Qual o maior organismo unicelular? - Murry Gans

Veja a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/what-is-the-biggest-single-celled-organism-murry-gans

O elefante é uma criatura de proporções épicas e, contudo, possui, em suas enormes dimensões, mais de um trilhão de células microscópicas. E no outro extremo das coisas pequenas, existem provavelmente milhões de espécies unicelulares. No entanto, somente pouquíssimas podem ser vistas a olho nu. Por que isso? E por que não existem elefantes, baleias azuis ou ursos pardos unicelulares? Murry Gans explica.

Lição de Murry Gans; animação de Zedem Media.

O elefante é uma criatura
de proporções épicas,

no entanto, deve seu tamanho a mais
de 1 quatrilhão de células microscópicas.

E, no outro extremo das coisas
epicamente pequenas,

há provavelmente milhões
de espécies unicelulares,

no entanto, pouquíssimas
podem ser vistas a olho nu.

Por que isso?

Por que não temos elefantes, baleias azuis
ou ursos pardos unicelulares?

Para descobrir, temos de dar
uma olhada dentro das células.

É ali onde a maioria
das funções da célula ocorre,

encapsuladas por uma membrana celular

que age como uma porta
de entrada e saída da célula.

Quaisquer recursos
que as células precisem consumir,

ou resíduos que precisem expelir,

primeiro têm de passar por essa membrana.

Mas, nesse arranjo, existe
uma peculiaridade biológica.

A superfície e o volume de uma célula
aumentam em proporções diferentes.

As células possuem diversas formatos,

mas imaginá-las como um cubo
torna a explicação mais fácil.

Um cubo tem seis faces.

Elas representam a membrana celular
e constituem a área da superfície.

Um cubo medindo 1 micrômetro de cada lado

ou seja, a milésima parte do metro,

teria superfície total cuja área seria
igual a seis micrômetros quadrados.

E seu volume seria 1 micrômetro cúbico.

Isso daria seis unidades
da área da superfície

para cada unidade do volume,
numa proporção de seis para um.

Mas, quando o cubo é dez vezes maior,
as coisas mudam radicalmente

com cada lado medindo dez micrômetros.

A superfície dessa célula seria
de 600 micrômetros quadrados

e um volume de mil micrômetros cúbicos,

uma proporção de apenas 0,6 para 1.

Isso é menos que uma unidade da área
da superfície para cada unidade de volume.

Conforme o cubo cresce, seu volume aumenta
muito mais depressa que sua superfície.

O interior ocuparia a membrana,

deixando pouca superfície para as coisas
saírem e entrarem rapidamente da célula.

Uma célula enorme reteria resíduos
e acabaria morrendo e se desintegrando.

Também há uma outra vantagem
em se ter múltiplas células menores.

Dificilmente haveria uma tragédia

caso alguém fosse perfurado,
infectado ou destruído.

Bem, existem algumas células
excepcionalmente grandes

que se adaptaram para burlar o sistema,

como a maior célula do corpo,

um neurônio que vai da base
da coluna até o pé.

Para compensar seu comprimento,
ela é bem fininha,

possuindo apenas uns poucos
micrômetros de diâmetro.

Outro exemplo pode ser encontrado
no intestino delgado,

onde estruturas chamadas vilosidades
formam pequenas dobras em forma de dedos.

Cada vilosidade é feita de células
com membranas altamente dobráveis

que têm pequenas protuberâncias,
as microvilosidades,

para aumentar a área de sua superfície.

Mas e os organismos unicelulares?

A "Caulerpa taxifolia", uma alga verde
que pode chegar a 30 cm de comprimento,

provavelmente seja o maior
organismo unicelular no mundo

graças a sua forma biológica especial.

A área de sua superfície é aumentada
com uma estrutura fronde.

Ela usa a fotossíntese para montar
suas próprias moléculas de comida

e seu cenócito.

Isso significa que é uma única célula
com múltiplos núcleos,

fazendo dela um organismo multicelular,
mas sem as divisões entre as células.

No entanto, mesmo os maiores
organismos unicelulares têm limites,

e nenhum cresce tanto quanto
um elefante, baleia ou urso.

Mas, dentro de toda criatura grande,
há trilhões de minúsculas células

perfeitamente adaptadas
em toda sua pequenez

para manter os gigantes da Terra
movendo-se pesadamente por aí.