Você já viu eletricidade estática causar uma centelha de luz? O que é essa centelha? E os relâmpagos, a aurora boreal, ou a cauda de um cometa? Todas essas coisas e muitas outras - na verdade 99,9% do universo - são feitas de plasma. O plasma é um estado da matéria totalmente diferente das formas mais conhecidas. Vejamos o gelo, por exemplo. O gelo - estado sólido - derrete e vira água - estado líquido - que, quando aquecida, vira vapor - estado gasoso. O aquecimento prolongado do vapor sob temperatura alta o suficiente faz com que as moléculas de água contidas nele se separem, restando átomos soltos e vagantes de hidrogênio e de oxigênio. Com um pouco mais de calor, o processo de ionização ocorre e os elétrons carregados negativamente escapam dos átomos, deixando para trás íons carregados positivamente. Essa mistura de cargas livres e vagantes, negativas e positivas, é o plasma e, sob temperatura alta o bastante, qualquer gás pode sofrer o mesmo processo. Essas partículas soltas e carregadas comportam-se de forma bem diferente das partículas de outros tipos de matéria. Quando uma maçaneta, um sólido, está carregada de eletricidade estática, ela não parece nem se comporta de forma diferente. E, à exceção de uma bússola ou outro objeto magnético, raramente vemos matéria reagir a um campo magnético. Mas se colocarmos plasma em um campo elétrico ou magnético, teremos uma reação bem diferente. Uma vez que o plasma é carregado, os campos elétricos o aceleram e os campos magnéticos o fazem entrar em órbitas circulares. Quando as partículas dentro do plasma colidem entre si ou são aceleradas por eletricidade ou por magnetismo, é gerada luz, que é o que vemos ao observar plasmas tais como a aurora boreal. Mas o plasma não é apenas um fenômeno celestial e belo. Imagine um minúsculo cubo feito de gás normal e submetido a alta voltagem. O campo elétrico resultante empurra alguns dos elétrons para fora dos átomos e os acelera muito, provocando a ionização de outros átomos. Impurezas que foram adicionadas ao minúsculo cubo de gás fazem com que ele ganhe e libere uma quantidade exata de energia na forma de radiação ultravioleta. Ligado a cada minúsculo cubo, um material fluorescente brilha com uma cor específica quando a luz ultravioleta o atinge na intensidade ideal. Agora, faça um retângulo com 1 milhão desses minúsculos cubos, cada um controlado separadamente por eletrônica sofisticada. Talvez você esteja olhando para um agora. Ele se chama "TV de plasma". O plasma também tem implicações na saúde. Químicos de plasma criam plasmas extremamente específicos capazes de destruir ou alterar substâncias químicas específicas, matando assim patógenos presentes em alimentos ou superfícies em hospitais. O plasma está à toda nossa volta, em formas tanto espetaculares quanto práticas. No futuro, o plasma talvez possa ser usado para limpar permanentemente aterros sanitários, remover toxinas de forma eficiente do nosso ar e água e nos oferecer uma fonte potencialmente ilimitada de energia limpa e renovável.