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Como marteladas sincronizadas podem gerar fusão nuclear

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    Uau, está bem claro.
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    Deve consumir muita energia.
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    Bem, trazer vocês aqui de avião
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    também deve ter custado
    um pouco de energia.
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    Então o planeta todo precisa
    de bastante energia,
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    e até agora usamos principalmente
    combustível fóssil.
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    Queimamos gás.
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    Tem sido bom.
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    Trouxe-nos aonde estamos,
    mas precisamos parar.
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    Não podemos mais fazer isso.
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    Estamos testando
    tipos diferentes de energia,
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    energia alternativa,
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    mas parece que é bem difícil
    encontrar alguma coisa
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    que seja tão conveniente e tão barato
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    quanto petróleo, gás e carvão.
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    Minha favorita é a energia nuclear.
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    Bem, é muito densa energeticamente,
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    produz energia estável e confiável,
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    E não produz CO2.
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    Agora conhecemos dois jeitos
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    de produzir energia nuclear: fissão e fusão.
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    Na fissão, pegamos um grande núcleo,
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    dividimos em dois pedaços,
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    e ele produz muita energia,
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    e é assim que o reator
    nuclear funciona hoje.
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    Funciona muito bem.
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    E há também a fusão.
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    Eu gosto da fusão. A fusão é bem melhor.
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    Pegamos dois núcleos pequenos,
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    nós os unimos e fazemos hélio,
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    e é bem legal.
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    Produz muita energia.
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    É assim que a natureza produz energia.
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    O Sol e todas as estrelas no universo
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    funcionam com fusão.
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    Uma usina de fusão
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    seria, na verdade, muito econômica
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    e também seria bastante segura.
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    Só produz resíduos radioativos
    de curto prazo,
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    e não derrete.
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    E o combustível
    para a fusão vem do oceano.
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    No oceano, dá para extrair o combustível
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    por cerca de um milésimo de centavo
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    por quilowatt-hora,
    isso é muito, muito barato.
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    E se o planeta todo funcionasse à fusão,
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    poderíamos extrair
    o combustível do oceano.
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    funcionaria por bilhões de anos.
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    Bom, se a fusão é tão incrível,
    por que não a usamos?
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    Onde está ela?
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    Bem, sempre há um porém.
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    É dificílimo fazer a fusão.
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    Então, o problema é que
    aqueles dois núcleos
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    têm carga positiva,
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    e não querem se fundir.
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    Eles vão para cá, vão para lá.
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    Para fundi-los, jogamos
    um contra o outro muito rápido,
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    e se tiverem velocidade suficiente,
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    eles vencem a repulsão,
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    vão se tocar e vão criar energia.
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    A velocidade da partícula
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    é uma medida da temperatura.
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    A temperatura necessária para a fusão
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    é 150 bilhões de graus Celsius.
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    É bem quente,
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    e é por isso que a fusão
    é tão difícil de fazer.
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    Bem, eu fiquei vidrado pela fusão
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    durante meu Ph.D. aqui
    na University of British Columbia,
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    e depois consegui um bom emprego
    num lugar de impressão a laser
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    em uma indústria de impressão.
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    Trabalhei lá por 10 anos,
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    e eu fiquei um pouco entediado,
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    e fiz 40 anos, e tive
    uma crise da meia-idade,
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    sabem, aquela coisa:
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    "Quem sou eu? O que eu deveria fazer?
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    O que eu deveria fazer?
    O que eu posso fazer?"
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    E eu avaliava meu trabalho:
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    o que eu fazia era cortar as florestas
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    por aqui em B.C.
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    e soterrava vocês, todos vocês,
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    em milhões de panfletos inúteis.
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    Não era muito gratificante.
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    Algumas pessoas compram um Porsche.
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    Outras arranjam uma esposa.
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    Mas eu decidi fazer minha parte
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    para resolver o aquecimento global
    e tornar a fusão uma realidade.
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    E a primeira coisa que eu fiz
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    foi buscar na literatura e entender:
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    como funciona a fusão?
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    Os cientistas vêm trabalhando
    na fusão há algum tempo,
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    e um dos jeitos de fazerem isso
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    é com algo chamado tokamak.
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    É um anel enorme de bobinas magnéticas,
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    bobinas supercondutoras,
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    e produz um campo magnético
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    num anel como este,
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    e o gás quente no centro,
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    que se chama plasma, fica preso.
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    as partículas dão várias voltas
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    no círculo na parede.
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    Introduzem muito calor lá
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    até a temperatura de fusão.
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    Este é o interior de uma dessas roscas,
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    e do lado direito dá para ver
    o plasma da fusão ali.
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    E um segundo jeito de fazer isso
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    é usando fusão a laser.
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    Na fusão a laser, há uma bolinha
    como a de pingue-pongue,
  • 4:04 - 4:07
    colocamos o combustível
    da fusão no centro,
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    e jogamos vários lasers nele.
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    Os lasers são muito potentes e destroem
  • 4:11 - 4:13
    a bolinha de pingue-pongue, muito rápido.
  • 4:13 - 4:15
    E se apertarmos suficientemente forte,
  • 4:15 - 4:16
    ele fica mais quente,
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    e fica muito rápido.
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    Fazemos isso em um
    bilionésimo de segundo,
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    e produz energia e calor suficientes
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    para produzir a fusão.
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    Este é o interior de uma dessas máquinas.
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    Dá para ver o raio laser
    e a bolinha no centro.
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    Muitas pessoas pensam
    que a fusão não vai dar em nada.
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    Sempre pensam que os físicos
    ficam trabalhando no laboratório,
  • 4:35 - 4:36
    mas nada acontece.
  • 4:36 - 4:38
    Não é bem assim.
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    Esta é uma curva do ganho na fusão
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    durante os últimos 30 anos,
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    e podemos ver que agora fazemos
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    cerca de 10 mil vezes
    mais fusão do que antes
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    quando começamos.
  • 4:47 - 4:48
    É um ganho ótimo.
  • 4:48 - 4:50
    Na verdade, é tão rápido
  • 4:50 - 4:52
    quanto a lendária Lei de Moore
  • 4:52 - 4:54
    que definia a quantidade de transistores
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    que cabem em um chip.
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    Esse ponto aqui se chama JET,
  • 4:59 - 5:00
    o Toro Comum Europeu.
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    É uma rosca tokamak gigante na Europa.
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    Essa máquina, em 1997,
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    produziu 16 megawatts de energia
    por meio da fusão
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    e consumiu 17 megawatts de calor.
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    Talvez digam que não serve para nada,
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    mas, na verdade, está bem perto,
    considerando que conseguimos
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    cerca de 10 mil vezes mais
    do que no começo.
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    O segundo ponto aqui é o NIF,
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    a Instalação de Ignição Nacional.
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    É uma máquina de laser gigante nos EUA,
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    e, no mês passado, eles anunciaram
    com bastante repercussão
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    que conseguiram criar mais energia
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    a partir da fusão
  • 5:32 - 5:35
    do que a energia que forneceram
    no centro da bola de pingue-pongue.
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    Bem, isso não é bom o bastante,
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    porque o laser consumiu
    uma quantidade de energia maior
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    do que a obtida pela fusão.
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    Mas foi muito bom.
  • 5:42 - 5:44
    Este é o ITER,
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    pronunciado em francês: itérr.
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    É uma grande colaboração de vários países
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    que estão construindo uma rosca
    gigante no sul da França,
  • 5:53 - 5:55
    e essa máquina, quando estiver pronta,
  • 5:55 - 5:58
    vai produzir 500 megawatts
    de energia por fusão,
  • 5:58 - 6:00
    consumindo apenas
    50 megawatts para funcionar.
  • 6:00 - 6:02
    Então este é para valer. Vai funcionar.
  • 6:02 - 6:04
    É esse tipo de máquina que produz energia.
  • 6:04 - 6:06
    Se olharem para o gráfico,
  • 6:06 - 6:09
    vão notar que há dois pontos
    um pouco à direita da curva.
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    Nós nos desviamos um pouco
    do que foi planejado.
  • 6:11 - 6:13
    Na verdade, a ciência
    para fazer essas máquinas
  • 6:13 - 6:14
    estava pronta, dentro do prazo,
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    para produzir fusão durante a curva.
  • 6:17 - 6:20
    Entretanto, houve um pouco
    de política no meio,
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    e não havia a vontade para fazê-la,
  • 6:22 - 6:23
    e ela acabou indo para a direita.
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    O ITER, por exemplo,
    poderia ter sido construído
  • 6:26 - 6:27
    em 2000 ou em 2005,
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    mas por ser uma grande
    colaboração internacional,
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    os políticos se meteram
    e atrasaram-no um pouco.
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    Eles demoraram cerca de três anos
    para decidir onde colocá-lo.
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    A fusão muitas vezes é criticada
  • 6:38 - 6:40
    por ser um pouco cara demais.
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    Sim, custou mesmo
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    um bilhão ou dois bilhões
    de dólares por ano
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    para fazer esse progresso.
  • 6:44 - 6:46
    Mas temos que comparar com o custo
  • 6:46 - 6:47
    de fazer a Lei de Moore,
  • 6:47 - 6:49
    que custa muito mais do que isso.
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    O resultado da Lei de Moore
  • 6:51 - 6:53
    é esse celular aqui no meu bolso.
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    O celular e a Internet por trás dele
  • 6:55 - 6:57
    custam cerca de um trilhão de dólares,
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    só para que eu possa tirar uma selfie
  • 7:01 - 7:03
    e colocar no Facebook.
  • 7:03 - 7:05
    E quando meu pai vir isso,
  • 7:05 - 7:07
    ele vai ficar muito orgulhoso.
  • 7:08 - 7:12
    Também gastamos cerca
    de 650 bilhões de dólares por ano
  • 7:12 - 7:14
    em subsídios para petróleo e gás
  • 7:14 - 7:16
    e energia renovável.
  • 7:16 - 7:20
    Gastamos meio porcento disso com fusão.
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    Então, eu, pessoalmente,
    não acho que seja tão caro.
  • 7:23 - 7:24
    Acho que há uma injustiça,
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    considerando que pode resolver
    todos os problemas energéticos,
  • 7:27 - 7:29
    de maneira limpa,
    pelos próximos bilhões de anos.
  • 7:29 - 7:32
    Posso dizer isso,
    mas não sou muito imparcial,
  • 7:32 - 7:34
    porque eu abri uma empresa de fusão
  • 7:34 - 7:37
    e nem sequer tenho um perfil no Facebook.
  • 7:37 - 7:41
    Quando abri essa empresa de fusão em 2002,
  • 7:41 - 7:44
    eu sabia que não poderia
    enfrentar os grandes caras.
  • 7:44 - 7:46
    Eles tinham muito mais recursos do que eu.
  • 7:46 - 7:49
    Então decidi que eu precisava
    de uma solução
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    que fosse mais barata e mais rápida.
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    Fusão magnética e a laser
  • 7:52 - 7:54
    são máquinas muito boas.
  • 7:54 - 7:55
    São tecnologias incríveis,
  • 7:55 - 7:57
    máquinas maravilhosas, e mostraram
  • 7:57 - 7:59
    que a fusão pode ser feita.
  • 7:59 - 8:01
    Porém, como usinas,
  • 8:01 - 8:02
    não acho que sejam tão boas.
  • 8:02 - 8:04
    São grandes demais, complicadas demais,
  • 8:04 - 8:06
    caras demais,
  • 8:06 - 8:07
    e também não lidam muito bem
  • 8:07 - 8:09
    com a energia da fusão.
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    Quando fazemos fusão, a energia é liberada
  • 8:11 - 8:13
    na forma de nêutrons rápidos,
    que escapam do plasma.
  • 8:13 - 8:15
    Esses nêutrons atingem
    a parede da máquina.
  • 8:15 - 8:17
    E a danificam.
  • 8:17 - 8:19
    E também, precisamos aproveitar
    o calor desses nêutrons
  • 8:19 - 8:21
    e gerar vapor para rodar uma turbina.
  • 8:21 - 8:22
    Nessas máquinas,
  • 8:22 - 8:25
    só se pensou nisso depois.
  • 8:25 - 8:28
    Então eu decidi que certamente
    havia um melhor jeito de fazer.
  • 8:28 - 8:29
    Voltei à literatura,
  • 8:29 - 8:31
    e eu li sobre fusão em todo lugar.
  • 8:31 - 8:34
    Uma maneira me chamou
    a atenção em particular,
  • 8:34 - 8:36
    e chama-se fusão de alvo magnetizado,
  • 8:36 - 8:38
    ou MTF, abreviado.
  • 8:39 - 8:41
    Na MTF, o que fazemos é
  • 8:41 - 8:43
    pegar um grande tonel
  • 8:43 - 8:45
    e despejar metal líquido.
  • 8:45 - 8:47
    Fazemos o metal líquido girar
  • 8:47 - 8:48
    para abrir um vórtex no centro,
  • 8:48 - 8:50
    semelhante ao que acontece na pia.
  • 8:50 - 8:52
    Se tirarmos a tampa da pia,
    surge um vórtex.
  • 8:52 - 8:54
    Há também uns pistões movidos a pressão
  • 8:54 - 8:56
    situados no lado de fora,
  • 8:56 - 8:57
    e comprimem o metal líquido
  • 8:57 - 8:59
    em torno do plasma, e ele se comprime
  • 8:59 - 9:01
    e se aquece, como um laser,
  • 9:01 - 9:02
    e então faz a fusão.
  • 9:02 - 9:05
    É uma mistura entre a fusão magnetizada
  • 9:05 - 9:07
    e a fusão a laser.
  • 9:07 - 9:09
    E há algumas vantagens muito boas.
  • 9:09 - 9:12
    O metal líquido absorve todos os nêutrons
  • 9:12 - 9:14
    e nenhum atinge a parede;
  • 9:14 - 9:16
    portanto, não há danos para a máquina.
  • 9:16 - 9:17
    o metal líquido fica quente,
  • 9:17 - 9:19
    e podemos bombeá-lo
    para um trocador de calor,
  • 9:19 - 9:21
    gerar vapor, girar uma turbina.
  • 9:21 - 9:24
    É um jeito bem conveniente de fazer
    essa parte do processo.
  • 9:24 - 9:27
    E finalmente, toda a energia
    para realizar a fusão
  • 9:27 - 9:29
    vem de pistões movidos a vapor,
  • 9:29 - 9:31
    que são muito mais baratos do que lasers
  • 9:31 - 9:33
    ou bobinas supercondutoras.
  • 9:33 - 9:34
    Isso era ótimo
  • 9:34 - 9:37
    a não ser pelo fato de que
    não funcionou muito bem.
  • 9:37 - 9:39
    (Risos)
  • 9:39 - 9:40
    Sempre há um porém.
  • 9:40 - 9:41
    Quando comprimimos,
  • 9:41 - 9:43
    o plasma esfria
  • 9:43 - 9:45
    mais rápido que a compressão,
  • 9:45 - 9:46
    tentamos comprimi-lo,
  • 9:46 - 9:49
    mas o plasma esfriava, esfriava e esfriava
  • 9:49 - 9:51
    e não fez absolutamente nada.
  • 9:51 - 9:53
    Quando vi aquilo, eu disse:
    "Bem, que pena,
  • 9:53 - 9:54
    porque é uma ideia muito boa.
  • 9:54 - 9:57
    Tomara que eu consiga melhorá-la".
  • 9:57 - 10:00
    Pensei por um minuto, e disse:
    "Certo, como podemos melhorar?"
  • 10:00 - 10:02
    E eu pensei no impacto.
  • 10:02 - 10:04
    E se usássemos um grande martelo
  • 10:04 - 10:06
    e balançássemos e batêssemos
    no prego assim,
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    em vez de colocar o martelo no prego
  • 10:08 - 10:10
    e empurrá-lo e apertá-lo?
    Não funciona.
  • 10:10 - 10:12
    Então a ideia era
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    usar um impacto.
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    Nós aceleramos os pistões com vapor,
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    isso demora um pouco,
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    mas daí, "Bang!", batemos no pistão,
  • 10:19 - 10:22
    e, "Baff!", toda a energia
    é criada instantaneamente,
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    vai para o líquido na hora,
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    e o plasma se comprime muito mais rápido.
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    Então eu decidi: "Cero, está bom,
    vamos fazer assim."
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    Construímos esta máquina nesta garagem.
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    Fizemos uma máquina pequena
    de onde conseguimos extrair
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    alguns nêutrons,
  • 10:36 - 10:39
    e esses são meus nêutrons de propaganda,
  • 10:39 - 10:40
    e com esses nêutrons de propaganda,
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    eu arrecadei
    cerca de 50 milhões de dólares,
  • 10:43 - 10:45
    e contratei 65 pessoas.
    Esta é minha equipe.
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    E é isso que queremos construir.
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    E vai ser uma máquina grande,
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    cerca de três metros de diâmetro,
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    chumbo líquido girando em torno,
  • 10:52 - 10:53
    um grande vórtex no centro,
  • 10:53 - 10:56
    põe-se o plasma em cima e em baixo,
  • 10:56 - 10:57
    o pistão bate no lado,
  • 10:57 - 11:00
    "Bang!", comprime, e produz energia,
  • 11:00 - 11:02
    e o nêutron vai sair no metal líquido,
  • 11:02 - 11:05
    entra na máquina a vapor e gira a turbina,
  • 11:05 - 11:07
    e um pouco do vapor volta
    para disparar o pistão.
  • 11:07 - 11:10
    Vamos fazer isso cerca de
    uma vez por segundo,
  • 11:10 - 11:13
    e vai produzir 100 megawatts
    de eletricidade.
  • 11:15 - 11:16
    Certo, também construímos este injetor.
  • 11:16 - 11:19
    Este injetor cria o plasma para começar.
  • 11:19 - 11:20
    Cria o plasma mais ou menos
  • 11:20 - 11:24
    a uma temperatura morna
    de três milhões de graus Celsius.
  • 11:24 - 11:27
    Infelizmente, não dura o suficiente,
  • 11:27 - 11:30
    então precisamos estender
    a vida do plasma um pouquinho,
  • 11:30 - 11:32
    mas no mês passado melhorou muito.
  • 11:32 - 11:34
    Acho que agora temos o plasma comprimido.
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    E construímos uma pequena
    esfera, deste tamanho,
  • 11:37 - 11:38
    14 pistões em torno,
  • 11:38 - 11:40
    e isso vai comprimir o líquido.
  • 11:40 - 11:42
    Entrentanto, é difícil comprimir plasma.
  • 11:42 - 11:44
    Quando se o comprime,
  • 11:44 - 11:46
    ele tende a ficar meio torto, deste jeito,
  • 11:46 - 11:49
    Precisamos que o pistão aja na hora certa,
  • 11:49 - 11:51
    e para isso usamos
    vários sistemas de controle,
  • 11:51 - 11:53
    que não eram possíveis em 1970,
  • 11:53 - 11:55
    mas agora podemos fazê-los,
  • 11:55 - 11:58
    com novos componentes eletrônicos.
  • 11:58 - 12:01
    E, finalmente, muitas pessoas
    acham que a fusão
  • 12:01 - 12:03
    está no futuro e nunca vai acontecer,
  • 12:03 - 12:06
    mas, na verdade,
    a fusão está se aproximando.
  • 12:06 - 12:07
    Estamos quase lá.
  • 12:07 - 12:10
    Grandes laboratórios mostraram
    que a fusão é factível,
  • 12:10 - 12:12
    e agora há pequenas empresas
    pensando nisso,
  • 12:12 - 12:14
    e elas dizem que
    não é que não dá para fazer,
  • 12:14 - 12:17
    mas sim como fazê-lo de forma eficiente.
  • 12:17 - 12:19
    A General Fusion é uma dessas
    pequenas empresas,
  • 12:19 - 12:22
    e, se tudo der certo,
    muito em breve, alguém
  • 12:22 - 12:23
    vai dar o pontapé inicial,
  • 12:23 - 12:25
    e talvez seja a General Fusion.
  • 12:25 - 12:26
    Muito obrigado.
  • 12:26 - 12:31
    (Aplausos)
Title:
Como marteladas sincronizadas podem gerar fusão nuclear
Speaker:
Michel Laberge
Description:

Nosso futuro energético depende da fusão nuclear, diz Michel Laberge. O físico de plasma gerencia uma pequena empresa com uma grande ideia para um novo tipo de reator nuclear que poderia produzir energia limpa e barata. Sua receita secreta? Alta velocidade, temperatura escaldante e pressão esmagadora. Nesta palestra cheia de esperança, ele explica como a fusão nuclear pode estar ali além da curva.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
12:50

Portuguese, Brazilian subtitles

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