Como é que uma tecnologia melhor nos pode proteger da distração | Tristan Harris | TEDxBruxelas
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0:07 - 0:08Bom dia.
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0:12 - 0:16O que é que significa aproveitar
o nosso tempo? -
0:18 - 0:20Eu gasto muito do meu tempo
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0:20 - 0:24a pensar em como devo gastar o meu tempo
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0:25 - 0:27Provavelmente demasiado.
Talvez esteja obcecado com isso. -
0:27 - 0:29Os meus amigos acham que sim.
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0:29 - 0:33Mas eu sinto que tenho que o fazer
porque, nestes dias, -
0:33 - 0:37sinto que pequenos pedaços do meu tempo
escorregam-me pelas mãos, -
0:37 - 0:38e quando isso acontece,
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0:38 - 0:42sinto que partes da minha vida
estão a fugir de mim. -
0:43 - 0:44Mais especificamente,
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0:44 - 0:47sinto que pequenas parte do meu tempo
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0:47 - 0:49fogem para várias coisas como estas.
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0:49 - 0:51Como a tecnologia — eu verifico coisas.
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0:51 - 0:53Dou-vos um exemplo.
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0:54 - 0:56Se aparece um e-mail destes
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0:56 - 0:58— quantos de vocês já receberam
um e-mail assim? -
0:58 - 1:01Fui identificado numa foto.
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1:02 - 1:03Quando isto aparece,
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1:03 - 1:07não posso deixar de clicar logo.
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1:07 - 1:10Porque, e se for uma fotografia má?
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1:10 - 1:12Eu tenho que clicar logo.
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1:12 - 1:14Mas eu não vou só clicar em "Ver foto",
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1:15 - 1:17o que realmente vou fazer é
gastar os próximos 20 minutos, -
1:17 - 1:19(Risos)
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1:19 - 1:22Mas a pior parte é que eu sei
que isto vai acontecer, -
1:22 - 1:26e mesmo sabendo que
é isso que vai acontecer -
1:26 - 1:29não me impede de
tornar a fazê-lo da próxima vez. -
1:30 - 1:33Ou então encontro-me
numa situação como esta, -
1:34 - 1:38em que consulto o meu e-mail
e puxo para baixo para atualizar. -
1:39 - 1:43Mas o que acontece é que,
60 segundos depois, -
1:43 - 1:46eu puxo para atualizar novamente.
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1:47 - 1:50Porque é que estou a fazer isto?
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1:50 - 1:52Não faz sentido nenhum
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1:53 - 1:57Mas eu dou-vos uma dica
porque é que isto está a acontecer. -
1:58 - 2:03O que é que acham que faz mais
dinheiro nos EUA -
2:03 - 2:09do que filmes, parques de diversão
e basebol, tudo junto? -
2:12 - 2:13"Slot machines".
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2:15 - 2:19Como é que as "slot machines"
conseguem fazer tanto dinheiro -
2:19 - 2:24quando se joga assim com
pequenas quantidades de dinheiro -
2:24 - 2:26Nós jogamos com moedas.
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2:26 - 2:27Como é que é possível?
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2:28 - 2:30Bem, o que acontece é...
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2:31 - 2:35o meu telemóvel é uma "slot machine".
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2:36 - 2:38Cada vez que eu vejo o meu telefone,
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2:38 - 2:40estou a jogar na "slot machine" para ver
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2:40 - 2:42o que é que eu vou ter.
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2:42 - 2:43O que é que eu vou ter?
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2:43 - 2:45Cada vez que vejo o meu e-mail,
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2:45 - 2:47estou a jogar "slot machine", dizendo:
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2:47 - 2:48"O que é que eu vou ter?"
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2:48 - 2:51Cada vez que percorro um
"feed" de notícias, -
2:51 - 2:53estou a jogar "slot machine" para ver;
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2:53 - 2:55O que é que vou ter a seguir?
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2:56 - 2:58O que acontece é que,
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2:58 - 3:01mesmo sabendo exatamente como é que
isto funciona — sou "designer", -
3:01 - 3:03sei muito bem como é
que a psicologia disto funciona, -
3:03 - 3:05sei exatamente o que se está a passar —
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3:05 - 3:07mas não me resta outra opção,
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3:07 - 3:10continuo a ser sugado nisto.
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3:10 - 3:13Então o que é que vamos fazer?
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3:13 - 3:16Porque deixa-nos nesta relação
de tudo ou nada -
3:16 - 3:18com a tecnologia.
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3:19 - 3:20Ou estamos ligados,
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3:20 - 3:23e estamos conectados
e distraídos a toda a hora, -
3:23 - 3:25ou estamos desligados,
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3:25 - 3:26mas depois ficamos a pensar:
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3:26 - 3:28Estou a perder alguma coisa importante?
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3:28 - 3:30Por outras palavras,
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3:30 - 3:31ou estamos distraídos
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3:31 - 3:34ou temos o "Medo de Perder Algo".
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3:37 - 3:41Por isso, precisamos de repor a escolha.
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3:42 - 3:44Queremos ter uma relação
com a tecnologia -
3:44 - 3:49que nos dê o poder de escolha
sobre como devemos passar o nosso tempo, -
3:49 - 3:53e nós vamos precisar de
ajuda dos "designers" -
3:53 - 3:55porque saber isto não nos ajuda.
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3:55 - 3:58Vamos precisar de ajuda do "design".
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3:58 - 4:00Então, como é que isso seria?
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4:01 - 4:04Vamos utilizar um exemplo comum a todos:
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4:04 - 4:06"Chat" — envio de mensagens.
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4:06 - 4:08Suponhamos que há duas pessoas.
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4:08 - 4:11Nancy à esquerda
que está a trabalhar num documento, -
4:11 - 4:13e o John à direita.
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4:13 - 4:14John lembra-se repentinamente,
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4:14 - 4:18"Preciso de falar com a Nancy
sobre o documento, antes que me esqueça!" -
4:20 - 4:22Por isso quando ele envia a mensagem,
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4:22 - 4:24acaba com a concentração dela.
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4:25 - 4:29É isso que fazemos a toda a hora,
estamos a arruinar a atenção um dos outros -
4:29 - 4:30esquerda e direita.
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4:30 - 4:33E há sérios custos associados a isto,
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4:33 - 4:36porque cada vez que nos
interrompemos uns aos outros, -
4:37 - 4:40leva-nos 23 minutos, em média,
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4:40 - 4:42para recuperarmos a nossa atenção.
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4:42 - 4:45Na verdade nós permutamos
entre dois projetos -
4:45 - 4:48até voltarmos ao que estávamos a fazer
inicialmente. -
4:49 - 4:52Esta é a pesquisa da Gloria Mark
juntamente com a pesquisa da Microsoft -
4:53 - 4:55que mostrou isto.
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4:55 - 4:59Essa pesquisa também mostrou
que isto cria maus hábitos. -
4:59 - 5:02Quantas mais interrupções
temos, externamente, -
5:02 - 5:06condiciona-nos e treina-nos
a interrompermo-nos sozinhos. -
5:06 - 5:10Nós auto interrompemo-nos
a cada três minutos e meio. -
5:11 - 5:12Isto é de loucos.
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5:12 - 5:14Então como é que resolvemos isto?
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5:14 - 5:17Porque a Nancy e o John estão
nesta relação de tudo ou nada. -
5:17 - 5:19A Nancy pode querer desligar,
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5:19 - 5:20mas depois fica preocupada:
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5:20 - 5:22E se estou a perder alguma coisa
importante? -
5:22 - 5:25O "design" pode corrigir este problema.
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5:25 - 5:29Suponhamos que temos novamente
a Nancy à esquerda, o John à direita. -
5:29 - 5:31E John lembra-se:
"Preciso de enviar um documento à Nancy." -
5:31 - 5:33Mas desta vez,
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5:33 - 5:35Nancy pode marcar que está ocupada.
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5:35 - 5:37Suponhamos
que ela arrasta uma barra e diz: -
5:37 - 5:39"Quero estar concentrada 30 minutos,"
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5:39 - 5:40então — bum — está concentrada.
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5:41 - 5:43Agora, quando o John quer
enviar-lhe mensagem, -
5:43 - 5:45pode tirar o pensamento da cabeça,
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5:45 - 5:48porque tem uma necessidade,
tem aquela ideia -
5:48 - 5:51e precisa de a descarregar
antes que se esqueça. -
5:51 - 5:52Mas desta vez
-
5:52 - 5:57retém as mensagens
para que a Nancy mantenha a concentração -
5:57 - 6:00e para que o John consiga tirar
o pensamento da cabeça. -
6:01 - 6:04Mas isto só acontece se
o seguinte for verdade, -
6:04 - 6:10que é, a Nancy precisa de saber que
há alguma coisa realmente importante, -
6:10 - 6:12que o John possa interromper, mesmo assim.
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6:12 - 6:18Mas em vez de ter interrupções constantes
e sem motivo, -
6:18 - 6:21estamos agora a criar
interrupções conscientes. -
6:23 - 6:24Estamos a fazer duas coisas.
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6:24 - 6:28Estamos a criar novas opções
para a Nancy e para o John, -
6:28 - 6:31mas há uma segunda coisa subtil
que estamos a fazer, também. -
6:32 - 6:36É o facto de estarmos a mudar
a pergunta ao qual estamos a responder. -
6:36 - 6:39Em vez do objetivo da conversa ser:
-
6:40 - 6:43"Vamos concebê-lo para que seja
fácil enviar uma mensagem" -
6:43 - 6:45— é esse o objetivo do "chat"
-
6:45 - 6:48deve ser muito fácil enviar
uma mensagem a alguém — -
6:48 - 6:51mudámos o objetivo para uma coisa
mais profunda e com valor humano, -
6:51 - 6:55que é: " Vamos criar a comunicação com
maior qualidade possível -
6:55 - 6:58"numa relação entre duas pessoas."
-
6:58 - 7:01Então evoluímos o objetivo.
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7:02 - 7:05Será que os "designers"
se preocupam realmente com isto? -
7:05 - 7:10Queremos ter conversas sobre o que é que
estes profundos objetivos humanos são? -
7:11 - 7:12Bem, vou-vos contar uma história
-
7:12 - 7:14passou-se há cerca de um ano,
-
7:14 - 7:16há pouco mais de um ano,
-
7:16 - 7:19eu ajudei a organizar um encontro
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7:19 - 7:24entre alguns dos mais importantes
"designers" em tecnologia e Thich Nhat Han. -
7:24 - 7:29Thich Nhat Han é um porta-voz
internacional da meditação consciente. -
7:29 - 7:31E foi o encontro mais surpreendente.—
-
7:31 - 7:33Imaginem — uma sala —
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7:33 - 7:37num lado da sala,
têm vários "geeks" da tecnologia; -
7:37 - 7:39no outro lado da sala, têm...
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7:40 - 7:41um grupo de monges budistas,
-
7:41 - 7:44de cabeça rapada,
com longas túnicas castanhas, -
7:44 - 7:48E as perguntas eram sobre
os mais profundos valores humanos, -
7:48 - 7:50tipo: "Qual será o futuro da tecnologia
-
7:50 - 7:52"quando se está a desenvolver
para as questões mais profundas -
7:52 - 7:55"e para os valores humanos
mais profundos?" -
7:55 - 7:58A nossa conversa centrou-se
em ouvir mais profundamente -
7:58 - 8:00no que é que esses valores poderão ser.
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8:01 - 8:03Ele brincou na nossa conversa que...
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8:03 - 8:06"E se, em vez de um corretor automático,
-
8:06 - 8:08"tivéssemos um corretor de compaixão?"
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8:08 - 8:12ou seja, realçava uma palavra
que podia ser acidentalmente abrasiva -
8:12 - 8:14considerada abrasiva por outra pessoa.
-
8:15 - 8:19Será que este tipo de conversa
acontece no mundo real, -
8:19 - 8:21não só nestas reuniões de "designers"?
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8:22 - 8:23Bem, a resposta é sim.
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8:23 - 8:26Uma das minhas favoritas
é o Couchsurfing. -
8:26 - 8:29Se não sabiam,
Couchsurfing é um website -
8:29 - 8:33que relaciona pessoas
que estão à procura de um lugar para ficar -
8:33 - 8:36com um sofá grátis, de alguém
que está a oferecê-lo. -
8:36 - 8:38Então, excelente serviço.
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8:38 - 8:40Qual seria o objetivo deles?
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8:40 - 8:43Para o que é que estamos a projetar
se trabalhássemos no Couchsurfing? -
8:43 - 8:47Pensaríamos que era para juntarmos
convidados com anfitriões. -
8:48 - 8:49Certo?
-
8:49 - 8:50É um bom objetivo.
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8:50 - 8:53Mas esse seria como o nosso objetivo
anterior com as mensagens, -
8:53 - 8:55onde estamos apenas a tentar
enviar uma mensagem. -
8:55 - 8:58Então qual é o mais profundo,
valor humano? -
8:58 - 9:00Bem, eles definiram o seu objetivo
-
9:00 - 9:06como a necessidade de criar
uma experiência duradoura e longa -
9:06 - 9:08entre pessoas que nunca se viram.
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9:09 - 9:12E a coisa mais impressionante sobre isto
é que, em 2007, -
9:12 - 9:14eles introduziram uma forma de medir isso,
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9:14 - 9:16o que é incrível.
-
9:16 - 9:17Vou explicar como funciona.
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9:17 - 9:19Para cada objetivo que temos,
-
9:19 - 9:21temos que ter uma
medida correspondente -
9:21 - 9:23para sabermos como está a correr.
-
9:23 - 9:24Uma forma de medir o sucesso.
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9:24 - 9:26Por isso o que eles fazem é:
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9:26 - 9:30suponhamos que pegamos
em duas pessoas que se encontraram, -
9:30 - 9:34retiramos o número de dias
que eles passaram juntos, -
9:35 - 9:39e depois estimamos quantas horas,
nesses dois dias, -
9:39 - 9:42quantas horas é que essas duas pessoas
passaram juntas? -
9:42 - 9:44Depois de elas passarem esse tempo juntas,
-
9:44 - 9:46perguntam a cada uma:
-
9:46 - 9:48"Quão positiva foi a tua experiência?
-
9:48 - 9:50"Tiveste uma boa experiência
com esta pessoa que conheceste?" -
9:51 - 9:54E subtraem a essas horas positivas
-
9:54 - 9:59a quantidade de tempo que as pessoas
passaram no website, -
9:59 - 10:02porque isso é uma despesa
na vida das pessoas. -
10:02 - 10:04Porque devemos avaliar isso
como sendo sucesso? -
10:04 - 10:06E o que resta
-
10:06 - 10:10é algo que eles referem como sendo
"rede de convivência orquestrada," -
10:10 - 10:13ou, realmente, apenas uma rede
"Bons Tempos" que foi criada. -
10:13 - 10:18As horas de rede que não existiriam
se o Couchsurfing nunca tivesse existido. -
10:19 - 10:23Conseguem imaginar o quão inspirador seria
chegar ao trabalho todos os dias -
10:23 - 10:25e medirem o vosso sucesso
-
10:25 - 10:30na verdadeira nova rede de
contribuições de horas na vida das pessoas -
10:30 - 10:32que são positivas,
e que nunca teriam existido -
10:32 - 10:35se vocês não fossem fazer o que estavam
prestes a fazer hoje no trabalho? -
10:36 - 10:41Conseguem imaginar um mundo inteiro
a funcionar desta forma? -
10:42 - 10:44Conseguem imaginar uma rede social que
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10:44 - 10:46— suponhamos que gostam de cozinhar,
-
10:46 - 10:49e que mediam o sucesso
em termos de noites de cozinha organizada -
10:49 - 10:52e os artigos de culinária
que gostaste de ler, -
10:52 - 10:55e subtraíssem a isso os artigos
que não gostaram de ler -
10:55 - 10:58ou o tempo que perderam a procurar
e que não gostaram? -
10:58 - 11:02Imaginem uma rede social profissional,
-
11:02 - 11:05que, em vez de medir o sucesso
em termos de conexões criadas -
11:05 - 11:07ou mensagens enviadas,
-
11:07 - 11:12em vez disso, media o sucesso em termos de
ofertas de emprego que pessoas receberam -
11:12 - 11:14e que ficaram contentes em receber.
-
11:14 - 11:18E subtraísse a quantidade de tempo
que as pessoas gastam no website. -
11:19 - 11:22Ou imaginem um serviço de encontros,
-
11:22 - 11:24por exemplo o Tinder ou algo idêntico,
-
11:24 - 11:27que em vez de contabilizar o número de
deslizes na tela, direita e esquerda -
11:27 - 11:29que é como se mede o sucesso atualmente,
-
11:29 - 11:35em vez disso, medisse o romantismo, e as
profundas conexões criadas entre pessoas. -
11:37 - 11:39— fosse lá o que isso fosse para elas.
-
11:42 - 11:45Mas conseguem imaginar um mundo inteiro
que funcionasse assim? -
11:45 - 11:48que vos ajudasse a passar o tempo
de uma boa forma? -
11:49 - 11:51Para fazer isto precisam
de um novo sistema, -
11:51 - 11:53porque provavelmente estão a pensar
-
11:53 - 11:56a economia da Internet hoje
— a economia de hoje em geral — -
11:56 - 11:57é medida em tempo gasto.
-
11:57 - 12:00Quantos mais utilizadores houver,
quanto mais uso houver, -
12:00 - 12:02mais tempo é gasto pelas pessoas,
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12:02 - 12:04é assim que medimos o sucesso.
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12:04 - 12:07Mas já resolvemos este problema antes.
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12:07 - 12:10Resolvemos com orgânica,
-
12:10 - 12:13dissemos que temos que dar valor
às coisas de uma forma diferente. -
12:13 - 12:16Dissemos que este é um tipo
de comida diferente. -
12:17 - 12:19Não podemos compará-lo
consoante o preço; -
12:19 - 12:21esta é uma categoria de comida diferente.
-
12:21 - 12:24Resolvemos isto com Certificação Leed,
-
12:24 - 12:27em que dissemos que isto
é um tipo de edifício diferente -
12:27 - 12:32que impôs diferentes valores
de sustentabilidade e meio ambiente. -
12:33 - 12:37E se tivéssemos algo assim
para a tecnologia? -
12:38 - 12:43E se tivéssemos algo em que todo
o seu propósito e objetivo -
12:43 - 12:48era ajudar a criar uma rede de
novas contribuições para a vida humana? -
12:49 - 12:52E se lhe conseguíssemos dar
um valor diferente, -
12:52 - 12:54para que pudesse funcionar?
-
12:55 - 12:58Imaginem que têm um espaço premium
em "app stores". -
12:59 - 13:01Imaginem se os motores de busca
vos ajudassem a encontrar -
13:01 - 13:03este tipo de produtos.
-
13:05 - 13:10Conseguem imaginar o quão emocionante
seria viver e criar esse mundo? -
13:11 - 13:14Podemos criar esse mundo hoje.
-
13:15 - 13:17Líderes de empresas,
vocês só precisam de... -
13:18 - 13:21só vocês podem priorizar uma nova métrica,
-
13:21 - 13:25que é a vossa métrica para redes positivas
que contribuem para a vida humana. -
13:26 - 13:28E tenham uma conversa honesta sobre isso.
-
13:28 - 13:30Talvez não estejam a fazer isso
corretamente, -
13:30 - 13:32mas vamos começar essa conversa.
-
13:33 - 13:37"Designers", vocês podem
redefinir o sucesso; -
13:37 - 13:39podem redefinir o "design".
-
13:39 - 13:43Indiscutivelmente, vocês têm mais poder
que muitos nas vossas organizações -
13:43 - 13:46para criar as escolhas
pelo qual todos nós vivemos. -
13:46 - 13:48Talvez como na medicina,
-
13:48 - 13:50no qual temos o juramento de
Hipócrates -
13:50 - 13:54para reconhecer a responsabilidade
e este elevado valor -
13:54 - 13:55que temos para tratar pacientes.
-
13:55 - 13:58E se os "designers" tivessem algo assim
-
13:58 - 14:00em termos deste novo tipo de "design"?
-
14:01 - 14:03E utilizadores, para todos nós,
-
14:03 - 14:06podemos exigir tecnologia
que funcione assim. -
14:07 - 14:09Agora pode parecer difícil,
-
14:09 - 14:13mas a McDonald's não tinha saladas
até o consumidor assim o exigir. -
14:15 - 14:19Walmart não tinha comida orgânica
até o consumidor exigir. -
14:19 - 14:23Temos que exigir este novo
tipo de tecnologia. -
14:24 - 14:26E podemos fazer isso.
-
14:26 - 14:28E ao fazermos isso
-
14:28 - 14:31contribuiríamos para uma mudança
de um mundo gerido e orientado -
14:31 - 14:34somente pelo tempo gasto,
-
14:35 - 14:39para um mundo gerido
por tempo bem gasto. -
14:42 - 14:44Eu quero viver neste mundo
-
14:44 - 14:46e eu quero que esta conversa aconteça.
-
14:47 - 14:49Vamos começar essa conversa agora.
-
14:50 - 14:51Obrigado
-
14:51 - 14:54(Aplausos)
- Title:
- Como é que uma tecnologia melhor nos pode proteger da distração | Tristan Harris | TEDxBruxelas
- Description:
-
Com que frequência é que a tecnologia nos interrompe de fazer o que realmente deveríamos estar a fazer? No trabalho e no lazer, nós passamos uma grande parte do tempo distraídos com sons e pop-ups... em vez de nos ajudar a rentabilizar o tempo, normalmente sentimos que a tecnologia nos rouba esse tempo. O "design thinker" Tristan Harris oferece intrigantes novas ideias para tecnologias que criam interações mais significativas. Ele pergunta: "O que é que o futuro da tecnologia parece quando estás projetando para os mais profundos valores humanos?"
Esta palestra foi feita num evento TEDx, usando o formato das Conferências TED, mas organizado de forma independente por uma comunidade local. Saiba mais em: http://ted.com/tedx
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 14:59