"Carta de Amor ao Soldado" Querido Samsul, Já te escrevi duas cartas, mas você nunca respondeu. Espero que com essa vídeo-carta, você veja a sua filha e sinta-se motivado a responder. Eu trouxe essa vídeo-carta de Bupul a Merauke para que você possa assistí-lo. Samsul, eu ainda moro no vilarejo de Bupul com meus pais. O vilarejo continua o mesmo. O ar ainda é fresco. Mas até hoje não tem eletricidade nem telefone. No caminho até Merauke, passamos por vários postos de segurança de fronteira. O posto do Exército da Indonésia que costumava ficar perto da ponte do Rio Maro ... ... foi transferido para perto do escritório do distrito de Eligobel. Como você sabe, a viagem de Bupul a Merauke é muito dura. ... chega a entre 4 e 5 horas. Samsul, sinto a sua falta. Depois que você me deixou – quando eu estava grávida de cinco meses de nosso bebê... ... a vida foi difícil. Muitas pessoas perguntam quem é o pai de minha filha. Os que sabem que o pai dela é soldado do Exército da Indonésia, a chamam de filha de militar. Às vezes, quando Yani está inquieta ou irritada, a mãe e o pai ficam emotivos e dizem para ela: "Seu pai só sabe como fazer você, mas é um irresponsável!" Eu normalmente fico quieta e aceito essas palavras de meus pais. Samsul, você se lembra quando a gente se conheceu, em 2008? Você era muito cortês e gentil. Você costumava fazer visitas em nossa casa, trazendo biscoitos, mistura de cereais e leite. Você veio a minha casa todos os dias, até que começamos a namorar. Na época, eu ainda estava na escola secundária. Eu achei que a gente se casaria. Mas você foi embora para Bandung em novembro de 2008, quando eu estava grávida de cinco meses. Você prometeu que se mudaria para Merauke e pediu que eu tomasse conta de nossa filha. Em 17 de março de 2009, nossa filha, Anita Mariani, nasceu no Vilarejo de Bupul. Eu a chamo de Yani. Agora, Yani está bem crescida. Ela tem três anos. Ela quer ir para a escola, e se tornar alguém útil para o país. Samsul, meu pai e minha mãe envelheceram. Eles não podem mais trabalhar para sustentar nossa filha. É difícil para mim trabalhar, pois tenho que tomar conta de Yani o tempo todo. Mas eu continuo lutando para criar nossa filha. Se você voltar, claro que eu vou te aceitar de braços abertos. Continuarei te esperando, Samsul. Não me importo com o que as pessoas dizem. Carinhosamente, de Bupul e Merauke, 21 de novembro de 2011. Maria Goreti Mekiw