patenteie".
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    Por isso não o fizemos.
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    Mostra-nos como as pessoas, por vezes,
  • 8:32 - 8:36
    não reparam no que está a acontecer.
  • 8:37 - 8:39
    Alguns trabalhos,
    — vou fazer uma referência rápida —
  • 8:39 - 8:41
    muitas coisas sensoriais.
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    Poderão reconhecer um jovem Yo-Yo Ma
  • 8:43 - 8:46
    e o registo do seu corpo
  • 8:46 - 8:50
    ao tocar o violoncelo
    ou o hipervioloncelo.
  • 8:50 - 8:54
    Na altura, estes tipos andaram
    por aí assim, literalmente.
  • 8:54 - 8:57
    Agora é um pouco mais discreto,
    mais comum.
  • 8:57 - 8:59
    (Risos)
  • 8:59 - 9:00
    Há pelo menos três heróis
  • 9:00 - 9:02
    que quero mencionar rapidamente.
  • 9:02 - 9:04
    Marvin Minsky,
    que me ensinou muito
  • 9:04 - 9:06
    sobre senso comum.
  • 9:06 - 9:09
    Falarei brevemente sobre Muriel Cooper
  • 9:09 - 9:13
    que foi bastante importante
    para Ricky Wurman e para a TED.
  • 9:13 - 9:15
    De facto, quando subiu ao palco
  • 9:15 - 9:17
    a primeira coisa que disse foi:
  • 9:17 - 9:19
    "Apresentei o Ricky ao Nicky".
  • 9:19 - 9:21
    Ninguém me chama Nicky
  • 9:21 - 9:23
    e ninguém chama Ricky ao Richard,
  • 9:23 - 9:26
    por isso ninguém sabia
    de quem estava ela a falar.
  • 9:26 - 9:28
    Além deles, claro, Seymour Papert,
  • 9:28 - 9:30
    que foi a pessoa que disse:
  • 9:30 - 9:32
    "Não podemos pensar
    acerca do pensamento"
  • 9:32 - 9:34
    "a menos que pensemos
    acerca de pensar em algo".
  • 9:34 - 9:41
    Esta é uma afirmação bastante profunda.
  • 9:41 - 9:44
    — poderão analisá-la mais tarde.
  • 9:44 - 9:48
    Estou a mostrar alguns
    diapositivos da TED 2,
  • 9:48 - 9:51
    talvez um pouco disparatados.
  • 9:51 - 9:56
    Achei que a televisão tratava de ecrãs.
  • 9:57 - 9:59
    Isto é posterior à TED 1.
  • 10:00 - 10:02
    Estamos na época da TED 2.
  • 10:02 - 10:05
    O que gostaria de mencionar,
  • 10:05 - 10:07
    embora possam imaginar
  • 10:07 - 10:09
    inteligência no dispositivo...
  • 10:09 - 10:10
    Olho agora para algum do trabalho
  • 10:10 - 10:13
    feito sobre a "Internet das Coisas",
  • 10:13 - 10:16
    e penso que é tragicamente patético,
  • 10:16 - 10:18
    porque o que sucedeu
    é que as pessoas
  • 10:18 - 10:22
    pegam no painel do forno
    e põem-no no telefone.
  • 10:22 - 10:24
    Ou põem a chave da porta no telefone,
  • 10:24 - 10:26
    pegando nela e trazendo-a até nós.
  • 10:26 - 10:28
    Isso de facto é o que não queremos.
  • 10:28 - 10:30
    Queremos pôr uma galinha no forno,
  • 10:30 - 10:33
    e que o forno diga:
    "Aha, é uma galinha",
  • 10:33 - 10:34
    e que cozinhe a galinha.
  • 10:34 - 10:36
    "Oh, está a cozinhar a galinha
    para o Nicholas"
  • 10:36 - 10:38
    "e ele gosta dela assim e assado".
  • 10:38 - 10:41
    Em vez de a inteligência
    estar no dispositivo,
  • 10:41 - 10:42
    começámos atualmente
  • 10:42 - 10:45
    a pô-la de novo no telefone,
  • 10:45 - 10:47
    ou mais perto do utilizador.
  • 10:47 - 10:49
    Não é uma visão muito inspirada
  • 10:49 - 10:51
    da "Internet das Coisas".
  • 10:52 - 10:56
    A televisão a que me referi
  • 10:56 - 10:57
    como era nos anos 90,
  • 10:57 - 10:59
    e a televisão de amanhã
  • 10:59 - 11:01
    será algo deste género.
  • 11:02 - 11:05
    As pessoas riam-se cinicamente,
  • 11:05 - 11:09
    não com muita simpatia.
  • 11:11 - 11:13
    Telecomunicações nos anos 90.
  • 11:13 - 11:18
    George Gilder decidiu
    chamar a este diagrama
  • 11:18 - 11:21
    o "Interruptor de Negroponte".
  • 11:21 - 11:23
    Provavelmente, sou muito menos
    famoso do que o George.
  • 11:23 - 11:26
    Por isso, quando lhe chamou isso
    o nome pegou.
  • 11:26 - 11:29
    Mas a ideia de que coisas
    que surgiram do nada
  • 11:29 - 11:31
    teriam sucesso
  • 11:31 - 11:32
    e coisas de sucesso desapareceriam,
  • 11:32 - 11:34
    veio para ficar.
  • 11:34 - 11:39
    Este é o diapositivo original daquele ano
  • 11:39 - 11:42
    e resultou sem falhas.
  • 11:43 - 11:45
    Iniciámos a revista "Wired".
  • 11:45 - 11:49
    Recordo que partilhávamos,
    periodicamente,
  • 11:49 - 11:51
    a secretária da receção.
  • 11:51 - 11:55
    Um pai ligou-nos, irado,
    porque o seu filho
  • 11:55 - 11:58
    tinha desistido da "Sports Illustrated"
  • 11:58 - 11:59
    para assinar a "Wired".
  • 11:59 - 12:03
    Ele disse: "Vocês são uma espécie
    de revista porno ou algo parecido?"
  • 12:03 - 12:05
    Não conseguia perceber
    por que razão o seu filho
  • 12:05 - 12:08
    estaria interessado na "Wired".
  • 12:09 - 12:12
    Serei um pouco mais rápido nisto.
  • 12:12 - 12:14
    Esta é a minha contracapa favorita
  • 12:14 - 12:16
    da revista "Newsweek", de 1995.
  • 12:16 - 12:18
    (Risos)
  • 12:18 - 12:18
    Ok. Leiam-na!
  • 12:18 - 12:22
    [N. N. prevê que em breve compraremos
    livros e revistas na Internet. Ah, pois.]
  • 12:22 - 12:24
    Têm que admitir que dá gozo,
  • 12:24 - 12:26
    — pelo menos a mim dá —
  • 12:26 - 12:28
    quando alguém nos diz quão
    redondamente errados estamos.
  • 12:28 - 12:30
    (Risos)
  • 12:30 - 12:32
    "Being Digital" foi publicado.
  • 12:32 - 12:34
    A mim deu-me a oportunidade
  • 12:34 - 12:36
    de estar mais na imprensa especializada
  • 12:36 - 12:39
    e trazer isto a público.
  • 12:41 - 12:43
    Também nos permitiu construir
    o novo Media Lab,
  • 12:43 - 12:45
    que devem visitar,
    se ainda não o fizeram,
  • 12:45 - 12:48
    porque é uma bela peça de arquitetura,
  • 12:48 - 12:50
    para além de ser um lugar
    maravilhoso para trabalhar.
  • 12:50 - 12:53
    [Hoje, a multimédia tem uma aparelhagem
    desajeitada.
  • 12:53 - 12:55
    Isso mudará com ecrãs pequenos,
    brilhantes, finos e de alta resolução]
  • 12:55 - 12:57
    Dizíamos estas coisas
    nessas palestras TED.
  • 12:57 - 12:59
    Chegámos a este ponto.
    Ansiei este momento em cada ano.
  • 12:59 - 13:01
    Foi a festa que o Ricky Wurman
    nunca teve,
  • 13:01 - 13:04
    no sentido de que ele convidava
    muitos dos seus velhos amigos,
  • 13:04 - 13:06
    incluindo eu próprio.
  • 13:06 - 13:08
    Então algo em mim mudou
  • 13:08 - 13:10
    muito profundamente.
  • 13:10 - 13:15
    Envolvi-me mais nos computadores
    e na aprendizagem,
  • 13:15 - 13:16
    influenciado por Seymour,
  • 13:16 - 13:19
    mas principalmente considerando
    a aprendizagem
  • 13:19 - 13:23
    como algo que é bastante próximo
  • 13:23 - 13:24
    da programação de computadores.
  • 13:24 - 13:27
    Quando escrevemos
    um programa de computador,
  • 13:27 - 13:29
    não basta listar as coisas,
  • 13:29 - 13:31
    escolher um algoritmo
  • 13:31 - 13:34
    e traduzi-las numa série de instruções.
  • 13:34 - 13:36
    Quando surge um "bug"
    — e todos os programas os têm —
  • 13:36 - 13:38
    temos que fazer o "debugging".
  • 13:38 - 13:40
    Temos que entrar, mudá-lo
  • 13:40 - 13:42
    e depois voltar a executá-lo.
  • 13:42 - 13:44
    Temos que fazer iterações.
  • 13:44 - 13:46
    Essas iterações, na verdade,
  • 13:46 - 13:50
    são uma aproximação muito,
    muito boa da aprendizagem.
  • 13:50 - 13:53
    Isso conduziu ao meu trabalho
    com Seymour,
  • 13:53 - 13:56
    em locais como o Camboja,
  • 13:56 - 13:59
    no início de "Um portátil
    para cada criança".
  • 13:59 - 14:01
    Já houve várias palestras TEDs
    sobre o assunto,
  • 14:01 - 14:03
    por isso serei breve.
  • 14:03 - 14:07
    Mas deu-nos a oportunidade
  • 14:07 - 14:11
    de fazer algo a uma escala
    relativamente grande
  • 14:11 - 14:15
    na área da aprendizagem,
    desenvolvimento e computação.
  • 14:15 - 14:18
    Poucas pessoas sabem
    que "Um portátil para cada criança"
  • 14:18 - 14:20
    era um projeto de
    mil milhões de dólares.
  • 14:20 - 14:23
    Era, pelo menos
    nos sete anos em que o dirigi.
  • 14:23 - 14:25
    Mais importante:
    o Banco Mundial e a USAID
  • 14:25 - 14:28
    não contribuíram com nada.
  • 14:28 - 14:32
    Foram essencialmente os países
    com os seus recursos,
  • 14:32 - 14:33
    o que é muito interessante.
  • 14:33 - 14:35
    Pelo menos para mim
    foi muito interessante,

  • 14:35 - 14:38
    em termos do que pretendia fazer depois.
  • 14:38 - 14:41
    Estes são os vários locais em que sucedeu.
  • 14:41 - 14:44
    Tentei, então, uma experiência,
  • 14:44 - 14:48
    que se realizou na Etiópia.
  • 14:49 - 14:51
    Aqui está a experiência.
  • 14:52 - 14:53
    A experiência é saber
  • 14:53 - 14:56
    se pode haver aprendizagem
    onde não há escolas.
  • 14:56 - 14:59
    Deixámos Tablets sem instruções
  • 15:02 - 15:05
    e deixámos as crianças explorar.
  • 15:05 - 15:09
    Num curto intervalo de tempo,
  • 15:09 - 15:11
    não só os tinham ligado
  • 15:11 - 15:14
    e usavam 50 aplicações por criança
    em cinco dias,
  • 15:15 - 15:18
    cantavam canções infantis
    em duas semanas,
  • 15:18 - 15:22
    como tinham dominado o "Android"
    em seis meses!
  • 15:23 - 15:26
    Isso pareceu suficientemente interessante.
  • 15:26 - 15:28
    Esta é talvez a melhor imagem que tenho.
  • 15:28 - 15:32
    A criança à direita
  • 15:32 - 15:35
    autonomeou-se professor.
  • 15:35 - 15:37
    Reparem na criança à esquerda,
    e seguintes.
  • 15:37 - 15:41
    Não há qualquer adulto envolvido nisto.
  • 15:41 - 15:43
    Pergunto-me: poderemos fazer isto
  • 15:43 - 15:44
    a uma escala maior?
  • 15:44 - 15:46
    O que é que está a faltar?
  • 15:46 - 15:49
    As crianças estão agora a dar
    uma conferência de imprensa,
  • 15:49 - 15:52
    e como que a escrever no pó.
  • 15:52 - 15:54
    A questão é: o que está a faltar?
  • 15:54 - 15:57
    Vou saltar a minha previsão
  • 15:57 - 15:59
    porque estou a ficar sem tempo.
  • 15:59 - 16:02
    Eis a questão: o que vai acontecer?
  • 16:03 - 16:04
    Penso que o desafio
  • 16:04 - 16:07
    é interligar o último milhar
    de milhão de pessoas.
  • 16:07 - 16:09
    Interligar o último milhar de milhão
  • 16:09 - 16:13
    é muito diferente de interligar
    o próximo milhar de milhão.
  • 16:13 - 16:14
    A razão de ser diferente
  • 16:14 - 16:16
    é que o próximo milhar de milhão
  • 16:16 - 16:18
    é como frutas acessíveis,
  • 16:18 - 16:21
    mas o último milhar de milhão é rural.
  • 16:22 - 16:26
    Ser rural e ser pobre
  • 16:26 - 16:27
    são coisas muito diferentes.
  • 16:27 - 16:30
    A pobreza tende a ser criada
    pela nossa sociedade
  • 16:30 - 16:32
    e as pessoas nessa comunidade
  • 16:32 - 16:37
    não são igualmente pobres.
  • 16:37 - 16:39
    Podem ser primitivas,
  • 16:39 - 16:42
    mas a forma de os abordar e interligar,
  • 16:42 - 16:45
    a história de "Um portátil
    para cada criança",
  • 16:45 - 16:49
    e a experiência na Etiópia,
  • 16:49 - 16:52
    levam-me a pensar que podemos de facto
  • 16:52 - 16:55
    fazer isto num intervalo
    de tempo muito curto.
  • 16:55 - 16:57
    O meu plano
  • 16:57 - 16:59
    — e infelizmente ainda não consegui
  • 16:59 - 17:03
    que os meus parceiros
    me deixassem anunciá-lo —
  • 17:03 - 17:07
    é fazer isto com um satélite estacionário.
  • 17:08 - 17:10
    Há muitas razões
  • 17:10 - 17:15
    para que os satélites estacionários
    não sejam o melhor
  • 17:15 - 17:18
    mas há muitas razões
    para o serem.
  • 17:18 - 17:21
    Por dois mil milhões de dólares
  • 17:21 - 17:24
    podemos interligar mais
    de 100 milhões de pessoas,
  • 17:25 - 17:27
    A razão de ter escolhido dois
  • 17:27 - 17:31
    — este será o meu último diapositivo —
  • 17:31 - 17:33
    são os dois mil milhões de dólares,
  • 17:33 - 17:36
    que estamos a gastar
  • 17:36 - 17:38
    no Afeganistão
  • 17:38 - 17:40
    todas as semanas.
  • 17:40 - 17:43
    Se podemos interligar África
  • 17:43 - 17:45
    e o último milhar
    de milhão de pessoas
  • 17:45 - 17:47
    por quantias destas,
  • 17:47 - 17:49
    deveríamos estar a fazê-lo.
  • 17:49 - 17:50
    Muito obrigado.
  • 17:50 - 17:53
    (Aplausos)
  • 17:54 - 17:58
    Chris Anderson:
    Não saias daí! Não saias daí!
  • 17:58 - 18:01
    NN: Queres dar-me tempo extra?
  • 18:01 - 18:03
    CA: Não. Isso foi
    perversamente inteligente.
  • 18:03 - 18:05
    Fizeste a aposta certa.
  • 18:05 - 18:07
    Nicholas, qual é a tua previsão?
  • 18:07 - 18:09
    (Risos)
  • 18:09 - 18:12
    NN: Obrigado por perguntares.
  • 18:12 - 18:14
    Vou dizer-te a minha previsão.
  • 18:15 - 18:18
    A minha previsão — e é uma previsão —
    porque será daqui a 30 anos.
  • 18:18 - 18:20
    Não estarei por cá.
  • 18:21 - 18:24
    Uma das coisas em relação
    a aprender a ler,
  • 18:24 - 18:28
    — temos digerido muita informação
  • 18:28 - 18:30
    que passa pelos nossos olhos —
  • 18:30 - 18:33
    Isso pode ser um canal ineficiente.
  • 18:34 - 18:38
    A minha previsão é que vamos
    ingerir informação.
  • 18:38 - 18:41
    Vamos engolir um comprimido
    e aprender inglês.
  • 18:41 - 18:44
    Vamos engolir um comprimido
    e aprender Shakespeare.
  • 18:44 - 18:46
    Isto será feito através
    da corrente sanguínea.
  • 18:46 - 18:48
    Uma vez no nosso sangue,
  • 18:48 - 18:50
    basicamente irá até ao cérebro.
  • 18:50 - 18:53
    Quando souber que está no cérebro
  • 18:53 - 18:54
    nas várias partes,
  • 18:54 - 18:56
    depositar-se-á nos sítios certos.
  • 18:56 - 18:58
    É ingestão.
  • 18:58 - 19:01
    CA: Por acaso tens saído com Ray Kurzweil?
  • 19:01 - 19:04
    NN: Não. Tenho estado com Ed Boyden,
  • 19:04 - 19:07
    e com um dos oradores
    aqui presentes, Hugh Herr,
  • 19:07 - 19:09
    e há várias outras pessoas.
  • 19:09 - 19:12
    Isto não será assim tão rebuscado,
  • 19:12 - 19:13
    daqui a 30 anos.
  • 19:13 - 19:15
    CA: Veremos.
  • 19:15 - 19:18
    Voltaremos e iremos reproduzir
    este vídeo daqui a 30 anos,
  • 19:18 - 19:21
    e todos tomaremos
    o comprimido vermelho.
  • 19:21 - 19:23
    Obrigado pela previsão.
  • 19:23 - 19:24
    Nicholas Negroponte!
  • 19:24 - 19:26
    NN: Obrigado.
  • 19:26 - 19:26
    (Aplausos)
Title:
Trinta anos de História do Futuro.
Speaker:
Nicholas Negroponte
Description:

Nicholas Negroponte, fundador do Media Lab do MIT, conduz-nos numa viagem ao longo dos últimos 30 anos de tecnologia. O conhecido visionário realça interfaces e inovações que previu nos anos 70 e 80, na altura ridicularizadas, mas que são hoje universais. E deixa-nos com uma última previsão (absurda? brilhante?) para os próximos 30 anos.

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English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
19:43
Jenny Zurawell edited Portuguese subtitles for A 30-year history of the future
Isabel Vaz Belchior approved Portuguese subtitles for A 30-year history of the future
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Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for A 30-year history of the future
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