O que é neutralidade da rede? Neutralidade de rede é o tratamento igualitário de todos os dados. Como com estes pacotes de dados. Neutralidade de rede significa que usuários como nós devem decidir quais dispositivos, programas, serviços e websites são usados. O uso da rede deve ser aberto e sem nenhum terceiro dizendo o que vai ou não funcionar. Por que você deveria se importar? Porque essa é uma coisa incrível da qual você se beneficia todos os dias e porque essa coisa incrível está atualmente em perigo. Uma rede neutra não discrimina em relação ao remetente, conteúdo ou destinatário de pacotes de dados. Não faz nenhuma diferença a mensalidade que o rementente e o destinatário pagam, ou qual tipo de aplicação ou protocolo envia ou recebe o pacote. Ou, em termos mais simples... Imagine a web como uma estrada pela qual os pacotes de dados se movem. Essa estrada conecta todos os computadores que estão conectados à internet. Nos cruzamentos dessas ruas estão roteadores, que direcionam os pacotes de dados ao caminho certo para seu destino. Os roteadores não se importam com quem vem pela rua. Nem se importam com que eles se parecem, de onde eles vêm, para onde vão ou que conteúdo carregam. Desta forma, posso me comunicar diretamente com meus amigos mesmo que eles morem em um continente diferente, paguem mensalidades diferentes, ou tenham um provedor diferente do meu. Eu posso acessar a internet para visitar qualquer website ou jogar qualquer jogo, independentemente de quem os oferece ou onde seus servidores estão localizados. Posso assistir qualquer vídeo ou ler qualquer blog do mundo inteiro, e posso fazer parte de iniciativas e projetos de código aberto. Posso fazer isso tudo usando um tablet, um laptop, um PC ou um dispositivo móvel para acessar a internet. É para isso que internet existe. É assim que esperamos que ela funcione. Todos nos beneficiamos, como uma comunidade, dessas redes de comunicação neutras. Elas garantem nosso acesso a todo o conteúdo disponível na rede mundial. Por causa disso, os provedores de rede receberam bilhões nos últimos anos. Neutralidade de rede: uma ideia ótima para todos nós. Então onde está o problema? Os provedores de telecomunicação agora alegam que essas ruas imaginárias de dados podem sofrer com congestionamentos. Eles querem abolir o conceito de neutralidade da rede. Mas é claro, isso não é verdade porque redes de dados não são ruas de verdade. Como sabemos pelos fabricantes de hardware dessa infraestrutura de rede, existe uma capacidade ociosa enorme na rede. Isso sem falar nos operadores de redes de distribuição de conteúdo, que dizem que o tráfego de dados é inacreditavelmente barato. Mas por que as companhias de telecomunicação fazem essas alegações? Por anos, esses provedores de conexão têm olhado com inveja para os serviços mais lucrativos da internet: provedores de conteúdo, mecanismos de busca, plataformas de vídeo e redes sociais. Todos querem a sua fatia desses lucros, à medida que a era digital reduz fontes de receita tradicionais. Agora, eles querem não só transportar os dados, mas também exercer poder e controle sobre o que é oferecido. E como eles querem fazer isso? Para conseguir, os provedores de telecomunicação pensaram em dividir os dados em categorias, ou melhor, castas. A casta mais inferior desse sistema seria a internet regular, que só estaria disponível a uma quantidade limitada de dados, e teria que ficar na retaguarda em relação às castas superiores enquanto é enviada pela rede de dados. A casta mais alta contém conteúdo do provedor de rede, segregada da internet, e receberia tratamento preferencial e acesso ilimitado - com uma assinatura adicional ao plano, naturalmente. Entre esses, muitos outros níveis de prioridade são possíveis. Por exemplo, a casta para dados de redes sociais que aumenta o tráfego para o provedor da rede social. Isto significa, é claro, que o destinatário deverá pagar outra tarifa adicional. Da mesma forma, um serviço extra para distribuir jogos para consoles ou para leitura de jornais online pode ser implementado. Eles seriam separados da internet, e tanto o distribuidor do serviço quanto seus clientes podem ser cobrados. Ofertas competitivas seriam restritas ou bloqueadas. E como isso funcionaria? Vamos voltar a imaginar a rede de dados como ruas. O roteador, que originalmente direcionava dados para seu caminho, seria incrementado com pedágios que analisam os dados e os separam em castas. Dependendo da casta, os pacotes de dados usariam uma rua especial separada da rua principal, para que chegue a seu destino mais rápido. Mas se o pedágio foi pago para dados de uma casta inferior, eles teriam terão que usar a rua regular, mais lenta. Se nenhum pagamento foi realizado pelo remetente, os dados serão colocados em uma casta inferior e só poderão usar a rua se ela estiver vazia e a quantidade de dados que passou pelo pedágio estiver abaixo do limite. Se eles forem parte de programas, serviços, conteúdos ou remetentes dos quais o provedor de telecomunicação não gosta, podem ter sua velocidade reduzida em excesso, reorganizados ou até destruídos. Além disso, caso não tenha ficado claro: nós, consumidores, sempre pagamos, quer o provedor de serviço pague o pedágio como remetente ou não. Portanto, nossos dados de tráfego podem ser limitados e seríamos obrigados a assinar planos adicionais de tráfego de dados. E o que isso significa? Serviços não comerciais e projetos comunitários, como a Wikipédia, por exemplo, não poderiam pagar por este pedágio de casta e teriam disponibilidade limitada, ou até ficariam indisponíveis. Comunicação direta com amigos e conhecidos poderiam ser filtradas ou bloqueadas por concorrer com modelos de serviço e comércio estabelecidos. Uma vez que a infraestrutura de controle e filtragem foi introduzida e estabelecida, filtrar e descartar dados indesejados como ofertas ou serviços competitivos pode ser feito com facilidade. Para filtrar opiniões, informações ou orientações políticas, é só uma pequena mudança nas configurações do sistema. E se deixarmos que a neutralidade da rede seja desrespeitada? Tal processo é muito difícil de reverter, se for sequer possível. Perderíamos a riqueza da internet, a variedade de opções pela qual formamos a rede. Perderíamos muito conteúdo porque provedores não poderiam mais pagar o pedágio das empresas de telecomunicação. Perderíamos a livre concorrência, e, com isso, a abertura de novos serviços de companhias pequenas ou projetos comunitários. O livre acesso a conteúdo e informação que atualmente aproveitamos se perderia. Haveria um modelo de duas, três ou quatro classes da internet, ou até não só uma internet mas várias, e conteúdo diferente estaria disponível em redes diferentes. Imagine isso como um conjunto de canais de TV de um provedor de TV a cabo onde, além dos programas básicos, existem programas premium que são cobrados de forma diferente de acordo com o canal. Você só poderia acessar o que os provedores oferecem com a expectativa de lucro. O regime dos operadores da rede limitaria seriamente a liberdade de informação que existe na internet hoje. E, para esta perda, precisaríamos pagar mais. Entretanto, nossos provedores dizem que nunca fariam tal coisa; é somente algo como um aumento no preço! Mas, é claro, os provedores de telecomunicação já foram pegos mentindo nas nossas caras argumentando em favor de quebrar a neutralidade da rede. Por exemplo, a alegação de limitação de capacidade, ou a de que países com leis pela neutralidade da rede têm conexões de internet mais lentas. Se eles já estão mentindo agora, por que estariam dizendo a verdade quando prometem construir uma internet mais rápida com o dinheiro adicional enquanto alegam que não vão peneirar nossos dados, mesmo precisando disso para fazer o sistema de castas funcionar? De que maneira eles poderiam manter a riqueza e a competição com esse sistema? Portanto: Proteste conosco! Demande regulações estatutárias para a neutralidade da rede no seu país e na União Europeia! Demande o tratamento igualitário de dados! Rejeite o tratamento preferencial de dados premium em troca de um tratamento degradado dos seus dados pessoais! Levante-se contra travas na rede e lentidão artificial! Lute por uma rede de comunicação livre e aberta, da qual nós, como comunidade, nos beneficiamos! Demande tráfego de dados sem manipulação! Rejeite a discriminação ou priorização de dados, não importa por que motivo! Ninguém tem o direito de espiar nosso tráfego. Nada justifica isso. Todos merecemos neutralidade na rede, mesmo em redes móveis! Rede de verdade, agora e no futuro!