Subtitles downloaded from Podnapisi.NET Este ж Marcos, de Barcelona, mas poderia ser qualquer um, de qualquer lugar. O que estр para acontecer com ele ocorre diariamente, em escritзrios e casas, em todo o mundo. SteriS+pitiKa Apresentam: THE LIGHTBULB CONSPIRACY "A CONSPIRAК├O DA L┬MPADA" Tambжm conhecido como: PYRAMIDS OF WASTE "PirРmides de Lixo" Uma peуa da impressora falhou, e o fabricante direciona Marcos Я assistЖncia tжcnica. O tжcnico farр um diagnзstico prжvio, mas dificilmente valerр a pena. Com certeza, serр difьcil achar peуas para poder reparр-la. Realmente, reparр-la nсo sairр em conta. Para reparр-la, custarр uns 100 a 110 euros. Temos impressoras a partir de 39 euros. Eu lhe aconselharia que comprasse uma impressora nova. Desta maneira, eu compraria uma nova. Nсo ж coincidЖncia os 3 atendentes oferecerem uma impressora nova. Se concordar, Marcos serр outra vьtima da obsolescЖncia planejada, o mecanismo secreto no coraусo de nossa sociedade de consumo. Nossa vida inteira parece centrada em consumir coisas, fazendo dьvidas comprando coisas que nсo precisamos. Nзs vivemos em uma sociedade dominada pela economia crescente, cuja lзgica nсo ж comprar porque precisamos, mas apenas por comprar. Se o consumidor nсo comprasse, a economia nсo cresceria. OBSOLESC╩NCIA PLANEJADA: o desejo, por parte do consumidor, de possuir algo um pouco mais novo, um pouco antes do necessрrio. Este filme vai revelar como a obsolescЖncia planejada moldou definiu nossas vidas desde 1920, quando fabricantes comeуaram a encurtar a vida dos produtos, para aumentar a demanda por consumo. Decidiu-se reduzir a vida Щtil dos produtos para 1.000 horas. Vamos descobrir como projetistas e Engenheiros tiveram que adotar novos valores e objetivos. Voltaram Яs pranchetas, e criaram algo que fosse mais frрgil. Eles programam estas coisas, para que quando terminemos de pagar, estejam inЩteis. USE E DESCARTE! Uma nova geraусo de consumidores comeуou a desafiar os fabricantes. ╔ possьvel imaginar uma economia viрvel sem obsolescЖncia planejada, e sem o impacto ao meio ambiente? A posteridade nunca vai nos perdoar. Vсo nos acusar de de jogar fora o estilo de vida das pessoas dos paьses avanуados. "A CONSPIRAК├O DA L┬MPADA" "A histзria oculta da obsolescЖncia planejada." Bem-vindos a Livermore, Califзrnia, casa da mais antiga lРmpada em funcionamento do mundo. Meu nome ж Lynn Owens, e sou diretor do "ComitЖ da LРmpada". Foi em 1972 quando descobrimos que a lРmpada pendurada na estaусo de bombeiros era uma lРmpada diferente. A lРmpada na estaусo de bombeiros funciona continuamente desde 1901. Ironicamente, a lРmpada jр sobreviveu a 2 cРmeras. Em 2001, quando a lРmpada completou 100 anos de idade, o povo de Livermore deu uma grande festa de aniversрrio, ao estilo americano. Se houvesse umas 200 pessoas ficarьamos felizes, e aconteceu que 800 a 900 pessoas compareceram. Achamos que ninguжm cantaria "feliz aniversрrio" para uma lРmpada, bem, achamos que nсo, mas cantaram. "Feliz aniversрrio querida lРmpada" "Feliz aniversрrio para vocЖ" Esta lРmpada era produzida em uma cidade chamada Shelby, em Ohio, em 1895, e montada por moуas, cuja foto temos aqui, e por estes cavalheiros, que investiram na empresa. O filamento foi inventado por Adolphe Chaillet, que o projetou para durar muito. Como este filamento dura tanto, eu nсo sei. ╔ um segredo dele, que morreu com ele. A fзrmula de Chaillet para um filamento durрvel nсo ж o Щnico segredo na histзria das lРmpadas. Um segredo muito maior ж como as humildes lРmpadas tornaram-se a primeira vьtima da obsolescЖncia planejada. A noite de Natal de 1924 foi um dia especial. Em uma sala de reuniшes em Genebra, alguns empresрrios resolveram criar um plano secreto. Eles criaram o primeiro cartel a nьvel mundial, cujo objetivo era controlar a produусo de lРmpadas, e dividir o mercado mundial entre eles. Este cartel tinha o nome de "Phoebus". "Phoebus" incluьa os principais fabricantes de lРmpadas na Europa e EUA, e mesmo colЗnias estrangeiras na ┴sia e ┴frica. Eles alterariam as patentes, controlariam a produусo e, sobretudo, aumentariam o consumo. Seria bem melhor para as empresas se suas lРmpadas fossem compradas mais frequentemente, porque lРmpadas de longa duraусo sсo uma desvantagem econЗmica. No inьcio, os fabricantes buscavam maior vida Щtil para as lРmpadas. Em 1871, experiЖncias levaram Я produусo de uma pequena lРmpada, que atingiu enorme durabilidade. O filamento, sob condiушes normais, apresenta grande estabilidade... A primeira lРmpada comercial de Thomas Edison, vendida em 1881, durava 1.500 horas. Em 1924, quando o cartel Phoebus foi criado, fabricantes anunciavam, orgulhosos, lРmpadas de atж 2.500 horas, e aumentavam ainda mais a longevidade de suas lРmpadas. Phoebus decidiu limitar a vida Щtil das lРmpadas em 1.000 horas. Em 1925, eles nomearam um grupo chamado "ComitЖ das 1.000 horas", que iria tecnicamente reduzir o tempo que uma lРmpada incandescente iria durar. 80 anos mais tarde, Helmut HШge, um historiador de Berlim, descobriu provas das atividades do comitЖ, escondidas nos documentos internos dos fundadores do cartel, como Philips na Holanda, Osram na Alemanha, e Compagnie des Lampes na Franуa. Aqui temos um documento do cartel, que diz: A vida mжdia de lРmpadas para uso geral nсo deve ser garantida, publicada ou oferecida por outro valor que nсo seja 1.000 horas. Definiусo da vida Щtil das lРmpadas. Sob pressсo do cartel, as empresas membros fizeram experimentos para criar uma lРmpada mais frрgil, que se adequasse ao novo padrсo de 1.000 horas. A produусo de lРmpadas foi monitorada cuidadosamente, para garantir que os membros do cartel obedecessem. Uma das formas foi montar um suporte com vрrias prateleiras, nas quais amostras de lРmpadas tiradas da produусo eram ligadas, para que a Osram pudesse registrar o quanto cada uma delas durava. Os membros enfrentavam uma grande burocracia. Auditorias eram feitas mensalmente, para ver se a produусo nсo estava "fora dos padrшes". RELATМRIO MENSAL DE VIDA ┌TIL (6 MESES) Aqui temos uma lista de multas de 1929. Era quantos Francos Suьуos as empresas tinham que pagar, por exemplo, quando a vida da lРmpada fosse de 1.500 horas. Multas da fрbrica australiana: 1.654 horas = multa de 13.680,00 └ medida que o plano progredia, a vida Щtil das lРmpadas caьa. Em apenas 2 anos, caiu de 2.500 horas para menos de 1.500 horas. Em 1940, o cartel atingiu seu objetivo. 1.000 horas tornou-se o padrсo de vida Щtil para lРmpadas. Eu vejo como isso era tentador em 1932. Na жpoca, a sustentabilidade nсo era nem levada em questсo, pois nсo acho que eles considerassem que o planeta tinha recursos finitos, pois era uma жpoca de abundРncia. Ironicamente, a lРmpada sempre foi um sьmbolo de idжias e inovaусo, e acabou sendo o melhor exemplo da obsolescЖncia planejada. Nas dжcadas que se seguiram, inventores criaram dЩzias de projetos de lРmpadas, incluindo um que durava 100.000 horas. Nenhum deles chegou ao mercado. Oficialmente, Phoebus nunca existiu, embora seus traуos sempre tenham estado por aь. A estratжgia usada foi constantemente mudar os nomes. Usaram "Cartel Internacional de Eletricidade", e depois outros. Na verdade esta idжia, como instituiусo, ainda existe. Em Barcelona, Marcos nсo seguiu os conselhos de trocar sua impressora. Ele estр determinado a consertр-la, e encontrou alguжm na internet que descobriu o que realmente ocorria com a sua impressora. Este ж o "segredinho sujo" das impressoras jato de tinta. Tentei imprimir um documento, e ela disse que uma peуa tinha pifado. Entсo, eu decidi tentar consertar por conta prзpria. AlЗ, Marcos. Recebi sua mensagem. Marcos contatou o autor do vьdeo. Hр algo embaixo do reservatзrio de tinta da impressora. Para funcionar, ela tem que limpar constantemente os cabeуotes, e faz isso esfregando os cabeуotes em um pedacinho de esponja. Hр um tempo predefinido de vida Щtil desta esponja, apзs o qual a impressora diz que estр saturada e nсo funciona mais. A justificativa ж que nсo querem que vaze tinta sobre a sua mesa. Mas acho que a questсo vai alжm. Ela foi projetada para falhar. A obsolescЖncia planejada apareceu ao mesmo tempo que a produусo em massa e a sociedade de consumo. O dilema dos produtos serem feitos para durarem menos ж parte do padrсo que comeуou com a Revoluусo Industrial, quando as novas mрquinas produziram bens muito mais baratos, o que foi зtimo para os consumidores, mas nсo havia mercado para tantas mрquinas e tanta produусo. No inьcio de 1928, uma revista influente alertava que "um produto que nсo estraga ж uma tragжdia para os negзcios". De fato, a produусo em massa tornou vрrios bens largamente disponьveis. Os preуos caьram, e muita gente comeуou a comprar por prazer, e nсo por necessidade. A economia atingia seu auge. MERCADO DE AКНES QUEBRA COMEКA O P┬NICO Em 1929, a sociedade de consumo emergente parou, quando Wall Street quebrou e jogou os EUA em uma profunda recessсo. "O desemprego atinge proporушes alarmantes". "Em 1933, um quarto da forуa de trabalho estava sem emprego." As pessoas nсo mais procuravam por bens, mas por trabalho e comida. De Nova York, veio uma proposta radical para renovar a economia. Bernard London, um famoso corretor de imзveis, sugeriu terminar com a depressсo fazendo a obsolescЖncia planejada compulsзria por lei. Era a primeira vez que o conceito era colocado por escrito. Pela proposta de Bernard London, todos os produtos teriam uma vida Щtil prж-definida, ao final da qual seriam considerados "legalmente mortos". Os consumidores os entregariam a uma agЖncia governamental, onde seriam destruьdos. Ele tentava chegar a um equilьbrio entre o capital e o trabalho, onde sempre haveriam mercado para novos produtos. Sempre haveria demanda para o trabalho, e lucro para o capital. Bernard London acreditava que com a obsolescЖncia compulsзria, a indЩstria se manteria produzindo, as pessoas se manteriam consumindo, e todos teriam empregos. Giles Slade foi a Nova York para investigar a pessoa atrрs da idжia. Ele queria descobrir se a obsolescЖncia de Bernard London se tratava apenas de lucros, ou se tentava ajudar os desempregados. Eu tenho uma foto de Bernard London... Dorothea Weitzner lembra-se de ter encontrado Bernard London nos anos 30, durante um evento familiar. Nсo me diga qual deles ж. - Ok. Oh, que interessante... Sim, definitivamente, ele parece intelectual. VocЖ encontrou Bernard London em 1933... Quando eu tinha uns 16 ou 17 anos. Meu pai tinha um grande Cadillac, que era do tamanho de um Zeppelin. Minha mсe estava dirigindo, como uma "chauffeur". Papai estava na frente, e o Sr. e Sra. London estavam atrрs da grande limusine. Papai disse que o Sr. London ia explicar sua filosofia para mim. Era um homem interessante. E ele me disse, em poucas palavras, qual era a sua idжia para reduzir a depressсo, pois estрvamos em uma bagunуa econЗmica, que era pior do que hoje. Ele era obcecado por sua idжia, como um artista obcecado por sua pintura. Ele na verdade sussurrava para mim, no ouvido, com receio de que sua teoria fosse muito radical. Na verdade, a proposta de Bernard London foi ignorada, e obsolescЖncia obrigatзria por lei nunca foi colocada em prрtica. 20 anos mais tarde, nos anos 1950, a idжia ressurgiu, mas com uma mudanуa crucial: ao invжs da obsolescЖncia forуada, os consumidores seriam seduzidos por ela. "OBSOLESC╩NCIA PLANEJADA: o desejo, por parte do consumidor, de possuir algo um pouco mais novo, um pouco melhor, um pouco antes do necessрrio." Certamente, nзs nos EUA... Esta era a voz de Brooks Stevens, o apзstolo da obsolescЖncia planejada nos EUA pзs-guerra. Este exuberante designer industrial criou de tudo, de utilidades domжsticas a carros e trens, sempre com a obsolescЖncia planejada em mente. No espьrito da жpoca, os projetos de Brooks Stevens transmitiam velocidade e modernidade, e atж mesmo a sua casa era diferente. Esta ж a casa que meu pai projetou, e onde eu cresci. Quando ela foi construьda, nos subЩrbios, todos achavam que seria a nova rodoviрria, porque ela nсo se parecia com uma casa tradicional. Uma das coisas mais importantes que meu pai sempre cuidava em um produto era que deveria haver uma mensagem. Ele detestava produtos que nсo diziam nada, ou que nсo criassem algum desejo no consumidor que inspirasse a compra. Ao contrрrio da abordagem europжia do passado, onde eles tentavam criar os melhores produtos e fazЖ-los durarem para sempre, como quando compravam um casaco e casavam com ele e eram enterrados com ele, e nunca tinham a chance de renovр-lo, a abordagem nos EUA ж fazer o consumidor INfeliz com o produto que foi usado por um tempo, deixando-o para o mercado de usados e comprando um produto mais novo, com um visual renovado. Brooks Stevens viajava pelos EUA promovendo a obsolescЖncia planejada e, discurso apзs discurso, sua teoria virou a moda do momento. "VALORIZANDO OS ESTILISTAS DA AM╔RICA" Homens e mulheres, juntos, melhoraram o visual das coisas. Fervorosamente deram atenусo ao que ж novo e bonito, e avanуado. Design e marketing seduziram os consumidores a sempre desejarem os Щltimos modelos. Meu pai nunca desenhou um produto para intencionalmente falhar, ou tornar-se obsoleto por alguma razсo funcional em um curto perьodo de tempo. A obsolescЖncia planejada ficava sempre a critжrio do consumidor. Ninguжm forуava o consumidor a entrar numa loja e comprar um produto. Ele fazia isso por vontade e escolha prзprias. Liberdade e felicidade atravжs do consumo ilimitado. O modo de vida americano dos anos 1950 tornou-se a base da sociedade de consumo que conhecemos hoje. Sem a obsolescЖncia planejada, este lugar nсo existiria. Nсo haveriam produtos, nem indЩstrias, nem designers, nem arquitetos, nem vendedores, nem faxineiros, nem guardas de seguranуa, nenhum emprego. De quanto em quanto tempo vocЖs trocam de celulares? 18 meses. - Uma vez por ano. Atualmente, a obsolescЖncia planejada ж parte intrьnseca do currьculo das escolas de Engenharia e design. Boris Knuff ensina o conceito de "ciclo de vida dos produtos", um eufemismo moderno para obsolescЖncia planejada. Eu comprei para vocЖs algumas coisas. Uma frigideira, um saleiro, uma camisa, outra camisa... Os estudantes aprendem a projetar para um mundo dominado por um Щnico objetivo: compras freqЧentes e repetitivas. Vou passar isto, e vocЖ vсo me dizer o que acham, quanto tempo levarсo para estragar, qual serр sua vida Щtil? Os designers devem entender a empresa para a qual trabalham. A empresa decide, por um modelo de negзcios, o quсo freqЧente querem que troquemos os produtos oferecidos. Portanto, esta aula ж voltada aos designers, e eles tЖm que entender e projetar os produtos desta forma, para cumprir exatamente a estratжgia do cliente para o qual eles trabalham. A obsolescЖncia planejada foi a base do crescimento econЗmico que o mundo ocidental viveu desde os anos 1950. Desde entсo, crescimento tem sido o objetivo sagrado de nossa economia. A lзgica da sociedade nсo ж crescer para atender a demanda, mas crescer pelo prazer de crescer. Um crescimento sem limites, que sз ж justificado pelo crescimento ilimitado do consumo. Serge Latouche ж um crьtico da sociedade de consumo, e escreveu bastante sobre os seus mecanismos. Os 3 fundamentos sсo publicidade, obsolescЖncia planejada e crжdito. Durante a Щltima geraусo, nossa vida resume-se a consumir coisas e contrair dьvidas para comprar coisas que nсo precisamos, o que nсo tem sentido. Crьticos da sociedade de consumo apontam que ela ж insustentрvel a longo prazo, por se basear em uma contradiусo. Quem pensa que crescimento infinito ж compatьvel com um planeta finito ou ж louco, ou ж economista... O problema ж que todos nзs nos tornamos economistas hoje. Por que um produto ж criado a cada 3 minutos em algum lugar do mundo? Isto ж necessрrio? Acho que muitas pessoas vЖem que as coisas precisam mudar, quando os polьticos dizem que comprar, ou consumir, ж a melhor forma de movimentar a economia. Nesta sociedade de consumo, todos nзs estamos sentados em um carro que nсo tem mais piloto e estр correndo a toda velocidade, e vai acabar batendo em uma parede ou caindo em um precipьcio. Lendo os manuais de serviуo de vрrias impressoras, Marcos descobriu que a vida Щtil de muitas delas ж definida pelos Engenheiros desde o inьcio. VIDA ┌TIL DO PRODUTO 18.000 pрginas / 5 anos de uso Eles conseguem isso colocando um chip dentro da impressora. Este ж um chip, uma EEPROM, que guarda o nЩmero de impressшes, e quando chega a determinado valor, bloqueia a impressora e ela pрra. "O HOMEM DO TERNO BRANCO" Como os Engenheiros se sentem ao desenhar produtos para falharem? Este dilema ж abordado em um filme britРnico de 1951, onde um jovem quьmico inventa um fio que dura para sempre. Ele acredita que um grande progresso foi atingido. "FIO ETERNO ASSUSTA A IND┌STRIA T╩XTIL" Mas nem todos ficam contentes com sua descoberta. E logo ele se encontra ameaуado, e nсo sз pelos fabricantes, mas tambжm pelos trabalhadores, temendo por seus empregos. Isto ж realmente interessante, e me lembra algo que realmente aconteceu na indЩstria tЖxtil. Em 1940, a gigante quьmica duPont anuncia a chegada de uma revolucionрria fibra sintжtica: o NYLON. As mulheres comemoraram as meias de longa duraусo. Mas a alegria teve vida curta... Meu pai trabalhou na duPont antes e depois da guerra, na divisсo Nylon. Ele me contou a histзria sobre quando o Nylon apareceu, e eles tentaram usр-lo em meias. Pediram aos homens da sua divisсo para levar as meias para casa para que suas esposas e namoradas testassem. Meu pai trouxe para minha mсe, e ela ficou maravilhada com o produto porque ele era muito resistente. Os quьmicos da duPont tinham tudo para se orgulhar de seu feito, pois atж os homens testemunhavam a robustez das meias. O problema era que elas duravam demais. As mulheres estavam muito felizes pelo fato de que elas nсo rasgavam. Infelizmente, isso significava que a empresa que produzia as meias nсo iria vendЖ-las em quantidade. A duPont deu novas instruушes ao pai de Nicols Fox e seus colegas. Mandou os homens da sua divisсo de volta Яs pranchetas, para que fizessem as fibras mais fracas, e inventassem algo que fosse mais frрgil e que rasgasse, para que as meias nсo durassem tanto. Os mesmos quьmicos que usaram seus talentos para criar o nylon durрvel tiveram que se ajustar e fazЖ-lo mais frрgil. Os fios indestrutьveis desapareceram das fрbricas, assim como no filme. Precisamos controlar esta descoberta. Completamente. Pagamos o dobro do seu contrato. - Um quarto de milhсo... Para suprimi-la? - Sim. Como os quьmicos da duPont se sentiram ao deliberadamente reduzir a vida de um produto? Deve ser frustrante para os Engenheiros ter que usar seus talentos para fazer um produto inferior apзs trabalhar tanto para fazer um produto bom, mas de uma certa forma, visto de fora, esse ж o trabalho deles. Fazer mais forte, fazer mais fraco, este era o trabalho deles. Engenheiros enfrentam um problema жtico complicado. Esta confrontaусo com a obsolescЖncia planejada faz com que examinem seus mais bрsicos conceitos жticos. Hр uma escola conservadora que acredita em fazer um produto permanente, que nunca estrague. E hр uma nova geraусo de Engenheiros voltada ao mercado, que estр claramente interessada em fazer o produto mais descartрvel possьvel. E este debate termina com a nova geraусo de Engenheiros vencendo. "A MORTE DE UM VENDEDOR" A obsolescЖncia planejada nсo afeta apenas Engenheiros. A frustraусo do consumidor comum ж mostrada no clрssico filme de Arthur Miller, "A morte de um vendedor" Assim como Willy Lomax, tudo o que os consumidores podem fazer ж reclamar, impotentes. Uma vez na vida, eu gostaria de ter algo que nсo quebrasse. Estamos sempre correndo atrрs. Nem bem pagamos o carro e ele jр pifou. E o refrigerador... consome correias como um manьaco. Eles programam estas coisas, para que quando terminemos de pagar, estejam inЩteis. Poucos consumidores sabem que, do outro lado da cortina de ferro, nos paьses do bloco oriental, havia toda uma economia sem obsolescЖncia planejada. A economia comunista nсo era guiada pelo livre mercado, mas centralizada pelo Estado. Era ineficiente, e atormentada pela falta crЗnica de recursos. Num sistema assim, obsolescЖncia planejada nсo fazia sentido. Na antiga Alemanha Oriental, a mais eficiente economia comunista, normas oficiais estipulavam que refrigeradores e mрquinas de lavar deveriam funcionar por 25 ANOS! Esta geladeira eu comprei em 1985 na Alemanha Oriental. Tem 25 anos. A lРmpada tem a mesma idade. Nunca foi trocada, e tambжm tem 25 anos! Em 1981, uma fрbrica de lРmpadas de Berlim Oriental lanуou uma lРmpada de longa duraусo. Eles a levaram a uma feira internacional, Я procura de compradores do Ocidente. Quando a Alemanha Oriental, em 1981, apresentou esta lРmpada em uma feira em Hannover, nossos colegas do Oeste disseram: VocЖs vсo nos deixar desempregados. E nзs, Engenheiros da Narva, respondemos: "Pelo contrрrio, economizando recursos e nсo desperdiуando tungstЖnio, nзs vamos manter os empregos de todos." Os compradores do Ocidente rejeitaram a lРmpada. Em 1989, o muro de Berlim foi derrubado, a fрbrica foi fechada, e a lРmpada parou de ser produzida. Hoje, ela sз pode ser vista em exposiушes e museus. 20 anos apзs a queda do muro de Berlim, o consumismo cresce no Leste tanto quanto no Oeste. Mas hр uma diferenуa. Na era da internet, os consumidores estсo prontos para lutar contra a obsolescЖncia planejada. O primeiro movimento importante que fizemos foi o filme contra o iPod. Eu estava completamente quebrado apзs comprar um iPod por US$ 500, e 8 meses depois, talvez 12 meses depois, a sua bateria morreu. Eu liguei para a Apple, pedindo para trocarem a bateria, e a polьtica deles na жpoca mandava os usuрrios comprarem um novo. VocЖ deve comprar um novo. - Mas a Apple nсo oferece... ...a Apple nсo oferece uma bateria nova para o iPod? Nсo. Nсo era a bateria ter morrido que me irritava, porque no meu celular Nokia, a bateria morre e eu compro uma nova, e mesmo em meu laptop Apple, quando a bateria morre, pode-se trocр-la. Mas no iPod, que era caro, quando a bateria morria, vocЖ tinha que trocр-lo inteiro. Entсo, meu irmсo teve a idжia de fazer um filme sobre isso. Usamos um gabarito tipo stencil e spray e marcamos todos os anЩncios de iPod que achamos na cidade. "A BATERIA DO IPOD N├O PODE SER TROCADA E DURA SМ 18 MESES." Nзs colocamos o vьdeo em nosso site "segredinhodoipod.com" Nas primeiras 6 semanas, 5,6 milhшes de visualizaушes. E o site era absolutamente simples. Uma advogada de San Francisco, Elizabeth Pritzker, soube do vьdeo, e junto com seus associados, decidiu processar a Apple pela vida Щtil da bateria do iPod. Meio sжculo apзs o caso das lРmpadas, a obsolescЖncia planejada seria julgada de novo. Quando comeуamos este litьgio, 2 anos apзs o inьcio do iPod, a Apple jр havia vendido 3 milhшes de iPods nos EUA. Muitos dos usuрrios dos 3 milhшes de iPods estavam tendo problemas com as baterias. E queriam processar. Um deles era Andrew Westley. Nзs selecionamos, entre os consumidores que nos ligaram, pessoas que fossem representativos em uma aусo de classe. A "aусo de classe" ж um dispositivo interessante nos EUA, onde um pequeno grupo de pessoas toma o lugar de um grande grupo para apresentar-se perante o tribunal. Meu papel neste caso era representar milhares, ou talvez dezenas de milhares de pessoas. O caso ficou conhecido como "Westley versus Apple". Quando meus amigos e famьlia souberam deste grande processo, acharam que eu havia me tornado um "radical". Quem era eu para um processo destes, e quem seria o prзximo? Em dezembro de 2003, Elizabeth Pritzker entrou com o caso na Corte de San Mateo, a apenas algumas quadras da sede da Apple. Nзs pedimos Я Apple a documentaусo tжcnica sobre a vida Щtil da bateria do iPod, e recebemos uma montanha de dados tжcnicos sobre o projeto da bateria, sobre os testes, e descobrimos daь que o tipo da bateria de lьtio que era empregada no iPod foi projetada, desde o inьcio, para ter um perьodo de vida Щtil muito curto. Eu realmente acredito que o projeto do iPod foi intencionalmente feito para ter uma obsolescЖncia planejada. Apзs alguns meses de tensсo, as partes chegaram a um acordo. A Apple fez um recall nas baterias, e estendeu a garantia para 2 anos. Aos reclamantes, foi oferecida uma compensaусo. Uma coisa que me irrita pessoalmente ж que a Apple se auto-promove como uma empresa jovem, moderna e de vanguarda, e para uma empresa assim, nсo ter uma boa polьtica ambiental que permita aos usuрrios retornar os produtos para adequada reciclagem ж contra-produtivo, vai contra a imagem divulgada. A obsolescЖncia planejada produz um fluxo constante de lixo, que ж enviado a paьses do terceiro mundo, como Gana, na ┴frica. Jр fazem 8 a 9 anos desde que eu notei lotes e lotes de containeres chegando neste paьs com lixo eletrЗnico. Eram computadores e televisшes obsoletos, que ninguжm mais queria nos paьses desenvolvidos. O envio de lixo eletrЗnico a paьses do terceiro mundo ж proibido por leis internacionais, mas as empresas usam um truque simples: elas declaram o lixo como "produtos de segunda mсo". Mais de 80% do lixo eletrЗnico que chega em Gana ж totalmente sem conserto, e lotes inteiros de containeres sсo abandonados em lixшes por todo o paьs. Estamos em um lixсo em Agbogbloshie, e no passado tьnhamos um lindo rio chamado Odaw, que fazia vрrios meandros nesta рrea. Antigamente, era um rio riquьssimo em peixes, e havia uma escola nсo muito longe daqui, de onde as crianуas vinham jogar futebol e brincar no rio. Os pescadores organizavam corridas de barcos, eu me lembro muito bem. Mas agora estр tudo acabado, jр era. E isto me deixa muito, muito triste. E furioso. Hoje, nсo hр crianуas brincando aqui apзs as aulas. Ao invжs disso, filhos de famьlias pobres vЖm aqui para catar metais. Elas queimam a capa plрstica dos fios dos computadores para levar o metal de dentro. O que sobra ж quebrado pelas crianуas menores, que procuram por quaisquer resquьcios de metal que tenham passado pelos mais velhos. As empresas que enviam este lixo dizem que "estamos tentando quebrar a barreira digital entre a Europa, EUA e o resto da ┴frica, como Gana", mas a realidade ж que estes computadores que eles mandam para cр simplesmente nсo funcionam. Nсo hр sentido em receber lixo eletrЗnico se nсo ж aproveitрvel, ainda mais quando nсo foi produzido aqui e o paьs ж usado como a lixeira do mundo. O lixo que por tanto tempo foi escondido de nossas vistas estр agora voltando a nossas vidas de uma forma inevitрvel. A "economia do descartрvel" estр nos afogando, porque nсo hр mais espaуo fьsico para colocar o lixo. Eu acho que, com o passar dos anos, nзs vamos descobrir que o planeta em que vivemos nсo pode sustentar isso para sempre. Hр limite dos recursos naturais e das fontes de energia disponьveis. A posteridade nunca vai nos perdoar. O futuro vai nos acusar de ter desperdiуado atitudes, de ter jogado fora o estilo de vida dos paьses avanуados. Pessoas de todo o mundo comeуaram a lutar contra a obsolescЖncia planejada. Mike Anane estр lutando a partir do lado recebedor. Ele resolveu comeуar coletando informaушes. Eu comecei a ver o origem das etiquetas de patrimЗnio. Esta aqui diz "AMO Center Nordvest Sjaeland". ╔ da Dinamarca. Esta ж da Alemanha. Fрcil de ver. Westminster College (EUA) Apple. Apple nсo ж melhor... ╔ uma empresa que alega ser ecolзgica. Montes de produtos Apple sсo largados aqui. Meu banco de dados contжm as etiquetas de patrimЗnio, os endereуos e telefones das empresas proprietрrias do lixo eletrЗnico que ж largado em Gana. Mike Anane pretende transformar estas informaушes em evidЖncias para um processo. Nзs temos que fazer algo, algo punitivo. Nзs temos que processar as pessoas para que parem de mandar lixo para Gana. Marcos estр na internet de novo, procurando uma forma de aumentar a vida de sua impressora. Ele descobriu um site russo que oferece um software grрtis para impressoras com os chips contadores. O programador atж mesmo explica as suas motivaушes pessoais. Isto ж feito a partir do projeto. Nсo ж assim que se faz negзcios. Nсo ж bom nem para o usuрrio, nem para o meio-ambiente. Entсo, eu procurei e achei uma forma de fazer um software simples que permita aos usuрrios resetarem o contador. Marcos nсo sabe o que esperar, mas baixou o programa assim mesmo. De uma pequena vila na Franуa, John Thackara luta contra a obsolescЖncia planejada ajudando as pessoas a compartilhar projetos e idжias. Idжias que vЖm de todo o mundo. Em paьses pobres, as coisas sсo reparadas naturalmente. A noусo de jogar algo fora sз porque nсo funciona mais ж vista como algo desprezьvel e impensрvel pelas pessoas. Na ═ndia, hр uma palavra, "jugaad", que descreve esta tradiусo de consertar as coisas, nсo importa a complexidade delas. Eu tento encontrar pessoas que estejam fazendo algo real no mundo, ao invжs de apenas falarem ou fazerem declaraушes abstratas sobre quсo ruins as coisas estсo, e que devem mudar. Uma desta pessoas ж Warner Philips, descendente da dinastia dos fabricantes de lРmpadas. Eu me lembro do meu avЗ me levando a uma das fрbricas da Philips, em Eindhoven, me mostrando como as lРmpadas era fabricadas. Era muito, muito legal. Quase 100 anos apзs a criaусo do cartel das lРmpadas, Warner Philips segue a tradiусo familiar com outra filosofia. Ele produz uma lРmpada de LED, que dura 25 anos. Proteусo ambiental e negзcios nсo sсo dois mundos diferentes. Sustentabilidade ж a melhor forma para construir um negзcio. E a Щnica forma para fazer isto, eu acredito, ж considerar no custo real do produto os recursos que foram usados, a energia consumida e os custos indiretos de transporte. O setor de transportes e o preуo dos fretes, sem falar que o petrзleo nсo ж renovрvel ou substituьvel, eu diria que o preуo dos fretes serр multiplicado por 20 ou 30. Se vocЖ considerar tudo isso em cada produto fabricado, haveria enorme incentivo aos fabricantes e empresрrios em todo o mundo para fazer produtos que durassem para sempre. A luta contra a obsolescЖncia planejada sз pode ser atingida repensando a Engenharia e produусo dos bens de consumo. Um novo conceito, chamado "DO BERКO AO BERКO" afirma que, se as fрbricas funcionassem como a natureza, a prзpria obsolescЖncia planejada se tornaria obsoleta. Meio ambiente sempre ж ligado a economia e reduусo de desperdьcio. Mas a natureza nсo economiza nada para fazer uma cerejeira florescer. A natureza produz abundantemente, mas as flores que caem, folhas mortas e outros materiais descartados nсo sсo desperdiуados. Eles se transformam em nutrientes para outros organismos. Um ciclo. A natureza nсo produz nenhum lixo, apenas nutrientes. Braungart acredita que a indЩstria pode imitar este ciclo da natureza. Ele provou que isto ж possьvel ao reprojetar o processo de produусo de uma empresa tЖxtil suьуa. Imagine um tecido como este num sofр ou uma cadeira. ╔ uma decoraусo tсo tзxica que deve ser tratada como material perigoso. Braungart descobriu que centenas de produtos altamente tзxicos eram rotineiramente usados na fрbrica. Para a produусo de novos tecidos, Braungart e sua equipe as reduziu a 36 substРncias biodegradрveis. Mas com materiais biodegradрveis, vocЖ pode atж comЖ-la. ╔ sз picar e comer no cafж da manhс. Em uma sociedade que produz lixo, os produtos sempre serсo problemas. Mas se os fabricantes usarem os componentes corretos, os produtos usados podem se transformar em algo novo. Para os mais radicais crьticos da obsolescЖncia planejada, reformar a produусo nсo ж suficiente. Eles querem que repensemos todo o sistema econЗmico e nossos valores. Uma revoluусo real requer uma mudanуa cultural, mudanуa de paradigmas e mudanуa de mentalidade. Esta revoluусo ж chamada "DECRESCIMENTO". Serge Latouche viaja dando conferЖncias explicando como chegar a isso na sociedade. A adequaусo ж um slogan provocativo, que vai derrubar o discurso que considera crescimento compatьvel com sustentabilidade. Ele marca a necessidade de mudar nossa lзgica. A maior mensagem do "decrescimento" ж reduzir o impacto ambiental, o lixo, o excesso de produусo e o consumismo. Reduzindo o consumo e a produусo, nзs terьamos mais tempo livre para desenvolver outros tipos de riqueza nсo destrutiva, como por exemplo, a amizade e o conhecimento. Nзs cada vez mais confiamos nos objetos para nos dar o senso de auto-estima e identidade. Isso em parte ж conseqЧЖncia do rompimento com coisas que antes nos identificavam, como entrosamento na comunidade, ou a relaусo com a terra, ou mesmo relaушes sociais que foram substituьdas pelo consumismo. Se a felicidade fosse dependente de nossos nьveis de consumo, nзs deverьamos ter chegado Я felicidade absoluta, porque consumimos 26 vezes mais do que nos tempos de Marx. Mas todos os estudos mostram que as pessoas nсo estсo mais felizes, porque a felicidade ж sempre subjetiva. Crьticos do "decrescimento" temem que isso destrua a economia moderna e nos leve de volta Я Idade da Pedra. Retornar a uma sociedade sustentрvel e ecolзgica nсo ж voltar Я Idade da Pedra, mas apenas Я Franуa de 1960. ╔ bem menos do que a Idade da Pedra. Uma sociedade nсo-consumista realiza a visсo de Gandhi, que diz: "O mundo ж grande o suficiente para satisfazer a necessidade de todos, mas sempre serр pequeno demais para satisfazer a ganРncia individual." Marcos estр instalando o software russo em seu computador. O software faz com que o contador da impressora volte a zero. E a impressora imediatamente desbloqueia. Para saber mais sobre os termos empregados, consulte a Wikipedia. Procure por "Cradle to Cradle" e por "Degrowth". Adote atitudes concretas que preservem o meio ambiente. Traduусo, revisсo e sincronismo: SteriS+pitiKa 29.05.2012 - FIM - Download Movie Subtitles Searcher from www.OpenSubtitles.org