[Janine Antoni: Milagros] Sabe, muita gente não sabe como o cóccix se parece, mas na verdade, é o lugar de nossa cauda decepada. Adoro a concha do sacrum e a mão em concha, como se estivessem em um aperto de mãos. Então este é um muito incomum - e impossível - encontro de duas partes do corpo. A ideia em torno deste trabalho é sobre o enxerto. Quando você enxerta uma planta a outra, Então elas se fundem juntas. Por anos, estive fascinada com estas coisas chamadas "Milagros". São encontradas em Portugal, na Espanha, no México e no Brasil. As mais familiares para as pessoas são estas medalhas pequenas que tem a forma como um braço, ou uma perna, ou um coração. Mas também tem em três dimensões. O modo como são usados é caso você tenha uma doença, se você tem um problema com o seu pé, você poderia ir e comprar um desses, e o levar para a igreja. Eles os penduram no teto da igreja, então o teto todo fica cheio de partes de corpos. Eu fiquei bem inspirada por estes milagros mais simples que são mais generalizados. De um modo, aquele pé se torna o pé de alguém. Comecei com um pareamento muito específico no qual estava interessada e então eu tomei estes gestos e eu fiz milagros a partir deles. Quer dizer, todas as peças tem sido polidas por dias e dias e dias. Sente-se como se estivessem desgastado por algo que parece familiar, como um pedaço de vidro do mar no oceano. O fato de você sentir que esta coisa tem uma história, eu penso que é importante. Você sabe, aqui estou eu, cortando o corpo em partes, e não pensando a respeito da separação. e então reconhecer que a separação era, penso eu, crucial para toda a instalação. ['Within' - Janine Antoni] Por isso, a primeira coisa que você testemunha quando entra no espaço é uma separação, e uma separação muito dramática, e esta ascensão rumo ao teto. Inicialmente, eu queria pendurar as raízes no teto, e pendurar os milagros a partir delas. Este tronco está como que enxertado ao edifício, e então quando o tronco passa através do teto, está enxertado a uma mesa no segundo andar com os milagros. Quando eu era pequena, eu tinha uma tia, seu nome era tia Eileen. Ela vinha toda terça para o chá, ela era inglesa. E, eu sentava e tomava chá com ela, e ela me ensinou como tomar chá como uma dama. Parte disso era ensinar-me a cruzar minhas pernas. Eu pensei que seria engraçado tirar o osso de uma perna e cruzá-lo com a pele de outra perna. Eu fundi este osso bem na coxa então eles estão realmente fundidos juntos. Assim, na peça, não há nenhuma chance de descruzar minhas pernas. Quando você está diante de um objeto, eu quero que você imagine como isso foi feito. E a realidade é que nós estamos em contato com um monte de objetos e não temos a menor ideia de como foram feitos. Fazer qualquer dos meus trabalhos é uma forma de cura que, na fabricação, eu posso de algum modo me localizar em relação aos outros e meu entorno. Se alguém vem e meu trabalho tem uma ressonância para si é quando eu me sinto menos sozinha e que não sou tão estanha como eu me sinto. (risos) traduzido por (@MMati)