O que acende a tela que você está olhando agora? Percorra o carregador da bateria e o fio e você chegará em uma tomada, que fornece acesso fácil e seguro à eletricidade confiável. Mas, além da tomada, a coisa fica mais complicada. Gasta-se muito combustível para aquecer nossas casas conservar os alimentos, e recarregar os nossos dispositivos. E para 40% do mundo, o combustível é barato, abundante, e é chamado de carvão. Mas o carvão também solta poluentes no ar, como dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio, fuligem, e metais tóxicos, como o mercúrio. Isso causa danos ambientais, como chuva ácida, e problemas sérios de saúde. Na verdade, em 1952, a queima de carvão causou uma neblina tão densa em Londres que impedia os pedestres de verem os próprios pés, e milhares de pessoas morreram por problemas de saúde. Desde então, muitos países desenvolveram tecnologias para remover a maioria desses poluentes antes de alcançarem o ar. Mas agora temos um novo problema de poluição de ar em nossas mãos, um que não aparece em uma nuvem de fumaça, mas na elevação do mar, enchentes, e ondas de calor. É a mudança de clima, e novamente, o vilão principal é o carvão. Ele é responsável por 44% das emissões globais de dióxido de carbono, que prende o calor do sol dentro da atmosfera terrestre, ao invés de deixá-lo escapar. A questão agora é: como removemos essa coisa ruim? Essa é a ideia por trás do carvão limpo. Criar carvão limpo é tentar conter seus efeitos nocivos com a ajuda de tecnologias especiais que faz o produto final mais aceitável. Assim como os super-heróis mais intrigantes que, às vezes, fazem seus poderes maus aparecerem, então, podemos tentar manter a força negativa do carvão em cheque. Mas porque não abandonamos o carvão? se é necessário tanto esforço para limpá-lo? Simples: o carvão é extremamente valioso para nós, e é fácil de se obter. Compresso no subsolo por muito tempo, o carvão tem a energia química das plantas que foram alimentadas pelo sol centenas de milhões de anos atrás, muito antes dos humanos evoluírem. Isso torna a energia do carvão densa, podendo ser queimado continuamente. Também é barato, se você ignorar o custo da poluição, e deverá durar até o final do século 21. Já temos toda a infraestrutura para aproveitar seu poder, e globalmente, apesar dos países estarem se mexendo em direção a energias mais limpas e fontes renováveis, ainda não há sinal de que o uso de carvão vá cair. De fato, em 2012, mais de mil usinas de carvão foram propostas, a maioria na China e Índia. Então, já que o carvão veio para ficar. Estudiosos dizem que se quisermos diminuir os impactos de sua emissão na atmosfera, e reduzir a mudança do clima, teremos que pensar em meios criativos de reduzir o poder destrutivo do carvão. Para fazer isso, precisamos tirar todo o dióxido de carbono tóxico que causa danos à atmosfera. Então, precisamos guardar o CO2 em outro lugar. Essa missão é chamada de captura e sequestro de carbono, ou CSC. E se o dióxido de carbono fosse como um gênio do mal, que prendemos e impedimos de escapar, uma vez que tenha sido separado do carvão, desenvolvemos métodos de colocá-lo no subsolo. Podemos fazer isso injetando-o no subsolo profundo, ou colocando-o bem fundo, abaixo da superfície do oceano. Retirar os elementos negativos do carvão pode acontecer de três maneiras. Primeiramente, e mais comum, à medida que o carvão queima, o gás pode ser misturado a uma substância chamada etanolamina. Como um potente ímã separador, essa substância liga-se ao CO2, removendo-o do fluxo de gás e ele então poderá ser guardado no subsolo, já separado. Outro método é retirar o CO2 do carvão antes que tenha a chance de ser liberado pelo escapamento. Nesse processo, vapor e oxigênio se ajudam no resgate para converter carvão em uma produto especial chamado gás de síntese, feito de monóxido de carbono, hidrogênio e um pouco de CO2. Misture isso com um pouco de vapor, e o monóxido de carbono converte-se em dióxido de carbono, podendo ser isolado. O que sobra, o gás hidrogênio, é usado para a geração de eletricidade então, esse processo tem um bônus. A terceira técnica expõe carvão ao oxigênio puro, ao invés de queimá-lo no ar. Isso cria um gás com alta concentração de dióxido de carbono, tornando-o fácil de isolar e banir no subsolo. Tudo isso pode reduzir as emissões em uma usina em até 90%, mas como um super-herói que luta com seus poderes destrutivos, é necessário muito esforço para sair do lado escuro. Essas forças positivas sequestradoras de poluentes, apesar de disponíveis, mal são usadas nas usinas comerciais pois custam bastante. Mas, em última análise, o maior problema é que na maior parte do mundo ainda é muito fácil e mais barato continuar emitindo dióxido de carbono, tornando tentador ignorar completamente o lado negro do carvão. Nesse caso, a força mais forte para o bem é a regulação, regras que possam restringir a quantidade de carbono emitida pelas usinas, e fazer as companhias de energia do globo serem cautelosas com o que põem no ar. Até lá, toda vez que você ligar a tela, ou apertar um interruptor, o carvão está à espreita no fundo, carregando seu poder mau com ele aonde quer que vá.