1 00:00:00,269 --> 00:00:04,810 (Portuguese/Português translation by Ana Julia Perrotti-Garcia, FFLCH USP SP, Freelance Translator & Interpreter) Um ensaio de aglutinação é um modo simples de detectar e medir anticorpos 2 00:00:04,810 --> 00:00:09,379 em uma amostra clínica, contra um antígeno específico. 3 00:00:09,379 --> 00:00:15,020 Nesta animação serão demonstrados os princípios e as armadilhas potenciais do ensaio. 4 00:00:15,060 --> 00:00:21,380 O principal reagente utilizado no ensaio é uma solução de pequenas pérolas insolúveis 5 00:00:21,380 --> 00:00:22,830 geralmente compostas de látex. 6 00:00:22,830 --> 00:00:28,160 Alternativamente, para medir anticorpos contra um agente patogênico microbiano pode-se usar 7 00:00:28,160 --> 00:00:31,100 bactérias mortas ou células de levedura como partículas aglutinantes. 8 00:00:31,100 --> 00:00:36,550 Mas, neste exemplo, usamos pérolas de látex, preparadas de modo a 9 00:00:36,550 --> 00:00:41,870 serem revestidas pelo antígeno pesquisado e tenham uma concentração suficiente 10 00:00:41,870 --> 00:00:45,710 para produzir uma suspensão leitosa visível. 11 00:00:45,710 --> 00:00:49,630 Para medir anticorpos contra o antígeno, as partículas são adicionadas aos orifícios 12 00:00:49,630 --> 00:00:55,020 de uma placa de microtitulação com 96 orifícios. Adiciona-se soro de diferentes pacientes 13 00:00:55,020 --> 00:00:57,300 aos orifícios da primeira coluna. 14 00:00:57,300 --> 00:01:02,980 Duas diluições dos soros são preparadas nas fileiras. 15 00:01:02,980 --> 00:01:09,980 Então, adiciona-se soro de controle positivo e negativo nas últimas duas colunas. 16 00:01:12,060 --> 00:01:16,130 Quando a placa é incubada à temperatura ambiente, 17 00:01:16,130 --> 00:01:18,609 os orifícios com controle negativo ficam inalterados. 18 00:01:18,609 --> 00:01:22,929 Os orifícios com controle positivo formam um botão visível no fundo 19 00:01:22,929 --> 00:01:28,840 e a solução nesses orifícios passa de leitosa para translúcida. 20 00:01:28,840 --> 00:01:35,219 Então, o que explica o aparecimento de orifícios positivos 21 00:01:35,219 --> 00:01:38,170 e o que explica a falta de alteração nos orifícios negativos? 22 00:01:38,170 --> 00:01:42,679 Para entender o que acontece, vamos analisar a aparência microscópica 23 00:01:42,679 --> 00:01:46,270 dos orifícios positivos e negativos, para ver o que acontece em cada caso. 24 00:01:46,270 --> 00:01:51,049 Quando não existem anticorpos no orifícios, as pérolas permanecem em suspensão 25 00:01:51,049 --> 00:01:53,169 conferindo-lhe um aspecto leitoso. 26 00:01:53,169 --> 00:01:59,959 Mas, quando está presente um anticorpo específico. há união das pérolas e forma-se um reticulado. 27 00:01:59,959 --> 00:02:05,569 Isto faz com que as pérolas se aglutinem e formam-se grandes agregados que precipitam 28 00:02:05,569 --> 00:02:07,189 para o fundo arredondado dos orifícios. 29 00:02:07,189 --> 00:02:12,560 A suspensão, que era leitosa, fica translúcida pela precipitação dos complexos, 30 00:02:12,560 --> 00:02:17,750 e os agregados formam uma pastilha ou um botão no fundo do orifício. 31 00:02:17,750 --> 00:02:22,320 Então, há a formação de um botão no fundo dos orifícios 32 00:02:22,320 --> 00:02:25,110 com anticorpos específicos suficientes para precipitar as pérolas. 33 00:02:25,110 --> 00:02:29,860 Mas quando o anticorpo está muito diluído, não há precipitação. 34 00:02:29,860 --> 00:02:36,860 Os títulos de anticorpos de um paciente são a última diluição de soro capaz de produzir precipitação. 35 00:02:49,670 --> 00:02:54,550 Mas, como se explica a ausência de precipitação nos orifícios mais concentrados, 36 00:02:54,550 --> 00:02:59,350 com soro com títulos mais altos, mostrados pela seta laranja? 37 00:02:59,350 --> 00:03:04,190 Imagine um orifício que tem muito mais moléculas de anticorpo do que pérolas. 38 00:03:04,190 --> 00:03:08,290 As pérolas vão ser totalmente revestidas por anticorpos 39 00:03:08,290 --> 00:03:12,320 e não haverá possibilidade de reticulação e precipitação. 40 00:03:12,320 --> 00:03:18,730 Este fenômeno, chamado de pró-zona, às vezes ocorre em casos de sífilis. 41 00:03:18,730 --> 00:03:23,510 O teste de triagem padrão para sífilis é um ensaio de aglutinação 42 00:03:23,510 --> 00:03:28,200 Adiciona-se soro não diluído às pérolas revestidas com o antígeno cardiolipina. 43 00:03:28,200 --> 00:03:33,210 Na sífilis secundária, os títulos de anticorpos às vezes são tão altos 44 00:03:33,210 --> 00:03:36,300 que o teste exibe uma pró-zona e o resultado é falso negativo. 45 00:03:36,300 --> 00:03:40,870 Então, como podemos superar este problema potencial 46 00:03:40,870 --> 00:03:42,390 e fazer um diagnóstico laboratorial correto? 47 00:03:42,390 --> 00:03:46,610 Que tal diluir o soro e depois testar novamente? 48 00:03:46,610 --> 00:03:51,000 Diluindo o anticorpo, neste caso, as quantidades de anticorpos e antígenos 49 00:03:51,000 --> 00:03:53,510 tornam-se praticamente equivalentes. 50 00:03:53,510 --> 00:03:56,670 Assim, existem condições para reticulação. 51 00:03:56,670 --> 00:04:01,510 Quando ocorre a reticulação, forma-se um precipitado e desenvolve-se um botão 52 00:04:01,510 --> 00:04:03,970 no fundo do tubo, que indica um teste positivo.