Calcula-se que, em cada 10 000 notas nos EUA, uma dessas notas é falsa. Pode não parecer muito, mas atinge milhões de dólares em dinheiro vivo. A moeda falsificada pode causar todo o tipo de problemas, desde perdermos 20 dólares até à desestabilização de economias nacionais. Mas não se preocupem. Podemos ajudar a apanhar as falsificações. Basta-nos ter umas ferramentas simples e um pouco de química. Primeiro, a caneta de deteção, anti-falsificações. A caneta parece um marcador e contém uma solução de Iodeto de potássio e de iodo. Revela a presença de amido, que é vulgarmente usado para reforçar papel de imprensa normal, mas que não se encontra nas notas verdadeiras. Isso porque as notas autênticas são feitas de algodão e linho e são tecidas com fibras minúsculas vermelhas e azuis. Esse material é feito por uma única companhia, fortemente guardada chamada Crane and Company que tem vindo a imprimir dinheiro desde que Paul Revere lhes pediu para ajudarem a financiar a Guerra da Revolução. Por outro lado, o amido em muitas notas falsificadas é feito de duas moléculas: amilopectina e amilose. É a amilose que denuncia as notas falsas. A sua longa cadeia de moléculas de açúcar ligadas por átomos de oxigénio forma uma estrutura helicoidal, como o ADN. O iodo gosta de se imiscuir dentro desta espiral, formando um novo composto que deixa uma marca escura no papel. Contudo, na ausência de amido, não há reação química e a marca ficará de um amarelo claro. Por isso, se a nota falsa não estiver impressa em papel com amido, as soluções de iodo não nos podem ajudar. Essa é uma das razões por que as notas dos EUA impressas a partir de 1996, têm sido quimicamente reforçadas e incluem outra contramedida às falsificações: um filete de segurança fluorescente sob luz UV. É o mesmo tipo de luz usada nas festas de luz negra e nas filas de segurança dos aeroportos. Esse filete de poliéster impresso com tinta invisível só tem um milímetro de largura e encontra-se em diferentes posições consoante o valor da nota. Se olharem para uma nota de dólar sob luz natural, veem o valor e a palavra USA impressos no filete. Mas sob luz UV, esses filetes ficam fluorescentes. Contêm moléculas que são ativadas ao absorverem uma certa quantidade de energia, especificamente, a que é proporcionada por fontes vulgares de luz UV. Quando estas moléculas ativadas regressam ao seu estado original, perdem um pouco de energia, sob a forma de calor e depois radiam o resto, sob a forma de luz. A energia está em relação inversa com o comprimento de onda o que significa que os maiores comprimentos de onda têm menor energia. Por isso, a luz da energia mais baixa libertada pelo filete significa um maior comprimento de onda que cai na gama visível e, de repente, podemos ver o que tinha estado invisível. Se não aparecer um filete fluorescente numa nota nova, temos uma nota falsa na mão. Para alturas em que não estamos a lidar com génios da falsificação, bastam algumas simples pistas visuais. Verifiquem se o retrato tem um ar vivo, não achatado, se o selo tem os dentes da serrilha perfeitamente regulares, se os limites da pintura não têm falhas e se o número de série tem espaços exatamente iguais entre cada número. Portanto, na próxima vez que encontrarem uma nota duvidosa, observem-na com atenção, puxem da vossa solução iodada ou levem-na a uma festa e talvez cacem uma falsificação.