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Format: Layer, Start, End, Style, Name, MarginL, MarginR, MarginV, Effect, Text
Dialogue: 0,0:00:03.93,0:00:06.30,Default,,0000,0000,0000,,A Arte...
Dialogue: 0,0:00:06.30,0:00:07.83,Default,,0000,0000,0000,,...em questão.
Dialogue: 0,0:00:09.70,0:00:12.68,Default,,0000,0000,0000,,Uma refeição revigorante...
Dialogue: 0,0:00:13.80,0:00:17.22,Default,,0000,0000,0000,,...ceifeiros entre os molhos de trigo...
Dialogue: 0,0:00:18.28,0:00:21.68,Default,,0000,0000,0000,,...o campo a perder de vista.
Dialogue: 0,0:00:25.18,0:00:28.20,Default,,0000,0000,0000,,Um quadro de Pieter Bruegel !
Dialogue: 0,0:00:28.26,0:00:32.02,Default,,0000,0000,0000,,Um momento de {\i1}empatia{\i0} pela vida do campo?
Dialogue: 0,0:00:32.02,0:00:35.68,Default,,0000,0000,0000,,...ou o olhar {\i1}condescendente{\i0} do grande proprietário?
Dialogue: 0,0:00:36.84,0:00:39.76,Default,,0000,0000,0000,,A resposta parece simples:
Dialogue: 0,0:00:39.76,0:00:41.84,Default,,0000,0000,0000,,este quadro pertence a uma série
Dialogue: 0,0:00:41.84,0:00:47.70,Default,,0000,0000,0000,,feita por um citadino para outro citadino,\Nrico mercador de Antuérpia...
Dialogue: 0,0:00:55.66,0:00:57.66,Default,,0000,0000,0000,,...e os rostos avermelhados,
Dialogue: 0,0:00:57.68,0:00:58.68,Default,,0000,0000,0000,,abatidos,
Dialogue: 0,0:00:58.68,0:01:00.40,Default,,0000,0000,0000,,ou extenuados pelo trabalho
Dialogue: 0,0:01:00.42,0:01:04.36,Default,,0000,0000,0000,,denotam um mundo ao qual não se tem, \Nverdadeiramente, desejo de pertencer.
Dialogue: 0,0:01:04.80,0:01:09.82,Default,,0000,0000,0000,,Então, o que é que o artista e o cliente \Nvêm procurar nos camponeses?
Dialogue: 0,0:01:09.96,0:01:13.36,Default,,0000,0000,0000,,O prazer de olhar de cima as pequenas formigas trabalhadoras?
Dialogue: 0,0:01:13.40,0:01:16.84,Default,,0000,0000,0000,,...e de zombar delas?
Dialogue: 0,0:01:16.84,0:01:20.82,Default,,0000,0000,0000,,...ou consideram eles que estes camponeses são verdadeiramente {\i1}interessantes{\i0}?
Dialogue: 0,0:01:20.82,0:01:25.73,Default,,0000,0000,0000,,Episódio 10: Bruegel - "A Colheita". \N"A felicidade está no prado?"
Dialogue: 0,0:01:29.20,0:01:32.06,Default,,0000,0000,0000,,Parte 1. "O momento rural"
Dialogue: 0,0:01:37.82,0:01:41.80,Default,,0000,0000,0000,,Diante da lua pálida...
Dialogue: 0,0:01:41.80,0:01:45.86,Default,,0000,0000,0000,,...as espigas de trigo brilham como ouro...
Dialogue: 0,0:01:50.70,0:01:53.88,Default,,0000,0000,0000,,Metodicamente ceifadas...
Dialogue: 0,0:01:54.96,0:01:56.84,Default,,0000,0000,0000,,...reunidas...
Dialogue: 0,0:01:56.88,0:01:59.58,Default,,0000,0000,0000,,...atadas...
Dialogue: 0,0:01:59.62,0:02:02.84,Default,,0000,0000,0000,,...depois transportadas...
Dialogue: 0,0:02:03.50,0:02:07.26,Default,,0000,0000,0000,,...como que cortadas por um geómetra...
Dialogue: 0,0:02:07.32,0:02:10.26,Default,,0000,0000,0000,,...guiam o olhar para dois lugares:
Dialogue: 0,0:02:10.28,0:02:13.02,Default,,0000,0000,0000,,- de um lado, a vila...
Dialogue: 0,0:02:13.04,0:02:17.28,Default,,0000,0000,0000,,...com as suas casas pegadas umas às outras, \Nem redor do campanário:
Dialogue: 0,0:02:18.04,0:02:21.76,Default,,0000,0000,0000,,- do outro, um universo totalmente \Norganizado pelo homem:
Dialogue: 0,0:02:21.78,0:02:23.78,Default,,0000,0000,0000,,bacias artificiais,
Dialogue: 0,0:02:24.96,0:02:26.74,Default,,0000,0000,0000,,castelo e aldeia,
Dialogue: 0,0:02:28.02,0:02:30.30,Default,,0000,0000,0000,,ponte com portagem,
Dialogue: 0,0:02:31.40,0:02:34.28,Default,,0000,0000,0000,,estradas sinuosas...
Dialogue: 0,0:02:35.68,0:02:38.28,Default,,0000,0000,0000,,A árvore, carregada de pesadas peras,
Dialogue: 0,0:02:38.32,0:02:42.76,Default,,0000,0000,0000,,é a própria imagem da fecundidade \Ndo trabalho e da Natureza.
Dialogue: 0,0:02:42.84,0:02:45.72,Default,,0000,0000,0000,,Os camponeses são as raízes:
Dialogue: 0,0:02:45.76,0:02:49.06,Default,,0000,0000,0000,,o cansaço e a dor do homem adormecido...
Dialogue: 0,0:02:49.06,0:02:53.24,Default,,0000,0000,0000,,...encontra a sua compensação no \Napetite jovial dos comparsas:
Dialogue: 0,0:02:53.24,0:02:54.92,Default,,0000,0000,0000,,depois das papas de cereais,
Dialogue: 0,0:02:54.92,0:02:58.20,Default,,0000,0000,0000,,alegram-se a partir o pão e o queijo,
Dialogue: 0,0:02:58.20,0:03:00.38,Default,,0000,0000,0000,,à espera de saborear a sobremesa.
Dialogue: 0,0:03:00.38,0:03:04.10,Default,,0000,0000,0000,,Quase uma refeição de Senhores!
Dialogue: 0,0:03:04.10,0:03:13.04,Default,,0000,0000,0000,,No entanto, esta imagem não é mais do que uma \Ncelebração geral da agricultura e dos seus gestos imemoriais:
Dialogue: 0,0:03:13.08,0:03:18.36,Default,,0000,0000,0000,,o tempo — "o verdadeiro tempo de ação \Ne de mudança passa..."
Dialogue: 0,0:03:19.34,0:03:22.92,Default,,0000,0000,0000,,Estas formas curiosas, suspensas nos ares...
Dialogue: 0,0:03:22.92,0:03:28.00,Default,,0000,0000,0000,,...são os frutos da macieira, abanada \Npor este camponês...
Dialogue: 0,0:03:28.00,0:03:30.34,Default,,0000,0000,0000,,...e que as crianças agarram.
Dialogue: 0,0:03:32.32,0:03:36.38,Default,,0000,0000,0000,,Aqui, ao pé de um outro apanhador de fruta, \No tempo acelera:
Dialogue: 0,0:03:36.38,0:03:38.28,Default,,0000,0000,0000,,homens a perseguirem outros.
Dialogue: 0,0:03:38.28,0:03:43.06,Default,,0000,0000,0000,,Talvez intrusos, expulsos pelos guardas do castelo?
Dialogue: 0,0:03:43.88,0:03:47.16,Default,,0000,0000,0000,,Para outros, é o momento do {\i1}lazer{\i0}:
Dialogue: 0,0:03:47.18,0:03:49.98,Default,,0000,0000,0000,,- o banho dos monges é dividido por etapas:
Dialogue: 0,0:03:49.98,0:03:50.94,Default,,0000,0000,0000,,vestido,
Dialogue: 0,0:03:50.96,0:03:51.94,Default,,0000,0000,0000,,despido,
Dialogue: 0,0:03:51.96,0:03:52.98,Default,,0000,0000,0000,,descendo na água,
Dialogue: 0,0:03:53.00,0:03:54.56,Default,,0000,0000,0000,,sentindo a temperatura.
Dialogue: 0,0:03:54.58,0:03:56.32,Default,,0000,0000,0000,,preparando-se para mergulhar,
Dialogue: 0,0:03:56.32,0:03:58.40,Default,,0000,0000,0000,,nadando de traseiro para o ar
Dialogue: 0,0:03:58.44,0:04:01.08,Default,,0000,0000,0000,,ou erguendo os braços em triunfo.
Dialogue: 0,0:04:02.10,0:04:05.42,Default,,0000,0000,0000,,Para os aldeões, em seguida, \Nem pleno jogo de atirar o pau:
Dialogue: 0,0:04:05.46,0:04:08.92,Default,,0000,0000,0000,,aquele que conseguir matar o ganso, fica com tudo.
Dialogue: 0,0:04:08.94,0:04:15.10,Default,,0000,0000,0000,,Um jogo que Hogarth condenará dois séculos \Nmais tarde como um exemplo de crueldade.
Dialogue: 0,0:04:15.96,0:04:23.22,Default,,0000,0000,0000,,O momento exato, por fim, em que um homem faz \Nnecessidades diante da casa rural mais abastada.
Dialogue: 0,0:04:23.22,0:04:28.56,Default,,0000,0000,0000,,Este motivo, que se encontra nos "Provérbios" \Nde Bruegel, é sinal de desprezo,
Dialogue: 0,0:04:28.60,0:04:30.40,Default,,0000,0000,0000,,como aqui, para o mundo...
Dialogue: 0,0:04:30.44,0:04:35.12,Default,,0000,0000,0000,,ou para a autoridade, representada pela forca.
Dialogue: 0,0:04:36.36,0:04:39.84,Default,,0000,0000,0000,,À primeira vista, esta paisagem desenha \Na sociedade das três ordens,
Dialogue: 0,0:04:39.88,0:04:44.70,Default,,0000,0000,0000,,que se vê imutável na ordem não menos imutável\Ndas estações:
Dialogue: 0,0:04:45.30,0:04:49.10,Default,,0000,0000,0000,,- a nobreza {\i1}combate{\i0} para assegurar \Na paz e a ordem na terra,
Dialogue: 0,0:04:49.10,0:04:53.02,Default,,0000,0000,0000,,- o clero {\i1}reza{\i0} para assegurar a segurança \Nde todos no Além,
Dialogue: 0,0:04:53.02,0:04:58.08,Default,,0000,0000,0000,,- e o terceiro estado {\i1}trabalha{\i0} a fim de prover \Nas necessidades terrestres.
Dialogue: 0,0:04:58.60,0:05:01.12,Default,,0000,0000,0000,,Mas aqui o castelo parece perdido,
Dialogue: 0,0:05:01.12,0:05:02.80,Default,,0000,0000,0000,,os monges não rezam
Dialogue: 0,0:05:02.80,0:05:05.00,Default,,0000,0000,0000,,e apenas os camponeses trabalham.
Dialogue: 0,0:05:06.02,0:05:14.52,Default,,0000,0000,0000,,O únicos? De todo! Ao longe, navios emblemáticos \Ndo grande comércio marítimo.
Dialogue: 0,0:05:14.56,0:05:17.48,Default,,0000,0000,0000,,Está aí a mudança fundamental do quadro:
Dialogue: 0,0:05:17.48,0:05:22.94,Default,,0000,0000,0000,,neste {\i1}horizonte{\i0}, que ultrapassa os limites \Ndo velho mundo feudal.
Dialogue: 0,0:05:22.94,0:05:26.28,Default,,0000,0000,0000,,Quem é, então, o verdadeiro herói do quadro?
Dialogue: 0,0:05:26.30,0:05:31.90,Default,,0000,0000,0000,,Os camponeses, no seu canto de terra, \Nou o mercador que domina o mundo?
Dialogue: 0,0:05:36.73,0:05:36.73,Default,,0000,0000,0000,,Parte 2: "O interesse e a distância"
Dialogue: 0,0:05:37.36,0:05:39.34,Default,,0000,0000,0000,,O mercador chama-se Jongelinck...
Dialogue: 0,0:05:39.36,0:05:44.10,Default,,0000,0000,0000,,...e a série de estações é destinada à sala de jantar \Nda sua casa de campo.
Dialogue: 0,0:05:44.12,0:05:47.38,Default,,0000,0000,0000,,Qual é o olhar que ele lança sobre \Nestes camponeses?
Dialogue: 0,0:05:47.42,0:05:49.84,Default,,0000,0000,0000,,Não parecem ter grande confiança em nós.
Dialogue: 0,0:05:49.86,0:05:53.00,Default,,0000,0000,0000,,Dir-se-ia que o nosso olhar {\i1}incomoda{\i0}!
Dialogue: 0,0:05:53.00,0:05:55.92,Default,,0000,0000,0000,,E este motivo é ambíguo em Bruegel:
Dialogue: 0,0:05:55.92,0:06:03.38,Default,,0000,0000,0000,,em "Os Apicultores", os homens melhor equipados \Ntriunfam sobre o amador, apoderando-se do produto \Ndas colmeias.
Dialogue: 0,0:06:03.44,0:06:08.50,Default,,0000,0000,0000,,Aí, o ridículo é maior para camponês zombador \Nque está prestes a cair no ribeiro
Dialogue: 0,0:06:08.54,0:06:13.20,Default,,0000,0000,0000,,do que para «o destruidor de ninhos» \Nque {\i1}corre riscos{\i0}.
Dialogue: 0,0:06:13.24,0:06:19.32,Default,,0000,0000,0000,,O roubo em si pode ser divertido, como no caso deste \Njovem camponês — que representa o mundo —
Dialogue: 0,0:06:19.34,0:06:25.06,Default,,0000,0000,0000,,que corta a bolsa do sinistro misantropo \Nno meio do campo.
Dialogue: 0,0:06:25.06,0:06:28.86,Default,,0000,0000,0000,,Para Bruegel e para o seu patrocinador, \Nque praticam o "olhar sobranceiro"
Dialogue: 0,0:06:28.92,0:06:32.20,Default,,0000,0000,0000,,o roubo parece quase "legítimo".
Dialogue: 0,0:06:32.20,0:06:36.46,Default,,0000,0000,0000,,Talvez porque o mercador dispõe de \Numa visão de contabilidade:
Dialogue: 0,0:06:36.46,0:06:38.46,Default,,0000,0000,0000,,pode-se contar frutos e ramos
Dialogue: 0,0:06:38.46,0:06:41.18,Default,,0000,0000,0000,,assim como o número de bocas a alimentar
Dialogue: 0,0:06:41.18,0:06:43.90,Default,,0000,0000,0000,,pode-se, portanto, calcular o excedente!
Dialogue: 0,0:06:44.52,0:06:48.06,Default,,0000,0000,0000,,Mas a distância é marcada sobretudo \Npela maneira como Bruegel...
Dialogue: 0,0:06:48.08,0:06:50.72,Default,,0000,0000,0000,,...joga com a representação dos corpos a trabalhar.
Dialogue: 0,0:06:50.74,0:06:53.58,Default,,0000,0000,0000,,Tal como nesta outra representação,
Dialogue: 0,0:06:53.58,0:06:57.40,Default,,0000,0000,0000,,onde os rostos desaparecem por trás de \Ncargas e de jarros,
Dialogue: 0,0:06:57.40,0:06:59.64,Default,,0000,0000,0000,,as mulheres assemelham-se aos seus jarros,
Dialogue: 0,0:06:59.64,0:07:02.26,Default,,0000,0000,0000,,uma ânfora toma a forma humana,
Dialogue: 0,0:07:02.26,0:07:06.14,Default,,0000,0000,0000,,como se as personagens, de outro modo \Nfortemente individualizadas,
Dialogue: 0,0:07:06.14,0:07:08.56,Default,,0000,0000,0000,,{\i1}se tornassem a sua profissão{\i0}.
Dialogue: 0,0:07:08.58,0:07:11.16,Default,,0000,0000,0000,,Uma profissão baseada no esforço e na habilidade,
Dialogue: 0,0:07:11.18,0:07:14.42,Default,,0000,0000,0000,,bem longe da agilidade de espírito de um Jongelinck.
Dialogue: 0,0:07:14.46,0:07:20.24,Default,,0000,0000,0000,,Grande apreciador de arte, ele encomendara duas \Noutras séries para a sua casa, a Frans Floris.
Dialogue: 0,0:07:20.26,0:07:25.22,Default,,0000,0000,0000,,Uma, sobre as sete artes liberais, superiores \Nporque elas se assemelham a um saber puro,
Dialogue: 0,0:07:25.26,0:07:28.40,Default,,0000,0000,0000,,não subordinado a um fim utilitário:
Dialogue: 0,0:07:28.42,0:07:30.86,Default,,0000,0000,0000,,- quatro artes ligadas às matemáticas:
Dialogue: 0,0:07:30.88,0:07:32.36,Default,,0000,0000,0000,,aritmética,
Dialogue: 0,0:07:32.40,0:07:33.64,Default,,0000,0000,0000,,geometria,
Dialogue: 0,0:07:33.68,0:07:34.86,Default,,0000,0000,0000,,música,
Dialogue: 0,0:07:34.88,0:07:36.12,Default,,0000,0000,0000,,astronomia;
Dialogue: 0,0:07:36.48,0:07:38.32,Default,,0000,0000,0000,,- três ligadas ao discurso:
Dialogue: 0,0:07:38.32,0:07:39.34,Default,,0000,0000,0000,,gramática,
Dialogue: 0,0:07:39.40,0:07:40.40,Default,,0000,0000,0000,,retórica,
Dialogue: 0,0:07:40.42,0:07:41.64,Default,,0000,0000,0000,,lógica.
Dialogue: 0,0:07:43.68,0:07:45.76,Default,,0000,0000,0000,,A outra série era sobre \N"Os doze trabalhos de Hércules",
Dialogue: 0,0:07:45.76,0:07:47.94,Default,,0000,0000,0000,,emblemas da força aristocrática.
Dialogue: 0,0:07:48.68,0:07:54.30,Default,,0000,0000,0000,,O certo é que estas séries parecem infinitamente \Nmais convencionais e estereotipadas:
Dialogue: 0,0:07:54.30,0:07:58.10,Default,,0000,0000,0000,,são alegorias pesadas que um {\i1}nouveau riche{\i0} \Npoderia colecionar
Dialogue: 0,0:07:58.10,0:08:00.96,Default,,0000,0000,0000,,para imitar um qualquer príncipe iluminado.
Dialogue: 0,0:08:01.98,0:08:04.94,Default,,0000,0000,0000,,Porque é que se tem a impressão de que é \Npara estes rudes camponeses
Dialogue: 0,0:08:04.94,0:08:07.96,Default,,0000,0000,0000,,que se olha com o interesse mais autêntico?
Dialogue: 0,0:08:10.36,0:08:12.30,Default,,0000,0000,0000,,Parte 3: "O espírito dos camponeses"
Dialogue: 0,0:08:13.34,0:08:17.46,Default,,0000,0000,0000,,Antes de Bruegel, os camponeses pareciam \Neternos fantoches:
Dialogue: 0,0:08:17.50,0:08:24.22,Default,,0000,0000,0000,,Nestas Natividades, eles ficam no limiar \Ndo espaço sagrado — um estábulo!
Dialogue: 0,0:08:24.24,0:08:26.72,Default,,0000,0000,0000,,Diante dos seus rostos morenos e grosseiros,
Dialogue: 0,0:08:26.72,0:08:31.50,Default,,0000,0000,0000,,...a Virgem resplandece, branca e delicada.
Dialogue: 0,0:08:32.44,0:08:35.96,Default,,0000,0000,0000,,Neste Livro de Horas, eles opõem-se \Nà vida aristocrática,
Dialogue: 0,0:08:35.98,0:08:40.50,Default,,0000,0000,0000,,num mundo limitado pelo majestoso \Ncastelo senhorial.
Dialogue: 0,0:08:41.14,0:08:46.32,Default,,0000,0000,0000,,Para os aristocratas, os banquetes, \Na caça e o amor cortês !
Dialogue: 0,0:08:46.32,0:08:50.00,Default,,0000,0000,0000,,Para os camponeses, as tarefas !
Dialogue: 0,0:08:51.12,0:08:57.72,Default,,0000,0000,0000,,Em Bruegel, no século seguinte, pelo contrário, é o \Ntrabalho dos camponeses que é monumentalizado...
Dialogue: 0,0:08:57.76,0:09:02.98,Default,,0000,0000,0000,,...enquanto que a aristocracia é exposta \Ncomo frívola e insignificante.
Dialogue: 0,0:09:03.34,0:09:06.84,Default,,0000,0000,0000,,Nos outros quadros das estações, \Na impressão confirma-se:
Dialogue: 0,0:09:06.84,0:09:09.06,Default,,0000,0000,0000,,o mundo dilatou-se,
Dialogue: 0,0:09:09.06,0:09:12.56,Default,,0000,0000,0000,,as orgulhosas fortalezas são mais distantes,
Dialogue: 0,0:09:12.58,0:09:17.34,Default,,0000,0000,0000,,e, paradoxalmente, o mundo rural \Ntornou-se {\i1}interessante{\i0}.
Dialogue: 0,0:09:17.36,0:09:19.10,Default,,0000,0000,0000,,Porquê?
Dialogue: 0,0:09:19.14,0:09:23.62,Default,,0000,0000,0000,,Talvez porque a elite burguesa — no centro \Ndos grandes negócios do mundo —
Dialogue: 0,0:09:23.62,0:09:27.98,Default,,0000,0000,0000,,inveja secretamente os horizontes limitados \Ndo camponês?
Dialogue: 0,0:09:29.08,0:09:33.92,Default,,0000,0000,0000,,Enquanto os barcos são esmagados na tempestade \Npara grande desgosto de um investidor...
Dialogue: 0,0:09:33.96,0:09:37.20,Default,,0000,0000,0000,,...a vida no campo prossegue o seu curso...
Dialogue: 0,0:09:39.32,0:09:42.20,Default,,0000,0000,0000,,...sem negligenciar o espírito da ficção e do jogo:
Dialogue: 0,0:09:42.68,0:09:47.66,Default,,0000,0000,0000,,basta uma coroa de papel, duas grandes almofadas\Ne um colar de vaca...
Dialogue: 0,0:09:47.68,0:09:50.90,Default,,0000,0000,0000,,...para convencer a criança a ser um rei mago,
Dialogue: 0,0:09:50.92,0:09:56.18,Default,,0000,0000,0000,,e uma flauta aos adultos para parodiar \Numa cena de sedução pastoral.
Dialogue: 0,0:09:57.58,0:10:03.56,Default,,0000,0000,0000,,Aqui, dois observadores de aparência citadina, \Nsão intercalados entre esta figura desenvolta
Dialogue: 0,0:10:03.56,0:10:07.34,Default,,0000,0000,0000,,e uma alegre dança realizada diante \Nda sinistra forca...
Dialogue: 0,0:10:07.34,0:10:10.88,Default,,0000,0000,0000,,...forca que encontramos neste outro painel \Ndas estações.
Dialogue: 0,0:10:10.88,0:10:14.04,Default,,0000,0000,0000,,Embora a execução do condenado \Nainda seja recente...
Dialogue: 0,0:10:14.06,0:10:18.42,Default,,0000,0000,0000,,o prazer dominante é o de contemplar \Na manada de vacas gordas...
Dialogue: 0,0:10:18.46,0:10:23.16,Default,,0000,0000,0000,,...regressar à agradável aldeia \Nonde as crianças brincam.
Dialogue: 0,0:10:26.50,0:10:30.62,Default,,0000,0000,0000,,No "Inverno", enfim, encontra-se este paralelismo \Nentre o {\i1}jogo{\i0} do artista
Dialogue: 0,0:10:30.62,0:10:33.24,Default,,0000,0000,0000,,que oculta as cabeças dos cães enregelados,
Dialogue: 0,0:10:33.26,0:10:37.62,Default,,0000,0000,0000,,para criar um {\i1}bouquet{\i0} quase abstrato \Nde caudas encaracoladas
Dialogue: 0,0:10:37.64,0:10:44.82,Default,,0000,0000,0000,,...e o jogo da patinagem, que faz aparecer nestes \Naldeões uma humanidade bem maior do que no trabalho:
Dialogue: 0,0:10:44.82,0:10:46.92,Default,,0000,0000,0000,,entre os que ficam à margem
Dialogue: 0,0:10:46.94,0:10:48.88,Default,,0000,0000,0000,,e os reis da patinagem...
Dialogue: 0,0:10:48.92,0:10:51.68,Default,,0000,0000,0000,,...há tímidas tentativas...
Dialogue: 0,0:10:51.70,0:10:54.18,Default,,0000,0000,0000,,...cooperação...
Dialogue: 0,0:10:54.22,0:10:55.78,Default,,0000,0000,0000,,..."pequenos dramas"
Dialogue: 0,0:10:55.78,0:10:57.42,Default,,0000,0000,0000,,...falhanços...
Dialogue: 0,0:10:57.48,0:10:59.58,Default,,0000,0000,0000,,...e imprevistos.
Dialogue: 0,0:11:01.32,0:11:06.16,Default,,0000,0000,0000,,A diferença entre Jongelinck e um camponês não é, \Nportanto, uma diferença de natureza,
Dialogue: 0,0:11:06.18,0:11:08.86,Default,,0000,0000,0000,,como a que opunha o servo ao senhor,
Dialogue: 0,0:11:08.86,0:11:12.18,Default,,0000,0000,0000,,mas uma diferença de horizonte.
Dialogue: 0,0:11:14.00,0:11:17.66,Default,,0000,0000,0000,,Jongelinck possuía um último quadro de Bruegel:
Dialogue: 0,0:11:17.66,0:11:19.66,Default,,0000,0000,0000,,a "Torre de Babel"...
Dialogue: 0,0:11:19.68,0:11:23.14,Default,,0000,0000,0000,,...representada como uma cidade \Nflamenga contemporânea.
Dialogue: 0,0:11:24.12,0:11:28.14,Default,,0000,0000,0000,,Sem dúvida que ela é uma condenação \Ndo orgulho humano.
Dialogue: 0,0:11:28.74,0:11:35.68,Default,,0000,0000,0000,,Mas ela marca também a aparição de um fosso entre \Nos sonhos de uma elite citadina, que observa o horizonte...
Dialogue: 0,0:11:35.68,0:11:38.28,Default,,0000,0000,0000,,...adora construir...
Dialogue: 0,0:11:38.28,0:11:40.28,Default,,0000,0000,0000,,...correr riscos...
Dialogue: 0,0:11:41.86,0:11:44.58,Default,,0000,0000,0000,,...e a massa que permanece agarrada \Nao que conhece,
Dialogue: 0,0:11:44.62,0:11:47.12,Default,,0000,0000,0000,,cravada no seu pequeno pedaço de terra.
Dialogue: 0,0:11:49.42,0:11:56.70,Default,,0000,0000,0000,,A série das "Estações" traduz então, ao mesmo \Ntempo, um sentimento de proximidade e de distância:
Dialogue: 0,0:11:57.58,0:12:03.30,Default,,0000,0000,0000,,proximidade daquele que vê no camponês \Numa forma de infância da humanidade...
Dialogue: 0,0:12:03.30,0:12:08.24,Default,,0000,0000,0000,,...com a qual é bom voltar a ligar-se.
Dialogue: 0,0:12:08.28,0:12:15.78,Default,,0000,0000,0000,,Distância do mercador de elite, manifestando a \Nsuperioridade daquele que sabe olhar os horizontes longínquos...
Dialogue: 0,0:12:18.74,0:12:27.80,Default,,0000,0000,0000,,...contestando o controlo da terra reivindicado \Npor uma aristocracia hedonista e decadente.
Dialogue: 0,0:12:39.52,0:12:44.75,Default,,0000,0000,0000,,Este é já o útimo episódio da série 1. Desejam mais episódios?
Dialogue: 0,0:12:44.75,0:12:50.92,Default,,0000,0000,0000,,Mais informações em: www.canal-educatif.fr
Dialogue: 0,0:12:50.92,0:12:55.25,Default,,0000,0000,0000,,Escrito e realizado por:
Dialogue: 0,0:12:55.25,0:12:59.52,Default,,0000,0000,0000,,Produzido por:
Dialogue: 0,0:12:59.52,0:13:03.78,Default,,0000,0000,0000,,Consultor científico:
Dialogue: 0,0:13:03.78,0:13:08.08,Default,,0000,0000,0000,,Financiamento e apoio público:
Dialogue: 0,0:13:08.08,0:13:12.35,Default,,0000,0000,0000,,Voz-{\i1}off{\i0}:
Dialogue: 0,0:13:12.35,0:13:16.65,Default,,0000,0000,0000,,Montagem e videografismo:
Dialogue: 0,0:13:16.65,0:13:20.92,Default,,0000,0000,0000,,Pós-produção/Som:
Dialogue: 0,0:13:20.92,0:13:25.25,Default,,0000,0000,0000,,Seleção musical:
Dialogue: 0,0:13:25.25,0:13:29.52,Default,,0000,0000,0000,,Música:
Dialogue: 0,0:13:29.52,0:13:33.78,Default,,0000,0000,0000,,Agradecimentos:\NTradução de: Isabel Vaz Belchior
Dialogue: 0,0:13:33.78,0:13:35.78,Default,,0000,0000,0000,,Um filme do CED