O poder e velocidade
do processador de um computador
está dobrando a cada dois anos e meio.
Se esse ritmo de progressão continuar,
poderemos criar computadores
conscientes e autônomos até o ano 2045,
e esse momento no tempo
é chamado de singularidade.
É o momento em que o computador
se torna mais inteligente do que nós.
Nesta palestra vou focar o fato
de que esse computador
pode ser consciente.
Isso é possível?
Primeiro, apesar de não sabermos
qual parte do cérebro é responsável
pela consciência, e muito menos
como ela funciona,
o que sabemos bem é isto:
nosso cérebro é um computador.
Ele envia e recebe sinais, como os cabos,
tem partes diferentes para realizar
diferentes padrões de atividades
e tem pequenas partes chamadas neurônios,
comparáveis a transistores num computador.
Há partes para memória,
cálculos, percepção e mais,
tudo interligado entre si.
Então, até onde sabemos,
com dinheiro, pesquisa e tempo
suficientes, poderíamos fazer isso.
E, se podemos fazer isso,
os alienígenas não poderiam, também?
Imaginem uma espécie
alienígena superinteligente,
que está milhares de anos à nossa frente
em quase todos os aspectos tecnológicos.
Ela decide criar um universo
de simulação completo,
tão preciso quanto
o comprimento de Planck,
que é a menor distância
imaginável do universo.
As razões para fazer
uma coisa dessas podem variar,
mas algumas possibilidades são:
um, por uma civilização
que esteja morrendo.
Criar um universo de simulação
para testar formas de fazer coisas
que poderiam ser arriscadas, e ver seus
efeitos no universo como um todo.
Experimentar diferentes
leis da física possíveis
e ver seus efeitos
no universo como um todo,
ou apenas para entretenimento
de poucos indivíduos.
Há ainda a possibilidade que requer
uma sociedade menos avançada,
uma que tenha acabado de passar
pela singularidade de 2045
e que esteja apenas pesquisando
com poucas pessoas
num ambiente simulado controlado
para pesquisa e/ou entretenimento.
Agora, você deve estar pensando
que o que tenho falado
é a principal ideia dessa palestra.
No entanto, o que eu gostaria
de deixar pra você esta noite
é que descartar ideias que parecem irreais
não nos ajuda a resolver
os principais problemas do mundo.
Pense sobre isso.
Ideias que se tornaram
as principais correntes do conhecimento,
como aquecimento global, evolução,
existência de números irracionais,
a teoria do Big Bang, o fato
de a Terra girar em torno do Sol,
de o universo ser maior
que nosso sistema solar,
eram consideradas, originariamente,
estúpidas e/ou irreais.
Estatisticamente, existe mais chance
de isso existir do que de não existir,
mas é difícil provar ou negar.
Então, lembre-se: qualquer ideia,
não importa quão irreal ela seja,
não é impossível, e, às vezes,
para resolver os problemas do mundo,
você precisa ter ideias irreais,
pois elas podem mudar
o mundo que conhecemos.
Obrigado.
(Aplausos)