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Acabar com o sofrimento de milhares de milhões: supercar o especiesismo | Jay Quigley | TEDxFSU

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    Acabei há pouco
    o doutoramento em Filosofia.
  • 0:10 - 0:15
    A lição mais importante que aprendi
    é também uma das mais simples.
  • 0:15 - 0:17
    A forma mais fácil que tenho
    para a explicar
  • 0:17 - 0:20
    é apresentar-vos alguns dos meus amigos.
  • 0:20 - 0:22
    Gostava que conhecessem Cedric.
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    Esta é uma foto minha e do Cedric,
  • 0:25 - 0:30
    o traquinas mais belo, mais dinâmico,
    mais inteligente com quem vivi.
  • 0:30 - 0:33
    Cedric e eu acabámos
    por nos conhecer muito bem
  • 0:33 - 0:38
    e, por intermédio de Cedric, aprendi muito
    sobre as emoções de todos os gatos.
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    Cedric grunhe de excitação.
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    (Grunhido)
    (Risos)
  • 0:42 - 0:44
    E ronrona de satisfação.
  • 0:45 - 0:47
    No fim da sua vida,
    estava com uma doença terminal,
  • 0:47 - 0:50
    e gemia de sofrimento.
  • 0:50 - 0:54
    Quem aqui conheceu
    as emoções de um animal?
  • 0:54 - 0:58
    Talvez um vosso companheiro,
    cão ou gato, ou outro qualquer.
  • 0:59 - 1:02
    Penso que a maioria de nós,
    e de certeza que concordam
  • 1:02 - 1:06
    que, se sabemos que um animal sofre
    e não podemos fazer mais nada,
  • 1:06 - 1:09
    devemos fazer qualquer coisa
    quanto ao sofrimento do animal,
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    como fizemos quando levámos
    Cedric ao veterinário.
  • 1:12 - 1:16
    Extrapolando um pouco, é importante
    o sofrimento de quem quer que seja,
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    mesmo que não seja um ser humano.
  • 1:19 - 1:22
    Aprendi isso quando tinha cinco anos,
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    quando, malandrete, me divertia
    a puxar o rabo dos gatos.
  • 1:26 - 1:29
    Então como é que isto
    pode ser a coisa mais arrebatadora
  • 1:29 - 1:31
    que eu aprendi em todo o doutoramento?
  • 1:31 - 1:34
    Gostava que conhecessem
    a minha amiga Kelly,
  • 1:34 - 1:36
    e o seu animal de estimação, o Snow.
  • 1:36 - 1:38
    O Snow está em cima do ombro dela.
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    Como a maior parte dos galos,
  • 1:40 - 1:43
    Snow é, pelo menos, tão sofisticado
    emocional e socialmente,
  • 1:44 - 1:46
    como um gato como o Cedric.
  • 1:46 - 1:49
    As galinhas podem distinguir
    100 indivíduos, de imediato.
  • 1:49 - 1:54
    têm 30 chamamentos que usam
    para exprimir sentimentos e desejos
  • 1:54 - 1:57
    e Kelly conta
    que Snow salta para o colo dela
  • 1:57 - 2:01
    e ronrona de satisfação
    como um gato.
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    A diferença entre Snow e Cedric é que
    Snow tem um passado muito mais negro.
  • 2:07 - 2:09
    Snow foi criado numa quinta-fábrica,
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    como vemos pelo seu bico cortado.
  • 2:13 - 2:16
    Foi só quando eu tinha 25 anos
  • 2:16 - 2:19
    que aprendi o poder
    e a importância da verdade
  • 2:19 - 2:22
    de que é importante
    o sofrimento de qualquer ser.
  • 2:22 - 2:25
    Ao aprofundar
    os meus estudos de filosofia,
  • 2:25 - 2:27
    aprendi uma verdade
    simples sobre a justiça
  • 2:27 - 2:31
    e alguns factos poderosos
    e fascinantes sobre a opressão.
  • 2:32 - 2:34
    A verdade simples sobre a justiça
  • 2:34 - 2:37
    é que interesses semelhantes
    merecem um tratamento semelhante.
  • 2:38 - 2:40
    Por exemplo, se vocês e eu temos interesse
  • 2:40 - 2:43
    em não nos cortarem o nariz do rosto,
  • 2:43 - 2:47
    todas as pessoas têm o direito
    a ver respeitado esse interesse,
  • 2:47 - 2:54
    independentemente do sexo,
    da etnia, da orientação sexual.
  • 2:54 - 2:56
    Altos e baixos, jovens e velhos,
  • 2:56 - 3:00
    todos merecemos
    ver respeitado esse interesse.
  • 3:01 - 3:05
    Na verdade, acho que a discriminação
    é a rejeição desta verdade simples.
  • 3:06 - 3:09
    O racismo e o sexismo tratam
    estes interesses semelhantes
  • 3:09 - 3:10
    de forma desigual.
  • 3:11 - 3:17
    A nossa sociedade tem sido racista,
    sexista e homofóbica há muito tempo,
  • 3:17 - 3:20
    mas identificámos estes termos
    e lutámos contra eles.
  • 3:20 - 3:22
    É uma luta que continua em marcha.
  • 3:22 - 3:25
    Mas, ao estudar filosofia,
  • 3:25 - 3:28
    aprendemos que há
    uma outra forma de discriminação,
  • 3:28 - 3:33
    tão enraizada e tão disseminada
    que praticamente não a vemos.
  • 3:34 - 3:36
    Chama-se especiesismo.
  • 3:36 - 3:38
    Aprendi que, durante
    a maior parte da minha vida,
  • 3:38 - 3:43
    tenho sido um especiesista
    e, de certa maneira, continuo a sê-lo.
  • 3:45 - 3:49
    O facto é que há indivíduos
    que nascem no nosso mundo,
  • 3:49 - 3:52
    e só por causa do grupo
    em que nasceram,
  • 3:52 - 3:56
    são estigmatizados, mutilados,
    e mortos prematuramente,
  • 3:57 - 4:03
    Mas outros, com as mesmas capacidades,
    nascem num grupo diferente
  • 4:03 - 4:05
    e recebem presentes atrativos no Natal
  • 4:05 - 4:08
    e vivem uma vida longa e feliz.
  • 4:09 - 4:13
    O que a nossa sociedade
    esquece e negligencia
  • 4:13 - 4:16
    é a verdade simples
    de que é importante o sofrimento de todos.
  • 4:16 - 4:21
    A ciência diz, abundante e claramente,
    que todos os vertebrados sentem a dor.
  • 4:21 - 4:25
    Muitos invertebrados
    também devem sentir a dor,
  • 4:25 - 4:27
    quer sejam polvos ou lulas.
  • 4:27 - 4:31
    Falta confirmar o que se passa
    com os insetos.
  • 4:31 - 4:35
    Mas a verdade é que,
    se alguém sente dor, isso é importante
  • 4:35 - 4:39
    e precisamos de a mitigar, se pudermos.
  • 4:40 - 4:43
    Quero falar de alguns exemplos
    de especiesismo
  • 4:43 - 4:46
    e quero mostrar como ele é invasivo.
  • 4:47 - 4:49
    Mas também quero apresentar
    alguma esperança
  • 4:49 - 4:52
    de que nós, enquanto sociedade,
    possamos ultrapassar o especiesismo
  • 4:53 - 4:56
    e, enquanto indivíduos,
    possamos ultrapassar o especiesismo.
  • 4:57 - 5:00
    Podemos falar de discriminação
    contra os milhões de animais
  • 5:00 - 5:02
    que transformamos em vestuário,
  • 5:02 - 5:06
    os milhões que matamos e torturamos
    apenas para nosso prazer
  • 5:07 - 5:10
    mas, de longe, o maior grupo
    é o dos que transformamos em comida.
  • 5:11 - 5:16
    Todos os anos se matam 56 mil milhões
    de animais terrestres, só para comida
  • 5:17 - 5:19
    e, embora este número seja abissal,
  • 5:19 - 5:23
    não é nada em comparação
    com os animais aquáticos,
  • 5:23 - 5:25
    que rondam um bilião
  • 5:25 - 5:27
    — há mesmo quem calcule dois biliões —
  • 5:27 - 5:30
    de animais aquáticos mortos
    para comida, todos os anos.
  • 5:30 - 5:35
    Reparem que o problema de fundo
    é a coisificação,
  • 5:35 - 5:39
    tratar seres vivos como coisas,
  • 5:39 - 5:42
    quando, na verdade, estas criaturas
    são seres vivos,
  • 5:42 - 5:45
    como Cedric e como Snow.
  • 5:47 - 5:53
    Hoje, quero falar de cinco injustiças
    na avicultura,
  • 5:53 - 5:57
    mas não se esqueçam de que também há
    injustiças semelhantes
  • 5:57 - 6:00
    com peixes, vacas, porcos,
  • 6:00 - 6:03
    Também há muito sofrimento
    com animais não domesticados.
  • 6:03 - 6:05
    Portanto, isto é uma lista parcial.
  • 6:07 - 6:09
    O primeiro número a considerar
  • 6:09 - 6:14
    é que se matam 8600 milhões
    de frangos, por ano,
  • 6:14 - 6:17
    só nos EUA.
  • 6:18 - 6:21
    99% deles vivem em aviários,
  • 6:21 - 6:25
    onde um dos grandes problemas
    é a população exagerada.
  • 6:26 - 6:28
    Como vemos, num aviário vulgar,
  • 6:28 - 6:31
    uma ave tem cerca de 9 dm2
    de espaço de manobra.
  • 6:31 - 6:35
    Estão rodeados pela carne
    dos seus companheiros, como um muro.
  • 6:36 - 6:41
    Isso causa o aparecimento de vícios,
    como bicar as penas,
  • 6:41 - 6:43
    bicar as penas
    dos seus companheiros,
  • 6:43 - 6:46
    matá-los, até mesmo canibalizá-los.
  • 6:46 - 6:49
    Uma das formas
    que os avicultores têm de evitar isso,
  • 6:49 - 6:52
    é manter os frangos no escuro
    durante a maior parte da vida.
  • 6:52 - 6:56
    Outra forma de evitar isso
    é cortando-lhes o bico.
  • 6:57 - 7:00
    Como estes animais
    são considerados mercadorias
  • 7:00 - 7:03
    cujo sofrimento não tem importância,
  • 7:03 - 7:07
    o normal é cortar-lhes os bicos
    sem alívio da dor, sem anestesia.
  • 7:08 - 7:11
    Um terceiro problema
    são as baterias de gaiolas.
  • 7:11 - 7:14
    Dos três milhões de galinhas poedeiras
  • 7:14 - 7:17
    que estão em cativeiro
    num dado momento, nos EUA,
  • 7:17 - 7:22
    mais de 90% são criadas em gaiolas
    tão pequenas como esta.
  • 7:23 - 7:26
    Arranja-se uma gaveta de um ficheiro,
    feita de arame
  • 7:26 - 7:29
    e põem-se lá dentro
    seis ou sete galinhas,
  • 7:29 - 7:33
    que não conseguem sair,
    não conseguem abrir as asas.
  • 7:33 - 7:36
    não podem ter um comportamento natural
  • 7:36 - 7:39
    como procurar comida
    ou espanejar-se na água.
  • 7:39 - 7:42
    É uma forma terrivelmente desumana
    de tratar um ser vivo.
  • 7:42 - 7:44
    E se fôssemos tratados assim?
  • 7:44 - 7:46
    E se o nosso gato
    fosse tratado assim?
  • 7:47 - 7:49
    A quarta injustiça é a depenação.
  • 7:50 - 7:54
    Depois de uma galinha terminar
    o período mais fértil da sua vida
  • 7:54 - 7:57
    — ou melhor, o mais produtivo
    do ponto de vista de pôr ovos —
  • 7:58 - 8:02
    a norma nos EUA é fazê-la passar fome
    durante semanas seguidas
  • 8:02 - 8:07
    para ela pôr ovos um pouco mais depressa.
  • 8:07 - 8:10
    Esta prática não é vulgar
    na Europa ou no Canadá
  • 8:10 - 8:14
    mas as leis não fazem nada
    para o impedir nos EUA.
  • 8:14 - 8:18
    Nós temos mortes brutais
    de galinhas na indústria,
  • 8:18 - 8:21
    não apenas execuções atabalhoadas,
  • 8:22 - 8:25
    mas 200 milhões de frangos
    são executados pela indústria dos ovos
  • 8:25 - 8:27
    só por serem machos.
  • 8:28 - 8:32
    São mortos enquanto ainda
    estão conscientes.
  • 8:32 - 8:35
    Normalmente, são enviados
    para trituradoras.
  • 8:35 - 8:39
    Como vemos, estes pobres frangos
    estão a ser postos num tapete rolante,
  • 8:39 - 8:40
    que acaba numa trituradora
  • 8:41 - 8:43
    e são triturados vivos,
    só por serem machos.
  • 8:43 - 8:50
    Ora bem, 95% dos animais terrestres
    criados para alimentação nos EUA são aves,
  • 8:50 - 8:52
    na maior parte galinhas,
    outras são os perus
  • 8:52 - 8:55
    e, contudo, a alegada
    "Lei de Morte Humanitária"
  • 8:55 - 8:59
    nem sequer se aplica às aves.
  • 8:59 - 9:02
    Reparem na injustiça,
    reparem no especiesismo.
  • 9:03 - 9:07
    Suponham que encontravam um veterinário
    ou ouviam falar de um
  • 9:07 - 9:10
    que estivesse a tratar cães ou gatos
    de qualquer destes modos,
  • 9:10 - 9:12
    a cortá-los sem anestesia, por exemplo.
  • 9:12 - 9:15
    Acham que eles manteriam
    a sua licença durante muito tempo?
  • 9:17 - 9:19
    Temos que lutar contra o especiesismo
  • 9:19 - 9:22
    tal como lutámos
    contra o racismo e o sexismo.
  • 9:24 - 9:28
    Precisamos de travar esta luta
    enquanto sociedade e enquanto indivíduos.
  • 9:28 - 9:32
    A minha chamada para ação mais importante,
    a coisa mais importante que podemos fazer,
  • 9:32 - 9:35
    é apoiar o setor das organizações
    de ativistas animais.
  • 9:35 - 9:38
    que é pequeno mas está em crescimento,
  • 9:38 - 9:42
    Heróis como a Humane Society
    of the United States,
  • 9:42 - 9:45
    que pressiona empresas, governos,
  • 9:45 - 9:49
    para alterar políticas, para proteger
    os direitos e o bem-estar dos animais.
  • 9:50 - 9:54
    Os heróis de Mercy for Animals
    investigam as quintas
  • 9:54 - 10:00
    para revelarem ao público as injustiças
    que, de outro modo, desconheceríamos.
  • 10:00 - 10:04
    E os heróis da Humane League
    têm formas eficazes de abordagem
  • 10:04 - 10:07
    para educar o público
    quanto a estes tipos de injustiças.
  • 10:07 - 10:09
    A Animal Charity Evaluators calcula
  • 10:10 - 10:13
    que as doações para as organizações
    mais eficazes de defesa animal
  • 10:14 - 10:16
    podem salvar dez vidas por dólar.
  • 10:17 - 10:21
    Assim, é uma forma muito eficaz
    de darmos o nosso apoio, de doarmos
  • 10:22 - 10:24
    e de nos envolvermos
    com estas organizações.
  • 10:25 - 10:27
    Mas não é só através dessas organizações
  • 10:27 - 10:30
    que podemos fazer ouvir
    as vozes dos animais.
  • 10:30 - 10:33
    Esta é uma foto da Marcha dos Terráqueos,
  • 10:33 - 10:37
    que se realiza todos os anos, em agosto,
    em dúzias de cidades, pelo mundo inteiro.
  • 10:37 - 10:41
    As pessoas erguem-se pelos animais,
    pelo sem bem-estar e pelos seus direitos.
  • 10:41 - 10:44
    Mas os animais precisam
    que falemos por eles
  • 10:44 - 10:46
    mais depressa
    do que estamos a fazer.
  • 10:47 - 10:51
    Enquanto eu estou a fazer esta palestra
    vão morrer uns três milhões de animais
  • 10:51 - 10:54
    e precisam que falemos por eles.
  • 10:54 - 10:57
    Também precisam que nós sejamos a mudança.
  • 10:57 - 11:02
    É por isso que temos que reduzir
    o consumo de carne.
  • 11:02 - 11:05
    Sei que têm algumas perguntas
    em relação a isto
  • 11:05 - 11:08
    e gostaria de abordar, pelo menos três.
  • 11:08 - 11:10
    A primeira pergunta que podem fazer é:
  • 11:10 - 11:13
    "Que diferença posso fazer
    enquanto indivíduo?"
  • 11:14 - 11:19
    A resposta é: o americano vulgar
    é responsável pela morte
  • 11:19 - 11:22
    de uns 406 animais, todos os anos.
  • 11:22 - 11:25
    São 28 frangos, mais dois
    animais terrestres,
  • 11:26 - 11:28
    e centenas de peixes e mariscos.
  • 11:28 - 11:31
    A maior parte dos peixes
    servirão para alimentar
  • 11:31 - 11:34
    os peixes que vão parar
    à boca dos americanos.
  • 11:35 - 11:39
    Lembremo-nos que o abastecimento
    é comandado pela procura,
  • 11:39 - 11:44
    e quando votamos com as nossas carteiras,
    estamos a pedir que sejam criados animais
  • 11:44 - 11:48
    quaisquer que sejam as condições
    em que estejam a ser criados.
  • 11:49 - 11:51
    Quando se trata de mais
    de um animal por dia
  • 11:51 - 11:54
    cuja morte possa ser
    da nossa responsabilidade,
  • 11:54 - 11:56
    cada refeição torna-se numa questão ética.
  • 11:56 - 12:00
    Dentro de instantes responderei
    à pergunta número dois.
  • 12:00 - 12:01
    Primeiro temos que nos dar conta
  • 12:01 - 12:06
    de que certos produtos
    são mais éticos do que outros.
  • 12:06 - 12:10
    Se nós cortarmos apenas o peixe,
    os ovos e os frangos,
  • 12:10 - 12:14
    isso perfaz cerca de 80%
    de sermos totalmente veganos.
  • 12:15 - 12:17
    São organismos muito mais pequenos.
  • 12:17 - 12:20
    Por isso, para conseguir
    a mesma quantidade de produtos,
  • 12:20 - 12:22
    temos que aprisionar
    uma quantidade muito maior
  • 12:22 - 12:24
    e matar e torturar muitos mais.
  • 12:24 - 12:27
    Não estou a defender
    que comamos muito mais carne de vaca
  • 12:27 - 12:30
    porque, por um lado,
    a carne de vaca é insustentável
  • 12:30 - 12:31
    e degradante para o ambiente.
  • 12:32 - 12:34
    Temos que reduzir o consumo de carne.
  • 12:34 - 12:37
    E quanto à carne humanitária?
    Uma pergunta muito vulgar.
  • 12:38 - 12:41
    Ou seja;
    A possibilidade de haver um cenário
  • 12:41 - 12:43
    em que pudéssemos obter
    os restos de um ser
  • 12:43 - 12:45
    que tenha vivido uma vida longa e feliz,
  • 12:45 - 12:47
    com um sofrimento mínimo.
  • 12:47 - 12:51
    Isto é um mito muito distante
    do consumidor habitual,
  • 12:51 - 12:53
    de qualquer consumidor habitual, hoje.
  • 12:53 - 12:55
    Pelo contrário, temos empresas
  • 12:55 - 12:58
    que fazem melhoramentos minúsculos
  • 12:58 - 13:01
    para o bem-estar de animais
    que sofrem na mesma,
  • 13:01 - 13:04
    e depois realçam isso
    como se fosse uma bênção de São Gabriel,
  • 13:04 - 13:06
    Vou dar um exemplo.
  • 13:06 - 13:09
    "Sem gaiola", "criação em liberdade",
    "criado em pastagens",
  • 13:09 - 13:12
    são etiquetas que permitem,
    mesmo assim,
  • 13:12 - 13:16
    três ou quatro,
    das cinco injustiças que referi.
  • 13:16 - 13:19
    quer seja a sobre população,
    a matança em massa dos frangos machos,
  • 13:19 - 13:22
    o corte dos bicos sem anestesia,
    a postura de ovos forçada
  • 13:22 - 13:25
    E se houver uma organização
    de subcontratações,
  • 13:25 - 13:28
    ela pode não estar a pôr em prática
    esses direitos.
  • 13:28 - 13:31
    Por exemplo, o New York Times
    recentemente publicou uma investigação
  • 13:31 - 13:34
    de um fornecedor de produtos integrais,
  • 13:34 - 13:36
    no interior da quinta,
    supostamente humanitária,
  • 13:36 - 13:39
    onde se encontraram
    dezenas e dezenas de aves
  • 13:39 - 13:42
    em condições de imundície, doença,
    com os bicos cortados.
  • 13:42 - 13:44
    A única forma de termos a certeza
  • 13:44 - 13:47
    de que a nossa refeição
    tem um mínimo de crueldade,
  • 13:47 - 13:50
    é assegurarmos que é isenta
    de carne e de produtos animais.
  • 13:51 - 13:54
    "Os animais matam-se uns aos outros",
    podem pensar.
  • 13:54 - 13:58
    "Isso justifica de certo modo
    que também matemos animais",
  • 13:59 - 14:02
    A diferença entre nós e os predadores,
    como os leões, os tigres e os ursos
  • 14:02 - 14:04
    é que nós somos agentes morais.
  • 14:04 - 14:08
    Podemos avaliar considerações
    como justiça e igualdade.
  • 14:08 - 14:11
    Podemos compreender
    como o sofrimento dos outros
  • 14:11 - 14:14
    nos dá uma razão para alterarmos
    o nosso comportamento.
  • 14:14 - 14:20
    Enquanto gentes morais, temos uma missão
    para responder ao sofrimento dos outros.
  • 14:20 - 14:24
    Quero dizer-vos, quero garantir
    que esta missão é fácil.
  • 14:24 - 14:26
    É fácil porque não se trata
    apenas de hábitos,
  • 14:27 - 14:30
    A minha mensagem é:
    elevem a vossa compaixão,
  • 14:30 - 14:32
    subam um nível nos vossos
    hábitos de alimentação.
  • 14:32 - 14:34
    Vou dar-vos três níveis.
  • 14:34 - 14:36
    Nível um:
  • 14:36 - 14:38
    Se passarem para o semi-vegetarianimo,
  • 14:39 - 14:42
    vão apenas fazer algumas refeições
    por semana, sem carne.
  • 14:42 - 14:48
    No nível um, descobrem que há
    toneladas de alimentos de que já gostam
  • 14:48 - 14:52
    que são versões veganas
    quer sejam hambúrgueres, burritos, pizzas.
  • 14:52 - 14:56
    Isto é "chill" vegano que eu fiz
    com as minhas mãos.
  • 14:56 - 14:58
    Tem glúten de trigo.
  • 15:00 - 15:03
    Alguns semi-vegetarianos
    incluem o pastor Rick Warren
  • 15:03 - 15:06
    e o seu rebanho
    de 15 000 membros da igreja
  • 15:06 - 15:08
    que entraram numa dieta semi-vegetariana.
  • 15:08 - 15:11
    Também reduziram muito
    o perímetro da cintura.
  • 15:11 - 15:14
    Oprah e a sua equipa
    fizeram uma coisa semelhante.
  • 15:14 - 15:17
    E Arian Foster é apenas um atleta
    que subiu ao nível mais alto
  • 15:17 - 15:19
    numa dieta quase sem carne.
  • 15:20 - 15:23
    O dia semanal do vegetarianismo
    é o nível dois:
  • 15:23 - 15:26
    basicamente seguindo o vegetarianismo
    na maior parte do tempo.
  • 15:27 - 15:29
    Hoje, há 16 milhões
    de americanos vegetarianos
  • 15:29 - 15:31
    pelo menos, na maior parte do tempo
  • 15:31 - 15:33
    e estes são três deles bem conhecidos.
  • 15:33 - 15:35
    Neste nível, habituamo-nos a encontrar
  • 15:35 - 15:37
    fantásticos alimentos
    veganos e vegetarianos ,
  • 15:37 - 15:40
    como todas estas coisas
    que são totalmente veganas.
  • 15:40 - 15:43
    e se encontram no Sweet Pea Café,
    aqui mesmo em Tallahassee.
  • 15:45 - 15:48
    No nível três, temos
    o vegetarianismo e o veganismo,
  • 15:49 - 15:51
    levando a redução de produtos animais
    a tempo inteiro.
  • 15:51 - 15:54
    Há oito milhões de americanos
    veganos
  • 15:54 - 15:57
    e estes são dois deles,
    e um americano honorário.
  • 15:57 - 15:59
    (Risos)
  • 15:59 - 16:01
    Neste nível, começamos a perceber
  • 16:01 - 16:04
    que há imensos alimentos
    que nunca teríamos tentado
  • 16:04 - 16:05
    se não experimentássemos isto,
  • 16:05 - 16:08
    seja falafel, tofu, batidos fantásticos
    com leite de amêndoas,
  • 16:08 - 16:12
    ou receitas com couve de Portobello
    e amendoins.
  • 16:13 - 16:16
    Encontramos mais alimentos veganos
    numa VegFest perto de nós
  • 16:16 - 16:19
    como a VegFest da Flórida Norte,
    a primeira a realizar-se anualmente
  • 16:20 - 16:22
    a 14 de abril, em Cascades Park.
  • 16:22 - 16:25
    Penso que irão descobrir
    que a melhor comida vegana
  • 16:25 - 16:28
    é conhecida por cachorro vegano.
  • 16:28 - 16:30
    (Risos)
  • 16:32 - 16:37
    Esperem, isto não é um cachorro vegano,
    mas dá-me uma ótima questão para terminar,
  • 16:37 - 16:40
    uma questão sobre as lentes da justiça.
  • 16:40 - 16:43
    Quando pomos as lentes da justiça,
  • 16:43 - 16:49
    entre as fatias de pão como estas,
    já não vemos nenhuma comida,
  • 16:49 - 16:51
    já não vemos carne.
  • 16:51 - 16:53
    O que vemos é um corpo qualquer,
  • 16:53 - 16:56
    o corpo de um ser vivo igual ao de Cedric,
  • 16:56 - 16:59
    o corpo de um ser vivo
    tão inocente como Snow.
  • 17:01 - 17:03
    Por isso, peço-vos:
  • 17:03 - 17:05
    ponham as lentes da justiça,
  • 17:05 - 17:08
    vejam um mundo em que os direitos
    dos seres não sejam opcionais
  • 17:08 - 17:12
    em que o sofrimento de todos
    seja importante.
  • 17:12 - 17:18
    Elevem a vossa compaixão, apoiando
    a defesa dos direitos dos animais,
  • 17:18 - 17:22
    incluindo a defesa de menos crueldade
    nas próximas semanas.
  • 17:23 - 17:24
    Muito obrigado.
  • 17:24 - 17:28
    (Aplausos)
Title:
Acabar com o sofrimento de milhares de milhões: supercar o especiesismo | Jay Quigley | TEDxFSU
Description:

Uma forma enorme de discriminação encontra-se para onde quer que nos viremos: milhares de milhões de indivíduos são presos, mutilados e massacrados enquanto a maior parte da sociedade o ignora. Jay Quigley propõe esperança e ideias práticas para podermos elevar a nossa compaixão, livrando duma vida de sofrimento mais do que a nossa quota-parte de animais criados em quintas.

Esta palestra foi feita num evento TEDx, usando o formato das Conferências TED, mas organizado de forma independente por uma comunidade local. Saiba mais em: http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
17:29

Portuguese subtitles

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