Eu percebi que você falou sobre Andy Warhol
dizendo que você não sentia quase nada pela lata, e não gostava da sopa.
E que você preferia
não um artista que espelhasse o mundo
mas um que o transformasse.
- É, quando eu era mais jovem eu não apreciava o Andy Warhol
enquanto ser humano, eu não achava que ele era generoso
ou gentil, e o trabalho dele não
me transmitia nada.
Mas o Robert amava Andy Warhol, e achava que ele era um gênio.
Então eu não o desprezava, porque eu sei que o Robert
sabe das coisas, eu confio nos instintos do Robert.
Mas quando eu era jovem, o trabalho dele
não se comunicava comigo.
Nessa fase da minha vida eu descobri que passei
a reconhecê-lo como o gênio que ele foi ...
Encontrei um belo museu
de arte contemporânea, que não gosto muito,
e de repente vi alguma coisa do outro lado da sala e eu pensei
" Isso é forte " E fui ver de perto: Era de Andy.
E os últimos trabalhos que ele fez
antes de morrer... " A última ceia"
Eu achei genial.
Tocante. Mas o que eu acho importante
na avaliação de um artista são
as reflexões ou transformações, eu acho que
o que você faz é uma transformação, ao invés
de refletir o que você vê. São duas diferentes concepções
de como ser um artista. Bem, eu me sinto mais
atraída pela transformação em si mesma
eu não sou muito atraída pela não-ficção e
mas também aprecio
mais e mais alguém que tenha a habilidade
de reproduzir o nosso tempo.
Eu acho importante que as pessoas façam isso, embora não seja o meu estilo
de pessoa. Eu aprendi
essa lição quando o 11 de Setembro eclodiu
Eu vivia em Nova Iorque, e vi,
da minha varanda, as duas torres caindo.
E então eu fui
...sabe eu não morava longe, então fui olhar os destroços
de uma das torres, a torre Sul
e foi uma extraordinária...
era como uma escultura, como a torre de Babel.
E comecei a pensar muito sobre
Andy naquele momento. Eu realmente sinto falta de Andy como um artista
porque ele saberia o que fazer
como um artista. Não para transformar, mas
para documentar essa coisa extraordinária
que aconteceu. Então, mesmo que eu que eu não seja esse tipo
de artista, eu reconheco a importância
deles. Na minha juventude eu
era uma pseudo-crítica.