[Porque é que os gatos
fazem estas coisas?]
São giros, são amorosos,
e a julgar pelos 26 000 milhões
de visualizações
de mais de 2 milhões de vídeos,
de gatos a atacar, a saltar,
a trepar, a encher a barriga
a perseguir, a arranhar,
a ranger e a ronronar,
uma coisa é certa:
os gatos são muito divertidos.
Estes comportamentos felinos
um tanto estranhos,
engraçados e desconcertantes,
deixam muitos de nós a pensar:
"Porque é que os gatos fazem isso?"
Os gatos sempre foram predadores
solitários de animais mais pequenos
e presas para carnívoros maiores.
Sendo predadores e presas,
a sobrevivência da sua espécie dependia
de comportamentos instintivos cruciais
que ainda hoje observamos
em gatos selvagens e domésticos.
Embora as ações felinas do nosso gato de
estimação Gizmo podem parecer confusas,
na Natureza, estes mesmos comportamentos
criados naturalmente
nos gatos há milhões de anos,
tornariam o Gizmo num super-gato.
Graças à sua estrutura muscular
única e boa capacidade de equilíbrio,
os gatos conquistaram pontos de vantagem
para inspecionar o seu território
e localizar a presa na Natureza.
Hoje, o Gizmo não precisa
dessas capacidades
para encontrar e caçar o seu jantar
para o pôr na sua taça de comida.
Mas, instintivamente,
continua a observar a sala
do topo da estante.
Enquanto predadores selvagens,
os gatos são oportunistas
e caçam quando veem uma presa.
Dado que muitas das suas presas
são pequenas,
os gatos selvagens precisavam
de comer muitas vezes por dia,
e usar uma estratégia para perseguir,
atacar e matar para se alimentarem.
É por isso que o Gizmo prefere perseguir
e saltar em cima de brinquedos pequenos
e comer refeições pequenas
no decurso do dia e da noite.
As presas pequenas escondem-se em espaços
exíguos nos seus ambientes naturais,
portanto uma explicação
para a propensão de Gizmo
para se meter em contentores e aberturas
é que ele é compelido
pela mesma curiosidade
que ajudou a assegurar a preservação
da sua espécie durante milhões de anos.
No mundo selvagem, os gatos
precisavam de garras afiadas
para trepar, caçar e para autodefesa.
Afiar as garras em superfícies próximas
mantinha-as em boas condições e prontas,
ajudava-os a esticar as costas
e os músculos das pernas,
e a aliviar algum "stress", também.
Portanto, não é que
o Gizmo odeie o nosso sofá,
a cadeira, a otomana,
as almofadas, as cortinas,
e tudo o resto que coloquemos
lá em casa.
Ele está a despedaçar tudo isso
para manter as garras
em perfeitas condições
porque isso é exatamente o que os seus
ancestrais fizeram de modo a sobreviver.
Enquanto animais que já foram presas,
os gatos aperfeiçoaram a capacidade
de não serem apanhados,
e, na Natureza, só sobreviveram
os gatos que evitavam os predadores.
Então, na nossa casa hoje,
o Gizmo é um especialista
em enfiar-se em espaços pequenos
e em procurar sítios invulgares
para se esconder.
Também explica porque é que
prefere uma caixa limpa e sem cheiros.
É menos provável fornecer a sua
localização a quaisquer predadores
que podem estar a farejar por perto.
Tendo em consideração
tudo o que sabemos sobre gatos,
parece que um dos seus
comportamentos predominantes
é ainda um dos mais misteriosos.
Os gatos podem ronronar
por diversas razões,
de felicidade,
de "stress"
e de fome.
Mas, curiosamente,
a frequência do seu ronronar,
entre 20 a 150 hertz,
está dentro duma gama que pode promover
a regeneração dos tecidos.
Enquanto o ronronar torna o Gizmo
uma excelente companhia para uma sesta,
é possível também que o seu ronronar
esteja a curar os seus músculos e ossos,
e possivelmente os nossos, também.
Eles evoluíram ao longo do tempo
como predadores solitários que
caçavam e matavam para comer,
e como presas sorrateiras que se escondiam
e escapavam para sobreviver.
Portanto, os gatos retêm muitos
destes mesmos instintos
que lhes permitiram sobreviver
no mundo selvagem por milhões de anos.
Isto explica muitos dos seus
comportamentos aparentemente estranhos.
Para eles, as nossas casas
são as suas selvas.
Mas, se é este o caso,
aos olhos do nosso próprio gato,
quem somos nós?
Gatos grandes, burros e sem pelo
que lhes disputam os recursos?
Predadores terrivelmente estúpidos
que eles ludibriam todos os dias?
Ou talvez pensem
que nós somos as suas presas.