Princípios de Economia
Hoje vamos começar
a olhar para os subsídios.
Vamos andar bem rapidamente porque
se você entendeu o material sobre impostos...
o material sobre subsídios
deve seguir com facilidade.
No entanto, se você não entendeu
o material sobre impostos...
esse aqui será
ainda mais misterioso.
Então certifique-se de entender impostos
antes de avançarmos para subsídios.
Vamos lá!
Subsídios
Bom, um subsídio é na verdade apenas
um imposto negativo, ou imposto reverso.
Ao invés de tomar dinheiro, o governo dá
dinheiro para produtores ou consumidores.
Agora aqui vão algumas verdades
econômicas sobre o subsídio.
Quem obtém o subsídio não depende
de quem recebe o cheque do governo.
Mais uma vez a incidência legal
do subsídio, aquele que recebe o cheque...
não é a mesma
da incidência econômica.
Isso deve sempre soar familiar
por nossa discussão sobre impostos.
Similarmente, quem
se beneficia dos subsídios...
depende das elasticidades relativas
de oferta e demanda.
De novo, igual com os impostos.
Finalmente, subsídios devem ser
pagos pelos pagadores de impostos.
Então ao invés de receita,
há um custo para o subsídio.
E eles criam um aumento ineficiente no comércio,
também chamado de perda de peso morto.
Vamos dar uma olhada
em mais detalhes.
Certo, temos muito que ver nesse gráfico,
então vistam seus chapéus de pensar!
Começamos como de costume no mercado,
no equilíbrio do livre-mercado.
Digamos que o preço
nessa quantidade é $2.
Agora, não vou demonstrar
que a incidência legal...
de quem recebe o subsídio não
influencia a incidência econômica.
Em vez disso, vou saltar direto para
o ponto chave, que é que o subsídio...
insere uma barra entre o preço recebido pelos
vendedores e o preço pago pelos compradores.
A única diferença do imposto é que
o preço recebido pelos vendedores...
com o subsídio será maior do que
o preço pago pelos compradores.
Então podemos usar a mesma análise
do hiato que usamos antes...
exceto que vamos empurrar a barra
no diagrama pelo lado da direita.
Considere então a altura dessa barra,
vamos supor que seja $1,00.
E vamos empurrá-la no gráfico até
seu topo bater na curva de oferta...
e seu fundo bater
na curva de demanda.
Isso agora vai nos dizer
tudo que precisamos saber.
Então no topo, no ponto B,
ele nos diz o preço...
recebido por vendedores,
digamos que seja $ 2,40.
O fundo no ponto D nos diz o preço
pago pelos compradores: $1,40.
Note como o preço recebido pelos
vendedores tem de ser $1 a mais...
do que o preço pago pelos compradores.
Esse $1 vem do subsídio.
Também repare na ideia chave: não importa se são
os ofertantes que recebem o cheque do governo...
ou os compradores que recebem
o cheque do governo.
No final, depois de tudo dito e feito,
os vendedores receberão $2,40 por unidade...
e os compradores
pagarão $1,40 por unidade.
Ao comparar com o preço
do livre-mercado...
podemos ver quem está recebendo
o ganho relativo do subsídio.
Nesse caso, tanto os ofertantes
como os demandantes ficam com um pouco do ganho.
Os ofertantes recebiam $2,00
por unidade, agora recebem $2,40...
então estão ficando
com 40% do ganho.
Os compradores pagavam $2,00,
agora estão pagando $1,40...
então estão recebendo
60% do ganho.
Quem fica com o ganho vai depender das
elasticidades relativas de oferta e demanda...
e você vai querer se convencer disso
desenhando mais alguns gráficos como esse.
Mas desenhe eles com uma curva de oferta
bem inelástica. Veja o que acontece.
Então desenhe de novo
com uma curva de oferta mais elástica...
uma curva de oferta que seja mais
elástica do que a curva de demanda.
Veja o que acontece,
teste coisas diferentes.
Seguindo em frente, um imposto
cria arrecadação para o governo...
um subsídio cria custo para
o governo. Qual é o custo?
Bom, note que o subsídio por unidade é $1,
ele é dado pela altura da barra.
Qual é a quantidade subsidiada?
Bom, é essa quantidade bem aqui.
Então o custo total do subsídio
é $1 vezes a quantidade...
ou o montante do subsídio vezes a quantidade,
e é dado por essa área azul bem aqui.
Finalmente, há muito que se dizer,
mas tudo deve estar bem claro agora.
Note o que o subsídio faz.
Outro efeito do subsídio, sem surpresa,
é que ele aumenta a quantidade negociada.
Então ele então aumenta da quantidade sem
o subsídio para a quantidade com o subsídio.
Agora, nessas unidades
adicionais negociadas...
note o que nos diz as curvas
de oferta e demanda.
Nos diz que nessas unidades adicionais, o custo
para os ofertantes em ofertar essas unidades...
excede o valor para
os demandantes dessas unidades.
Logo, essa quantidade adicional
está criando desperdício.
O custo para os ofertantes excede o valor
dessas unidades para os demandantes.
Então o subsídio cria
uma perda de peso morto.
Está ocorrendo comércio demais.
Ao contrário do imposto
que reduz trocas benéficas...
o subsídio aumenta
trocas dispendiosas.
Certo, vamos dar uma boa
olhada nesse gráfico.
Certifique-se de entender
cada parte do gráfico;
E vamos dar algumas aplicações, e mostrar mais
algumas maneiras de olhar para esse gráfico.
Mas essa é mesmo a ideia chave,
tudo nesse gráfico bem aqui.
Você se lembra da nossa dica
de quem recebe o ônus do imposto?
A dica é que elasticidade
é como uma fuga.
Então quanto mais elástica
a curva de demanda...
mais os demandantes
conseguem fugir do imposto.
Quanto mais elástica a curva de oferta
em relação à curva de demanda...
mais os ofertantes
conseguem fugir do imposto.
Aqui quero dar uma dica
parecida e uma maneira...
de se lembrar sobre o que
acontece com o subsídio.
Lá vai: quando você
não tem elasticidade alguma...
ou quando tem uma curva
inelástica, não há entrada.
Sem elasticidade
equivale a sem entrada.
E quando não há entrada, é aí que
você recebe os benefícios do subsídio.
Quando ninguém pode chegar e tomar
o subsídio, você recebe o benefício.
Então quando não há elasticidade, não há
entrada, e você recebe o benefício do subsídio.
Vamos dar uma olhada.
Vamos refazer nossa
análise do imposto.
Então suponha que tenhamos
uma curva de demanda mais elástica...
e uma curva de oferta mais inelástica,
e aqui está nosso hiato do imposto.
Introduzimos a barra no gráfico...
e o que vemos é que os ofertantes
carregam mais do ônus do imposto.
Ou seja, o preço para eles cai.
Eles estão recebendo o ônus do imposto
porque não têm mais para onde ir.
Eles não conseguem pegar os recursos
usados para produzir esse bem e usá-los...
para produzir outros
bens na economia.
A oferta é relativamente fixa, os recursos são
mais úteis na produção desse bem específico...
então os ofertantes
não conseguem fugir.
Pelas mesmíssimas razões, os ofertantes
receberão os ganhos de um subsídio.
Então aqui está nossa barra
do subsídio, inserimos ela no gráfico.
Podemos ler deste gráfico que o preço
aos ofertantes vai aumentar muito mais...
do que o preço para o comprador vai cair,
ambos em relação ao preço de mercado.
Então o que está acontecendo?
Bom, o que está acontecendo é que temos
esse subsídio, mas porque a curva de oferta...
é inelástica, não vemos muitos recursos
vindos de outras partes da economia...
capturar esse subsídio,
tomar esse subsídio.
Os recursos do resto da economia
não são bons em produzir esse tipo de bem.
Então são apenas os recursos que já estão presos
nesse mercado que irão capturar o subsídio.
O preço vai subir porque
não temos muitos recursos vindos...
de outras áreas da economia
para produzir esse bem.
Ou podemos pensar do ponto de vista
dos demandantes.
Quando a demanda é relativamente elástica,
eles podem fugir do imposto.
Mas de modo parecido, quando a demanda é elástica,
os demandantes dos bens substitutos...
em outras partes da economia
irão entrar e capturar esse subsídio.
Eles irão manter o preço elevado
porque demandantes irão parar de consumir...
o bem substituto e irão, ao invés disso,
entrar nesse mercado e consumir esse bem.
E porque você tem todos esses demandantes
de outras partes da economia chegando...
para comprar esse bem,
o preço não cai tanto.
Bom, mais uma vez,
brinque um pouquinho com isso.
Desenhe algumas curvas de oferta e
demanda, coloque uma barra de imposto...
coloque uma barra de subsídio
até tudo isso ficar intuitivo.
E lembre-se de que, no caso dos subsídios,
não elástico ou menos elástico significa...
menos entrada, menos entrada
significa menos ganhos do subsídio.
Eles ganham mais
dos benefícios do subsídio.
Vamos fazer uma aplicação.
Fazendeiros no Vale Central na Califórnia
recebem um bom subsídio na água.
Eles geralmente pagam $20 a $30
por mil metros cúbicos de água...
que custa $200 a $500
para ser produzida.
Então quem se beneficia
mais desse subsídio?
Serão os ofertantes
de algodão californianos?
Ou serão os compradores
de algodão californiano?
Vamos pensar assim.
Os compradores de algodão californiano,
que tipo de substitutos eles têm?
Eles terão uma demanda elástica
ou uma demanda inelástica?
Os compradores de algodão californiano
terão uma demanda muito elástica, certo?
Porque eles podem trocá-lo
por algodão plantado na Georgia...
podem trocá-lo por algodão plantado no Paquistão,
na Índia, em outros lugares do mundo.
O fato é que o preço do algodão é
basicamente determinado no mercado mundial.
Então se temos um subsídio para
ofertantes de algodão californiano...
isso não vai diminuir
em nada o preço mundial.
Vai simplesmente induzir alguns compradores
a comprar mais algodão californiano...
e um pouquinho menos de algodão
do Paquistão ou da Índia.
Por outro lado, os ofertantes
de algodão californiano...
têm uma curva de oferta
bem inelástica.
Não há muita terra por lá para começar, e ela
é bem presa à plantação de bens agrícolas...
e provavelmente um pouco
presa à plantação de algodão.
Logo, os ofertantes
californianos de algodão...
receberão a maior parte
dos benefícios desse subsídio.
Não vai baixar o preço
das calças na loja Gap.
Em vez disso, vai para o bolso dos ofertantes
californianos de algodão, dos fazendeiros.
Sem surpresa, são os fazendeiros
da Califórnia que fazem implacável lobby...
por esse subsídio, não são
os consumidores de algodão.
Então, como acabamos de mostrar,
subsídios podem frequentemente ser dispendiosos.
Um dos motivos por que
temos subsídios é a política...
o poder dos grupos de interesses
em fazer lobby, e assim por diante.
Falaremos mais disso
em outra oportunidade.
Contudo, subsídios podem ser úteis,
principalmente se houver algum motivo...
por que a demanda por um bem
lhe atribui um valor abaixo do real.
Daremos muitos exemplos desse tipo de coisa
quando formos falar de externalidades...
mas antes de fazer isso
quero dar mais um exemplo...
que deve ser bem intuitivo:
o subsídio de salário.
Então na próxima aula,
vamos ver subsídio de salários...
para trabalhadores com baixa ou nenhuma qualificação,
e vamos compará-lo com o salário mínimo.
Obrigado!
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Tradução e legendas:
Academia Liberalismo Econômico