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Como é que uma tecnologia melhor nos pode proteger da distração | Tristan Harris | TEDxBruxelas

  • 0:07 - 0:08
    Bom dia.
  • 0:12 - 0:16
    O que é que significa aproveitar
    o nosso tempo?
  • 0:18 - 0:20
    Eu gasto muito do meu tempo
  • 0:20 - 0:24
    a pensar em como devo gastar o meu tempo
  • 0:25 - 0:27
    Provavelmente demasiado.
    Talvez esteja obcecado com isso.
  • 0:27 - 0:29
    Os meus amigos acham que sim.
  • 0:29 - 0:33
    Mas eu sinto que tenho que o fazer
    porque, nestes dias,
  • 0:33 - 0:37
    sinto que pequenos pedaços do meu tempo
    escorregam-me pelas mãos,
  • 0:37 - 0:38
    e quando isso acontece,
  • 0:38 - 0:42
    sinto que partes da minha vida
    estão a fugir de mim.
  • 0:43 - 0:44
    Mais especificamente,
  • 0:44 - 0:47
    sinto que pequenas parte do meu tempo
  • 0:47 - 0:49
    fogem para várias coisas como estas.
  • 0:49 - 0:51
    Como a tecnologia — eu verifico coisas.
  • 0:51 - 0:53
    Dou-vos um exemplo.
  • 0:54 - 0:56
    Se aparece um e-mail destes
  • 0:56 - 0:58
    — quantos de vocês já receberam
    um e-mail assim?
  • 0:58 - 1:01
    Fui identificado numa foto.
  • 1:02 - 1:03
    Quando isto aparece,
  • 1:03 - 1:07
    não posso deixar de clicar logo.
  • 1:07 - 1:10
    Porque, e se for uma fotografia má?
  • 1:10 - 1:12
    Eu tenho que clicar logo.
  • 1:12 - 1:14
    Mas eu não vou só clicar em "Ver foto",
  • 1:15 - 1:17
    o que realmente vou fazer é
    gastar os próximos 20 minutos,
  • 1:17 - 1:19
    (Risos)
  • 1:19 - 1:22
    Mas a pior parte é que eu sei
    que isto vai acontecer,
  • 1:22 - 1:26
    e mesmo sabendo que
    é isso que vai acontecer
  • 1:26 - 1:29
    não me impede de
    tornar a fazê-lo da próxima vez.
  • 1:30 - 1:33
    Ou então encontro-me
    numa situação como esta,
  • 1:34 - 1:38
    em que consulto o meu e-mail
    e puxo para baixo para atualizar.
  • 1:39 - 1:43
    Mas o que acontece é que,
    60 segundos depois,
  • 1:43 - 1:46
    eu puxo para atualizar novamente.
  • 1:47 - 1:50
    Porque é que estou a fazer isto?
  • 1:50 - 1:52
    Não faz sentido nenhum
  • 1:53 - 1:57
    Mas eu dou-vos uma dica
    porque é que isto está a acontecer.
  • 1:58 - 2:03
    O que é que acham que faz mais
    dinheiro nos EUA
  • 2:03 - 2:09
    do que filmes, parques de diversão
    e basebol, tudo junto?
  • 2:12 - 2:13
    "Slot machines".
  • 2:15 - 2:19
    Como é que as "slot machines"
    conseguem fazer tanto dinheiro
  • 2:19 - 2:24
    quando se joga assim com
    pequenas quantidades de dinheiro
  • 2:24 - 2:26
    Nós jogamos com moedas.
  • 2:26 - 2:27
    Como é que é possível?
  • 2:28 - 2:30
    Bem, o que acontece é...
  • 2:31 - 2:35
    o meu telemóvel é uma "slot machine".
  • 2:36 - 2:38
    Cada vez que eu vejo o meu telefone,
  • 2:38 - 2:40
    estou a jogar na "slot machine" para ver
  • 2:40 - 2:42
    o que é que eu vou ter.
  • 2:42 - 2:43
    O que é que eu vou ter?
  • 2:43 - 2:45
    Cada vez que vejo o meu e-mail,
  • 2:45 - 2:47
    estou a jogar "slot machine", dizendo:
  • 2:47 - 2:48
    "O que é que eu vou ter?"
  • 2:48 - 2:51
    Cada vez que percorro um
    "feed" de notícias,
  • 2:51 - 2:53
    estou a jogar "slot machine" para ver;
  • 2:53 - 2:55
    O que é que vou ter a seguir?
  • 2:56 - 2:58
    O que acontece é que,
  • 2:58 - 3:01
    mesmo sabendo exatamente como é que
    isto funciona — sou "designer",
  • 3:01 - 3:03
    sei muito bem como é
    que a psicologia disto funciona,
  • 3:03 - 3:05
    sei exatamente o que se está a passar —
  • 3:05 - 3:07
    mas não me resta outra opção,
  • 3:07 - 3:10
    continuo a ser sugado nisto.
  • 3:10 - 3:13
    Então o que é que vamos fazer?
  • 3:13 - 3:16
    Porque deixa-nos nesta relação
    de tudo ou nada
  • 3:16 - 3:18
    com a tecnologia.
  • 3:19 - 3:20
    Ou estamos ligados,
  • 3:20 - 3:23
    e estamos conectados
    e distraídos a toda a hora,
  • 3:23 - 3:25
    ou estamos desligados,
  • 3:25 - 3:26
    mas depois ficamos a pensar:
  • 3:26 - 3:28
    Estou a perder alguma coisa importante?
  • 3:28 - 3:30
    Por outras palavras,
  • 3:30 - 3:31
    ou estamos distraídos
  • 3:31 - 3:34
    ou temos o "Medo de Perder Algo".
  • 3:37 - 3:41
    Por isso, precisamos de repor a escolha.
  • 3:42 - 3:44
    Queremos ter uma relação
    com a tecnologia
  • 3:44 - 3:49
    que nos dê o poder de escolha
    sobre como devemos passar o nosso tempo,
  • 3:49 - 3:53
    e nós vamos precisar de
    ajuda dos "designers"
  • 3:53 - 3:55
    porque saber isto não nos ajuda.
  • 3:55 - 3:58
    Vamos precisar de ajuda do "design".
  • 3:58 - 4:00
    Então, como é que isso seria?
  • 4:01 - 4:04
    Vamos utilizar um exemplo comum a todos:
  • 4:04 - 4:06
    "Chat" — envio de mensagens.
  • 4:06 - 4:08
    Suponhamos que há duas pessoas.
  • 4:08 - 4:11
    Nancy à esquerda
    que está a trabalhar num documento,
  • 4:11 - 4:13
    e o John à direita.
  • 4:13 - 4:14
    John lembra-se repentinamente,
  • 4:14 - 4:18
    "Preciso de falar com a Nancy
    sobre o documento, antes que me esqueça!"
  • 4:20 - 4:22
    Por isso quando ele envia a mensagem,
  • 4:22 - 4:24
    acaba com a concentração dela.
  • 4:25 - 4:29
    É isso que fazemos a toda a hora,
    estamos a arruinar a atenção um dos outros
  • 4:29 - 4:30
    esquerda e direita.
  • 4:30 - 4:33
    E há sérios custos associados a isto,
  • 4:33 - 4:36
    porque cada vez que nos
    interrompemos uns aos outros,
  • 4:37 - 4:40
    leva-nos 23 minutos, em média,
  • 4:40 - 4:42
    para recuperarmos a nossa atenção.
  • 4:42 - 4:45
    Na verdade nós permutamos
    entre dois projetos
  • 4:45 - 4:48
    até voltarmos ao que estávamos a fazer
    inicialmente.
  • 4:49 - 4:52
    Esta é a pesquisa da Gloria Mark
    juntamente com a pesquisa da Microsoft
  • 4:53 - 4:55
    que mostrou isto.
  • 4:55 - 4:59
    Essa pesquisa também mostrou
    que isto cria maus hábitos.
  • 4:59 - 5:02
    Quantas mais interrupções
    temos, externamente,
  • 5:02 - 5:06
    condiciona-nos e treina-nos
    a interrompermo-nos sozinhos.
  • 5:06 - 5:10
    Nós auto interrompemo-nos
    a cada três minutos e meio.
  • 5:11 - 5:12
    Isto é de loucos.
  • 5:12 - 5:14
    Então como é que resolvemos isto?
  • 5:14 - 5:17
    Porque a Nancy e o John estão
    nesta relação de tudo ou nada.
  • 5:17 - 5:19
    A Nancy pode querer desligar,
  • 5:19 - 5:20
    mas depois fica preocupada:
  • 5:20 - 5:22
    E se estou a perder alguma coisa
    importante?
  • 5:22 - 5:25
    O "design" pode corrigir este problema.
  • 5:25 - 5:29
    Suponhamos que temos novamente
    a Nancy à esquerda, o John à direita.
  • 5:29 - 5:31
    E John lembra-se:
    "Preciso de enviar um documento à Nancy."
  • 5:31 - 5:33
    Mas desta vez,
  • 5:33 - 5:35
    Nancy pode marcar que está ocupada.
  • 5:35 - 5:37
    Suponhamos
    que ela arrasta uma barra e diz:
  • 5:37 - 5:39
    "Quero estar concentrada 30 minutos,"
  • 5:39 - 5:40
    então — bum — está concentrada.
  • 5:41 - 5:43
    Agora, quando o John quer
    enviar-lhe mensagem,
  • 5:43 - 5:45
    pode tirar o pensamento da cabeça,
  • 5:45 - 5:48
    porque tem uma necessidade,
    tem aquela ideia
  • 5:48 - 5:51
    e precisa de a descarregar
    antes que se esqueça.
  • 5:51 - 5:52
    Mas desta vez
  • 5:52 - 5:57
    retém as mensagens
    para que a Nancy mantenha a concentração
  • 5:57 - 6:00
    e para que o John consiga tirar
    o pensamento da cabeça.
  • 6:01 - 6:04
    Mas isto só acontece se
    o seguinte for verdade,
  • 6:04 - 6:10
    que é, a Nancy precisa de saber que
    há alguma coisa realmente importante,
  • 6:10 - 6:12
    que o John possa interromper, mesmo assim.
  • 6:12 - 6:18
    Mas em vez de ter interrupções constantes
    e sem motivo,
  • 6:18 - 6:21
    estamos agora a criar
    interrupções conscientes.
  • 6:23 - 6:24
    Estamos a fazer duas coisas.
  • 6:24 - 6:28
    Estamos a criar novas opções
    para a Nancy e para o John,
  • 6:28 - 6:31
    mas há uma segunda coisa subtil
    que estamos a fazer, também.
  • 6:32 - 6:36
    É o facto de estarmos a mudar
    a pergunta ao qual estamos a responder.
  • 6:36 - 6:39
    Em vez do objetivo da conversa ser:
  • 6:40 - 6:43
    "Vamos concebê-lo para que seja
    fácil enviar uma mensagem"
  • 6:43 - 6:45
    — é esse o objetivo do "chat"
  • 6:45 - 6:48
    deve ser muito fácil enviar
    uma mensagem a alguém —
  • 6:48 - 6:51
    mudámos o objetivo para uma coisa
    mais profunda e com valor humano,
  • 6:51 - 6:55
    que é: " Vamos criar a comunicação com
    maior qualidade possível
  • 6:55 - 6:58
    "numa relação entre duas pessoas."
  • 6:58 - 7:01
    Então evoluímos o objetivo.
  • 7:02 - 7:05
    Será que os "designers"
    se preocupam realmente com isto?
  • 7:05 - 7:10
    Queremos ter conversas sobre o que é que
    estes profundos objetivos humanos são?
  • 7:11 - 7:12
    Bem, vou-vos contar uma história
  • 7:12 - 7:14
    passou-se há cerca de um ano,
  • 7:14 - 7:16
    há pouco mais de um ano,
  • 7:16 - 7:19
    eu ajudei a organizar um encontro
  • 7:19 - 7:24
    entre alguns dos mais importantes
    "designers" em tecnologia e Thich Nhat Han.
  • 7:24 - 7:29
    Thich Nhat Han é um porta-voz
    internacional da meditação consciente.
  • 7:29 - 7:31
    E foi o encontro mais surpreendente.—
  • 7:31 - 7:33
    Imaginem — uma sala —
  • 7:33 - 7:37
    num lado da sala,
    têm vários "geeks" da tecnologia;
  • 7:37 - 7:39
    no outro lado da sala, têm...
  • 7:40 - 7:41
    um grupo de monges budistas,
  • 7:41 - 7:44
    de cabeça rapada,
    com longas túnicas castanhas,
  • 7:44 - 7:48
    E as perguntas eram sobre
    os mais profundos valores humanos,
  • 7:48 - 7:50
    tipo: "Qual será o futuro da tecnologia
  • 7:50 - 7:52
    "quando se está a desenvolver
    para as questões mais profundas
  • 7:52 - 7:55
    "e para os valores humanos
    mais profundos?"
  • 7:55 - 7:58
    A nossa conversa centrou-se
    em ouvir mais profundamente
  • 7:58 - 8:00
    no que é que esses valores poderão ser.
  • 8:01 - 8:03
    Ele brincou na nossa conversa que...
  • 8:03 - 8:06
    "E se, em vez de um corretor automático,
  • 8:06 - 8:08
    "tivéssemos um corretor de compaixão?"
  • 8:08 - 8:12
    ou seja, realçava uma palavra
    que podia ser acidentalmente abrasiva
  • 8:12 - 8:14
    considerada abrasiva por outra pessoa.
  • 8:15 - 8:19
    Será que este tipo de conversa
    acontece no mundo real,
  • 8:19 - 8:21
    não só nestas reuniões de "designers"?
  • 8:22 - 8:23
    Bem, a resposta é sim.
  • 8:23 - 8:26
    Uma das minhas favoritas
    é o Couchsurfing.
  • 8:26 - 8:29
    Se não sabiam,
    Couchsurfing é um website
  • 8:29 - 8:33
    que relaciona pessoas
    que estão à procura de um lugar para ficar
  • 8:33 - 8:36
    com um sofá grátis, de alguém
    que está a oferecê-lo.
  • 8:36 - 8:38
    Então, excelente serviço.
  • 8:38 - 8:40
    Qual seria o objetivo deles?
  • 8:40 - 8:43
    Para o que é que estamos a projetar
    se trabalhássemos no Couchsurfing?
  • 8:43 - 8:47
    Pensaríamos que era para juntarmos
    convidados com anfitriões.
  • 8:48 - 8:49
    Certo?
  • 8:49 - 8:50
    É um bom objetivo.
  • 8:50 - 8:53
    Mas esse seria como o nosso objetivo
    anterior com as mensagens,
  • 8:53 - 8:55
    onde estamos apenas a tentar
    enviar uma mensagem.
  • 8:55 - 8:58
    Então qual é o mais profundo,
    valor humano?
  • 8:58 - 9:00
    Bem, eles definiram o seu objetivo
  • 9:00 - 9:06
    como a necessidade de criar
    uma experiência duradoura e longa
  • 9:06 - 9:08
    entre pessoas que nunca se viram.
  • 9:09 - 9:12
    E a coisa mais impressionante sobre isto
    é que, em 2007,
  • 9:12 - 9:14
    eles introduziram uma forma de medir isso,
  • 9:14 - 9:16
    o que é incrível.
  • 9:16 - 9:17
    Vou explicar como funciona.
  • 9:17 - 9:19
    Para cada objetivo que temos,
  • 9:19 - 9:21
    temos que ter uma
    medida correspondente
  • 9:21 - 9:23
    para sabermos como está a correr.
  • 9:23 - 9:24
    Uma forma de medir o sucesso.
  • 9:24 - 9:26
    Por isso o que eles fazem é:
  • 9:26 - 9:30
    suponhamos que pegamos
    em duas pessoas que se encontraram,
  • 9:30 - 9:34
    retiramos o número de dias
    que eles passaram juntos,
  • 9:35 - 9:39
    e depois estimamos quantas horas,
    nesses dois dias,
  • 9:39 - 9:42
    quantas horas é que essas duas pessoas
    passaram juntas?
  • 9:42 - 9:44
    Depois de elas passarem esse tempo juntas,
  • 9:44 - 9:46
    perguntam a cada uma:
  • 9:46 - 9:48
    "Quão positiva foi a tua experiência?
  • 9:48 - 9:50
    "Tiveste uma boa experiência
    com esta pessoa que conheceste?"
  • 9:51 - 9:54
    E subtraem a essas horas positivas
  • 9:54 - 9:59
    a quantidade de tempo que as pessoas
    passaram no website,
  • 9:59 - 10:02
    porque isso é uma despesa
    na vida das pessoas.
  • 10:02 - 10:04
    Porque devemos avaliar isso
    como sendo sucesso?
  • 10:04 - 10:06
    E o que resta
  • 10:06 - 10:10
    é algo que eles referem como sendo
    "rede de convivência orquestrada,"
  • 10:10 - 10:13
    ou, realmente, apenas uma rede
    "Bons Tempos" que foi criada.
  • 10:13 - 10:18
    As horas de rede que não existiriam
    se o Couchsurfing nunca tivesse existido.
  • 10:19 - 10:23
    Conseguem imaginar o quão inspirador seria
    chegar ao trabalho todos os dias
  • 10:23 - 10:25
    e medirem o vosso sucesso
  • 10:25 - 10:30
    na verdadeira nova rede de
    contribuições de horas na vida das pessoas
  • 10:30 - 10:32
    que são positivas,
    e que nunca teriam existido
  • 10:32 - 10:35
    se vocês não fossem fazer o que estavam
    prestes a fazer hoje no trabalho?
  • 10:36 - 10:41
    Conseguem imaginar um mundo inteiro
    a funcionar desta forma?
  • 10:42 - 10:44
    Conseguem imaginar uma rede social que
  • 10:44 - 10:46
    — suponhamos que gostam de cozinhar,
  • 10:46 - 10:49
    e que mediam o sucesso
    em termos de noites de cozinha organizada
  • 10:49 - 10:52
    e os artigos de culinária
    que gostaste de ler,
  • 10:52 - 10:55
    e subtraíssem a isso os artigos
    que não gostaram de ler
  • 10:55 - 10:58
    ou o tempo que perderam a procurar
    e que não gostaram?
  • 10:58 - 11:02
    Imaginem uma rede social profissional,
  • 11:02 - 11:05
    que, em vez de medir o sucesso
    em termos de conexões criadas
  • 11:05 - 11:07
    ou mensagens enviadas,
  • 11:07 - 11:12
    em vez disso, media o sucesso em termos de
    ofertas de emprego que pessoas receberam
  • 11:12 - 11:14
    e que ficaram contentes em receber.
  • 11:14 - 11:18
    E subtraísse a quantidade de tempo
    que as pessoas gastam no website.
  • 11:19 - 11:22
    Ou imaginem um serviço de encontros,
  • 11:22 - 11:24
    por exemplo o Tinder ou algo idêntico,
  • 11:24 - 11:27
    que em vez de contabilizar o número de
    deslizes na tela, direita e esquerda
  • 11:27 - 11:29
    que é como se mede o sucesso atualmente,
  • 11:29 - 11:35
    em vez disso, medisse o romantismo, e as
    profundas conexões criadas entre pessoas.
  • 11:37 - 11:39
    — fosse lá o que isso fosse para elas.
  • 11:42 - 11:45
    Mas conseguem imaginar um mundo inteiro
    que funcionasse assim?
  • 11:45 - 11:48
    que vos ajudasse a passar o tempo
    de uma boa forma?
  • 11:49 - 11:51
    Para fazer isto precisam
    de um novo sistema,
  • 11:51 - 11:53
    porque provavelmente estão a pensar
  • 11:53 - 11:56
    a economia da Internet hoje
    — a economia de hoje em geral —
  • 11:56 - 11:57
    é medida em tempo gasto.
  • 11:57 - 12:00
    Quantos mais utilizadores houver,
    quanto mais uso houver,
  • 12:00 - 12:02
    mais tempo é gasto pelas pessoas,
  • 12:02 - 12:04
    é assim que medimos o sucesso.
  • 12:04 - 12:07
    Mas já resolvemos este problema antes.
  • 12:07 - 12:10
    Resolvemos com orgânica,
  • 12:10 - 12:13
    dissemos que temos que dar valor
    às coisas de uma forma diferente.
  • 12:13 - 12:16
    Dissemos que este é um tipo
    de comida diferente.
  • 12:17 - 12:19
    Não podemos compará-lo
    consoante o preço;
  • 12:19 - 12:21
    esta é uma categoria de comida diferente.
  • 12:21 - 12:24
    Resolvemos isto com Certificação Leed,
  • 12:24 - 12:27
    em que dissemos que isto
    é um tipo de edifício diferente
  • 12:27 - 12:32
    que impôs diferentes valores
    de sustentabilidade e meio ambiente.
  • 12:33 - 12:37
    E se tivéssemos algo assim
    para a tecnologia?
  • 12:38 - 12:43
    E se tivéssemos algo em que todo
    o seu propósito e objetivo
  • 12:43 - 12:48
    era ajudar a criar uma rede de
    novas contribuições para a vida humana?
  • 12:49 - 12:52
    E se lhe conseguíssemos dar
    um valor diferente,
  • 12:52 - 12:54
    para que pudesse funcionar?
  • 12:55 - 12:58
    Imaginem que têm um espaço premium
    em "app stores".
  • 12:59 - 13:01
    Imaginem se os motores de busca
    vos ajudassem a encontrar
  • 13:01 - 13:03
    este tipo de produtos.
  • 13:05 - 13:10
    Conseguem imaginar o quão emocionante
    seria viver e criar esse mundo?
  • 13:11 - 13:14
    Podemos criar esse mundo hoje.
  • 13:15 - 13:17
    Líderes de empresas,
    vocês só precisam de...
  • 13:18 - 13:21
    só vocês podem priorizar uma nova métrica,
  • 13:21 - 13:25
    que é a vossa métrica para redes positivas
    que contribuem para a vida humana.
  • 13:26 - 13:28
    E tenham uma conversa honesta sobre isso.
  • 13:28 - 13:30
    Talvez não estejam a fazer isso
    corretamente,
  • 13:30 - 13:32
    mas vamos começar essa conversa.
  • 13:33 - 13:37
    "Designers", vocês podem
    redefinir o sucesso;
  • 13:37 - 13:39
    podem redefinir o "design".
  • 13:39 - 13:43
    Indiscutivelmente, vocês têm mais poder
    que muitos nas vossas organizações
  • 13:43 - 13:46
    para criar as escolhas
    pelo qual todos nós vivemos.
  • 13:46 - 13:48
    Talvez como na medicina,
  • 13:48 - 13:50
    no qual temos o juramento de
    Hipócrates
  • 13:50 - 13:54
    para reconhecer a responsabilidade
    e este elevado valor
  • 13:54 - 13:55
    que temos para tratar pacientes.
  • 13:55 - 13:58
    E se os "designers" tivessem algo assim
  • 13:58 - 14:00
    em termos deste novo tipo de "design"?
  • 14:01 - 14:03
    E utilizadores, para todos nós,
  • 14:03 - 14:06
    podemos exigir tecnologia
    que funcione assim.
  • 14:07 - 14:09
    Agora pode parecer difícil,
  • 14:09 - 14:13
    mas a McDonald's não tinha saladas
    até o consumidor assim o exigir.
  • 14:15 - 14:19
    Walmart não tinha comida orgânica
    até o consumidor exigir.
  • 14:19 - 14:23
    Temos que exigir este novo
    tipo de tecnologia.
  • 14:24 - 14:26
    E podemos fazer isso.
  • 14:26 - 14:28
    E ao fazermos isso
  • 14:28 - 14:31
    contribuiríamos para uma mudança
    de um mundo gerido e orientado
  • 14:31 - 14:34
    somente pelo tempo gasto,
  • 14:35 - 14:39
    para um mundo gerido
    por tempo bem gasto.
  • 14:42 - 14:44
    Eu quero viver neste mundo
  • 14:44 - 14:46
    e eu quero que esta conversa aconteça.
  • 14:47 - 14:49
    Vamos começar essa conversa agora.
  • 14:50 - 14:51
    Obrigado
  • 14:51 - 14:54
    (Aplausos)
Title:
Como é que uma tecnologia melhor nos pode proteger da distração | Tristan Harris | TEDxBruxelas
Description:

Com que frequência é que a tecnologia nos interrompe de fazer o que realmente deveríamos estar a fazer? No trabalho e no lazer, nós passamos uma grande parte do tempo distraídos com sons e pop-ups... em vez de nos ajudar a rentabilizar o tempo, normalmente sentimos que a tecnologia nos rouba esse tempo. O "design thinker" Tristan Harris oferece intrigantes novas ideias para tecnologias que criam interações mais significativas. Ele pergunta: "O que é que o futuro da tecnologia parece quando estás projetando para os mais profundos valores humanos?"

Esta palestra foi feita num evento TEDx, usando o formato das Conferências TED, mas organizado de forma independente por uma comunidade local. Saiba mais em: http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
14:59

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