O que é transtorno bipolar? A palavra bipolar significa dois extremos. Para os muitos milhões que sofrem transtorno bipolar no mundo, a vida está dividida entre duas realidades diferentes: euforia e depressão. Embora existam muitas variações de transtorno bipolar, vamos considerar duas delas. O tipo 1 tem extremos altos, juntamente com os baixos, enquanto o tipo 2 envolve períodos breves e menos extremos de euforia intercalados com longos períodos de depressão. Para alguém oscilando entre estados emocionais, pode parecer impossível encontrar o equilíbrio para levar uma vida saudável. Os extremos altos do tipo 1 são conhecidos como episódios maníacos, e eles podem variar da irritação à sensação de invencibilidade. Mas esses episódios de euforia excedem sentimentos comuns de alegria, causando sintomas preocupantes como pensamento acelerado, insônia, fala rápida, ações impulsivas e comportamentos de risco. Sem tratamento, estes episódios ficam mais frequentes, intensos e levam mais tempo para desaparecer. A fase depressiva do transtorno bipolar se manifesta de muitas maneiras: baixo-astral, interesse reduzido por passatempos, mudanças no apetite, sentimento de incapacidade ou culpa excessiva, pouco ou muito sono, agitação ou lentidão, ou pensamentos persistentes de suicídio. Em todo o mundo, cerca de 1% a 3% dos adultos experimentam a variedade de sintomas que indicam o transtorno bipolar. A maioria dessas pessoas são funcionais, membros contribuintes da sociedade, E suas vidas, escolhas e relacionamentos não são definidos pela doença, mas, ainda assim, as consequências são graves para muitos. A doença pode prejudicar o desempenho escolar e profissional, relacionamentos, segurança financeira e segurança pessoal. O que causa o transtorno bipolar? Pesquisadores consideram a complexa rede do cérebro um elemento chave. Cérebros saudáveis mantêm conexões fortes entre os neurônios graças aos esforços contínuos do cérebro para podar a si mesmo e remover as conexões neurais não utilizadas ou com defeito. Este processo é importante, pois nossas vias neurais montam um mapa para tudo o que fazemos. Usando ressonância magnética funcional, os cientistas descobriram que a capacidade de poda do cérebro é prejudicada em pessoas com transtorno bipolar. Isso significa que os neurônios delas se confundem e criam uma rede que é impossível navegar. Com sinais confusos como guias, pessoas com transtorno bipolar desenvolvem pensamentos e comportamentos anormais. Além disso, os sintomas psicóticos, como fala e comportamento desorganizados, pensamentos delirantes, paranoia e alucinações podem surgir durante as fases extremas do transtorno bipolar. Isto é atribuído ao excesso de um neurotransmissor chamado dopamina. Apesar desses achados, não podemos ligar o transtorno bipolar a uma única causa. Na realidade, é um problema complexo. Por exemplo, a amígdala do cérebro está envolvida em raciocínio, memória de longo prazo e processamento emocional. Nesta região do cérebro, fatores variados como a genética e traumas sociais podem criar anomalias e desencadear os sintomas do transtorno bipolar. Há um histórico familiar da doença, por isso sabemos que a genética tem muito a ver com isso. Mas isso não significa que há um único gene bipolar. Na verdade, a probabilidade de se desenvolver o transtorno bipolar é influenciada pelas interações entre muitos genes, em uma fórmula complicada que ainda estamos tentando entender. As causas são complexas. Em razão disso, diagnosticar e conviver com o transtorno bipolar é um desafio. Apesar disso, o transtorno é controlável. Certos medicamentos, como o lítio, ajudam a controlar pensamentos e comportamentos de risco por meio da estabilização do humor. Os estabilizadores do humor trabalham diminuindo a atividade anormal no cérebro, reforçando as conexões neurais viáveis. Outros medicamentos usados incluem antipsicóticos, que alteram os efeitos da dopamina, e a eletroconvulsoterapia, que funciona como uma convulsão controlada no cérebro, sendo usada às vezes como tratamento de emergência. Alguns pacientes bipolares rejeitam tratamento, pois receiam que isso vá diminuir suas emoções e destruir a sua criatividade. Mas a psiquiatria moderna está ativamente tentando evitar isso. Hoje, os médicos trabalham com pacientes numa dinâmica caso a caso para administrar uma combinação de tratamentos e terapias que lhes permitam viver o seu máximo potencial. E, além do tratamento, as pessoas bipolares podem se beneficiar de mudanças ainda mais simples, tais como o exercício regular, bons hábitos de sono e sobriedade de drogas e álcool, para não mencionar a aceitação e empatia de familiares e amigos. Lembre-se, o transtorno bipolar é uma condição médica, não é culpa da pessoa, nem representa toda sua identidade, mas algo que pode ser controlado através de uma combinação de tratamentos que atuam internamente, amigos e familiares que melhoram a aceitação e a compreensão externamente, e pessoas com transtorno bipolar que se empoderam para encontrar o equilíbrio em suas vidas.