Pete Maxson:
O TEDxMonroeCorrectionalComplex,
de 15 de março de 2014,
começou bem aqui neste auditório.
No ano passado, dois de nossos
administradores participaram do evento.
Voltaram muito energizados e inspirados:
"Vamos fazer isso. Foi muito legal!
E vocês vão ajudar!"
"Incrível!"
"E vocês têm cinco meses pra isso."
"Não tão incrível."
Mas nós conseguimos.
E agora nos perguntam:
"O que conquistamos?"
Não temos certeza, é cedo pra dizer,
mas sabemos que conquistamos
algumas coisas.
Perguntei à minha codiretora
Marjorie: "O que conquistamos?"
Ela disse: "Nós fizemos o evento".
E como nos sentimos quando terminarmos?
Algo mais ou menos assim:
"Somos o número dois!"
(Risos)
Nós nos sentimos muito bem.
Eu mesmo?
Meus filhos me apresentaram às palestras
do TED com o dever de casa deles.
Minha filha terminou agora
o primeiro ano na UNLV,
e houve um evento TEDx recentemente lá.
Ela disse: "Meu pai acabou de fazer um.
Ajudou a criar um evento na prisão".
Todos queriam saber a respeito.
Alcancei imediatamente um nível
"que cara legal" com meus adolescentes,
(Risos)
que nunca mais vou conseguir;
é isso, estou acabado.
Nosso superintendente, porém,
foi um pouco mais atencioso
e totalmente correto.
Nosso evento foi realizado
em nosso centro de atividades religiosas,
no local onde houve a morte de um colega
no cumprimento do dever há três anos,
um assunto bem difícil para muitos
funcionários; vários se opuseram.
Por que fazer isso?
O que está tentando alcançar?
Mas ele estava absolutamente certo:
foi um programa bem-sucedido que reuniu
presos e funcionários da administração
para uma discussão aberta
e honesta sobre o futuro,
o que antes era impensável.
Para mim, a impressão duradoura,
antes de buscarmos mais conquistas,
foi com o Grumpy.
Ele está nesta prisão
há 32 anos, desde 1982.
Eu o escolhi muito especificamente
para estar em nossa plateia,
pois ele já fez isso duas vezes
antes mesmo de vocês nascerem;
nada vai mudar.
No final do evento, ele veio
até mim e o superintendente
para nos cumprimentar,
e não com um aperto de mão normal.
Ele começa aqui em cima.
Desses apertos de mão que te acertam
tão forte que você fala: "Ai!"
Ele disse: "Pete, foi incrível!
Superintendente, muito obrigado.
Não pode imaginar o que isso..."
"Tudo bem, obrigado."
Quinta-feira antes de vir aqui,
falei com ele e disse:
"Vamos conversar sobre o evento,
o que conquistamos,
e estou muito curioso,
pois escolhi você em particular.
O que você acha que alcançamos?"
Ele disse: "Sr. Maxson,
foi bem simples pra mim.
Não sei quanto aos outros,
não posso falar por eles.
Nem vou tentar.
Mas o que você conquistou, pra mim,
foi meu melhor dia nos últimos
32 anos da minha vida".
Então, pra mim, o que conquistamos?
O melhor dia em 32 anos?
Acho que é um bom começo.
Obrigado.
(Aplausos)
Sylvia Abril: Boa tarde, Ohio.
Sou Sylvia Abril, tenente correcional
no Departamento da Califórnia
de Correções e Reabilitação
da Prisão Estadual de Ironwood.
(Aplausos) (Vivas)
Obrigada.
Estou feliz de estar aqui e muito honrada
em falar sobre meu evento TEDx.
Com a ajuda de muitos, a Califórnia
teve seu primeiro evento em 10 de maio,
e eu trouxe algumas fotos
para compartilhar com vocês.
Esta senhora que veem é uma mãe
que perdeu seu único filho,
Michael, num assassinato,
e esse foi o perdão de uma mãe.
O discurso dela foi muito comovente
e o escutei pela primeira vez
numa cerimônia
do Serviço de Apoio às Vítimas.
Sou a comandante da guarda de honra,
e enterrei muitas pessoas
em meus 20 anos aqui.
Mas quando escutei essa senhora falar
tão eloquentemente sobre o perdão,
e eu já tinha a intenção
de fazer um evento TEDx,
ela era uma candidata perfeita
para este tipo de plataforma.
Então, eu a convenci a participar.
E ela disse: "Tenente,
só não vou entrar na prisão.
Não vou passar pelo portão".
Eu disse: "Se a senhora pode perdoar
um homem por tirar a vida do seu filho,
então pode dar esses passos lá dentro
e ficarei feliz em acompanhá-la".
Então, ela passou pela segurança
e vocês podem ver algumas das fotos
nas quais eu a estava parabenizando.
TEDx significa muitas coisas
para muitas pessoas.
Mas posso dizer por mim, como mulher,
no mundo dos homens,
vestindo um uniforme de homem,
que tudo tem a ver
com compaixão e comunicação.
Temos um oficial, o Calvin Williams,
que chamamos de "Billy Dee",
porque ele acha que é tudo isso
e um pouco mais.
(Risos)
Em nossa profissão, há aquela linha tênue
que separa os homens de azul de nós.
Você nunca quer cruzá-la,
porque então você considerou muita coisa.
Bem, Calvin Williams, o Billy Dee,
com seu uniforme,
falou no evento TEDx e a mensagem dele
era sobre a ausência de um pai.
E depois que tudo acabou,
ele compartilhou comigo:
"Sylvia, eu venci muitos medos hoje".
Eu perguntei: "Quais foram eles?"
Ele disse: "Um deles foi crescer sem pai.
Eu perdi minha esposa há cerca de um ano,
e agora crio meus filhos sozinho.
Então é interessante
como a história se repete".
E eu disse: "Certo".
Ele disse: "Mas quer saber?
Vou mudar o modo como fui criado
para o modo como trato
meus filhos e como eu os crio".
Assim, muitas histórias surgiram;
muitas linhas tênues haviam desaparecido.
Então, quando saírem daqui,
saibam que vocês fazem a diferença.
A voz de vocês conta,
então posicionem-se e sejam ouvidos.
E quero agradecer ao diretor Jason
por me receber aqui.
À Delia Cohen.
Há muitas pessoas aqui, a Jo Dee.
Tenho uma linda foto dela comigo
em algum lugar, e ela é ótima.
Caso não saibam, sou da Califórnia,
e estou muito animada por estar aqui.
(Aplausos) (Vivas)
Janet Kelly: Boa tarde, sou Janet Kelly,
Departamento de Correções da Pensilvânia,
e ajudei a organizar
o TEDxGraterfordStatePrison.
As fotos estão prontas? Não.
Nosso secretário de correções
foi convidado a falar no evento TEDx,
e ele disse: "Nada disso!
Vamos fazer um em Graterford",
que é nossa prisão de segurança máxima.
Ela tem mais de 4 mil internos, abriga
nossa unidade do corredor da morte
e muitos cumprindo prisão perpétua.
Foi construída em 1929;
o telhado vaza, as cortinas estão velhas.
Não é um lugar nada glamoroso.
Eu disse: "Por que queremos
fazer esse evento em Graterford?"
"Porque há muitos cumprindo
prisão perpétua e eles têm muito orgulho
da organização de seus eventos,
e farão deste um sucesso".
Como sempre, ele estava certo.
Entre nossos grupos, temos educação,
abrigo para doentes, Cruz Vermelha,
bolsas de estudos para filhos
de presidiários, e muitos programas.
Fui abençoada que um de nossos programas
é o Programa de Murais
Artísticos da Filadélfia,
dirigido por 16 prisioneiros artistas
que fizeram um grande cenário para nós.
Eles os pintaram na cela deles.
E eles simbolizaram os próprios presos
olhando da casa deles na Pensilvânia,
suas paisagens urbanas e rurais,
cidades fabris, casas.
E em meio a tudo que fizemos naquele dia,
tivemos presos falando
sobre se reunir com suas vítimas,
alguns falaram em sair do analfabetismo
e tirar seu diploma de bacharel,
e quando tudo terminou,
do rapaz que pintou as fotos do cenário,
aos artistas,
ao meu gerente de palco
obsessivamente compulsivo,
todos vieram até mim e nos agradeceram
por termos dado a eles esta oportunidade,
pois disseram que o evento os humanizou
e deu a eles um senso de autoestima
que não sentiam há muito tempo.
E essa é uma ideia que sempre vale a pena
compartilhar para o TED atrás das grades.
Obrigada.
(Aplausos)