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Como dizer o que pensamos

  • 0:01 - 0:05
    Dizer o que pensamos é difícil.
  • 0:05 - 0:10
    Entendi o real significado
    desta frase há um mês,
  • 0:10 - 0:13
    quando a minha mulher e eu
    fomos pais pela primeira vez.
  • 0:13 - 0:15
    Foi um momento fantástico.
  • 0:15 - 0:17
    Foi emocionante e eufórico,
  • 0:17 - 0:20
    mas foi também assustador
    e aterrador.
  • 0:21 - 0:25
    Ficou particularmente aterrador
    quando chegámos a casa do hospital
  • 0:25 - 0:26
    e estávamos inseguros
  • 0:26 - 0:30
    se o nosso pequeno bebé estava a ter
    nutrientes suficientes da amamentação.
  • 0:31 - 0:34
    Queríamos chamar a nossa pediatra,
  • 0:34 - 0:37
    mas também não queríamos dar
    uma má primeira impressão
  • 0:37 - 0:39
    ou parecer uns pais malucos e neuróticos.
  • 0:39 - 0:41
    Então ficámos preocupados.
  • 0:41 - 0:42
    E esperámos.
  • 0:42 - 0:45
    Quando chegámos
    ao consultório médico no dia seguinte,
  • 0:45 - 0:49
    ela deu-lhe de imediato um complemento
    porque ele estava muito desidratado.
  • 0:49 - 0:51
    O nosso filho agora está bem
  • 0:51 - 0:54
    e a nossa médica assegurou-nos
    que podíamos contactá-la sempre.
  • 0:54 - 0:56
    Mas naquele momento,
  • 0:56 - 0:59
    eu devia ter dito o que penso,
    mas não o fiz.
  • 0:59 - 1:02
    Por vezes, dizemos o que pensamos
    quando não devíamos.
  • 1:02 - 1:06
    Aprendi isto há mais de 10 anos
    quando desiludi o meu irmão gémeo.
  • 1:07 - 1:09
    O meu irmão gémeo
    é realizador de documentários,
  • 1:09 - 1:11
    e num dos seus primeiros filmes,
  • 1:11 - 1:13
    recebeu uma proposta
    de uma empresa distribuidora
  • 1:13 - 1:15
    Ele estava entusiasmado,
  • 1:15 - 1:17
    e estava inclinado
    a aceitar a proposta.
  • 1:17 - 1:20
    Mas, enquanto investigador de negócios,
  • 1:20 - 1:23
    eu insisti que ele fizesse
    uma contra proposta,
  • 1:23 - 1:26
    e ajudei-o a criar a proposta perfeita.
  • 1:26 - 1:28
    E era perfeita
  • 1:28 - 1:30
    — era perfeitamente insultuosa.
  • 1:30 - 1:32
    A companhia sentiu-se tão ofendida,
  • 1:32 - 1:34
    que, literalmente, retirou a proposta
  • 1:34 - 1:36
    e o meu irmão ficou sem nada.
  • 1:36 - 1:40
    Eu falei a pessoas por todo
    o mundo acerca deste dilema:
  • 1:40 - 1:42
    quando é que podemos ser assertivos,
  • 1:42 - 1:44
    zelar pelos nossos interesses,
  • 1:44 - 1:46
    expressar uma opinião,
  • 1:46 - 1:48
    fazer uma tarefa ambiciosa.
  • 1:49 - 1:53
    A gama destas histórias
    é variada e diversa,
  • 1:53 - 1:56
    mas elas constituem também
    uma tapeçaria universal.
  • 1:56 - 1:59
    Posso corrigir o meu chefe
    quando ele comete um erro?
  • 1:59 - 2:03
    Posso confrontar o meu colega
    que insiste em prejudicar-me?
  • 2:03 - 2:06
    Posso contestar
    a piada insensível do meu amigo?
  • 2:06 - 2:10
    Posso dizer à pessoa que mais amo
    as minhas inseguranças mais profundas?
  • 2:11 - 2:14
    Através destas experiências
    comecei a reconhecer
  • 2:14 - 2:18
    que cada um de nós tem algo chamado
    um limite de comportamento aceitável.
  • 2:18 - 2:23
    Por vezes somos demasiado fortes
    puxamos demasiado por nós,
  • 2:23 - 2:25
    Foi o que aconteceu com o meu irmão.
  • 2:25 - 2:29
    Mesmo fazer uma proposta estava fora
    do seu limite de comportamento aceitável.
  • 2:29 - 2:31
    Mas, por vezes, somos muito fracos.
  • 2:31 - 2:33
    Foi o que aconteceu comigo
    e com a minha mulher.
  • 2:33 - 2:36
    Neste limite de comportamentos aceitáveis,
  • 2:36 - 2:39
    quando ficamos dentro do nosso limite,
    somos recompensados.
  • 2:39 - 2:43
    Quando saímos fora desse limite,
    somos castigados de várias maneiras.
  • 2:43 - 2:46
    Somos rejeitados ou rebaixados
    e até mesmo ostracizados.
  • 2:46 - 2:49
    Ou perdemos aquele aumento
    ou aquela promoção ou aquele negócio.
  • 2:50 - 2:53
    A primeira coisa que temos de saber é:
  • 2:53 - 2:54
    Qual é o meu limite?
  • 2:55 - 2:59
    Mas o ponto chave é
    que o nosso limite não é fixo;
  • 2:59 - 3:01
    é na verdade bastante dinâmico.
  • 3:01 - 3:05
    Expande-se ou estreita-se
    conforme o contexto.
  • 3:05 - 3:09
    O que determina o nosso limite,
    mais do que qualquer outra coisa,
  • 3:10 - 3:11
    é o nosso poder.
  • 3:11 - 3:14
    O nosso poder determina o nosso limite.
  • 3:14 - 3:15
    Que poder é esse?
  • 3:15 - 3:17
    O poder surge de muitas formas.
  • 3:17 - 3:20
    Em negociações, surge
    na forma de alternativas.
  • 3:20 - 3:22
    O meu irmão não tinha alternativas,
  • 3:22 - 3:23
    faltava-lhe poder.
  • 3:23 - 3:25
    A empresa tinha muitas alternativas;
  • 3:25 - 3:26
    eles tinham poder.
  • 3:26 - 3:29
    Por vezes é ser-se novo num país,
    como um imigrante,
  • 3:29 - 3:31
    ou novo numa organização
  • 3:31 - 3:32
    ou novo numa experiência,
  • 3:32 - 3:34
    como a minha mulher
    e eu enquanto pais.
  • 3:34 - 3:36
    Por vezes é no trabalho,
  • 3:36 - 3:39
    quando alguém é o chefe
    e alguém é o subordinado.
  • 3:39 - 3:40
    Por vezes é nas relações,
  • 3:40 - 3:43
    quando uma pessoa é mais dotada
    do que a outra.
  • 3:43 - 3:47
    E o ponto chave é que,
    quando se tem muito poder,
  • 3:47 - 3:49
    o nosso limite é mais amplo.
  • 3:49 - 3:51
    Temos muita margem
    na forma como nos comportamos.
  • 3:52 - 3:54
    Mas quando não temos poder,
    o nosso limite estreita-se.
  • 3:55 - 3:56
    Temos muito pouca margem.
  • 3:57 - 4:00
    O problema é que, quando
    o nosso limite se estreita,
  • 4:00 - 4:04
    isso produz algo chamado
    de vínculo duplo de pouco poder.
  • 4:04 - 4:07
    Este vínculo duplo do pouco poder acontece
  • 4:07 - 4:10
    quando, se não dissermos o que pensamos,
    passamos despercebidos,
  • 4:11 - 4:13
    mas se o fizermos, somos castigados.
  • 4:13 - 4:16
    Muitos de vocês já ouviram
    falar do termo "vínculo duplo"
  • 4:16 - 4:19
    e relacionam-no
    com uma coisa, o sexo.
  • 4:19 - 4:23
    Neste vínculo, as mulheres que não dizem
    o que pensam passam despercebidas,
  • 4:23 - 4:26
    e as que o fazem são castigadas.
  • 4:26 - 4:31
    A questão é que as mulheres precisam
    de se afirmar, tal como os homens,
  • 4:31 - 4:33
    mas têm barreiras para o fazer.
  • 4:34 - 4:37
    O que a minha pesquisa mostrou
    nas últimas duas décadas
  • 4:37 - 4:41
    é que o que parece ser
    uma diferença de sexos
  • 4:41 - 4:43
    não é realmente
    um vínculo duplo de sexo,
  • 4:43 - 4:46
    é na verdade um vínculo duplo
    de pouco poder.
  • 4:46 - 4:48
    E o que parece ser
    uma diferença de sexos
  • 4:48 - 4:51
    é muitas vezes uma diferença
    de poder disfarçada.
  • 4:51 - 4:54
    Muitas vezes vemos uma diferença
    entre um homem e uma mulher
  • 4:54 - 4:56
    ou entre homens e mulheres,
    e pensamos:
  • 4:56 - 4:57
    "Causa biológica.
  • 4:57 - 5:00
    "Existe algo fundamentalmente
    diferente nos dois sexos."
  • 5:00 - 5:02
    Mas, estudo após estudo,
  • 5:02 - 5:06
    descobri que a melhor explicação
    para tantas diferenças nos sexos
  • 5:07 - 5:08
    é, na verdade, o poder.
  • 5:08 - 5:11
    Por isso, é o vínculo duplo
    de pouco poder.
  • 5:12 - 5:17
    E este vínculo significa
    que temos um limite estreito,
  • 5:17 - 5:19
    e que nos falta poder.
  • 5:19 - 5:20
    Temos um limite estreito,
  • 5:20 - 5:22
    e o nosso vínculo duplo
    é muito grande.
  • 5:22 - 5:25
    Temos de procurar formas
    de expandir o nosso limite.
  • 5:25 - 5:26
    Nas últimas duas décadas,
  • 5:26 - 5:29
    os meus colegas e eu descobrimos
    duas coisas importantes.
  • 5:30 - 5:34
    A primeira: Parecemos
    poderosos aos nossos olhos.
  • 5:34 - 5:38
    A segunda: Parecemos poderosos
    aos olhos dos outros.
  • 5:38 - 5:39
    Quando me sinto poderoso,
  • 5:40 - 5:42
    sinto-me confiante, não receoso.
  • 5:42 - 5:44
    Expando o meu limite.
  • 5:44 - 5:46
    Quando os outros
    me veem como poderoso,
  • 5:47 - 5:49
    eles dão-me um limite mais amplo.
  • 5:49 - 5:54
    Então, precisamos de ferramentas
    para expandir o nosso limite.
  • 5:54 - 5:56
    E hoje vou dar-vos
    um conjunto de ferramentas.
  • 5:56 - 5:58
    Dizer o que pensamos é arriscado,
  • 5:59 - 6:02
    mas estas ferramentas
    vão fazer baixar esse risco.
  • 6:03 - 6:09
    A primeira ferramenta que vos vou dar
    foi descoberta nas negociações
  • 6:09 - 6:10
    num achado importante.
  • 6:10 - 6:14
    Em média, as mulheres fazem
    propostas menos ambiciosas
  • 6:14 - 6:18
    e têm menos contrapartidas
    do que os homens nas negociações.
  • 6:18 - 6:21
    Mas a Hannah Riley Bowles
    e a Emily Amanatullah descobriram
  • 6:21 - 6:25
    uma situação em que as mulheres têm
    as mesmas contrapartidas do que os homens
  • 6:25 - 6:27
    e são igualmente ambiciosas.
  • 6:27 - 6:31
    É quando defendem outros.
  • 6:31 - 6:33
    Quando defendem outros,
  • 6:33 - 6:38
    descobrem o seu limite
    e expandem-no nas suas mentes.
  • 6:38 - 6:40
    Tornam-se mais assertivas.
  • 6:40 - 6:43
    Isto, por vezes, chama-se:
    "o efeito mãe galinha."
  • 6:43 - 6:46
    Como uma galinha
    a defender os seus pintos,
  • 6:46 - 6:50
    quando defendemos os outros,
    podemos descobrir a nossa própria voz.
  • 6:50 - 6:53
    Mas, por vezes, temos
    de nos defender a nós próprios.
  • 6:53 - 6:55
    Como é que fazemos isso?
  • 6:55 - 6:59
    Umas das ferramentas mais importantes
    que temos para nos defendermos
  • 6:59 - 7:01
    é algo chamado
    tomada de perspetiva.
  • 7:01 - 7:04
    A tomada de perspetiva
    é algo muito simples:
  • 7:04 - 7:08
    é simplesmente olhar para o mundo
    através dos olhos de outra pessoa.
  • 7:09 - 7:13
    É uma das ferramentas mais importantes
    que temos para expandir o nosso limite.
  • 7:13 - 7:15
    Quando eu assume a vossa perspetiva,
  • 7:15 - 7:17
    e penso no que vocês querem realmente,
  • 7:17 - 7:20
    é mais provável que me deem
    o que eu quero realmente.
  • 7:21 - 7:23
    Mas eis o problema:
  • 7:23 - 7:25
    A tomada de perspetiva é muito difícil.
  • 7:25 - 7:27
    Vamos fazer uma pequena experiência.
  • 7:27 - 7:30
    Quero que levantem as mãos assim:
  • 7:30 - 7:31
    o vosso dedo — para cima.
  • 7:32 - 7:36
    E quero que escrevam
    um "E" maiúsculo na testa,
  • 7:36 - 7:38
    o mais depressa possível.
  • 7:40 - 7:43
    Ok, parece que podemos escrever
    este "E" de duas maneiras possíveis.
  • 7:43 - 7:47
    Isto foi originalmente criado como
    um teste de tomada de perspetiva.
  • 7:47 - 7:49
    Vou mostrar-vos duas fotografias
  • 7:49 - 7:51
    de alguém com um "E" na sua testa
  • 7:51 - 7:53
    — a minha antiga aluna, Erika Hall.
  • 7:53 - 7:55
    E podem ver ali,
  • 7:55 - 7:57
    que é o "E" correto.
  • 7:57 - 8:00
    Desenhei a letra de forma
    a parecer um "E" a outra pessoa.
  • 8:00 - 8:02
    Esta é o "E" da tomada de perspetiva
  • 8:02 - 8:05
    porque parece um "E"
    do ponto de vista de outra pessoa.
  • 8:05 - 8:08
    Mas este "E" aqui é focado
    apenas em si mesmo.
  • 8:09 - 8:11
    Estamos muitas vezes focados em nós.
  • 8:11 - 8:14
    Particularmente, se estivermos numa crise.
  • 8:14 - 8:16
    Quero falar-vos
    de uma crise em particular.
  • 8:16 - 8:20
    Um homem entra num banco
    em Watsonville, na Califórnia e diz:
  • 8:21 - 8:23
    "Dê-me 2000 dólares,
  • 8:23 - 8:25
    "ou faço o banco ir pelo ar
    com uma bomba."
  • 8:26 - 8:28
    A gestora do banco não lhe deu o dinheiro.
  • 8:28 - 8:29
    Deu um passo atrás.
  • 8:30 - 8:31
    Assumiu a perspetiva dele
  • 8:31 - 8:34
    e percebeu algo muito importante.
  • 8:34 - 8:37
    Ele tinha pedido uma quantia
    específica de dinheiro.
  • 8:37 - 8:38
    Então disse:
  • 8:39 - 8:41
    "Porque é que pediu 2000 dólares?"
  • 8:41 - 8:42
    E ele respondeu:
  • 8:42 - 8:44
    "O meu amigo vai ser despejado
  • 8:44 - 8:47
    a não ser que eu arranje
    2000 dólares imediatamente."
  • 8:47 - 8:48
    E ela disse:
  • 8:48 - 8:51
    "Ah! Então não quer roubar o banco,
    quer um empréstimo."
  • 8:51 - 8:52
    (Risos)
  • 8:52 - 8:54
    "Porque é que não vem
    até ao meu gabinete,
  • 8:54 - 8:56
    "e preenchemos a papelada?"
  • 8:56 - 8:57
    (Risos)
  • 8:57 - 9:02
    A sua rápida tomada de perspetiva
    resolveu uma situação explosiva.
  • 9:02 - 9:04
    Quando tomamos a perspetiva de alguém,
  • 9:04 - 9:09
    isso permite-nos ser ambiciosos
    e assertivos, continuando a ser simpáticos.
  • 9:09 - 9:12
    Eis uma outra forma
    de ser assertivo e simpático,
  • 9:12 - 9:15
    que é mostrar flexibilidade.
  • 9:15 - 9:19
    Agora, imaginem que são um vendedor
    e querem vender um carro a alguém.
  • 9:20 - 9:24
    É mais provável que concretizem
    a venda se lhe derem duas opções.
  • 9:24 - 9:26
    Digamos que a opção A é:
  • 9:26 - 9:29
    24 000 dólares pelo carro
    mais uma garantia de cinco anos.
  • 9:29 - 9:30
    Ou a opção B:
  • 9:31 - 9:33
    23 000 dólares
    e uma garantia de três anos.
  • 9:34 - 9:37
    A minha pesquisa mostra que, quando
    se oferece uma escolha às pessoas,
  • 9:37 - 9:39
    isso baixa as suas defesas,
  • 9:39 - 9:42
    e é mais provável
    que aceitem a vossa oferta.
  • 9:42 - 9:44
    Isto não funciona apenas com vendedores;
  • 9:44 - 9:46
    também funciona com os pais.
  • 9:46 - 9:48
    Quando a minha sobrinha tinha quatro anos,
  • 9:48 - 9:50
    não queria que a vestissem
    e rejeitava tudo.
  • 9:50 - 9:53
    Mas a minha cunhada
    teve uma ideia brilhante.
  • 9:53 - 9:56
    "E se eu desse uma escolha à minha filha?"
  • 9:56 - 9:58
    - Esta camisa ou aquela?
    - Ok, aquela camisa.
  • 9:58 - 10:00
    - Estas calças ou aquelas?
    - Ok, aquelas calças.
  • 10:00 - 10:02
    Funcionou às mil maravilhas.
  • 10:02 - 10:05
    Vestia-se depressa e sem resistência.
  • 10:05 - 10:08
    Quando perguntei às pessoas
    por todo o mundo
  • 10:08 - 10:10
    quando se sentem confortáveis
    para dizer o que pensam,
  • 10:10 - 10:11
    a resposta número um é:
  • 10:11 - 10:16
    "Quando tenho apoio social na audiência;
    quando tenho aliados."
  • 10:16 - 10:20
    Então queremos aliados do nosso lado.
  • 10:20 - 10:21
    Como é que fazemos isso?
  • 10:22 - 10:24
    Bem, uma das formas
    é ser uma mãe galinha.
  • 10:24 - 10:26
    Quando defendemos os outros.
  • 10:26 - 10:29
    expandimos o nosso limite
    aos nossos e aos olhos dos outros,
  • 10:29 - 10:31
    mas também ganhamos aliados fortes.
  • 10:32 - 10:37
    Outra forma de ganhar aliados fortes,
    especialmente em lugares de topo,
  • 10:37 - 10:39
    é pedir conselhos aos outros.
  • 10:39 - 10:45
    Quando pedimos um conselho,
    gostam de nós porque as estamos a elogiar,
  • 10:45 - 10:47
    e a expressar humildade.
  • 10:47 - 10:50
    E isto também resulta para resolver
    outro vínculo duplo.
  • 10:51 - 10:53
    O vínculo duplo da autopromoção.
  • 10:53 - 10:55
    O vínculo duplo da autopromoção
  • 10:55 - 10:58
    é que, se não divulgarmos
    os nossos feitos,
  • 10:58 - 10:59
    ninguém vai reparar.
  • 10:59 - 11:02
    Mas, se o fizermos,
    deixamos de ser simpáticos.
  • 11:02 - 11:05
    Mas, se pedirmos um conselho
    acerca de um dos nossos feitos,
  • 11:05 - 11:10
    parecemos competentes aos seus olhos
    e também somos simpáticos.
  • 11:10 - 11:13
    Isto é tão poderoso
  • 11:13 - 11:15
    que funciona, mesmo quando
    sabemos que vai acontecer.
  • 11:15 - 11:20
    Houve várias vezes na minha vida
    em que fui avisado
  • 11:20 - 11:24
    de que uma pessoa com pouco poder
    foi aconselhada a pedir-me conselhos.
  • 11:24 - 11:27
    Quero que reparem em três coisas nisto:
  • 11:27 - 11:30
    Primeiro, eu sabia que eles
    viriam ter comigo pedir conselhos.
  • 11:30 - 11:34
    Segundo, eu tinha pesquisado
    sobre os benefícios estratégicos
  • 11:34 - 11:35
    de pedir conselhos.
  • 11:36 - 11:38
    E terceiro, funcionou na mesma!
  • 11:39 - 11:40
    Assumi as suas perspetivas,
  • 11:40 - 11:42
    Fiquei mais interessado
    nas suas decisões,
  • 11:42 - 11:46
    Fiquei mais comprometido com eles
    por me terem pedido conselhos.
  • 11:46 - 11:50
    Outra altura em que nos sentimos
    mais confiantes para dizer o que pensamos
  • 11:50 - 11:52
    é quando temos conhecimento.
  • 11:52 - 11:54
    O conhecimento dá-nos credibilidade.
  • 11:55 - 11:58
    Quando temos muito poder,
    já temos credibilidade.
  • 11:58 - 11:59
    Só precisamos de uma boa prova.
  • 12:00 - 12:03
    Quando não temos poder,
    não temos credibilidade.
  • 12:03 - 12:05
    Precisamos de uma prova excelente.
  • 12:05 - 12:09
    Uma das formas de passarmos
    por um especialista
  • 12:09 - 12:11
    é explorar a nossa paixão.
  • 12:12 - 12:16
    Nos próximos dias quero
    que toda a gente vá ter com um amigo
  • 12:16 - 12:17
    e lhe diga:
  • 12:17 - 12:20
    "Quero que me descrevas uma paixão tua."
  • 12:21 - 12:23
    Tive pessoas a fazer isto
    por todo o mundo
  • 12:23 - 12:25
    e perguntei-lhes:
  • 12:25 - 12:27
    "O que repararam na outra pessoa
  • 12:27 - 12:29
    "quando vos descreveu a sua paixão?"
  • 12:29 - 12:31
    A resposta foi sempre a mesma.
  • 12:31 - 12:33
    "Os seus olhos aumentaram
    e começaram a brilhar."
  • 12:33 - 12:36
    "Fizeram um sorriso enorme."
  • 12:36 - 12:37
    "Gesticularam muito
  • 12:37 - 12:40
    "— tive de me desviar das suas mãos.
  • 12:40 - 12:42
    "Falaram muito depressa
    e num tom mais agudo.
  • 12:42 - 12:43
    (Risos)
  • 12:43 - 12:46
    "Inclinaram-se como se me estivessem
    a dizer um segredo."
  • 12:46 - 12:47
    E depois eu disse-lhes:
  • 12:47 - 12:50
    "O que vos aconteceu enquanto os ouviam?"
  • 12:50 - 12:53
    Eles responderam:
    "Os meus olhos brilharam.
  • 12:53 - 12:54
    "Sorri.
  • 12:54 - 12:55
    "Inclinei-me."
  • 12:55 - 12:57
    Quando exploramos a nossa paixão,
  • 12:57 - 13:01
    damos a nós mesmos,
    aos nossos olhos, a coragem de falar,
  • 13:01 - 13:04
    mas recebemos também
    a permissão dos outros para falar.
  • 13:05 - 13:10
    Explorar a nossa paixão funciona
    mesmo quando parecemos muito fracos.
  • 13:11 - 13:15
    Tanto os homens como as mulheres
    são castigados no trabalho quando choram.
  • 13:15 - 13:22
    Mas a Lizzie Wolf demonstrou que, quando
    mostramos emoções enquanto paixão,
  • 13:22 - 13:28
    a condenação do nosso choro desparece
    tanto para homens como para mulheres.
  • 13:29 - 13:32
    Quero terminar com algumas
    palavras do meu falecido pai
  • 13:32 - 13:34
    que foram proferidas
    no casamento do meu irmão.
  • 13:35 - 13:36
    Aqui está uma fotografia nossa.
  • 13:38 - 13:40
    O meu pai era psicólogo tal como eu,
  • 13:40 - 13:44
    mas a sua verdadeira paixão era o cinema,
  • 13:44 - 13:45
    tal como o meu irmão.
  • 13:45 - 13:48
    Então, ele escreveu um discurso
    para o casamento do meu irmão
  • 13:48 - 13:51
    sobre o papel que desempenhamos
    na comédia humana e disse:
  • 13:51 - 13:53
    "Quanto mais leve o nosso toque,
  • 13:53 - 13:57
    "melhor nos tornamos a melhorar
    e a enriquecer o nosso desempenho.
  • 13:57 - 14:01
    "Aqueles que aceitam o seu papel
    e tentam melhorar o seu desempenho
  • 14:02 - 14:05
    "crescem, mudam e expandem-se.
  • 14:05 - 14:06
    "Façam-no bem,
  • 14:06 - 14:09
    "e os vossos dias
    serão muito mais felizes."
  • 14:09 - 14:11
    O que o meu pai estava a dizer
  • 14:11 - 14:14
    é que nos foram atribuídos
    vários papéis e limites neste mundo.
  • 14:15 - 14:19
    Mas ele estava também a falar
    da essência desta palestra:
  • 14:19 - 14:24
    estes papéis e limites estão
    constantemente a expandir-se e a evoluir.
  • 14:25 - 14:27
    Por isso, quando a cena o pede,
  • 14:27 - 14:29
    sejam uma mãe galinha feroz
  • 14:29 - 14:31
    e procurem conselhos, humildemente.
  • 14:32 - 14:36
    Tenham provas excelentes
    e aliados fortes.
  • 14:36 - 14:38
    Tomem perspetivas de forma apaixonada.
  • 14:39 - 14:40
    E se usarem estas ferramentas
  • 14:41 - 14:44
    — e cada um de vocês pode
    usar estas ferramentas —
  • 14:44 - 14:48
    vão expandir o vosso limite
    de comportamento aceitável,
  • 14:48 - 14:51
    e os vossos dias vão
    ser muito mais alegres.
  • 14:52 - 14:53
    Obrigado.
  • 14:53 - 14:56
    (Aplausos)
Title:
Como dizer o que pensamos
Speaker:
Adam Galinsky
Description:

Dizer o que pensamos é difícil, mesmo quando sabemos que o deveríamos fazer. Aprenda a ser mais assertivo, a navegar por situações sociais traiçoeiras e a expandir o seu poder pessoal com a sábia orientação do psicólogo social Adam Galinsky.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
15:08
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    http://www.amara.org/en/teams/ted/tasks/?team_video=414443
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