O que significa ser um cidadão do mundo?
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0:01 - 0:04Quero apresentar-vos
uma mulher incrível. -
0:04 - 0:06O seu nome é Davinia.
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0:06 - 0:11A Davinia nasceu na Jamaica,
emigrou para os EUA aos 18 anos, -
0:11 - 0:14e agora vive mesmo às portas
de Washington, DC. -
0:14 - 0:17Não é uma colaboradora política
de alto nível, -
0:17 - 0:18nem uma lobista.
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0:19 - 0:22Ela provavelmente dir-vos-ia
que passa despercebida, -
0:22 - 0:24mas está a ter um impacto notável.
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0:24 - 0:26O que é incrível acerca dela
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0:26 - 0:29é que todas as semanas
está disposta a passar tempo -
0:29 - 0:31focada em pessoas que não são ela,
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0:31 - 0:36pessoas que não ela na sua vizinhança,
no seu estado, nem mesmo no seu país, -
0:36 - 0:38pessoas que provavelmente
nunca conhecerá. -
0:38 - 0:40O impacto de Davinia
começou há uns anos -
0:40 - 0:43quando contactou
todos os seus amigos no Facebook, -
0:43 - 0:45e lhes pediu que doassem os seus cêntimos
-
0:45 - 0:47para ela poder financiar
a educação de raparigas. -
0:47 - 0:50Ela não estava à espera
de uma grande resposta, -
0:50 - 0:53mas 700 mil cêntimos mais tarde,
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0:53 - 0:56conseguiu mandar para a escola
mais de 120 meninas. -
0:56 - 0:58Falámos a semana passada
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0:58 - 1:01e ela disse-me que ficou
com má fama no banco local -
1:01 - 1:05sempre que chegava com um carrinho
de compras cheio de cêntimos. -
1:05 - 1:08Mas Davinia não está sozinha.
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1:08 - 1:10Pelo contrário.
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1:10 - 1:12Ela é parte integrante
de um movimento crescente. -
1:12 - 1:14E há um nome para pessoas como ela,
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1:15 - 1:16"cidadãos do mundo".
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1:17 - 1:21Um cidadão do mundo é alguém
que se identifica em primeiro lugar, -
1:21 - 1:25não como um membro de um estado,
de uma tribo ou nação, -
1:25 - 1:27mas como membro da raça humana
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1:27 - 1:32e alguém que está preparado
para agir segundo essa crença, -
1:32 - 1:35para lidar com os maiores desafios
do nosso mundo. -
1:35 - 1:38O nosso trabalho foca-se em encontrar,
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1:38 - 1:41apoiar e estimular
cidadãos do mundo. -
1:41 - 1:45Existem em todos os países
e entre todas as populações. -
1:45 - 1:47Quero defender aqui hoje
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1:47 - 1:50que o futuro do planeta
depende dos cidadãos do mundo. -
1:50 - 1:54Estou convencido de que, se tivéssemos
mais cidadãos do mundo ativos, -
1:54 - 1:57cada um dos grandes desafios
que enfrentamos, -
1:57 - 2:01desde a pobreza, alteração climática,
desigualdade de sexo, -
2:01 - 2:03estes desafios teriam solução.
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2:03 - 2:05Eles são, em última análise
problemas globais, -
2:05 - 2:08e podem apenas ser resolvidos
-
2:08 - 2:12por cidadãos do mundo que exijam
soluções globais dos seus líderes. -
2:13 - 2:15A reação imediata
de algumas pessoas a esta ideia -
2:15 - 2:19é que ela ou é um pouco utópica
ou mesmo ameaçadora. -
2:20 - 2:23Gostaria de partilhar convosco
um pouco da minha história, -
2:23 - 2:24como cheguei até aqui,
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2:24 - 2:26como se relaciona com a Davinia
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2:26 - 2:28e convosco, espero eu.
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2:28 - 2:30Cresci em Melbourne, na Austrália,
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2:30 - 2:33e era um daqueles miúdos
realmente irritantes -
2:33 - 2:36que nunca parava de perguntar
"Porquê?" -
2:36 - 2:37Provavelmente também foram assim.
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2:37 - 2:41Costumava perguntar à minha mãe
as coisas mais irritantes. -
2:41 - 2:44Perguntava-lhe:
"Mãe, porque não posso mascarar-me -
2:44 - 2:46"e brincar com fantoches o dia todo?"
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2:46 - 2:48"Porque queres batatas fritas com isso?"
-
2:48 - 2:49"O que é um camarão,
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2:49 - 2:52"e porque temos que continuar
a atirá-los para a grelha?" -
2:52 - 2:53(Risos)
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2:53 - 2:56"E mãe, este corte de cabelo?
Porquê?" -
2:56 - 2:58(Risos)
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2:58 - 3:00O pior corte de cabelo.
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3:01 - 3:03Ainda está terrível.
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3:03 - 3:05Enquanto miúdo dos "porquês"
achava que podia mudar o mundo -
3:05 - 3:08e era impossível
convencerem-me do contrário. -
3:08 - 3:11Quando tinha 12 anos
e no meu primeiro ano de liceu, -
3:11 - 3:14comecei a angariar dinheiro
para os países em desenvolvimento. -
3:14 - 3:16Éramos um grupo de miúdos
muito entusiasmados -
3:16 - 3:19e angariámos mais dinheiro
do que qualquer outra escola na Austrália. -
3:19 - 3:23Por isso, foi-me dada a oportunidade
de ir às Filipinas aprender mais. -
3:23 - 3:25Estávamos em 1998.
-
3:25 - 3:29Fomos levados para uma favela
nos arredores de Manila. -
3:29 - 3:32Foi lá que me tornei amigo
de Sonny Boy, -
3:32 - 3:36que vivia no que era literalmente
uma pilha de lixo fumegante. -
3:37 - 3:39Chamavam-lhe
a "Montanha Fumegante" -
3:39 - 3:41Não deixem que o romantismo
do nome vos engane, -
3:41 - 3:43porque não era mais
do que uma lixeira rançosa -
3:43 - 3:48onde crianças como o Sonny Boy
passavam os dias a vasculhar -
3:48 - 3:51para ver se encontravam alguma coisa,
qualquer coisa de valor. -
3:51 - 3:55Aquela noite com Sonny Boy e a família
mudou a minha vida para sempre -
3:55 - 3:57porque, quando chegou a hora
de ir dormir, -
3:57 - 4:00deitámo-nos numa placa de cimento
que era metade do meu quarto, -
4:00 - 4:03eu, o Sonny Boy
e o resto da sua família, -
4:03 - 4:07os sete em fila,
com o cheiro do lixo à nossa volta -
4:07 - 4:10e baratas a rastejar por todo o lado.
-
4:10 - 4:13Não consegui pregar olho,
fiquei acordado a pensar para mim: -
4:13 - 4:17"Porque deveria alguém ter que viver assim
quando eu tenho tanto? -
4:17 - 4:20Porque é que a capacidade
de Sonny Boy viver os seus sonhos -
4:20 - 4:22deve ser determinada
pelo lugar onde nasceu, -
4:22 - 4:25ou o que Warren Buffet chamou
"a lotaria do ovário?" -
4:25 - 4:29Não entendia
e precisava perceber porquê. -
4:30 - 4:32Só mais tarde vim a compreender
-
4:32 - 4:34que a pobreza
que tinha visto nas Filipinas -
4:34 - 4:39era o resultado de decisões tomadas
ou não tomadas pelo homem -
4:39 - 4:42por uma sucessão de potências coloniais
e governos corruptos -
4:42 - 4:45que pensavam em tudo
menos nos interesses do Sonny Boy. -
4:45 - 4:49Certo, não criaram a Montanha Fumegante,
mas bem o podiam ter feito. -
4:49 - 4:52Se quisermos ajudar crianças
como o Sonny Boy, -
4:52 - 4:55não chega tentar enviar-lhes
alguns dólares -
4:55 - 4:58ou tentar limpar a lixeira
em que ele vivia, -
4:58 - 5:00porque a raiz do problema
está noutro sítio. -
5:00 - 5:04Trabalhei em projetos de desenvolvimento
comunitário nos anos seguintes -
5:04 - 5:06a tentar ajudar a construir escolas,
-
5:06 - 5:09formar professores
e combater o VIH e a SIDA, -
5:09 - 5:11apercebi-me
que o desenvolvimento comunitário -
5:11 - 5:14deveria ser conduzido
pelas próprias comunidades, -
5:14 - 5:18e que apesar de a caridade ser necessária,
não é suficiente. -
5:18 - 5:20Precisamos confrontar estes desafios
-
5:20 - 5:22a uma escala global
e de uma forma sistemática. -
5:22 - 5:24E o melhor que pude fazer
-
5:24 - 5:27foi tentar mobilizar
um grande grupo de cidadãos -
5:27 - 5:31para insistir que os nossos líderes
se envolvam nessa mudança sistemática. -
5:31 - 5:33Foi por isso, que uns anos mais tarde
-
5:33 - 5:36me juntei a um grupo de amigos
da faculdade -
5:36 - 5:39para trazer para a Austrália
a campanha Acabar com a Pobreza. -
5:39 - 5:43Tínhamos o sonho de organizar
um pequeno concerto -
5:43 - 5:46por altura da cimeira do G20
com artistas australianos locais. -
5:46 - 5:48E um dia, subitamente,
houve uma explosão. -
5:48 - 5:52quando recebemos um telefonema
de Bono, de Edge e dos Pearl Jam, -
5:52 - 5:55em que todos concordaram
ser cabeças de cartaz do concerto. -
5:55 - 5:58Fiquei um pouco entusiasmado
nesse dia, como podem ver. -
5:58 - 6:00(Risos)
-
6:00 - 6:01Mas para nosso espanto,
-
6:01 - 6:04o governo australiano
ouviu as nossas vozes coletivas, -
6:04 - 6:08e concordaram em duplicar o investimento
para a saúde global e desenvolvimento -
6:08 - 6:11num valor adicional
de 6200 milhões de dólares. -
6:12 - 6:17(Aplausos)
-
6:17 - 6:20Foi como um incrível reconhecimento.
-
6:20 - 6:23Ao reunir os cidadãos,
ajudámos a persuadir o nosso governo -
6:23 - 6:24a fazer o impensável,
-
6:24 - 6:28a agir e a resolver
um problema a milhas de distância. -
6:29 - 6:30Mas sabem que mais?
-
6:31 - 6:32Isto não durou.
-
6:33 - 6:35Houve uma mudança no governo,
-
6:35 - 6:38e seis anos mais tarde,
todo aquele dinheiro -
6:38 - 6:39desapareceu.
-
6:40 - 6:41O que aprendemos?
-
6:42 - 6:45Aprendemos que aumentos pontuais
não são suficientes. -
6:45 - 6:48Precisávamos de um
movimento sustentável, -
6:48 - 6:52que não fosse suscetível
aos humores de um político -
6:52 - 6:54ou a uma recessão económica.
-
6:54 - 6:56Era necessário que acontecesse
em todo o lado -
6:56 - 7:00de outra forma, cada governo
teria este mecanismo de desculpa integrado -
7:00 - 7:04de que não poderiam carregar sozinhos
o fardo da ação global. -
7:05 - 7:08E foi nisto que embarcámos.
-
7:08 - 7:11E ao embarcarmos neste desafio,
perguntámo-nos: -
7:11 - 7:15Como obtemos pressão suficiente
e construímos um grande exército -
7:15 - 7:17para ganhar estas batalhas a longo prazo?
-
7:17 - 7:19Apenas conseguíamos pensar numa forma.
-
7:20 - 7:23Precisávamos transformar
esta excitação de curto prazo -
7:23 - 7:26das pessoas envolvidas na campanha
Acabar com a Pobreza -
7:26 - 7:27numa paixão a longo prazo.
-
7:28 - 7:30Teria de fazer parte da sua identidade.
-
7:30 - 7:35Em 2012, cofundámos uma organização
cujo objetivo era mesmo esse. -
7:36 - 7:40E só havia um nome para ela,
Cidadão do Mundo. -
7:40 - 7:43Mas isto não é sobre uma organização.
-
7:43 - 7:46Isto é sobre cidadãos que agem.
-
7:46 - 7:48E os dados de investigação dizem-nos
-
7:48 - 7:52que do total da população
que se preocupa com problemas globais -
7:52 - 7:56apenas 18% fizeram algo acerca disso.
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7:56 - 7:59Não é que as pessoas não queiram agir.
-
7:59 - 8:01Na maioria das vezes, não sabem como agir,
-
8:01 - 8:04ou acham que as suas ações
não terão nenhum efeito. -
8:04 - 8:08Tivemos que recrutar e estimular
milhões de cidadãos -
8:08 - 8:09em dezenas de países
-
8:09 - 8:13para pressionarem os seus líderes
a comportarem-se de forma altruísta. -
8:13 - 8:16Ao fazermos isso
descobrimos algo emocionante, -
8:16 - 8:19quando fazemos da cidadania global
a nossa missão, -
8:19 - 8:23encontrámos aliados extraordinários.
-
8:23 - 8:27A pobreza extrema não é o único problema
que é essencialmente mundial. -
8:27 - 8:28A alteração climática também é,
-
8:29 - 8:31os direitos humanos,
a igualdade de sexos, -
8:31 - 8:33até a guerra.
-
8:33 - 8:35Deparámo-nos ombro a ombro
-
8:35 - 8:39com pessoas entusiasmadas em identificar
todos estes problemas interligados. -
8:39 - 8:43Mas como recrutamos
e envolvemos esses cidadãos do mundo? -
8:43 - 8:47Usámos a linguagem universal,
-
8:47 - 8:48a música.
-
8:48 - 8:51Fizemos o Festival Cidadão do Mundo
-
8:51 - 8:53no coração de Nova Iorque
em Central Park, -
8:53 - 8:57e convencemos alguns dos maiores
artistas mundiais a participar. -
8:57 - 9:00Certificámo-nos
de que estes festivais coincidiam -
9:00 - 9:02com a Assembleia Geral das Nações Unidas,
-
9:02 - 9:04para que os líderes, que tinham
de ouvir as nossas vozes. -
9:04 - 9:06não as pudessem ignorar.
-
9:07 - 9:08Mas havia um senão,
-
9:09 - 9:11os bilhetes não se compravam.
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9:11 - 9:12Era preciso merecê-los.
-
9:12 - 9:15Tinham de agir por uma causa mundial
-
9:15 - 9:19e só depois disso é que ganhavam
pontos para se qualificarem. -
9:19 - 9:21O ativismo é a moeda.
-
9:22 - 9:26Não havia interesse nenhum
em cidadania, apenas por prazer. -
9:27 - 9:31Para mim, cidadania significa agir,
e era o que exigíamos. -
9:31 - 9:33Surpreendentemente, resultou.
-
9:33 - 9:37No ano passado, mais de 155 mil cidadãos
na área de Nova Iorque -
9:38 - 9:39ganharam pontos para se qualificarem.
-
9:39 - 9:44Mundialmente, inscrevemos cidadãos
em mais de 150 países. -
9:44 - 9:47No ano passado inscrevemos
mais de 100 mil novos membros -
9:47 - 9:49todas as semanas do ano.
-
9:50 - 9:54Não precisamos de criar
cidadãos do mundo a partir do nada. -
9:54 - 9:56Já os temos por todo o lado.
-
9:56 - 10:00Só precisamos ser organizados
e motivados para começar a agir. -
10:00 - 10:03E é aqui que acho que podemos
aprender muito com a Davinia, -
10:03 - 10:07que começou a agir
como cidadã do mundo em 2012. -
10:08 - 10:09Aqui está o que ela fez.
-
10:10 - 10:11Não foi nada transcendente.
-
10:12 - 10:16Começou por escrever cartas
e enviar emails para políticos. -
10:16 - 10:19Fez voluntariado
na sua comunidade local. -
10:19 - 10:22Foi quando começou a agir
nas redes sociais -
10:22 - 10:24e começou a recolher cêntimos,
-
10:24 - 10:25muitos cêntimos.
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10:26 - 10:30Pode não parecer muito para vocês.
-
10:30 - 10:32Como é que isso alcançaria algo?
-
10:33 - 10:36Alcançou muito
porque ela não estava sozinha. -
10:36 - 10:41As suas ações, juntamente com 142 mil
outros cidadãos do mundo, -
10:41 - 10:43levaram o governo americano
a duplicar o investimento -
10:43 - 10:45na Parceria Mundial para a Educação.
-
10:45 - 10:47Aqui está o Dr. Raj Shah,
-
10:47 - 10:49diretor do USAID, a fazer esse anúncio.
-
10:49 - 10:53Quando milhares de cidadãos do mundo
encontram inspiração uns nos outros, -
10:53 - 10:56é incrível ver o seu poder coletivo.
-
10:56 - 10:59Cidadãos do mundo como a Davinia
ajudaram a persuadir o Banco Mundial -
10:59 - 11:02a aumentar o seu investimento
na água e saneamento. -
11:02 - 11:06Aqui está o presidente do Banco Jim Kim
a anunciar 15 mil milhões de dólares -
11:06 - 11:07no palco Cidadão do Mundo.
-
11:07 - 11:11O primeiro-ministro Modi da Índia
confirmou o seu empenho -
11:11 - 11:16em colocar uma casa de banho
em cada casa e escola na Índia até 2019. -
11:16 - 11:21Cidadãos do mundo encorajados
pelo apresentador Stephen Colbert -
11:21 - 11:24lançaram uma invasão
no Twitter na Noruega. -
11:24 - 11:27Erna Solberg, primeira-ministra do país
recebeu a mensagem, -
11:27 - 11:30comprometeu-se a dobrar o investimento
na educação de raparigas. -
11:30 - 11:34Cidadãos do mundo e rotários apelaram
aos governos do Canadá, do Reino Unido -
11:34 - 11:36e da Austrália
-
11:36 - 11:39para aumentarem os investimentos
na erradicação da pólio. -
11:39 - 11:43Juntaram-se e comprometeram
665 milhões de dólares. -
11:44 - 11:46Mas apesar deste dinamismo,
-
11:47 - 11:49enfrentamos enormes desafios.
-
11:50 - 11:52Devem estar a pensar para vocês,
-
11:52 - 11:54como podemos persuadir
os líderes mundiais -
11:54 - 11:57a manterem-se focados
nos problemas mundiais? -
11:57 - 12:03De facto, o poderoso político
americano Tip O'neil disse: -
12:03 - 12:05"Toda a política é local."
-
12:06 - 12:09É o que leva
os políticos a serem eleitos: -
12:09 - 12:12procurar o poder, ganhá-lo
e agarrar-se a ele, -
12:12 - 12:15através da busca de interesses locais
e na melhor das hipóteses, nacionais. -
12:16 - 12:20Experimentei isto pela primeira vez
quando tinha 21 anos. -
12:21 - 12:22Tive uma reunião
-
12:23 - 12:27com o ministro dos Negócios Estrangeiros
da altura, não vou citar nomes. -
12:28 - 12:29[Alexander Downer]
-
12:29 - 12:31(Risos)
-
12:32 - 12:33E à porta fechada,
-
12:33 - 12:35partilhei esta paixão,
acabar com a pobreza extrema. -
12:35 - 12:39Disse: "Sr. ministro, a Austrália
tem esta oportunidade única -
12:39 - 12:42"de ajudar a alcançar os Objetivos
de Desenvolvimento do Milénio -
12:42 - 12:43"Nós conseguimos."
-
12:44 - 12:45Fez uma pausa,
-
12:45 - 12:48olhou-me de cima a baixo
com um olhar frio e arrogante -
12:48 - 12:50e disse; "Humm,
-
12:50 - 12:52"que se lixe a ajuda externa."
-
12:53 - 12:54Só que ele não usou a palavra "lixar."
-
12:56 - 12:57E continuou.
-
12:57 - 12:59Disse que temos que cuidar
primeiro do nosso quintal. -
13:00 - 13:04Acho isto um pensamento
ultrapassado e até perigoso. -
13:04 - 13:07Ou como diria o meu falecido avô,
uma grande treta. -
13:08 - 13:11O provincianismo oferece
esta falsa dicotomia -
13:11 - 13:14porque coloca os pobres de um país
contra os pobres de outro. -
13:15 - 13:18Finge que nos podemos isolar
e isolar as nações umas das outras. -
13:19 - 13:23O mundo é o nosso quintal e estamos
a ignorá-lo por nossa conta e risco. -
13:23 - 13:25Vejam o que aconteceu
quando ignorámos o Ruanda -
13:25 - 13:28quando ignoramos a Síria
e a alteração climática. -
13:28 - 13:31Os líderes políticos deviam importar-se,
-
13:31 - 13:33o impacto da alteração climática
e a pobreza extrema -
13:33 - 13:35vêm bater à nossa porta.
-
13:35 - 13:38Os cidadãos do mundo entendem isto.
-
13:38 - 13:41Vivemos numa época
que favorece os cidadãos do mundo, -
13:41 - 13:44uma época em que cada voz
pode ser ouvida. -
13:44 - 13:46Lembram-se quando, em 2002,
-
13:46 - 13:49foram assinados os Objetivos
de Desenvolvimento do Milénio? -
13:49 - 13:52O máximo que podíamos fazer nessa altura
era enviar uma carta -
13:52 - 13:53e esperar pelas próximas eleições.
-
13:54 - 13:55Não havia redes sociais.
-
13:56 - 13:59Hoje, milhões de cidadãos
têm mais ferramentas, -
13:59 - 14:01mais acesso à informação,
-
14:01 - 14:04maior capacidade de influência
do que nunca. -
14:04 - 14:08Os problemas e as ferramentas
para os resolver estão bem à nossa frente. -
14:08 - 14:10O mundo mudou,
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14:10 - 14:13e aqueles que olham
além das nossas fronteiras -
14:13 - 14:15estão do lado certo da história.
-
14:16 - 14:18Então, onde estamos nós?
-
14:18 - 14:20Fizemos este incrível festival,
-
14:20 - 14:23alcançámos
grandes vitórias políticas, -
14:23 - 14:25e os cidadãos estão
a inscrever-se pelo mundo fora. -
14:26 - 14:28Mas alcançámos o nosso objetivo?
-
14:29 - 14:30Não.
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14:30 - 14:33Temos um longo caminho a percorrer.
-
14:33 - 14:35Mas esta é a oportunidade que eu vejo.
-
14:36 - 14:39O conceito de cidadão do mundo,
-
14:40 - 14:45evidente na sua lógica mas até agora
impraticável em muitos aspetos, -
14:45 - 14:50coincidiu com este momento específico
no qual temos o privilégio de viver. -
14:50 - 14:51Como cidadãos do mundo,
-
14:51 - 14:56temos a oportunidade única de acelerar
uma mudança positiva em grande escala -
14:56 - 14:57pelo mundo.
-
14:58 - 15:00Nos próximos meses e anos,
-
15:00 - 15:03os cidadãos do mundo
vão responsabilizar os líderes -
15:03 - 15:06para garantir que os Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável -
15:06 - 15:08sejam identificados e implementados.
-
15:08 - 15:11Os cidadãos do mundo vão unir-se
às maiores ONG mundiais -
15:11 - 15:14para acabar com doenças
como a poliomielite e a malária. -
15:14 - 15:17Cidadãos do mundo vão inscrever-se
em todos os cantos do planeta, -
15:17 - 15:20aumentando a frequência, a qualidade
-
15:20 - 15:22e o impacto das suas ações.
-
15:23 - 15:25Estes sonhos são alcançáveis.
-
15:26 - 15:28Imaginem um exército de milhões
-
15:28 - 15:30a crescer para dezenas de milhões,
-
15:30 - 15:34conectados, informados, empenhados
-
15:35 - 15:37e sem aceitarem um não como resposta.
-
15:38 - 15:40Durante todos estes anos,
-
15:41 - 15:43tentei restabelecer ligação
com o Sonny Boy. -
15:45 - 15:47Infelizmente, não consegui.
-
15:49 - 15:51Conhecemo-nos muito antes
das redes sociais, -
15:51 - 15:54e a sua morada foi transferida
pelas autoridades, -
15:54 - 15:56como geralmente acontece
com as favelas. -
15:58 - 16:01Adorava sentar-me com ele,
onde quer que ele esteja, -
16:01 - 16:05e partilhar com ele o quanto me inspirou
o tempo que passei na Montanha Fumegante. -
16:07 - 16:08Graças a ele e a tantos outros,
-
16:08 - 16:12percebi a importância de fazer parte
de um movimento de pessoas, -
16:13 - 16:16de crianças dispostas a levantar
a cabeça dos ecrãs e a ver o mundo, -
16:17 - 16:18como cidadãos do mundo.
-
16:19 - 16:21Cidadãos do mundo
que se mantêm unidos, -
16:22 - 16:24que perguntam "Porquê?"
-
16:25 - 16:26que rejeitam os opositores,
-
16:27 - 16:30e abraçam as incríveis possibilidades
do mundo que partilhamos. -
16:31 - 16:33Eu sou um cidadão do mundo.
-
16:33 - 16:34E vocês?
-
16:35 - 16:36Obrigado.
-
16:36 - 16:40(Aplausos)
- Title:
- O que significa ser um cidadão do mundo?
- Speaker:
- Hugh Evans
- Description:
-
Hugh Evans começou um movimento que mobiliza "cidadãos do mundo", pessoas que se identificam em primeiro lugar não como membros de um estado, nação ou tribo mas como membros da raça humana. Neste inspirador e pessoal discurso, aprendam mais sobre como este novo entendimento do nosso lugar no mundo está a dinamizar pessoas a agir nas lutas contra a pobreza extrema, as alterações climáticas, a igualdade de género e muito mais. "Estes são os derradeiros problemas mundiais," diz Evans, "e só podem ser resolvidos por cidadãos do mundo que exigem soluções mundiais aos seus líderes."
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:56
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