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Uma breve história dos góticos — Dan Adams

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    O que é que os fãs
    da música atmosférica pós-punk
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    têm em comum com os antigos bárbaros?
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    Pouca coisa.
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    Então, porque é que são
    conhecidos por "góticos"?
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    Será uma coincidência estranha
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    ou haverá uma ligação mais profunda
    que atravessou séculos?
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    A história começa na antiga Roma.
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    À medida que o Império Romano
    se expandia,
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    enfrentava ataques e invasões
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    das populações seminómadas
    ao longo das fronteiras.
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    Entre as mais poderosas, havia
    um povo germânico conhecido por góticos
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    que era formado por dois grupos tribais,
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    os visigodos
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    e os ostrogodos.
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    Embora algumas das tribos germânicas
    se mantivessem inimigas de Roma,
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    o Império incorporou outras
    no exército imperial.
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    Quando o Império Romano
    se dividiu ao meio,
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    esses exércitos tribais desempenharam
    papéis importantes na sua defesa
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    e nas lutas internas pelo poder.
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    No século V, uma revolta de mercenários
    chefiada por um soldado chamado Odoacro,
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    tomou Roma
    e depôs o Imperador do Ocidente.
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    Odoacro e Teodorico,
    o seu sucessor ostrogodo
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    mantiveram-se tecnicamente
    sob a autoridade do Imperador do Oriente
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    e mantiveram as tradições romanas.
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    Mas o Império do Ocidente
    nunca mais voltaria a unir-se.
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    Os seus domínios fragmentaram-se
    em reinos governados pelos godos
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    e por outra tribos germânicas
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    que assimilaram as culturas locais,
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    embora muitos dos seus nomes
    ainda apareçam no mapa.
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    Foi o fim do Período Clássico
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    e o início do que muitos chamam
    a Idade das Trevas.
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    Embora a cultura romana
    nunca se tenha perdido inteiramente,
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    a sua influência diminuiu
    e surgiram novos estilos artísticos
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    concentrados no simbolismo
    religioso e na alegoria
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    em vez de nas proporções e no realismo.
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    Esta mudança alargou-se à arquitetura,
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    com a contribuição da Abadia
    de Saint Denis, em França, em 1137.
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    Os arcos em ogiva, os arcobotantes
    e as grandes janelas
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    tornaram as estruturas
    mais esqueléticas e ornamentadas.
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    Isso realçava o interior
    aberto e luminoso,
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    em vez das paredes maciças
    e das colunas dos edifícios clássicos.
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    Durante os séculos seguintes,
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    esse passou a ser o modelo
    para as catedrais, em toda a Europa.
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    Mas as modas mudam.
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    Com a renovada admiração
    do Renascimento Italiano
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    pela antiga Grécia e Roma,
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    o estilo mais recente começou
    a parecer cru e inferior.
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    Escrevendo em 1550
    no livro "Vidas dos Artistas",
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    Giorgio Vasari foi o primeiro
    a descrevê-lo como "gótico",
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    uma referência depreciativa
    aos bárbaros
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    considerados culpados
    pela destruição da civilização clássica.
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    O nome pegou e em breve passou
    a descrever todo o período medieval,
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    com associações à escuridão,
    à superstição e à simplicidade.
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    Mas o tempo foi passando,
    e com ele o que estava na moda.
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    Na década de 1700, apareceu um período
    chamado Iluminismo
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    que valorizava a razão científica
    acima de tudo o mais.
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    Reagindo contra isso, autores românticos,
    como Goethe e Byron,
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    procuravam visões idealizadas
    de um passado de paisagens naturais
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    e de forças espirituais misteriosas.
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    Aqui, a palavra gótico
    encontrou um novo significado
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    para descrever um género literário
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    que surgiu como um ramo
    mais sombrio do Romanticismo.
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    O termo foi aplicado pela primeira vez
    por Horace Walpole
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    no seu romance de 1764,
    "The Castle of Otranto",
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    como uma referência à intriga
    e atmosfera geral.
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    Muitos dos elementos do romance
    passaram a ser clássicos do género,
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    inspirando clássicos
    e os seus numerosos filmes.
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    O rótulo de gótico pertenceu
    apenas à literatura e ao filme
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    até aos anos 70 quando apareceu
    um novo cenário musical.
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    Inspirando-se em artistas
    como The Doors e The Velvet Underground,
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    grupos britânicos pós-punk,
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    como os Joy Division,
    os Bauhaus e os The Cure,
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    combinaram letras melancólicos
    com a dissonância punk
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    com uma imagética inspirada
    na era vitoriana,
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    no terror clássico
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    e na moda do esplendor andrógeno.
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    No início da década de 1980,
    surgiram mais bandas semelhantes
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    pertencentes ao estilo a que
    a imprensa musical chamava rock gótico.
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    e a popularidade do estilo
    tirou-as do anonimato
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    e lançou-as para as grandes etiquetas
    e para a MTV.
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    Hoje, apesar da atenção mediática,
    por vezes negativa, e dos estereótipos,
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    a música e a moda góticas continuam
    como um forte fenómeno subterrâneo.
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    Também ramificaram em subgéneros,
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    como o cibergótico,
    a gotabilidade,
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    o metal gótico
    e até o "steampunk".
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    A história do mundo gótico
    está embebida
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    de milhares de anos
    de movimentos contraculturas,
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    desde invasores do exterior
    que se tornaram reis
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    até às altas espiras
    que substituem colunas sólidas
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    até a artistas que encontram beleza
    na escuridão.
  • 5:05 - 5:07
    Cada passo tem visto uma revolução
  • 5:07 - 5:13
    e uma tendência para a civilização chegar
    ao seu passado para reformular o presente.
Title:
Uma breve história dos góticos — Dan Adams
Speaker:
Dan Adams
Description:

Vejam a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/a-brief-history-of-goths-dan-adams

O que é que os fãs da música atmosférica pós-punk têm em comum com os antigos bárbaros? Pouca coisa... então porque é que são conhecidos por "góticos"? Será uma coincidência estranha — ou haverá uma ligação mais profunda que atravessou séculos? Dan Adams investiga.

Lição de Dan Adams, animação de Globizco.

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