Alguns dos símbolos mais famosos
do mundo existem para vender produtos;
outros, para orientar o tráfego
ou promover causas políticas.
Mas existe um símbolo
cujo principal objetivo é ajudar pessoas.
Talvez você o conheça
como "símbolo da cadeira de rodas",
ou placa para pessoas com deficiência,
mas seu nome oficial,
como reconhecido pela ISO,
é "Símbolo Internacional de Acesso".
No entanto, apesar de sua popularidade,
para muitas pessoas não está muito claro
seu verdadeiro significado,
o que tem muito a ver
com o próprio símbolo e sua criação.
Em 1968, a Comissão Internacional
de Tecnologia e Acessibilidade
realizou um concurso de design.
Eles buscavam um símbolo
que pudesse ser prontamente
identificado de uma distância razoável,
fosse autoexplicativo,
simples,
prático
e que não se confundisse
com a sinalização já existente.
O projeto vencedor,
que não mostrava uma cabeça,
foi criado pela designer
dinamarquesa Susanne Koefoed.
A adição, um ano mais tarde, de uma cabeça
deu a ele uma forma mais humana
e, em dez anos,
foi endossado tanto
pela ONU quanto pela ISO.
Nascia aí, com um custo mínimo
e de forma discreta, um ícone global.
Foram feitos alguns ajustes
ao longo das décadas.
O Graphic Artists Guild acrescentou
formas mais arredondadas, mais humanas
e, em 2012, o Accessible Icon Project
produziu uma versão mais dinâmica.
Mas o que esse símbolo
representa de verdade?
Qual é o seu propósito?
De forma bem simples: é um sinal
para indicar instalações acessíveis.
A força de tal imagem
internacionalmente reconhecida
é que, aonde quer que se vá,
não é preciso falar a língua local,
ou ter um conhecimento cultural profundo,
para encontrar um banheiro
acessível, pois o símbolo vai indicar.
Mas a confusão começa
com o termo "acessibilidade",
e o que isso realmente significa.
Muitas pessoas acham que,
por ele mostrar uma cadeira de rodas,
as instalações acessíveis
são apenas para cadeirantes,
ou para aqueles que tenham ao menos
um problema físico visível.
Mas acessibilidade é um conceito amplo
que se aplica a diversas condições.
Ela inclui pessoas com autismo,
deficiência visual
e doenças autoimunes,
como lúpus, que pode causar dor e fadiga,
juntamente com muitas outras condições.
Na verdade, a Organização
Mundial de Saúde calcula
que há aproximadamente 1 bilhão de pessoas
que apresentam algum tipo de deficiência,
o que significa que esse grupo
provavelmente inclui você,
um membro da sua família,
um colega de escola,
um amigo
ou um colega de trabalho.
E as pessoas que usam cadeira de rodas
são apenas cerca de 65 milhões,
ou seja, 6,5% desse total.
E a grande maioria não tem
uma deficiência visível.
Vagas de estacionamento acessíveis,
instalações e entradas
são projetadas tendo em mente
todo esse universo de pessoas.
Por isso é fácil ver por que, nos últimos
anos, as pessoas começaram a questionar
se o símbolo é realmente
apropriado para o que foi criado.
E não é uma questão de precisão apenas.
É comum as pessoas ficarem indignadas,
e às vezes até agressivas,
quando vêm pessoas sem deficiências
visíveis usando instalações acessíveis.
Infelizmente, o símbolo
está causando problemas
para as próprias pessoas
e famílias a que se destina ajudar.
Designs recentes tentaram
com algum sucesso
cercar essas preocupações
sobre o atual símbolo.
Mas alguns acham que está na hora
de uma repaginação completa.
No entanto, essa é uma tarefa árdua.
Como substituir um símbolo
tão conhecido no mundo todo?
E o que colocar no seu lugar?