[Script Info] Title: [Events] Format: Layer, Start, End, Style, Name, MarginL, MarginR, MarginV, Effect, Text Dialogue: 0,0:00:07.88,0:00:09.100,Default,,0000,0000,0000,,Como sabemos que somos reais? Dialogue: 0,0:00:09.100,0:00:12.96,Default,,0000,0000,0000,,É uma pergunta óbvia \Naté tentarmos respondê-la, Dialogue: 0,0:00:12.96,0:00:14.68,Default,,0000,0000,0000,,mas vamos levá-la a sério. Dialogue: 0,0:00:14.68,0:00:17.40,Default,,0000,0000,0000,,Como é que sabemos realmente \Nque existimos? Dialogue: 0,0:00:17.40,0:00:19.99,Default,,0000,0000,0000,,Em "Meditações sobre Filosofia Primeira", Dialogue: 0,0:00:19.99,0:00:23.20,Default,,0000,0000,0000,,René Descartes tentou \Nresponder a esta pergunta, Dialogue: 0,0:00:23.20,0:00:26.47,Default,,0000,0000,0000,,derrubando todas as suas noções \Ne opiniões preconcebidas Dialogue: 0,0:00:26.47,0:00:28.97,Default,,0000,0000,0000,,para recomeçar dos fundamentos. Dialogue: 0,0:00:28.97,0:00:32.52,Default,,0000,0000,0000,,Todo o seu conhecimento tinha origem \Nnas suas perceções sensoriais do mundo. Dialogue: 0,0:00:32.52,0:00:33.77,Default,,0000,0000,0000,,Tal como vocês, não é? Dialogue: 0,0:00:33.77,0:00:36.62,Default,,0000,0000,0000,,Vocês sabem que estão a ver este vídeo \Ncom os vossos olhos, Dialogue: 0,0:00:36.62,0:00:38.12,Default,,0000,0000,0000,,a ouvi-lo com os vossos ouvidos. Dialogue: 0,0:00:38.12,0:00:40.48,Default,,0000,0000,0000,,Os nossos sentidos mostram-vos \No mundo tal como ele é. Dialogue: 0,0:00:40.48,0:00:43.34,Default,,0000,0000,0000,,Não estão a enganar-nos, \Nmas às vezes enganam. Dialogue: 0,0:00:43.34,0:00:46.27,Default,,0000,0000,0000,,Podemos confundir uma pessoa \Nao longe com outra qualquer Dialogue: 0,0:00:46.27,0:00:49.11,Default,,0000,0000,0000,,ou termos a certeza de que vamos \Napanhar uma bola em voo Dialogue: 0,0:00:49.11,0:00:50.95,Default,,0000,0000,0000,,e ela cai no chão à nossa frente. Dialogue: 0,0:00:50.95,0:00:54.60,Default,,0000,0000,0000,,Mas, aqui e agora, sabemos que o que\Nestá em frente dos nossos olhos é real. Dialogue: 0,0:00:54.60,0:00:57.39,Default,,0000,0000,0000,,Os nossos olhos, as nossas mãos, \No nosso corpo. Somos nós! Dialogue: 0,0:00:57.39,0:01:01.23,Default,,0000,0000,0000,,Só os loucos negariam isso e \Nvocês sabem que não são loucos. Dialogue: 0,0:01:01.23,0:01:04.10,Default,,0000,0000,0000,,Quem quer que duvide disso \Ndeve estar a sonhar. Dialogue: 0,0:01:04.10,0:01:06.62,Default,,0000,0000,0000,,Oh, não! E se estamos a sonhar? Dialogue: 0,0:01:06.62,0:01:08.11,Default,,0000,0000,0000,,Os sonhos parecem reais. Dialogue: 0,0:01:08.11,0:01:10.27,Default,,0000,0000,0000,,Podemos acreditar \Nque estamos a nadar, a voar Dialogue: 0,0:01:10.27,0:01:12.60,Default,,0000,0000,0000,,ou a lutar contra monstros \Ncom as mãos nuas Dialogue: 0,0:01:12.60,0:01:15.02,Default,,0000,0000,0000,,quando o nosso corpo real \Nestá deitado na cama. Dialogue: 0,0:01:15.02,0:01:18.51,Default,,0000,0000,0000,,Não, não, não. Quando estamos acordados, \Nsabemos que estamos acordados. Dialogue: 0,0:01:18.51,0:01:21.78,Default,,0000,0000,0000,,Ah! Mas quando não estamos, \Nnão sabemos que não estamos, Dialogue: 0,0:01:21.78,0:01:25.25,Default,,0000,0000,0000,,por isso não podemos provar \Nque estamos a sonhar. Dialogue: 0,0:01:25.25,0:01:29.05,Default,,0000,0000,0000,,Talvez que o corpo que vocês sentem ter \Nnão esteja realmente aí. Dialogue: 0,0:01:29.05,0:01:31.99,Default,,0000,0000,0000,,Talvez que toda a realidade, \Nmesmo os seus conceitos abstratos, Dialogue: 0,0:01:31.99,0:01:36.46,Default,,0000,0000,0000,,como o tempo, a forma, \Na cor e o número, sejam falsos, Dialogue: 0,0:01:36.46,0:01:40.17,Default,,0000,0000,0000,,apenas ilusões fabricadas por um génio mau. Dialogue: 0,0:01:40.53,0:01:41.75,Default,,0000,0000,0000,,Não, a sério. Dialogue: 0,0:01:41.75,0:01:44.69,Default,,0000,0000,0000,,Descartes pergunta \Nse podemos rejeitar a ideia Dialogue: 0,0:01:44.69,0:01:47.87,Default,,0000,0000,0000,,de que um genial demónio mau nos enfeitiçou Dialogue: 0,0:01:47.87,0:01:50.58,Default,,0000,0000,0000,,para acreditarmos que a realidade é real. Dialogue: 0,0:01:50.58,0:01:53.73,Default,,0000,0000,0000,,Talvez que esse embusteiro diabólico \Nnos tenha enganado. Dialogue: 0,0:01:53.73,0:01:56.79,Default,,0000,0000,0000,,O mundo, a perceção que temos dele, \Naté o nosso corpo. Dialogue: 0,0:01:56.79,0:01:59.68,Default,,0000,0000,0000,,Não podem provar que tudo isto \Nnão é pura invenção Dialogue: 0,0:01:59.68,0:02:01.94,Default,,0000,0000,0000,,e como é que vocês \Npoderiam existir sem isso? Dialogue: 0,0:02:01.94,0:02:04.51,Default,,0000,0000,0000,,Não podiam. Por isso não existem. Dialogue: 0,0:02:04.51,0:02:06.32,Default,,0000,0000,0000,,A vida não passa de um sonho Dialogue: 0,0:02:06.32,0:02:10.42,Default,,0000,0000,0000,,e aposto que vocês não a levam \Nalegremente, pois não? Dialogue: 0,0:02:10.42,0:02:12.50,Default,,0000,0000,0000,,Não, vocês levam-na cansados, Dialogue: 0,0:02:12.50,0:02:16.76,Default,,0000,0000,0000,,como os tontos enganados, \Nnão existentes que são/não são. Dialogue: 0,0:02:17.46,0:02:19.04,Default,,0000,0000,0000,,Acham que isto é convincente? Dialogue: 0,0:02:19.04,0:02:20.31,Default,,0000,0000,0000,,Estão convencidos? Dialogue: 0,0:02:20.31,0:02:23.50,Default,,0000,0000,0000,,Se não estão, ótimo; \Nse estão, ainda melhor, Dialogue: 0,0:02:23.50,0:02:28.67,Default,,0000,0000,0000,,porque, se ficassem convencidos, \Niam provar que são seres convencidos. Dialogue: 0,0:02:29.13,0:02:31.77,Default,,0000,0000,0000,,Não podem ser nada, \Nse pensam que são alguma coisa, Dialogue: 0,0:02:31.77,0:02:34.40,Default,,0000,0000,0000,,mesmo que pensem que uma coisa é nada Dialogue: 0,0:02:34.40,0:02:37.79,Default,,0000,0000,0000,,porque, seja o que for que pensarem, \Nvocês são uma coisa pensante, Dialogue: 0,0:02:37.79,0:02:38.98,Default,,0000,0000,0000,,ou, como Descartes disse: Dialogue: 0,0:02:38.98,0:02:41.73,Default,,0000,0000,0000,,"Penso, logo existo", Dialogue: 0,0:02:42.12,0:02:44.53,Default,,0000,0000,0000,,por isso, vocês também existem, realmente.