Mais uma razão para ter uma boa noite de sono
-
0:01 - 0:03Dormir.
-
0:03 - 0:06É uma coisa em que gastamos
cerca de um terço da nossa vida. -
0:06 - 0:09Mas sabemos realmente do que se trata?
-
0:09 - 0:11Há dois mil anos, Galeno,
-
0:11 - 0:14um dos mais destacados
investigadores médicos da Antiguidade, -
0:15 - 0:17defendeu que, quando estamos acordados,
-
0:17 - 0:20a força motora do nosso cérebro,
o seu sumo, -
0:20 - 0:23fluía para todas as outras partes do corpo,
-
0:23 - 0:26animando-as, mas deixando
o cérebro esgotado. -
0:26 - 0:28Ele pensava que, quando dormíamos,
-
0:28 - 0:31toda essa humidade
que enchia o resto do corpo -
0:31 - 0:32voltava atrás,
-
0:32 - 0:34voltando a hidratar o cérebro
-
0:34 - 0:36e a refrescar o espírito.
-
0:37 - 0:39Isto, hoje, parece-nos
uma coisa muito ridícula, -
0:39 - 0:41mas Galeno estava apenas a tentar explicar
-
0:41 - 0:43uma coisa sobre o sono
-
0:43 - 0:45com que lidamos todos os dias.
-
0:45 - 0:47Todos sabemos, por experiência própria,
-
0:47 - 0:50que, quando dormimos, limpamos o espírito
-
0:50 - 0:52e, quando não dormimos,
-
0:52 - 0:54o nosso espírito fica nublado.
-
0:54 - 0:57Embora hoje saibamos
muito mais sobre o sono -
0:57 - 0:59do que no tempo de Galeno,
-
0:59 - 1:02ainda não compreendemos
porque é que o sono, -
1:02 - 1:03entre todas as nossas atividades,
-
1:03 - 1:06tem esta incrível função
reparadora para o espírito. -
1:07 - 1:10Portanto, quero falar hoje
sobre a investigação recente -
1:10 - 1:13que pode lançar alguma luz
sobre esta questão. -
1:12 - 1:16Descobrimos que o sono pode ser
-
1:16 - 1:18uma espécie de elegante solução
-
1:18 - 1:21para algumas das necessidades
mais básicas do cérebro, -
1:21 - 1:23uma forma única de o cérebro resolver
-
1:23 - 1:26as grandes exigências
e as estreitas margens -
1:26 - 1:29que o colocam à parte
de todos os outros órgãos do corpo. -
1:31 - 1:34Quase toda a biologia que observamos
-
1:34 - 1:37pode ser encarada
como uma série de problemas -
1:37 - 1:38e soluções correspondentes.
-
1:38 - 1:41O primeiro problema
que todos os órgãos têm que resolver -
1:41 - 1:43é um fornecimento contínuo de nutrientes
-
1:43 - 1:46para alimentar todas as células do corpo.
-
1:46 - 1:48No cérebro, isso é especialmente crítico.
-
1:48 - 1:50A sua intensa atividade elétrica gasta
-
1:50 - 1:53um quarto de todo o abastecimento
de energia ao corpo, -
1:53 - 1:55apesar de o cérebro corresponder
-
1:55 - 1:58apenas a 2% da massa do corpo.
-
1:58 - 2:00O sistema circulatório
-
2:00 - 2:02resolve o problema
do consumo de nutrientes -
2:02 - 2:06enviando vasos sanguíneos
para abastecer de nutrientes e oxigénio -
2:06 - 2:08todos os cantos do nosso corpo.
-
2:09 - 2:11Podemos ver isso aqui neste vídeo.
-
2:11 - 2:13Estamos a ver aqui os vasos sanguíneos
-
2:13 - 2:15no cérebro de um rato vivo.
-
2:16 - 2:18Os vasos sanguíneos
formam uma rede complexa -
2:18 - 2:21que preenche todo o volume do cérebro.
-
2:21 - 2:22Começam na superfície do cérebro,
-
2:22 - 2:25depois mergulham no próprio tecido.
-
2:25 - 2:29À medida que se espalham,
fornecem nutrientes e oxigénio -
2:29 - 2:32a todas as células do cérebro.
-
2:34 - 2:36Tal como cada célula exige
-
2:36 - 2:38nutrientes para se alimentar,
-
2:38 - 2:41cada célula também produz
resíduos como subproduto. -
2:41 - 2:43A limpeza desses resíduos
-
2:43 - 2:45é o segundo problema básico
-
2:45 - 2:48que cada órgão tem que resolver.
-
2:48 - 2:51Este diagrama mostra
o sistema linfático do corpo, -
2:51 - 2:53que evoluiu para satisfazer
esta necessidade. -
2:53 - 2:56É uma segunda rede de vasos, paralela,
-
2:56 - 2:58que se estende por todo o corpo.
-
2:58 - 3:00Agarra em proteínas e outros resíduos
-
3:00 - 3:02dos espaços entre as células,
-
3:02 - 3:05recolhe-os e depois despeja-os no sangue
-
3:05 - 3:07para poderem ser eliminados.
-
3:07 - 3:09Se olharem com atenção
para este diagrama, -
3:09 - 3:12verão uma coisa que não faz muito sentido.
-
3:12 - 3:15Se ampliarmos a cabeça deste tipo,
-
3:15 - 3:17uma das coisas que ali veremos
-
3:17 - 3:20é que não há vasos linfáticos no cérebro.
-
3:21 - 3:24Isto não faz muito sentido, pois não?
-
3:25 - 3:28Quer dizer, o cérebro
é este órgão extremamente ativo -
3:28 - 3:31que produz uma grande quantidade
de resíduos correspondentes -
3:31 - 3:33que têm que ser limpos eficazmente.
-
3:33 - 3:35No entanto, não tem vasos linfáticos,
-
3:35 - 3:38o que significa que a solução
que o resto do corpo assume -
3:38 - 3:40para limpar esses resíduos
-
3:40 - 3:42não funciona no cérebro.
-
3:43 - 3:45Então, como é que o cérebro resolve
-
3:45 - 3:47o problema da limpeza dos seus resíduos?
-
3:47 - 3:50Esta questão, aparentemente rotineira
-
3:50 - 3:53foi o que motivou o nosso grupo
a agarrar nesta história. -
3:54 - 3:56O que descobrimos,
-
3:56 - 3:58quando vasculhámos o cérebro,
-
3:58 - 4:01entre os neurónios e os vasos sanguíneos,
-
4:01 - 4:03foi que a solução do cérebro
-
4:03 - 4:06para o problema da limpeza de resíduos,
-
4:06 - 4:08era mesmo inesperada.
-
4:08 - 4:10Era engenhosa,
-
4:10 - 4:12mas também era belíssima.
-
4:13 - 4:15Vou contar-vos o que descobrimos.
-
4:15 - 4:19O cérebro tem uma grande bolsa
de fluido limpo e claro, -
4:19 - 4:22chamado líquido cefalorraquidiano.
-
4:22 - 4:23Chamamos-lhe LCR.
-
4:23 - 4:26O LCR preenche o espaço
que rodeia o cérebro. -
4:26 - 4:28Os resíduos do interior do cérebro
-
4:28 - 4:30escoam para o LCR
-
4:30 - 4:33que despeja para o sangue,
juntamente com os resíduos. -
4:33 - 4:37Assim, é muito parecido
com o sistema linfático, não é? -
4:37 - 4:40Mas o que é interessante
é que o fluido e os resíduos -
4:40 - 4:42do interior do cérebro
-
4:42 - 4:44não percorrem o seu caminho ao acaso
-
4:44 - 4:46para saírem destas bolsas de LCR.
-
4:46 - 4:50Pelo contrário, há uma rede
especializada de "canalização" -
4:50 - 4:54que organiza e facilita este processo.
-
4:54 - 4:56Podemos ver isso nestes vídeos.
-
4:56 - 5:00Aqui, voltamos a ver a imagem
do cérebro de ratos vivos. -
5:01 - 5:03A imagem da esquerda mostra
-
5:03 - 5:05o que acontece à superfície do cérebro,
-
5:05 - 5:06e a imagem da direita mostra
-
5:06 - 5:09o que acontece por baixo
da superfície do cérebro -
5:09 - 5:10no interior do próprio tecido.
-
5:10 - 5:12Marcámos os vasos sanguíneos a vermelho
-
5:12 - 5:14e o LCR que rodeia o cérebro
-
5:14 - 5:16vai aparecer a verde.
-
5:16 - 5:18O que nos surpreendeu
-
5:18 - 5:21foi que o fluido no exterior do cérebro
-
5:21 - 5:24não se mantinha no exterior.
-
5:24 - 5:27Pelo contrário, o LCR era empurrado
-
5:27 - 5:30para o interior do cérebro
-
5:30 - 5:32no espaço exterior aos vasos sanguíneos
-
5:32 - 5:35e, quando inundava o cérebro
-
5:35 - 5:36no exterior desses vasos,
-
5:36 - 5:39estava a ajudar a remover,
-
5:39 - 5:42a limpar os resíduos dos espaços
-
5:42 - 5:44entre as células do cérebro.
-
5:45 - 5:46Pensando bem,
-
5:46 - 5:50usar assim o exterior
destes vasos sanguíneos -
5:50 - 5:52é de facto uma solução muito inteligente
-
5:52 - 5:57porque o cérebro está encerrado
num crânio rígido -
5:57 - 5:59e está repleto de células.
-
5:59 - 6:02Portanto não tem espaço extra lá dentro
-
6:02 - 6:05para um segundo conjunto de vasos,
como o sistema linfático. -
6:05 - 6:07Mas os vasos sanguíneos
-
6:07 - 6:09estendem-se desde a superfície do cérebro
-
6:09 - 6:11até atingirem cada uma
das células do cérebro, -
6:11 - 6:13o que significa que este fluido
-
6:13 - 6:16que viaja por entre esses vasos
-
6:16 - 6:19pode atingir facilmente
todo o volume do cérebro. -
6:19 - 6:22Assim, isto é uma forma muito inteligente
-
6:22 - 6:25de fazer com que um conjunto de vasos,
os vasos sanguíneos, -
6:25 - 6:28assumam e substituam a função
-
6:28 - 6:31de um segundo conjunto de vasos,
os vasos linfáticos, -
6:31 - 6:34para fazer isso e, portanto,
não precisamos deles. -
6:34 - 6:36O espantoso é que
não há nenhum outro órgão -
6:36 - 6:38que tenha esta solução
-
6:38 - 6:41para se libertar dos resíduos
entre as células. -
6:41 - 6:45Esta é uma solução
totalmente exclusiva do cérebro. -
6:47 - 6:49Mas a nossa descoberta mais surpreendente
-
6:49 - 6:51foi que tudo isto,
-
6:51 - 6:53tudo o que acabei de dizer,
-
6:53 - 6:57com todo este fluido
a percorrer o cérebro, -
6:57 - 6:59só acontece no cérebro adormecido.
-
7:01 - 7:02Aqui, o vídeo à esquerda
-
7:02 - 7:05mostra a quantidade de LCR
que se movimenta -
7:05 - 7:08através do cérebro dum rato vivo
que está acordado. -
7:08 - 7:10Praticamente não há nenhum.
-
7:10 - 7:12Mas, no mesmo animal,
-
7:12 - 7:15se esperarmos um pouco
até que ele adormeça, -
7:15 - 7:17o que vemos é que o LCR
-
7:17 - 7:20está a inundar o cérebro.
-
7:20 - 7:22Descobrimos que, ao mesmo tempo,
-
7:22 - 7:25quando o cérebro adormece,
-
7:25 - 7:27as próprias células parecem encolher,
-
7:27 - 7:29abrindo espaços entre elas,
-
7:29 - 7:32permitindo que o fluido penetre
-
7:32 - 7:34e permitindo que os resíduos sejam limpos.
-
7:34 - 7:36Portanto, parece que Galeno
-
7:36 - 7:38pode ter estado na pista certa,
-
7:38 - 7:42quando escreveu sobre um fluido
que percorria o cérebro -
7:42 - 7:43quando começávamos a dormir.
-
7:43 - 7:47A nossa investigação, 2000 anos depois,
-
7:47 - 7:49sugere que o que acontece
-
7:49 - 7:51é que, quando o cérebro está acordado
-
7:51 - 7:53e está na sua atividade máxima,
-
7:53 - 7:56adia para mais tarde
a limpeza dos resíduos -
7:56 - 7:59dos espaços entre as células.
-
7:59 - 8:00Depois, quando adormece
-
8:00 - 8:03e não precisa de estar tão ativo,
-
8:03 - 8:05muda para uma espécie de modo de limpeza
-
8:05 - 8:07para eliminar os resíduos
-
8:07 - 8:09dos espaços entre as células,
-
8:09 - 8:11os resíduos que se acumulam durante o dia.
-
8:11 - 8:13É um pouco como pormos de lado
-
8:13 - 8:16as nossas tarefas caseiras
durante a semana de trabalho -
8:16 - 8:18quando não temos tempo para as fazer
-
8:18 - 8:21e depois, efetuarmos todas as limpezas
que precisamos de fazer -
8:21 - 8:23quando chega o fim de semana.
-
8:24 - 8:27Ora bem, falei muito
sobre a limpeza de resíduos -
8:27 - 8:29mas não fui muito específico
-
8:29 - 8:30sobre os tipos de resíduos
-
8:30 - 8:33que o cérebro precisa de eliminar
durante o sono, -
8:33 - 8:35a fim de se manter saudável.
-
8:35 - 8:37O resíduo, em que estes estudos recentes
-
8:37 - 8:39mais se concentraram, é a beta-amiloide
-
8:39 - 8:42que é uma proteína que o cérebro
está sempre a produzir. -
8:42 - 8:45O meu cérebro está a produzir
beta-amiloide neste momento, -
8:45 - 8:46e o vosso também.
-
8:46 - 8:48Mas, em pacientes
com a doença de Alzheimer, -
8:48 - 8:51a beta-amiloide concentra-se e agrega-se
-
8:51 - 8:53nos espaços entre as células do cérebro,
-
8:53 - 8:56em vez de ser eliminada,
como devia acontecer. -
8:56 - 8:58É esta concentração de beta-amiloide
-
8:58 - 9:01que se julga ser
um dos passos fundamentais -
9:01 - 9:03no desenvolvimento dessa terrível doença.
-
9:03 - 9:06Medimos a velocidade com que
a beta-amiloide é eliminada do cérebro, -
9:06 - 9:08quando ele está acordado
-
9:08 - 9:10e quando ele está a dormir.
-
9:10 - 9:11Descobrimos que, de facto,
-
9:11 - 9:13a limpeza da beta-amiloide
-
9:13 - 9:17é muito mais rápida no cérebro adormecido.
-
9:18 - 9:20Portanto, se o sono
-
9:20 - 9:22faz parte da solução do cérebro
-
9:22 - 9:24para o problema da limpeza de resíduos,
-
9:24 - 9:26então isso pode mudar drasticamente
a forma como encaramos -
9:26 - 9:28a relação entre o sono,
-
9:28 - 9:31a beta-amiloide e a doença de Alzheimer.
-
9:31 - 9:33Uma série de estudos clínicos recentes
-
9:33 - 9:35sugere que, entre pacientes
-
9:35 - 9:38que ainda não desenvolveram
a doença de Alzheimer, -
9:38 - 9:41uma pior qualidade de sono
e a duração do sono -
9:41 - 9:44estão associadas a uma maior quantidade
-
9:44 - 9:46de concentração
de beta-amiloide no cérebro. -
9:46 - 9:48Embora seja importante assinalar
-
9:48 - 9:50que estes estudos não provam
-
9:50 - 9:52que a falta de sono ou um sono deficiente
-
9:52 - 9:54provocam a doença de Alzheimer,
-
9:54 - 9:57sugerem que a dificuldade do cérebro
-
9:57 - 9:59em manter a casa limpa,
-
9:59 - 10:02eliminando resíduos, como a beta-amiloide,
-
10:02 - 10:04pode contribuir para o desenvolvimento
-
10:04 - 10:06de doenças como a de Alzheimer.
-
10:07 - 10:09Assim, o que esta
nova investigação nos diz -
10:09 - 10:11é que uma coisa que todos nós
-
10:11 - 10:13já sabíamos sobre o sono,
-
10:13 - 10:15que até Galeno compreendia acerca do sono,
-
10:15 - 10:18— que ele refresca e limpa o espírito —
-
10:18 - 10:20pode na verdade ser uma parte importante
-
10:20 - 10:22do que, afinal, o sono é.
-
10:22 - 10:26Estão a ver, vocês e eu,
vamos dormir todas as noites, -
10:26 - 10:29mas o nosso cérebro nunca descansa.
-
10:29 - 10:31Enquanto o nosso corpo está parado
-
10:31 - 10:34e o nosso espírito anda a passear
algures em sonhos, -
10:34 - 10:35o elegante maquinismo do cérebro
-
10:35 - 10:37está silenciosamente a trabalhar a sério,
-
10:37 - 10:39a limpar e a fazer a manutenção
-
10:39 - 10:42desta máquina incrivelmente complexa.
-
10:42 - 10:46Tal como o nosso trabalho caseiro,
é uma tarefa suja e ingrata. -
10:46 - 10:48mas também é importante.
-
10:48 - 10:51Na nossa casa, se deixarmos
de limpar a cozinha, -
10:51 - 10:53durante um mês,
-
10:53 - 10:56a nossa casa fica totalmente
impossível de se viver -
10:56 - 10:57muito rapidamente.
-
10:57 - 10:59Mas no cérebro, as consequências
-
10:59 - 11:02de qualquer falha, podem ser muito maiores
-
11:02 - 11:04do que o embaraço de bancadas sujas,
-
11:04 - 11:07porque, quando se trata
de limpar o cérebro, -
11:07 - 11:09é a própria saúde e função
-
11:09 - 11:12do espírito e do corpo que estão em jogo,
-
11:12 - 11:14razão por que compreender hoje
-
11:14 - 11:19essas funções de manutenção
muito básicas do cérebro -
11:19 - 11:22pode ser fundamental para evitar e tratar
-
11:22 - 11:24doenças do espírito amanhã.
-
11:25 - 11:26Obrigado.
-
11:26 - 11:29(Aplausos)
- Title:
- Mais uma razão para ter uma boa noite de sono
- Speaker:
- Jeff Iliff
- Description:
-
O cérebro utiliza um quarto de todo o abastecimento de energia do corpo, mas só é responsável por cerca de 2% da massa do corpo. Como é que este órgão especial recebe e, talvez ainda mais importante, se liberta de nutrientes vitais? As novas investigações sugerem que isso tem a ver com o sono.
- Video Language:
- English
- Team:
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- TEDTalks
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Margarida Ferreira
Na revisão foi corrigo amiloide para amilóide. Segundo o novo acordo, amiloide não leva acento.