Parte 4:
Perguntas
&
Expressar e Receber Gratidão
Esta manhã você fez uma referência
ao "lamento de girafa",
e [mencionou] que há uma forma
diferente de pedir desculpas a alguém,
e gostaria de saber
como se faz isso.
- Está bem, vamos ver primeiramente o que
quero dizer com "lamento de girafa".
Pense em algo que você tenha feito,
que desejava não ter feito.
[Risos]
E identifique... Tente lembrar-se
de como falou consigo própria,
quando o disse, ou fez,
o que quer que tenha feito.
Então, o que é que você fez, que desejou
não ter feito, depois de o ter feito?
E dê-me um exemplo do que disse
para si mesma quando o fez.
Tem algum em mente?
- Ok.
[Uma vez] estava a sentir-me
defensiva e critiquei alguém.
- Então, o que fez foi:
você disse algumas coisas a outra pessoa
que desejou não ter dito.
- Certo. Ok, e o que é que disse
a si mesma quando fez isso?
- Normalmente, no momento,
sinto-me defensiva comigo mesma.
- Não, quero saber concretamente... para
este exercício, preciso de saber concretamente
o que diz a si mesma quando
se comporta de uma forma que não gosta.
- Isto é muito importante para responder
à sua pergunta sobre o "lamento de girafa".
- É muito importante para identificar o que
o seu educador interno lhe está a dizer.
Está a ver? Todos nós
temos um educador interno,
cuja função é educar-nos
quando somos menos que perfeitos.
Agora, a maioria de nós cometeu o erro
de enviar o nosso educador interno
para uma academia chacal cruel
de educadores internos.
e por isso, é importante estar-se consciente
de como o nosso educador interno fala connosco.
É por isso que lhe estou a perguntar.
Quando você disse o que disse ao seu marido,
o que é que o seu educador interno...
Como é que o seu educador
interno tentou educá-la?
O que é que lhe disse em relação
ao que tinha feito?
- No momento ou depois?
- Qualquer um deles.
- Bem, o ponto em que comecei a sentir
remorso ou arrependimento foi depois.
- Em qualquer ponto, o que disse a si
mesma em relação àquilo que tinha feito?
- Ok. Disse que era uma pessoa má...
- Agora, isso é suficiente.
Está a ver?
O seu educador interno tenta
educá-la através da penitência.
Através de fazê-la odiar-se
a si mesma pelo que fez.
Usa uma linguagem que implica que
existem coisas como uma pessoa má.
Tudo bem. Agora, se você pedir desculpas
a partir dessa energia, isso é chacal.
Qualquer pedido de desculpas que venha do
pensamento de que você fez algo de errado
não fará bem a si nem à outra pessoa.
Está a seguir o meu raciocínio até agora?
- Bem, eu sei que me faz sentir mal.
- Sim, não sabe bem.
E quero mesmo que você se
sinta mal nesta situação,
mas quero que sinta um mal doce.
Um mal doce que vai ajudá-la a aprender
com isto sem que se odeie a si mesma.
Quando você tem pensamentos de que é
uma pessoa má, isso é um sentir-se mal feio.
É um sentir-se mal punitivo.
Que vai, primeiramente, fazer
com que se torne difícil aprender.
E mesmo que aprenda,
vai ser às custas do próprio ódio,
então qualquer mudança que
fizer terá um custo elevado.
Então, esse é o seu educador interno.
Esse foi o seu educador interno a falar consigo
quando você disse que é uma pessoa má.
Agora, estivemos a aprender hoje
que todos os julgamentos são
expressões de necessidades, certo?
Então, o seu educador interno
tem boas intenções.
Ele realmente tem boas intenções.
Ele quer que você aprenda com isto
de um modo que vai servir a vida.
Ele tem boas intenções, é só a sua
linguagem que não presta. Ok?
Então, nós não queremos ouvir o que
o nosso educador interno pensa de nós.
Queremos ouvir a necessidade que
não está a ser atendida,
e que está a tentar chamar a nossa atenção.
Então, qual é a necessidade que o seu educador
interno está a tentar chamar à sua atenção
e que você não atendeu do
modo como se comportou?
- Aaah... uma necessidade de...
... estar num relacionamento
com a outra pessoa?
- Uma necessidade...
em que tipo de relacionamento?
De entendimento mútuo, respeito?
- Certo.
- Então, não satisfez a sua necessidade
de respeitar e entender a outra pessoa.
- Isso. - E como se sente quando
essa necessidade não está satisfeita?
- Culpada. - Então você ainda está com a
imagem da "pessoa má" na cabeça.
Se ainda pensa que é má... se ainda
houver qualquer pensamento a acontecer,
essa culpa vem do julgamento.
- Bem, sinto-me separada e isolada.
Mas como se sente? Que emoção sente
por não atender às suas próprias necessidades
de entendimento e respeito?
Veja, a culpa vem dessa
imagem de uma pessoa má.
Que sentimento vem de não
atender à sua necessidade
de responder a esta pessoa
com respeito e entendimento?
- Tristeza.
- Isso é uma dor doce.
É isso o lamento de girafa.
Então, se você disser à outra pessoa
"Sabes, pelo modo como falo contigo,
sinto-me muito triste."
"Não satisfaz a minha necessidade
de te respeitar e de te entender."
Consegue ver? Aqui não há nenhuma
imagem de que sou uma pessoa má.
Estou triste.
Não correspondi à minha própria
necessidade de te respeitar e te entender.
Confirme com a outra pessoa
o que ela preferiria ouvir.
Se ela preferiria ouvir
um lamento de girafa,
ou o pedido de desculpas
de que você é uma pessoa má.
Sim.
- Estou a ter um pouco de
dificuldade ao tentar encontrar-me
neste modelo.
Parece que tudo está... mesmo que
estejamos a falar a um nível de sentimentos,
tudo parece como se... estou a
interpretá-lo assim, pelo menos, tipo num...
...nível mental em oposição
a um nível emocional,
e acho que vou muito
pela minha intuição,
e estou a tentar
chegar lá de alguma forma.
E então, preciso de ajuda com isso.
Basicamente, diga-me como
poderia ser capaz de usar esta
técnica na minha vida diária,
para fazê-la... não. Bem, para
que seja natural, sabe?
Não é natural para mim
operar desta forma.
- A primeira coisa que lhe recomendaria
seria mudar a palavra
"natural" para "habitual".
- Fazer o quê?
- Mudar a palavra "natural" para "habitual".
Penso que este processo é natural,
mais natural do que o modo
como você foi treinado a pensar.
Então, Gandhi disse: "É muito perigoso
misturar as palavras 'natural' e 'habitual'".
Ele disse: "Fomos treinados
para sermos bastante habituais
em comunicarmos de maneiras
que são bastante artificiais".
Então, não consigo imaginar uma
forma mais natural de se comunicar
do que falar sobre o que está vivo em nós.
É simplesmente o que estamos
a sentir e a necessitar.
- Quando lhe apetece dizer...
Se me apetecer dizer "não",
dizer "não" parece-me bem a mim,
mas o que você estava a dizer antes...
- O que quer dizer com "bem"
em "Está bem em dizer-se 'não'"?
- O que quer dizer com "o que eu quero dizer"?
[Risos] Podemos ir para frente e para trás.
- Perdão?
- Podemos andar para frente e para trás perguntando um ao outro...
- Sim, então deixe-me ser mais específico.
Quando você diz "não",
prevejo que ao dizer "não",
mais frequentemente do que você gostaria,
a outra pessoa vai reagir a si
de uma maneira que não vai ser
do seu melhor interesse.
Mas se você falar da necessidade por trás
do "não", isso será menos provável de acontecer.
- Logo, então, se compreendendo
o que está a dizer, você está a tentar...
A ideia é eu comunicar de um modo em que
a outra pessoa comunicaria de volta de um
modo que seria do meu melhor interesse?
- Estou a dizer que o propósito deste processo
é satisfazer as necessidades de todos,
e que as necessidades são satisfeitas
pelas pessoas ao darem de boa vontade,
e não a partir de uma
motivação coerciva.
E também digo que
quando você diz "não",
isso atrapalha a probabilidade de que as
necessidades de todos sejam satisfeitas.
Se você disser a necessidade que
o impede de dizer "sim"
prevejo uma maior probabilidade de que as
necessidades de todos sejam satisfeitas
- Então, se estou a entender o que quer dizer
é simplesmente expressar as minhas
necessidades sem dizer o "não"?
- Estou dizer que a necessidade é uma expressão
mais clara daquilo que quer dizer do que "não".
Torna-se mais claro e mais ligado à vida quando diz a necessidade que o faz evitar dizer "sim",
em vez de apenas dizer "não".
E é menos provável que seja
interpretado como uma rejeição,
como se estivesse na defensiva...
Ao dizer apenas o "não" por si só,
prevejo que seja mais provável obter
interpretações que não são do seu melhor interesse.
- Às vezes quando não escuto um "não"
vejo isso como sendo tipo uma
resposta passivo-agressiva
a algo que eu possa querer.
Alguém... por exemplo, digamos que
marco um encontro com alguém
e em vez de dizerem "não",
simplesmente não aparecem.
E depois dão-me uma razão
do porquê de não aparecerem.
- Sim. Não estou a sugerir isso.
Não estou a sugerir essa resposta.
Estou a sugerir que teria
gostado que essa pessoa
lhe tivesse dito, honestamente, naquele
momento, qual era a sua necessidade.
Acho que se eles tivessem feito isso,
você não teria acabado nessa situação.
Disseram um "sim" que não era assim.
- Alguma pessoas não dirão "Tenho receio".
- Desculpe?
- Digamos que a razão
é que eles têm medo de o dizer.
- Isso vai depender bastante do que
lhes aconteceu no passado,
quando disseram "não", qualquer que
tenha sido o modo como o disseram.
Se eles não tiveram respostas
muito empáticas no passado,
então é provável que tenham medo de
serem honestos quanto a isso no presente.
- Vejo o valor em tudo isto.
Vejo mesmo.
Acho que é a ideia de ser algo
do tipo sentimental, intuitivo.
à qual que não estou muito acostumado.
- O que está a tentar descobrir, se estou
a entender, é como realmente colocar isso num
idioma que você possa usar diariamente
e sentir-se confortável com ele.
- É uma forma de o colocar, sim.
- Pois bem, nos nossos treinos,
primeiro mostramos às pessoas
como desenvolver essa literacia
e, em seguida, como o traduzir
para a sua maneira usual de falar.
Tive um estudante que viajava comigo,
e ele queria dar-me gratidão. Ok?
E ele gostou de algo que fiz. Eu estava
a trabalhar no duro com o grupo.
E durante o intervalo, ele disse "ditador!".
Aquilo foi "girafa"
porque ele sabia que eu sabia
ao que é que ele estava a reagir.
Sabia que eu não ouviria um julgamento.
Sabia que eu adivinharia ali
o que ele sentia e necessitava.
Então, ele podia dizer-me isso: "ditador!"
Depois de sabermos realmente identificar com clareza
os nossos sentimentos, necessidades, pedidos,
então podemos começar a
colocá-los numa linguagem
que possa conectar-nos com
as pessoas com quem falamos.
Mas neste momento do dia,
depois de um dia,
ainda estou a trabalhar com vocês
para ter certeza que entenderam
o que é um sentimento e uma necessidade,
pois se não o entenderem verdadeiramente,
será muito difícil saber como
colocá-los no vosso próprio idioma.
- Acho que sou um chacal
novaiorquino em recuperação.
[risadas]
Tenho a impressão que
pedir desculpa não é verdadeiramente
o melhor modo de se ser girafa.
Gostaria de saber se
você poderia modelar...
Gostaria que você modelasse para mim
um reconhecimento de
ficar em falta, pecar corajosamente...
- Se você se lembra, anteriormente
mostrei um exemplo onde
exemplifiquei uma pessoa a dizer
"Sinto-me triste. Gostaria de ter respondido
com mais compreensão do que o fiz".
- Então você não está a usar a palavra
"desculpa". Está a dizer "estou triste".
Não é tanto a palavra "desculpa".
O que mudámos foi o pensamento de que
fiz alguma coisa errada, de que foi mau.
É esse "pensamento" que é o problema,
e o "desculpa" advém desse pensamento.
Então, não é apenas que eu não digo "desculpa";
digo "estou triste", se estou triste.
A palavra "desculpa"
não significa quase nada.
As pessoas podem dizer isso
e não sentir nada.
Diz-se isso para comprar perdão.
Se estiver a sentir-me triste, digo isso:
"Estou triste. Gostaria de... ter estado mais
consciente das tuas necessidades", por exemplo,
quando não levei as necessidades
da pessoa em consideração.
Mas não vou dizer
"Desculpa, não fui muito atencioso".
Não existe auto-culpa.
Não fiz nada de errado.
Não existe tal coisa de se
fazer alguma coisa de errado.
O que fiz não estava em harmonia com as
minhas necessidades. Quero lamentar isso.
"Estou triste. Gostaria de ter estado mais consciente das tuas necessidades". - Algo do género.
Isto deu-lhe um bom exemplo?
- Sem dúvida. Obrigado.
- Tenho uma pergunta.
Aqui, à sua esquerda.
Tenho uma situação
com a minha parceira íntima
em que muitas vezes quando nos
encontramos, discutimos muito
e tenho esta necessidade...
que você disse antes que era inapropriada:
quero que ela seja feliz.
- Eu não disse que era inapropriada.
Disse que não era exequível.
- Ok, está bem. É o que ela
passa a vida a dizer-me.
[Risos]
- Se vais dizer-me para ser feliz,
diz-me a ação para chegar lá.
Isso eu posso fazer. Se me disseres uma ação que
prevês que se eu a realizar serei feliz no final,
isso ajudaria bastante. Diz-me a ação.
Não me digas apenas para ser feliz.
Não me digas para ter
confiança em mim mesmo.
Diz-me o que gostarias que eu
fizesse para sentir essa confiança.
A acção vai-me levar lá,
mas dizer-me apenas o que sentir
coloca-me num círculo paradoxal.
- Ok.
Uma outra coisa seria que...
quando estamos juntos,
não tenho necessariamente vontade
de ir a algum lado com ela, se ela não está num
bom humor na hora ou se existe alguma tensão...
- Então empatiza com o porquê de eu não
estar de bom humor e acabarei por ficar.
Mas dizer-me que tenho que estar de bom
humor para que queiras sair comigo
coloca-me num humor ainda pior.
[risos}
- Ok.
- Estou a pensar se há momentos em que...
Estou aqui.
Estou a sentir alguma ansiedade quanto a uma
viagem na qual vou visitar a minha mãe em breve
e temos uma dinâmica em que
ela quer mesmo muito ajudar-me
a perceber todos os detalhes do que
estou a fazer durante a minha visita,
e gostaria de poder ficar em paz.
- Deixe-me mostrar-lhe como fazer isso.
- E tenho medo que se eu
falar assim para ela,
tornará as coisas muito piores.
- Ok. Vamos ensinar-lhe como...
se piorar, vamos mostrar-lhe
como desfrutar mesmo assim.
Mas primeiro, deixe-me mostrar-lhe,
a primeira coisa a fazer
se quisermos que uma pessoa considere outro comportamento diferente daquele que estão a ter,
comece a comunicação mostrando-lhe que
o que ela está a fazer é a coisa mais
preciosa que ela poderia estar a fazer.
Desta forma: empatia.
Comece por empatizar com a intenção
da sua mãe em se comportar como ela faz.
- Mãe, imagino que quando intervéns e queres
mostrar-me todas as coisas que podem ser feitas,
importas-te mesmo muito com
o meu divertimento nesta viagem
e queres ter certeza que me dás apoio nisso.
- Ah, sim, sim, bla, bla...
- Sim, então, é mesmo muito
importante para ti que
eu me divirta e tu queres
contribuir para isso?
- Sim.
Esse é o primeiro passo.
Está a ver?
É o que quero dizer com começar
mostrando que entende.
Quanto mais estivermos preocupados
com esse comportamento
mais importante é começar com isto.
É por isso que quando trabalho em prisões,
e esta pessoa tem abusado sexualmente
de alguém, ou violou alguém,
se eu gostaria que ela encontrasse
outra forma de se comportar,
a primeira coisa que tenho de fazer é assegurar-me
que ela não se odeie por ter feito o que fez.
Quanto mais se odiarem pelo que fizeram,
mais vão continuar a fazê-lo.
Então, começo por empatizar com
as suas necessidades em fazê-lo.
Ok. Então você entendeu esse passo.
O próximo passo...
aquele com o qual começámos o dia...
Eu diria honestamente como me sinto.
"Mãe, sinto-me desfeita neste momento
porque estou grata pela tua intenção.
Mas... Tenho mesmo necessidade de
fazer as minhas próprias escolhas aqui,
porque penso que seria muito difícil para outra pessoa saber verdadeiramente aquilo que preciso
e necessito deste espaço
para o descobrir eu mesma.
Então, poderias dizer-me
aquilo que me ouviste dizer, mãe,
para que possa ver se
me estou a fazer entender?
[risos]
Então agora sei que a mãe não me ouviu.
Agora sei que a mãe não
ouviu as minhas necessidades.
Ela provavelmente ouviu uma rejeição.
Ela provavelmente ouviu
que não é valorizada.
Mas é importante que eu não pense que
a sua reacção é por causa do que eu disse.
Se expressar os meus
sentimentos e necessidades,
seria impossível para uma pessoa
reagir assim, se eles o ouvissem.
Eles teriam recebido um presente.
Teriam os olhos de uma criança
a receber prendas do Pai Natal.
Isso não se parece com o como
a mãe se sente neste momento.
- Então, mãe, poderias dizer-me
aquilo que acabaste de me ouvir dizer?
- Tu não me queres.
- Então, ouviste aquilo
como uma rejeição, mãe?
- Claro. De que outro modo
poderia tê-lo ouvido?
- Bem, obrigado por me dizeres que
o ouviste como uma rejeição, mãe.
Reparem que eu não disse
"não foi isso que eu disse".
Estão a ver?
Se quisermos que as pessoas
nos entendam de forma diferente,
nunca lhes digam
"estás a interpretar-me mal".
Nunca digam
"não foi isso que eu disse".
Digam "obrigado por me dizeres
que foi isso o que ouviste."
Estou ver que não fui clara.
Gostaria de tentar outra vez, mãe,
porque eu valorizo mesmo muito
a tua oferta de ajuda,
mas tenho uma necessidade
de ter as minhas necessidades claras e
de estruturar o meu próprio tempo.
Podes dizer-me o que me ouviste dizer?
- Então achas que não tenho
nenhuma inteligência quanto a ajudar-te.
- Obrigado por me dizeres
que é isso o que estás a ouvir, mãe.
Gostaria que o ouvisses de modo diferente.
Gostaria que apenas ouvisses
as minhas necessidades.
Que tenho uma necessidade de resolver as coisas por mim mesma, e estruturar o meu próprio tempo.
Poderias dizer-me aquilo que ouviste?
- Então tu...
...tens uma necessidade de esclarecer por ti própria
aquilo que queres e de perceber as coisas.
- Obrigado mãe.
Vêem quão fácil é ter empatia
de um chacal? Apenas
3 puxões de orelha e consegui. Não é?
Agora, existem uns chacais de
8 puxões de orelhas, também, eu sei.
Mas consigo dizer pelo quão doce você é
que a sua mãe é um chacal de 3 puxões.
- Obrigado.
[Risos]
- Sim...
- Você mencionou anteriormente, esta manhã,
sobre apreciar o sofrimento.
Poderia elaborar quanto a isso?
- Oh, sim. Isso é muito importante.
Obrigado por me relembrar
com esse assunto.
Ok. Um amigo seu diz-lhe isto:
"Sou um nada.
Nunca vou chegar a lado nenhum.
Olha, sou um assistente administrativo aos 45.
O meu irmão está
à frente da sua empresa,
a minha irmã é uma advogada de topo,
e eu sou um nada."
Ok?
Agora, para apreciarmos esta pessoa a sofrer,
temos de nos libertar
de dois tipos de responsabilidade.
Primeiro, que não causámos a dor.
E queremos libertar-nos disso,
especialmente quando a outra pessoa está a tentar
fazer-nos crer que fomos nós a causar a dor.
Então, se esta pessoa tivesse começado "e tu
és culpado quanto a tudo isto de eu não ser nada."
Especialmente quando uma pessoa diz isso,
não queremos de modo nenhum pensar
que causámos a dor desta pessoa,
porque não se pode causar
dor psicológica a outra pessoa.
Bem, neste caso a pessoa não estava
a dizer isso, logo, é bastante fácil de
libertarmo-nos a nós próprios de nos sentirmos
responsáveis, mas o segundo é que é difícil.
Pensar que temos de o concertar.
Fazer a pessoa sentir-se melhor.
Quanto mais pensamos que é o nosso dever
fazer uma pessoa sentir-se melhor,
mais vamos piorar as coisas.
Porque não se pode concertar as pessoas.
A boa notícia é que não têm de fazê-lo. Existe uma energia curativa muito poderosa sempre disponível,
se não a bloquearmos.
E como bloqueamos a energia?
Tentando concertar as coisas nós próprios.
Então, como ajudamos essa
energia a fazer o seu trabalho?
Através da empatia.
Empatia requer presença,
apenas estar presente.
Quando estamos apenas presentes, quando
estamos a lembrar-nos do conselho do Buddha
"Não faças algo. Fica lá."
Quando fazemos isso, e essa
energia opera através de nós,
existe uma conexão preciosa
entre essa pessoa e nós.
E essa conexão preciosa é aquilo que
quero dizer com apreciar a dor,
apreciar essa conexão preciosa.
E quer esteja essa pessoa
a sentir alegria ou dor,
se estivermos presentes ali com eles,
é isso o que quero dizer.
Mas bloqueamos essa bela energia
sempre que intervimos e pensamos
que temos de concertar as coisas.
Então, se dissermos "pronto, pronto, pronto. Vais
sentir-te melhor. Vais ultrapassar isso" fazemos pior.
Quando começamos a
dar conselhos, fazemos pior.
Então, com que é que isto se parece?
"Então, estás a sentir-te mesmo
desencorajado e gostarias mesmo
de ter alcançado mais na tua vida neste
momento do que aquilo que alcançaste.
- Sim, sim, tive todas as
oportunidades, e olha para mim.
Simplesmente nunca dei utilidade a nada.
- Pois, então estás mesmo
desencorajado e frustrado, e
gostarias mesmo de ter dado um uso
diferente a algumas coisas que não deste.
- Pois."
Vejam, estou apenas presente.
Não estou a tentar concertá-lo.
E quando isso acontece,
existe uma conexão muito preciosa.
É isso o que quero dizer com apreciar.
E essa conexão preciosa faz a cura.
Não o teu conselho, não o teu seja o que for.
Sim...
- Pode clarificar a distinção entre empatizar,
e tipo encorajar e apoiar a telenovela de...
sabe, alguém que está...
alguém que está a sofrer,
e por vezes ao estar-se ali,
é tipo um encorajar subtil, ao invés de...
- O encorajar subtil que
eu penso que está a referir-se
acontece quando esta pessoa está
a falar daquilo que lhe aconteceu,
pela quinquagésima vez
que você ouve a história.
Logo, se estou realmente a ouvi-los,
não ouço o que dizem sobre o passado,
porque sei que quanto mais falarem
sobre o passado, menos cura vai acontecer.
Então interrompo,
mas interrompo para trazer
a conversa para a vida.
Eles estão a falar sobre o passado, e eu
interrompo e digo "desculpa-me, mas
soa-me a que, neste momento,
ainda estás a sentir-te magoada,
porque a tua necessidade de
respeito não foi satisfeita nisso.
Vêem? Porque apenas
deixá-los falar sobre o passado
e fazer-lhes questões sobre
o que aconteceu, sobre o passado
é apenas manter a novela a fluir.
Então interrompo quando eles falam do passado
porque não nos curamos a falar do passado,
curamos ao falar daquilo que
está vivo em nós neste momento,
estimulado pelo passado mas
é aquilo que está aqui agora,
e quando conecto a esse nível
eles não vão continuar a falar sobre isso.
Eles vão curar.
Última questão e depois vou abordar
o assunto que gostaria de
cobrir antes de acabarmos. Sim?
- Você fala de ter... vamos ver...
se outra pessoa não pode
causar a nossa dor emocional...
- Exacto.
- ...e eu penso no
abuso com que cresci
e que vejo em muitas famílias
e o sofrimento que
experienciei pela vida fora,
na minha recuperação e tudo isso...
- E outras pessoas foram um
estímulo para o seu sofrimento
e você era um participante
pelo modo como lidava com isso.
Por exemplo, se me segui-se no meu trabalho,
você veria isso muito claramente.
Em sítios como Ruanda,
Burundi, Serra Leoa,
estou a trabalhar com pessoas
cujas famílias foram mortas.
Algumas dessas pessoas têm tanta raiva
que tudo aquilo para o qual vivem, momento
a momento, é a possibilidade de vingança.
Outros não têm nenhuma raiva, nunca
tiveram raiva. Exactamente o mesmo estímulo.
Têm sentimentos profundos,
mas não fúria.
Então não é o estímulo que
determina a nossa reacção emocional.
Essa parte depende de nós.
Trabalho com algumas mulheres,
infelizmente muitas, que foram violadas.
E algumas sentem vergonha,
uma vergonha profunda.
algumas sentem raiva,
algumas sentem outras coisas.
Logo, com o mesmo estímulo,
se sentem vergonha, raiva ou outras coisas,
depende de como as pessoas o recebem.
Estou a trabalhar com uma mulher
do Ruanda que teve...
ela ouviu os seus três filhos
serem mortos porque ela
meteu-se debaixo do lavatório,
escondida debaixo do lavatório, a tempo,
as crianças não chegaram ao esconderijo
a tempo, foram mortas, ela ouviu-os,
ouviu o seu marido
a ser morto e o seu irmão.
Ela teve que ficar ali debaixo
11 dias para salvar a sua vida
porque eles ficaram na casa
após terem morto a família.
Esta mulher tem sentimentos profundos,
mas nem uma vez ela teve o tipo de raiva
que a faria querer vingar-se.
Ela colocou todo o seu sentimento
e muitos deles em proteger...
prevenir que isto acontecesse
a outra pessoa. Está a ver?
Então, o modo como ela o encarou leva-a a querer
prevenir que isto aconteça a outra pessoa.
Ela veio ao meu workshop porque queria
saber como lidar com a raiva contra ela
por outras pessoas na sua tribo
que estão furiosos com ela
por ela não se juntar aos seus
esforços de matar as outras pessoas.
O mesmo estímulo,
reacções bem diferentes.
- Ok, então eu tinha este estímulo
e algures aprendi como lidar com isso
do modo como tive que lidar com isso,
e agora estou a aprender a mudar isso.
- Sim. A pior coisa, claro, seria, independentemente
de como escolheu lidar com isso,
é pensar que há algo de errado com
o como escolheu lidar com isso.
Não estou a querer que entremos numa de
certo ou errado. Estou apenas a dizer que
independentemente daquilo que nos aconteça...
A outra pessoa é responsável pelo que fez,
não estou a dizer que a outra pessoa não tem responsabilidade. - Essa é a minha questão
quanto a responsabilidade pelo resultado. - A outra pessoa é responsável pelo que fez e porque o fez.
Nós somos responsáveis
pelo como lidamos com isso.
Ok?
- Estou apenas a indagar como uma criança
se torna responsável... Quero dizer...
A primeira coisa que faço é, não quereria ensinar
à criança a lição que acabei de lhe ensinar a si
até que eu tivesse dado àquela criança
toda a empatia que ela precisasse
e adivinharia que seria muita. Então,
consigo ver-me a lidar com um longo tempo
a ouvir a dor enorme desta
criança como resultado disto.
Mas então, no decorrer disto,
veria esta criança
a ter alguma dor criada
pelo como ela olhava para a coisa.
Então veria que ela está
a criar dor em cima de dor,
pelo modo como olhava para a coisa.
Então, depois de a criança ter tido toda
a empatia que ela ou ele necessitava,
então faria o que pudesse para
conseguir que ela o visse de um modo
que não criasse dor desnecessária
para eles próprios.
Isto é um bebé chacal, sim.
Ok, agora o que eu gostaria de fazer
no tempo precioso que nos resta
é lidar com uma parte
muito importante de girafa,
porque não queria que vocês
ficassem com a ideia de que
a Comunicação Não Violenta está apenas
interessada em resolução de conflitos,
porque está igualmente
interessada em celebração.
Como podemos celebrar a vida?
De facto, a parte que deixei
para os dez minutos finais
é, em alguns aspectos, a parte mais importante
porque é onde obtemos o combustível
para ficarmos girafa
naquilo que é frequentemente
um mundo muito chacalista.
E então, vai ser bastante difícil
fazer esta transformação radical
de volta à nossa natureza
em muitas situações, a não ser que
estejamos a receber bastante combustível.
Agora, de onde vem o combustível?
O combustível vem da celebração.
E que tipo de celebração?
Vem de se dizer obrigado em girafa.
Vamos ver agora, nos últimos
minutos, como celebramos
ao dizer obrigado em girafa.
Expressando gratidão em girafa.
E primeiro gostaria de vos lembrar
de como os chacais dizem obrigado.
"Fizeste um bom trabalho nesse relatório."
"És uma pessoa muito simpática."
"Tu és bom dançarino."
Conseguem ver porque é chacal?
Julgamentos moralistas.
Julgamentos moralistas
positivos são igualmente
tão violentos, nas minhas
estimativas, quanto os negativos.
Nomeadamente, eles reforçam a ideia de que o
negativo existe. Se digo que és uma pessoa gentil,
estou a insinuar que existe tal coisa
como uma pessoa não gentil.
Também estou a insinuar que
sou o juiz que sabe a diferença.
Então, acabaram-se os louvores e elogios, ok?
Acabou-se os louvores e elogios.
Especialmente quando a
intenção é recompensar.
Essa é a derradeira desumanização,
usar o agradecimento como uma recompensa.
Dizê-lo com o propósito de
tentar reforçar alguma coisa.
Para conseguir que
a pessoa continue a fazê-lo.
É como enviar... O que se passa numa
escola de obediência para cães?
Punições e recompensas.
Fazer um elogio ou louvor
com o propósito de reforço
é dar ao cão um... algo para comer
para reforçá-lo a fazer algo.
As pessoas não são
para esse tratamento.
E destrói a beleza do agradecimento,
quando as pessoas têm que indagar:
"Isto está a ser dito
a partir daquela energia?"
- Mas funciona!
- O quê, chacal?
- Estudos em gestão indicam que
se os gerentes elogiarem e louvarem os
empregados diariamente, a produção sobe.
Estudos em escolas mostram que se os professores
louvarem e elogiarem os estudantes diariamente,
eles trabalham mais.
- Chacal, dá outra olhadela à pesquisa.
Penso que vais ver que isso apenas funciona
por um período muito curto de tempo,
até que as pessoas vejam a manipulação,
e depois já não funciona mais.
E destrói a beleza do agradecimento
porque agora já nem
podes confiar na gratidão
sem indagar se está a ser usada
como reforço, como recompensa.
- Bem, e se eu quiser aumentar a auto-estima
da outra pessoa, que mal tem isso?
- Chacal, tu não vês a ironia nisso?
- Quê?
- Se a outra pessoa só consegue gostar de si própria quando a elogias, eles não têm auto-estima.
Acabaste de a viciar às tuas recompensas.
Que eles apenas se sentem bem quando dizes algo sobre eles. Eles não têm auto-estima.
Ok.
Como é que uma girafa
diz "obrigado"? Ou gratidão?
Primeiro, existem três coisas que estão
envolvidas numa expressão de girafa de gratidão
que nos dão energia para
continuarmos a ser uma girafa.
A primeira coisa numa
expressão de girafa de gratidão é:
trazemos à atenção desta
outra pessoa, concretamente
aquilo que fizeram que tornou
a vida mais maravilhosa para nós.
Isso é o que precisamos de fazer diariamente.
Precisamos de trazer a
nossa consciência e atenção
ao poder que cada um de nós tem
para fazer a vida mais maravilhosa.
Cada um de nós é um gerador de força.
Temos palavras
que têm o poder de contribuir para tornar
as vidas das pessoas mais maravilhosas.
Temos tacto, podemos tocar
nas pessoas de modos
que podem fazer a vida mais maravilhosa.
Podemos providenciar serviços para pessoas.
Somos geradores de força.
Quanto mais nos lembrar-mos disto,
não iremos cair em nenhuns jogos violentos.
Porque haveríamos de usar a nossa energia
de outra forma que não a fazer
a vida mais maravilhosa,
quando nos lembramos que temos esse poder?
Então, isso é uma coisa que temos que tornar
clara na nossa expressão de gratidão
especificamente o que a pessoa fez,
não uma generalidade vaga.
Por exemplo uma mulher em Geneva, Suíça,
veio ter comigo no fim de um workshop.
Ela disse-me o seguinte:
"Você é brilhante."
Eu disse:
"Não ajuda."
Ela disse:
"O que quer dizer?"
Eu disse: "Sabe, senhora, fui chamado
muitos nomes na minha vida, fui mesmo.
Alguns positivos e outros
muito menos que positivos.
E nunca me lembro de aprender algo valioso
com alguém a dizer-me aquilo que sou.
Acho que há zero valor informativo
em dizerem-nos aquilo que somos.
e um grande perigo, pode crer.
E é tão perigoso acreditar-se que se é
esperto quanto acreditar-se que se é estúpido.
Ambos reduzem-nos a uma coisa.
Somos muito mais do
que qualquer uma delas.
Mas posso ver nos seus olhos que
quer expressar alguma gratidão.
- Sim!
- E eu quero recebê-la mas,
não me ajuda que me digam o que eu sou.
- O que é que precisa de ouvir?
- O que é que eu fiz para tornar
a vida mais maravilhosa para si?
- Bem, você é tão inteligente.
- Não, não ajuda.
Não ajuda. O que é que eu fiz?
- Ah, já o estou a perceber.
Ela abre o seu bloco de notas,
ela mostrou-me duas coisas
que eu tinha dito e que ela escreveu.
Ela pôs uma estrela grande ao lado.
Estão a ver? Isso já me ajuda. Ok.
Isso ajuda-me a saber
que de algum modo,
eu ter dito aquelas duas coisas fez a
vida desta pessoa mais maravilhosa.
Então essa é a primeira coisa
que precisamos de dizer
em apreciação. Precisamos de trazer à atenção
da pessoa concretamente aquilo que ela fez
que nos tornou a vida mais maravilhosa.
Segundo: no momento em
que estamos a dar a gratidão,
dizer o que sentimos naquele momento
quanto à pessoa ter feito aquilo.
Então eu disse a esta mulher:
"Poderia dizer-me como se sente agora como
resultado de eu ter dito essas duas coisas?
Ela disse "Esperançosa e aliviada."
"Oh, esperançosa e aliviada..."
Isso dá-me muito mais do que
dizer-me o que sou, que sou brilhante.
Simplesmente saber que de algum modo
eu ter dito aquelas duas coisas,
agora esta pessoa sente-se
esperançosa e aliviada.
Agora, quando eu ouvir a terceira coisa, vou
ser capaz de desfrutar mesmo esta gratidão.
Eu disse: "Que necessidades
suas foram preenchidas
por eu ter dito o que disse, e que a deixa
a sentir-se esperançosa e aliviada?"
E essa é a terceira coisa que precisamos
de ver na gratidão de uma girafa.
Ela disse:
"Tenho um filho com 18 anos.
Nunca consegui conectar-me com ele.
Tem sido muito doloroso
que nunca conseguimos conectar-nos,
e tenho necessitado de alguma direcção,
para me ajudar a conectar com ele.
Aquelas duas coisas que disse satisfizeram
a minha necessidade de uma direcção concreta."
Então, se ela tivesse expressado
a sua gratidão em girafa, ela teria dito:
"Marshall, quando você
disse aquelas duas coisas,"
(mostrou-me o que eram as duas coisas)
"deixou-me a sentir esperançosa e aliviada,
atendeu a uma necessidade minha de conectar
com o meu filho de um modo que eu quero."
Ok? É assim que dizemos gratidão
em girafa. Essas três coisas.
E também é importante
como recebemos a gratidão.
Deixem-me mostrar-vos
como um chacal recebe gratidão.
"Chacal, quando me ofereceste uma boleia
agora mesmo, para onde quero ir a seguir,
sinto-me muito grato porque
tenho mesmo uma necessidade de
passar mais tempo com a minha família,
e se apanhasse o autocarro
teria menos uma hora.
- Não é nada.
"De rien."
Se quiserem aterrorizar um chacal,
expressem amor ou apreço por ele.
Mesmo! Se quiserem
mesmo assustar um chacal,
nunca vi nada que assustasse tanto
pessoas que falam à chacal
do que gratidão sincera ou amor.
"Porque é que ficas tão nervoso,
chacal, quando o ouves?"
- Bem, não sei se o mereço.
Vejam, chacais têm este conceito
perigoso nas suas cabeças:
Merecer.
É um conceito muito violento.
Implica que tens que merecer o apreço.
Mereces mesmo um castigo se te comportares
de um certo modo. Vêem, o conceito de merecer
é um ingrediente chave
num estilo de vida violento.
Se acreditarem no merecer, pensam que
certas coisas são de valor,
e montam um sistema
económico muito destrutivo.
Montam um sistema correccional destrutivo.
Um conceito muito perigoso.
- Bem, essa não é a única razão.
- Por que outra razão ficas tão assustado
quando ouves gratidão, chacal?
- Que há de errado em ser-se humilde?
- Então queres ter uma
necessidade de humildade?
- Sim.
- Bem, sabes chacal, existem
diferentes tipos de humildade.
Temo que o teu tipo
é uma humildade de chacal.
Acho que o teu tipo é o tipo ao qual
Golda Meir, a primeira ministra de Israel,
estava a reagir quando ela
disse a um dos seus políticos:
"Não seja tão humilde,
você não é assim tão bom."
Mas a principal razão
pela qual acredito que a gratidão
é tão assustadora para
muitos de nós a recebermos,
está escrita de forma linda e poética
em "Um Curso em Milagres"
onde eles dizem "é a nossa luz, não a nossa
escuridão, aquilo que mais nos assusta."
Tendo sido educados nesta forma de chacal
de nos odiarmos a nós próprios,
a pensarmos que
há algo de errado em nós,
é um grande salto até vermos realmente
aquilo que eu estava a dizer,
que temos um poder enorme
para fazer a vida maravilhosa.
E não há nada que gostamos mais de fazer
do que exercer esse poder.
Infelizmente, é um salto mesmo grande
para chegarmos lá. Mas podemos chegar lá.
Então, é assim que dizemos gratidão:
observação, sentimento e necessidade.
A mesma literacia.
Verifiquem que vem
do coração para o celebrarem,
e nunca para o louvor,
elogio, recompensa.
Então, alguns comentários finais ou
questões antes de o nosso tempo terminar?
Estou grato pelo vosso tempo
e atenção que me deram.