Em meu laboratório, construímos robôs aéreos autônomos, como este que está voando aqui. Diferentemente dos drones atualmente disponíveis para venda no mercado, este robô não possui nenhum GPS integrado. Assim, sem GPS, é difícil para robôs como este determinarem sua posição. Este robô usa sensores integrados, câmeras e escâneres a laser para escanear o ambiente. Ele detecta características do ambiente e determina onde está em relação a essas características, usando um método de triangulação. E aí ele consegue reunir todas essas características num mapa, como este aqui atrás de mim. E esse mapa, então, permite que o robô entenda onde estão os obstáculos e navegue num modo livre de colisões. Quero lhes mostrar a seguir uma série de experimentos que fizemos em nosso laboratório, onde um robô foi capaz de ir a distâncias mais longas. Aqui podem ver, no alto à direita, o que o robô vê com a câmera. E, na tela principal, acelerando quatro vezes a velocidade do vídeo, podem ver o mapa que ele está construindo. Assim, este é um mapa de alta resolução do corredor contíguo ao nosso laboratório. E logo vão vê-lo entrar em nosso laboratório, que é possível reconhecer pela bagunça que estão vendo. (Risos) Mas o mais importante aqui é que esses robôs são capazes de construir mapas de alta resolução de 5 cm de resolução, permitindo a alguém que esteja fora do laboratório, ou fora do prédio, utilizá-los e, sem precisar entrar lá, tentar inferir o que acontece dentro do prédio. Mas robôs assim têm alguns problemas. O primeiro deles é o tamanho. Por ser grande, é pesado. E esses robôs consomem cerca de 200 W por kg, o que só lhes permite uma missão bem curta. O segundo problema é que esses robôs têm sensores integrados que acabam saindo muito caro, um escâner a laser, uma câmera e os processadores. Isso aumenta o custo desse robô. Daí, a gente se perguntou: qual o produto que podemos comprar numa loja de eletrônicos que seja barato, leve e tenha sensor a bordo e computação? E inventamos o telefone voador. (Risos) Assim, este robô usa um smartphone Samsung Galaxy comprado numa loja, e tudo que precisamos é de um aplicativo baixado de uma loja de aplicativos. Aqui, no caso, vocês podem ver o robô lendo as letras "TED", olhando para os cantos do "T" e do "E" e então triangulando isso, voando de forma autônoma. Aquele joystick está ali só para garantir que, caso o robô enlouqueça, Giuseppe consiga matá-lo. (Risos) Além de construir esses pequenos robôs, também fazemos, como aqui, experimentos com comportamentos agressivos. Este robô está viajando a 2 m/s ou 3 m/s. inclinando e rodopiando agressivamente enquanto muda de direção. O importante aqui é que podemos ter robôs menores e mais rápidos viajando em ambientes muito desestruturados. No próximo vídeo, assim como esta ave, uma águia, que graciosamente coordena as asas, os olhos e os pés para agarrar a presa para fora da água, nosso robô também consegue pescar. (Risos) No caso, trata-se de um sanduíche de filé com queijo que ele agarrou do nada. (Risos) Assim, podemos ver o robô voando a cerca de 3 m/s. que é mais rápido que andar, coordenando braços, garras e o voo em frações de segundos para conseguir fazer essa manobra. Em outro experimento, quero lhes mostrar como os robôs adaptam seu voo para controlar o peso da carga suspensa, cujo comprimento é na verdade maior que a largura da janela. Assim, para conseguir isso, ele precisa, na realidade, se inclinar, ajustar a altitude e equilibrar a carga ao atravessar. Mas, é claro, queremos fazê-los menores ainda e fomos buscar nossa inspiração especialmente nas abelhas. Assim, se observarem as abelhas, e este é um vídeo em câmera lenta, elas são tão pequenas, a inércia é tão leve (Risos) que elas nem ligam, ricocheteiam na minha mão, por exemplo. Este é um pequeno robô que imita o comportamento da abelha. E, quanto menor, melhor, pois, com o tamanho menor, conseguimos menor inércia. E, com menor inércia, (Robô zumbindo. Risos) com a inércia menor, resiste-se melhor às colisões. E faz com que ele seja mais robusto. Assim, construímos robôs pequenos como essas abelhas. E este aqui, em particular, pesa apenas 25 g. Ele consume apenas 6 W de potência e pode viajar até 6 m/s. Assim, guardadas as devidas proporções, é como um Boeing 787 viajando a dez vezes a velocidade do som. (Risos) E quero lhes mostrar um exemplo. Esta provavelmente é a primeira colisão planejada no ar, a um vigésimo da velocidade normal. Estão a uma velocidade relativa de 2 m/s. e isso ilustra o princípio básico. A gaiola de fibra de carbono de 2 g evita que as hélices se embolem, mas basicamente a colisão é absorvida, e o robô reage às colisões. E pequeno assim também é mais seguro. Ao desenvolver robôs no laboratório, começamos com robôs grandes e acabamos trabalhando com robôs pequenos. E, ao olharmos um histograma da quantidade de Band-Aids que comprávamos no passado, vemos que agora diminuiu. Porque esses robôs são realmente seguros. Ser pequeno tem desvantagens, e a natureza encontrou muitas formas de compensar essas desvantagens. A ideia básica é que eles se juntem para formar grandes grupos, ou enxames. Da mesma forma, no laboratório, tentamos criar enxames artificiais de robôs. E isso é bem desafiador, pois tivemos de pensar em redes de robôs e, dentro de cada robô, pensar na interação entre o sensor, a comunicação e a computação, e é bem difícil controlar e gerenciar essa rede. Assim, tiramos da natureza esses três princípios organizacionais, que essencialmente nos permitem desenvolver nossos algoritmos. A primeira ideia é que os robôs precisam estar cientes de seus vizinhos. Precisam ser capazes de detectar e se comunicar com seus vizinhos. Assim, este vídeo ilustra a ideia básica. Temos quatro robôs, um deles na verdade foi literalmente sequestrado por um operador humano. Mas, como os robôs interagem entre si, eles percebem seus vizinhos, basicamente seguem o líder e, aqui, uma pessoa sozinha é capaz de controlar essa rede de seguidores. Repetindo, não é porque todos os robôs sabem aonde devem ir. É porque eles simplesmente reagem à posição dos seus vizinhos. (Risos) O próximo experimento ilustra o segundo princípio organizacional. Que tem a ver com o princípio da anonimidade. A ideia chave é que os robôs possuem uma identidade independente da do vizinho. Pede-se a eles que formem um círculo e, não importa quantos robôs sejam introduzidos na formação, ou quantos robôs sejam retirados, cada robô meramente reage ao seu vizinho. Ele está ciente do fato de que precisa formar um círculo, mas, ao colaborar com os vizinhos, ele faz isso sem nenhuma coordenação central. Agora, juntando essas duas ideias, a terceira é basicamente darmos a esses robôs descrições matemáticas da forma a ser executada. E essas formas podem variar em função do tempo. Vocês vão ver os robôs começarem com uma formação circular, mudarem para a retangular, esticarem-se numa linha reta, e de volta para uma elipse. E eles coordenam tudo isso em frações de segundo, como vemos nos enxames na natureza. Mas por que trabalhar com enxames? Quero lhes contar sobre duas aplicações nas quais estamos muito interessados. A primeira é na agricultura, que provavelmente é o maior problema que enfrentamos no mundo. Como vocês bem sabem, uma em sete pessoas no planeta é subnutrida. A maioria das terras disponível para cultivo já foi cultivada. E a eficiência da maioria dos sistemas no mundo está melhorando, mas a eficiência do nosso sistema de produção na verdade está diminuindo devido à restrição da água, a doenças nas plantações e à mudança climática, entre outras coisas. Então, o que os robôs fazem? Bem, adotamos uma abordagem chamada "Agricultura de Precisão" na comunidade. A ideia básica é fazer os robôs aéreos voarem no meio das plantações, para construirmos os modelos de precisão das plantas individuais. Assim como a medicina personalizada, em que se buscar tratar cada paciente de forma individual, gostaríamos de construir modelos individuais das plantas, para podermos dizer ao fazendeiro que tipo de insumos cada planta precisa, e os insumos, no caso, são a água, o fertilizante e o pesticida. Aqui vocês veem robôs viajando sobre uma plantação de maçãs, e logo mais dois de seus companheiros fazendo a mesma coisa no lado esquerdo. Basicamente, eles estão construindo um mapa da plantação. Dentro do mapa há um mapa de cada planta dessa plantação. (Robô zunindo) Vamos ver como são esses mapas. No próximo vídeo, vamos ver as câmeras usadas neste robô. No alto à esquerda, temos basicamente uma câmera colorida padrão. À esquerda, no centro, temos uma câmera de infravermelho. E, embaixo à esquerda, uma câmera com sensor de temperatura. E, no painel principal, pode-se ver uma reconstrução tridimensional de cada árvore da plantação enquanto os sensores passam pelas árvores. Munidos de informações como estas, podemos fazer diversas coisas. A primeira coisa e, provavelmente a mais importante, é bem simples: contar o número de frutas de cada árvore. Fazendo assim, dizemos à fazendeira quantas frutas ela tem em cada árvore, o que lhe permite fazer uma estimativa da colheita, otimizando os passos seguintes da cadeia de produção. A segunda coisa que podemos fazer é pegar modelos de plantas, fazer reconstruções tridimensionais, calcular o tamanho da copa das árvores e correlacionar o tamanho da copa com o tamanho da área foliar de cada planta. E isso se chama Índice de Área Foliar. Assim, se conhecermos esse indicador, podemos ter a medida de quanta fotossíntese é possível em cada planta, o que novamente nos diz quão saudável cada planta é. Ao combinar informação visual e infravermelha, podemos calcular também índices como o NDVI. E, neste caso em particular, podemos ver que algumas colheitas não estão indo tão bem quanto outras. Isso é facilmente perceptível com as imagens, não somente com as visuais, mas com a combinação de ambas, as visuais e as infravermelhas. E, por último, estamos interessados em determinar o surgimento precoce da clorose. Eis aqui um pé de laranja que se destaca pelo amarelado das folhas. Mas os robôs voadores podem ver isso facilmente de forma autônoma e depois informar ao fazendeiro que ele está com um problema nessa parte da plantação. Sistemas assim podem realmente ajudar, e estamos projetando colheitas que podem produzir cerca de 10% a mais e, mais importante, diminuir a quantidade de insumos, como a água, em 25%, ao usar enxames de robôs aéreos. Concluindo, gostaria que aplaudissem as pessoas que, na verdade, criam o futuro: Yash Mulgaonkar, Sikang Liu e Giuseppe Loianno, que foram os responsáveis pelas três demonstrações a que assistiram hoje. Obrigado. (Aplausos)