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Como ver além de sua própria perspectiva e encontrar a verdade

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    Imagine que você tivesse
    seu smartphone minimizado
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    e ligado diretamente ao seu cérebro.
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    Se você tivesse esse chip no cérebro,
  • 0:10 - 0:12
    seria capaz de carregar
    e descarregar na internet
  • 0:12 - 0:14
    na velocidade do pensamento.
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    Acessar as redes sociais
    ou a Wikipedia seria muito parecido,
  • 0:17 - 0:19
    ao menos por dentro,
  • 0:19 - 0:21
    com consultar sua própria memória.
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    Seria tão fácil e íntimo como pensar.
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    Mas seria fácil para você
    saber o que é verdade?
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    Só porque um modo de acessar
    informação é mais rápido
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    não significa que ele
    é mais confiável, claro,
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    e não significa que todos nós
    o interpretaríamos da mesma maneira.
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    E não significa que seríamos
    melhores em avaliá-lo.
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    Na verdade, poderia ser até pior
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    porque, quanto mais informação,
    menos tempo para avaliação.
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    Algo parecido já está
    ocorrendo conosco agora.
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    Nós já carregamos um mundo
    de informação em nossos bolsos.
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    Porém, parece que quanto mais informação
    compartilhamos e acessamos na rede,
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    mais difícil pode ser notarmos a diferença
    entre o que é real e o que é falso.
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    É como se soubéssemos mais,
    mas entendêssemos menos.
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    Agora, é uma característica
    da vida moderna, eu suponho,
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    que uma grande faixa do público
    vive em bolhas isoladas de informação.
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    Estamos polarizados: não só
    sobre os valores, mas sobre os fatos.
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    Uma razão para isso é:
    a análise de dados que move a internet
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    não nos dá apenas mais informação,
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    mas nos dá mais
    da informação que queremos.
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    Nossa vida na rede é personalizada;
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    tudo, desde as propagandas que lemos
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    até as notícias que chegam
    ao nosso "feed" do Facebook,
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    é ajustado para satisfazer
    nossas preferências.
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    Enquanto adquirimos mais informação,
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    muitas dessas informações resultam
    num reflexo de nós mesmos,
  • 1:44 - 1:47
    tanto quanto a realidade.
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    Isso acaba, eu suponho,
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    inchando nossas bolhas
    em vez de rompê-las.
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    Então, talvez não seja surpresa
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    que estejamos em uma situação paradoxal,
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    de pensar que sabemos muito mais,
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    mas não concordar sobre o que sabemos.
  • 2:05 - 2:09
    Como vamos solucionar este problema
    da polarização do conhecimento?
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    Uma tática óbvia é tentar
    consertar nossa tecnologia,
  • 2:13 - 2:15
    redesenhar nossas plataformas digitais,
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    fazendo-as menos suscetíveis
    à polarização.
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    Eu me alegro ao informar
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    que muitos gênios no Google e no Facebook
    estão trabalhando justamente nisso.
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    Esses projetos são vitais.
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    Acho que consertar a tecnologia
    é obviamente muito importante,
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    mas não acho que só consertar a tecnologia
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    vai resolver o problema
    da polarização do conhecimento.
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    Eu não acredito nisso
    porque, no final das contas,
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    não acho que seja um problema tecnológico.
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    Acho que é um problema humano,
  • 2:44 - 2:47
    que tem a ver com o que pensamos
    e a que damos valor.
  • 2:48 - 2:51
    Para resolver, eu acho
    que nós vamos precisar de ajuda.
  • 2:51 - 2:54
    Precisaremos de ajuda
    da psicologia e das ciências políticas.
  • 2:54 - 2:57
    Também precisaremos,
    de ajuda, acho, da filosofia.
  • 2:59 - 3:02
    Porque para solucionar o problema
    de polarização do conhecimento,
  • 3:04 - 3:06
    nós precisaremos reconectar
  • 3:06 - 3:10
    com uma ideia filosófica fundamental:
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    que vivemos em uma realidade em comum.
  • 3:15 - 3:20
    A ideia de uma realidade comum, suponho,
    é como muitos conceitos filosóficos:
  • 3:20 - 3:21
    fácil de expor,
  • 3:21 - 3:24
    mas misteriosamente difícil
    de colocar em prática.
  • 3:25 - 3:26
    Para aceitá-la,
  • 3:26 - 3:29
    acho que precisamos fazer três coisas,
  • 3:29 - 3:31
    cada qual é um desafio agora.
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    Primeiro, precisamos acreditar na verdade.
  • 3:36 - 3:40
    Você deve ter notado que nossa cultura
    está tendo uma relação conturbada
  • 3:40 - 3:42
    com esse conceito no momento.
  • 3:43 - 3:46
    Parece que discordamos tanto que,
  • 3:46 - 3:49
    como um comentarista
    político disse há tempos,
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    é como se não existissem mais fatos.
  • 3:53 - 3:57
    Aquele pensamento é,
    na realidade, uma expressão
  • 3:57 - 4:01
    de uma sedutora linha de discussão
    que está pairando no ar.
  • 4:02 - 4:03
    É assim:
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    não podemos sair
    de nossas próprias perspectivas,
  • 4:07 - 4:10
    não podemos sair
    de nossas próprias inclinações.
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    Toda vez que tentamos,
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    recebemos mais informação
    das nossas próprias perspectivas.
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    Nessa linha de pensamento, portanto,
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    devemos admitir que a objetividade
    é uma ilusão, ou não importa,
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    porque ou nunca saberemos o que é,
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    ou ela nem mesmo existe.
  • 4:31 - 4:34
    Não é um pensamento filosófico novo,
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    o ceticismo em relação à verdade.
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    No final do século passado,
    como alguns de vocês sabem,
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    era muito popular em alguns
    círculos acadêmicos.
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    Voltemos ao filósofo grego Protágoras,
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    ou talvez até antes dele.
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    Protágoras disse
    que objetividade era uma ilusão,
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    porque "o homem é a medida
    de todas as coisas".
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    O homem é a medida de todas as coisas.
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    Isso pode parecer "realpolitik"
    forçada para as pessoas,
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    ou libertador,
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    porque deixa que cada um de nós
    descubra e crie a própria verdade.
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    Acho, contudo, que é um pouco
    de racionalização de autoatendimento
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    disfarçado de filosofia.
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    Confunde a dificuldade de estar certo
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    com a impossibilidade da verdade.
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    Veja...
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    Claro, é difícil estar certo
    sobre qualquer coisa.
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    Podemos todos estar vivendo
    dentro do "Matrix".
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    Você pode ter um chip no seu cérebro
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    alimentando-o com informações erradas.
  • 5:38 - 5:42
    Mas, na prática, concordamos
    em todo tipo de fatos.
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    Concordamos que balas podem matar pessoas.
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    Concordamos que não podemos
    bater os braços e voar.
  • 5:50 - 5:52
    Concordamos, ou deveríamos,
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    que há uma realidade externa
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    e ignorá-la pode lhe prejudicar.
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    Não obstante, ceticismo
    sobre a verdade pode ser tentador,
  • 6:03 - 6:07
    já que deixa que racionalizemos
    fora de nossas próprias perspectivas.
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    Quando fazemos isso,
    somos como o cara do filme,
  • 6:10 - 6:12
    que sabia que estava vivendo no "Matrix",
  • 6:13 - 6:16
    mas decidiu que gostava
    de lá de qualquer modo.
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    Afinal, conseguir o que se quer é bom.
  • 6:20 - 6:23
    Estar certo todo tempo é bom.
  • 6:23 - 6:26
    Frequentemente é mais fácil
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    nos escondermos em nossas confortáveis
    bolhas de informação,
  • 6:30 - 6:32
    viver de má fé,
  • 6:32 - 6:35
    e usar aquelas bolhas
    como medidas de realidade.
  • 6:37 - 6:42
    Um exemplo de como a má fé
    domina nossas ações
  • 6:42 - 6:47
    é nossa reação ao fenômeno
    das notícias falsas.
  • 6:48 - 6:51
    As notícias falsas
    que se espalharam pela internet
  • 6:51 - 6:55
    durante a eleição presidencial
    norte-americana de 2016
  • 6:56 - 6:58
    foram formuladas para alimentar
    nossas perspectivas,
  • 6:58 - 7:00
    formuladas para inflar nossas bolhas.
  • 7:00 - 7:02
    O que foi realmente notável, no entanto,
  • 7:02 - 7:05
    não foi só que enganou tantas pessoas.
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    O que para mim foi realmente notável
    sobre o fenômeno das notícias falsas,
  • 7:10 - 7:15
    foi o quão rápido ele se tornou o sujeito
    da polarização do conhecimento,
  • 7:16 - 7:19
    tanto que o próprio termo
    "notícias falsas"
  • 7:19 - 7:23
    agora só significa:
    "notícias que não gosto".
  • 7:23 - 7:28
    Esse é um exemplo da má fé
    em relação à verdade que menciono.
  • 7:31 - 7:35
    O verdadeiro perigo
  • 7:36 - 7:39
    sobre o ceticismo em relação à verdade
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    é que leva ao despotismo.
  • 7:42 - 7:45
    "Homens são a medida de todas as coisas"
  • 7:45 - 7:49
    inevitavelmente torna-se:
    "O homem é a medida de todas as coisas".
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    Bem como "cada um por si"
  • 7:53 - 7:56
    sempre parece virar
    "só os fortes sobrevivem".
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    No final de "1984", de Orwell,
  • 8:00 - 8:04
    a ideia de que o policial O'Brien está
    torturando o protagonista Winston Smith
  • 8:04 - 8:08
    em acreditar que dois mais dois são cinco.
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    O que O'Brien diz é crucial,
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    ele quer convencer Smith de que qualquer
    coisa que o partido disser é a verdade,
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    e a verdade é o que o partido diz.
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    E o que O'Brien sabe é que, uma vez
    que esse pensamento é aceito,
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    a divergência crítica é impossível.
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    Você não pode falar a verdade ao poder,
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    se o poder fala a verdade por definição.
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    Eu disse que, para aceitar que vivemos
    em uma realidade comum,
  • 8:41 - 8:42
    temos que fazer três coisas.
  • 8:42 - 8:44
    A primeira coisa é acreditar na verdade.
  • 8:44 - 8:46
    A segunda coisa pode ser resumida
  • 8:46 - 8:51
    pela frase latina que Kant usou
    como seu lema para o iluminismo:
  • 8:51 - 8:53
    "Sapere aude",
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    ou "Ouse saber".
  • 8:55 - 8:57
    Ou, como Kant quer, "Ouse saber por si".
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    Acho que no início da internet
    muitos de nós pensamos
  • 9:02 - 9:05
    que a tecnologia da informação
    sempre facilitaria
  • 9:05 - 9:07
    sabermos por nós mesmos,
  • 9:07 - 9:10
    e claro, de muitas formas, isso aconteceu.
  • 9:10 - 9:14
    Mas à medida que a internet tornou-se
    mais e mais parte de nossas vidas,
  • 9:14 - 9:16
    nossa dependência, ou uso dela,
  • 9:16 - 9:18
    tornou-se frequentemente mais passiva.
  • 9:18 - 9:21
    Muito do que sabemos hoje,
    sabemos pelo Google.
  • 9:21 - 9:25
    Descarregamos conjuntos
    de fatos pré-embalados
  • 9:25 - 9:29
    e os embaralhamos na linha
    de montagem das redes sociais.
  • 9:29 - 9:31
    Saber via Google é útil
  • 9:31 - 9:34
    precisamente porque envolve meio
    que uma terceirização intelectual.
  • 9:34 - 9:40
    Desembarcamos nossos esforços
    na rede de outros e em algoritmos.
  • 9:40 - 9:44
    E isso nos permite, claro, não desordenar
    nossas mentes com todo tipo de fato.
  • 9:44 - 9:47
    Só os descarregamos quando necessitamos,
  • 9:47 - 9:48
    e isso é impressionante.
  • 9:49 - 9:54
    Há, contudo, uma diferença entre
    descarregar um conjunto de fatos
  • 9:55 - 10:00
    e realmente entender como e por que
    esses fatos são como são.
  • 10:01 - 10:06
    Entender por que uma
    doença específica se espalha,
  • 10:06 - 10:08
    ou como uma prova matemática funciona,
  • 10:08 - 10:10
    ou por que seu amigo está depressivo,
  • 10:10 - 10:12
    envolve mais que só descarregar.
  • 10:13 - 10:15
    Vai exigir, provavelmente,
  • 10:16 - 10:18
    que você faça algum trabalho por si:
  • 10:19 - 10:20
    usar um pouco de criatividade,
  • 10:20 - 10:21
    usar sua imaginação,
  • 10:22 - 10:23
    entrar em campo,
  • 10:23 - 10:24
    fazer o experimento,
  • 10:24 - 10:25
    buscar as provas,
  • 10:25 - 10:27
    falar com alguém.
  • 10:32 - 10:35
    Eu não estou recomendando
    que não usemos o Google.
  • 10:36 - 10:39
    Estou apenas dizendo
    que não devemos supervalorizá-lo.
  • 10:39 - 10:44
    Devemos encontrar maneiras de encorajar
    formas mais ativas de conhecimento,
  • 10:45 - 10:50
    para que nossos esforços não aconteçam
    sempre dentro de nossas bolhas.
  • 10:50 - 10:53
    Porque o conhecimento do Google
    acaba, frequentemente,
  • 10:53 - 10:55
    sendo o conhecimento da bolha.
  • 10:56 - 10:58
    E conhecimento da bolha
    significa estar sempre certo.
  • 10:59 - 11:01
    Ousar conhecer, entretanto,
  • 11:01 - 11:03
    ousar entender,
  • 11:04 - 11:07
    significa arriscar a possibilidade
    de poder estar errado.
  • 11:08 - 11:13
    Significa arriscar a possibilidade
    de que o que você quer
  • 11:13 - 11:15
    e o que é verdade serem coisas diferentes.
  • 11:16 - 11:19
    O que traz a terceira coisa
    que acho que precisamos fazer,
  • 11:20 - 11:23
    se quisermos aceitar que vivemos
    em uma realidade comum.
  • 11:23 - 11:26
    A terceira coisa é:
    tenha um pouco mais de humildade.
  • 11:26 - 11:29
    Por humildade, quero dizer
    humildade epistêmica
  • 11:29 - 11:31
    que significa, de alguma maneira,
  • 11:32 - 11:34
    saber que você não sabe de tudo.
  • 11:34 - 11:36
    Também significa mais que isso.
  • 11:36 - 11:41
    Significa ver sua visão de mundo
    aberta para aperfeiçoamento
  • 11:41 - 11:43
    pela evidência e experiência de outros.
  • 11:43 - 11:45
    Ver sua visão global aberta para melhorias
  • 11:45 - 11:47
    pela evidência e experiência de outros.
  • 11:48 - 11:50
    É mais que estar aberto a transformação.
  • 11:50 - 11:52
    É mais que simplesmente
    estar aberto a melhorias.
  • 11:52 - 11:56
    Significa ver seu conhecimento como capaz
  • 11:56 - 11:59
    de ser aumentado ou enriquecido
    pela contribuição de outros.
  • 12:00 - 12:03
    Isso é parte do que está envolvido
  • 12:03 - 12:05
    em reconhecer que há uma realidade comum:
  • 12:06 - 12:08
    que você também é responsável por ela.
  • 12:10 - 12:12
    Não acho que é muito exagero dizer
  • 12:12 - 12:14
    que nossa sociedade não é muito boa
  • 12:14 - 12:18
    em realçar ou encorajar
    esse tipo de humildade.
  • 12:18 - 12:20
    Isso se deve, parcialmente,
  • 12:21 - 12:24
    por confundirmos arrogância e confiança.
  • 12:24 - 12:27
    Em parte porque, bem, vocês sabem,
  • 12:27 - 12:29
    arrogância é mais fácil.
  • 12:29 - 12:31
    É mais fácil pensar
    sobre si como um sabe-tudo.
  • 12:31 - 12:35
    É mais fácil pensar sobre si
    como tendo tudo controlado.
  • 12:37 - 12:41
    Mas esse é só mais um exemplo da má fé
    sobre a verdade de que eu tenho falado.
  • 12:43 - 12:46
    Então o conceito de uma realidade comum,
  • 12:46 - 12:48
    como muitos conceitos filosóficos,
  • 12:48 - 12:50
    pode parecer tão óbvio,
  • 12:51 - 12:53
    que pode nos passar despercebido,
  • 12:54 - 12:56
    e podemos esquecer
    por que ele é importante.
  • 12:57 - 13:02
    As democracias não podem funcionar
    se seus cidadãos não se esforçam,
  • 13:02 - 13:04
    ao menos parte do tempo,
  • 13:04 - 13:05
    por habitar um espaço comum,
  • 13:05 - 13:09
    um espaço onde eles possam
    passar ideias de um lado ao outro
  • 13:10 - 13:12
    quando, e especialmente quando,
  • 13:12 - 13:13
    eles discordam.
  • 13:14 - 13:16
    Mas você não pode habitar aquele espaço,
  • 13:18 - 13:21
    se você ainda não aceita
    que vive na mesma realidade.
  • 13:23 - 13:25
    Para aceitá-la, precisamos
    crer na verdade,
  • 13:25 - 13:29
    precisamos encorajar formas
    mais ativas de conhecimento.
  • 13:29 - 13:31
    E temos que ter a humildade
  • 13:32 - 13:35
    para entender que não somos
    a medida de todas as coisas.
  • 13:37 - 13:41
    Nós um dia ainda vamos entender a visão
  • 13:41 - 13:43
    de ter a internet em nossos cérebros.
  • 13:45 - 13:48
    Se, contudo, quisermos que seja
    liberador e não assustador,
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    se quisermos expandir nosso entendimento
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    e não somente nosso conhecimento passivo,
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    devemos lembrar que nossas perspectivas,
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    por mais incríveis e belas que sejam,
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    são somente isto:
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    perspectivas sobre uma só realidade.
  • 14:07 - 14:08
    Obrigado.
  • 14:08 - 14:11
    (Aplausos)
Title:
Como ver além de sua própria perspectiva e encontrar a verdade
Speaker:
Michael Patrick Lynch
Description:

Quanto mais lemos e assistimos on-line, mais difícil torna-se dizer a diferença entre o que é real e o que é falso. É como se soubéssemos mais, mas entendêssemos menos, diz o filósofo Michael Patrick Lynch. Nesta palestra, ele nos desafia a tomar atitudes para romper nossas bolhas e participar da realidade comum que de fato sustenta tudo.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:26

Portuguese, Brazilian subtitles

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