[Catherine Opie: Sandusky, Ohio]
Eu cresci em Sandusky, Ohio.
Tenho uma longa lista
de parentes antigos ali,
e quando eu tinha 13 anos
nos mudamos para Poway, Califórnia.
Eu sei. Não é fantástico?
Veja: Con Agra.
É uma fábrica fantástica.
(Oi, carro. Estou te vendo.)
Mas eu amo as pilhas de carvão.
Esta viagem que estou fazendo hoje
é meio que como admirar
aquele tipo de arte americana.
Justaposição. As placas sempre são boas.
Tal como ver um duende...
com a placa do peixe frito.
Às vezes, eu vejo algumas crianças
e pergunto se posso bater
uma foto delas, mas
isso é raro.
Pronto?
Muito bem, agora uma foto normal, certo?
É só ficar parado aí.
Assim mesmo. Muito bem.
Aqui. Olhe para mim.
Você quer uma foto sua?
Venha aqui.
Pronto. Mais uma.
Quando somos crianças,
ficamos na rua o dia inteiro.
Eu costumava deitar
no milharal por horas, olhando para o céu.
Eu passava um bom tempo sozinha.
Beleza! Onde vocês moram?
- Eu moro no East Market.
- East Market?
- E eu no East Washington.
- Beleza.
É interessante que acabei passando
um bom tempo sozinha,
e agora, fotografando também,
porque é algo bem parecido como quando
eu era uma criança:
eu ficava um bom tempo sozinha.
Eu costumava estar entre amigos também,
mas eu era o tipo de criança
que gostava de andar sozinha.
A lenda diz que há um dólar de prata
na pedra de alicerce.
É a única coisa que sobrou...
da companhia do meu avô e do meu pai.
- Eles construiram este prédio?
- Sim.
Voltar para Sandunsky
foi muito interessante
porque eu pude encontrar
este lugar de alegria de novo,
lugar este, que era muito difícil
para mim de morar
enquanto eu era uma criança.
Eu literalmente usei os campos
para mudar meu estado emocional,
e acho que isso acontece comigo
com frequência quando fotografo um lugar.
Meu pai, além de fazer artesanato,
tinha a maior coleção
de campanha política da história dos EUA,
que agora está inteira no Smithsonian.
Nós tínhamos um cofrinho raro de F.D.R.,
no qual colocávamos uma moeda na sua mão
e ela ia para seu colo.
Eu poderia ser uma filha
da Revolução Americana.
Eu poderia mandar meus documentos
para lá se eu quisesse.
A minha família é muito patriótica.
Então, eu cresci no meio de todas
essas relíquias americanas.
Elas estavam penduradas na nossa casa
enquanto eu era uma criança.
Acho que isso prevalece no meu trabalho.
É por isso que foi tão estranho quando
o Guggenheim me chamou de
"Catherine Opie, Fotógrafa Americana".
"Eu pensei: certo,
acho melhor aceitar isso".
Isso faz parte de, basicamente,
tudo o que aprendi quando era criança,
o quão importante era ser uma americana.
Tradução e Revisão:
Renan Amorim dos Santos
renan.amorim.santos@gmail.com