Qual é o vosso signo?
Na astrologia ocidental,
é uma constelação determinada
pela data do vosso aniversário.
Mas, segundo o zodíaco chinês,
ou "shēngxiào",
é o nosso "shǔxiàng",
ou seja, o animal atribuído
ao ano do nosso nascimento.
Entre os muitos mitos que explicam
estes símbolos de animais
e a sua disposição,
o mais persistente
é o da Grande Corrida.
Segundo a lenda, Yù Dì, o Imperador Jade,
Governador dos Céus,
quis arranjar uma forma de medir o tempo,
por isso, organizou uma corrida.
Os primeiros doze animais
a atravessar o rio
ganhariam um lugar no calendário zodíaco,
pela ordem a que chegassem.
O rato levantou-se com o sol
para partir mais cedo,
mas, a caminho do rio,
encontrou o cavalo, o tigre e o boi.
Como o rato era pequeno
e não sabia nadar muito bem,
pediu ajuda aos animais maiores.
O tigre e o cavalo recusaram-se
mas o boi, de bom coração,
aceitou levar o rato.
Mas, mesmo quando estavam
a chegar ao outro lado,
o rato saltou da cabeça do boi
e conquistou o primeiro lugar.
O boi ficou em segundo,
com o poderoso tigre
atrás dele.
O coelho, demasiado pequeno
para vencer a corrente,
saltitou agilmente pelas pedras
e chegou em quarto lugar.
A seguir chegou o dragão,
que podia ter atravessado a voar,
mas parara para ajudar outros animais
que encontrara pelo caminho.
Depois dele, chegou o cavalo,
atravessando o rio a galope.
Mas, logo que atravessou,
a serpente insinuou-se.
O cavalo, alarmado, recuou
dando à cobra o sexto lugar.
O Imperador Jade observava o rio
e avistou o carneiro, o macaco,
e o galo, em cima de uma jangada,
todos juntos a empurrá-la
por entre as ervas.
Quando acabaram a travessia,
o trio concordou em dar
o oitavo lugar ao carneiro,
que tinha sido o mais reconfortante
e harmonioso dos três,
seguido pelo macaco e pelo galo.
A seguir, chegou o cão,
subindo até à margem.
Era um bom nadador,
mas brincou na água tanto tempo
que só conseguiu chegar em 11.º.
O lugar final foi reclamado pelo porco,
que, cheio de fome, parou para comer
e dormiu uma soneca,
antes de atravessar,
bamboleante, a linha da meta.
Assim, cada ano é associado
a um dos animais, por esta ordem,
e o ciclo recomeça de 60 em 60 anos.
Porquê 60 anos e não 12?
O calendário chinês tradicional
é composto por dois sistemas sobrepostos.
Os animais do zodíaco
estão associados
aos chamados Doze Ramos Terrenos
ou "shí'èrzhī".
O outro sistema,
os Dez Troncos Celestiais ou "tiāngān",
está ligado aos cinco elementos clássicos,
o metal, ou "xīn",
a madeira, ou "mù",
a água, ou "shuǐ",
o fogo, ou "huǒ",
e a terra, ou "tǔ".
A cada elemento está atribuído
o "yīn" ou o "yáng",
criando um ciclo de 10 anos.
Quando os 12 animais
dos Ramos Terrenos
se combinam com os cinco elementos
mais o "yīn" ou o "yáng"
dos Troncos Celestiais
criam-se 60 anos
de combinações diferentes,
conhecidos por "gānzhī",
ou ciclo sexagenário.
Assim, uma pessoa nascida em 1980,
terá o símbolo de "yáng" metal macaco,
enquanto uma pessoa nascida em 2007
será "yīn" fogo porco.
Na verdade, podemos ter também
um animal interior
com base no mês do nascimento,
um animal real, com base
no nosso aniversário
e um animal secreto, com base
na hora do nascimento.
Foi a grande corrida
que, supostamente, determinou
quais os animais consagrados
no zodíaco chinês,
mas, à medida que este sistema
se espalhou pela Ásia,
outras culturas fizeram alterações
que refletem as suas comunidades.
Por isso, se consultarem
o zodíaco vietnamita.
podem descobrir que são um gato,
em vez de um coelho,
e, se estiverem na Tailândia,
uma serpente mítica chamada Naga
substitui o dragão.
Quer acreditemos ou não
no que o zodíaco diz
sobre nós, enquanto indivíduos,
certamente revela muita coisa
sobre a cultura de onde vem.