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Existe prova científica de que podemos curar a nós mesmos?| Lissa Rankin | TEDxAmericanRiviera

  • 0:15 - 0:18
    A mente pode curar o corpo?
  • 0:18 - 0:21
    E se puder,
    existe alguma evidência científica
  • 0:21 - 0:25
    para convencer
    médicos céticos como eu?
  • 0:25 - 0:29
    Essas são as perguntas que alimentam
    a minha pesquisa nos últimos anos
  • 0:29 - 0:32
    e o que descobri
    é que a comunidade científica,
  • 0:32 - 0:36
    o estabelecimento médico vem comprovando,
    há mais de 50 anos,
  • 0:36 - 0:38
    que a mente pode curar o corpo.
  • 0:38 - 0:41
    Chamamos isso de “efeito placebo”,
  • 0:41 - 0:44
    que estamos tentando trapacear há décadas.
  • 0:44 - 0:45
    (Risos)
  • 0:45 - 0:49
    O efeito placebo é uma pedra no sapato
    do estabelecimento médico.
  • 0:49 - 0:53
    É uma verdade inconveniente,
    que fica entre as tentativas
  • 0:53 - 0:58
    de introduzir novos tratamentos,
    novas cirurgias ao estabelecimento médico.
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    Por isso é um problema! Supostamente.
  • 1:02 - 1:05
    Na verdade, acho que é uma boa notícia!
  • 1:05 - 1:07
    O efeito placebo é uma excelente notícia!
  • 1:07 - 1:09
    Porque é prova concreta
  • 1:09 - 1:14
    que o corpo guarda mecanismos
    de autorreparo inatos
  • 1:14 - 1:19
    que produzem
    coisas inimagináveis ao corpo.
  • 1:19 - 1:23
    Se achar isso surpreendente e difícil
    de acreditar que o corpo pode se curar,
  • 1:23 - 1:27
    é so olhar o Projeto da
    Remissão Espontânea,
  • 1:27 - 1:30
    um banco de dados compilado
    pelo Instituto de Ciências Noéticas
  • 1:30 - 1:34
    com mais de 3.500 estudos de casos
    na literatura médica
  • 1:34 - 1:38
    de pacientes que melhoraram
    de doenças aparentemente “incuráveis”.
  • 1:38 - 1:40
    Você acha que existem doenças incuráveis?
  • 1:40 - 1:44
    Juro, se olharem este banco de dados,
    vão ficar atônitos.
  • 1:44 - 1:45
    Lá tem de tudo.
  • 1:45 - 1:48
    Estágio IV de câncer que desaparece
    sem tratamento.
  • 1:48 - 1:53
    Pacientes HIV-positivo
    que se tornam HIV-negativo.
  • 1:53 - 1:56
    Doenças cardíacas, insuficiência renal,
    diabetes, pressão alta,
  • 1:56 - 2:00
    doenças da tireoide,
    doenças autoimunes, todas sumiram.
  • 2:00 - 2:03
    Um grande exemplo disso
    na literatura médica,
  • 2:03 - 2:08
    é um estudo de caso de 1957 do Sr. Wright
    que teve linfoma em estágio avançado.
  • 2:08 - 2:12
    As coisas não estavam indo bem para ele,
    seu tempo estava se esgotando.
  • 2:12 - 2:18
    Ele tinha tumores do tamanho de laranjas
    em suas axilas, pescoço, tórax e abdômen.
  • 2:18 - 2:20
    Seu fígado e baço estavam aumentados,
  • 2:20 - 2:23
    e seus pulmões se enchiam diariamente
    de 2 litros de líquido leitoso
  • 2:23 - 2:25
    que eram drenados para que respirasse.
  • 2:25 - 2:27
    Mas o Sr.Wright não perdia as esperanças.
  • 2:27 - 2:30
    Ele ouviu falar de uma droga milagrosa
    chamada Krebiozen,
  • 2:30 - 2:35
    e implorava ao médico: “Vamos lá, me dê
    um pouco desse Krebiozen e ficarei bem.”
  • 2:35 - 2:38
    Mas infelizmente Krebiozen só
    era disponível como protocolo de pesquisa
  • 2:38 - 2:41
    que exigia uma avaliação médica
  • 2:41 - 2:43
    atestando que o paciente teria
    ao menos três meses de vida.
  • 2:43 - 2:46
    E o seu médico, Dr. West,
    não podia fazer isso.
  • 2:46 - 2:51
    Mas o Sr. Wright era teimoso
    e continuou insistindo com seu médico.
  • 2:51 - 2:54
    Finalmente o médico cedeu:
    “Vou te dar Krebiozen.”
  • 2:54 - 2:56
    Então ele colocou a dose
    numa sexta-feira,
  • 2:56 - 3:00
    sem a esperança do que Sr. Wright
    pudesse sobreviver o fim de semana.
  • 3:00 - 3:03
    Mas para sua surpresa, na 2ª feira
    quando Dr. West fazia suas rondas,
  • 3:03 - 3:05
    o Sr. Wright estava de pé,
    andando pelas enfermarias,
  • 3:05 - 3:09
    e seus tumores tinham reduzido
    a metade do tamanho original.
  • 3:09 - 3:11
    Derreteram igual bolas de neve
    na chapa quente.
  • 3:11 - 3:14
    Dez dias depois do tratamento,
    os tumores se foram.
  • 3:14 - 3:16
    Então Sr. Wright estava pulando de alegria
  • 3:16 - 3:20
    e Krebiozen era a droga milagrosa
    que ele acreditava ser, por dois meses,
  • 3:20 - 3:23
    até que os relatórios iniciais
    sobre Krebiozen atestaram
  • 3:23 - 3:26
    que o medicamento não parecia
    estar funcionando tão bem.
  • 3:26 - 3:30
    Sr. Wright entrou em depressão profunda
    e seu câncer voltou.
  • 3:30 - 3:34
    Desta vez, o Dr. West foi mais esperto
    e disse ao seu paciente:
  • 3:34 - 3:38
    “Aquele Krebiozen que você tomou
    não estava bom,
  • 3:38 - 3:44
    mas temos uma versão pura,
    altamente concentrada e vai funcionar."
  • 3:44 - 3:50
    Em seguida ele injetou o Sr. Wright
    com apenas água destilada.
  • 3:50 - 3:54
    E mais uma vez, os tumores sumiram,
    o fluido nos pulmões desapareceu.
  • 3:54 - 3:57
    Sr. Wright pulava de alegria
    por mais dois meses.
  • 3:57 - 4:02
    E a Associação Médica Americana estragou
    tudo, publicando um estudo nacional
  • 4:02 - 4:05
    comprovando definitivamente
    que Krebiozen era ineficaz.
  • 4:05 - 4:09
    Dois dias depois de ouvir esta notícia
    o Sr. Wright morreu.
  • 4:10 - 4:12
    Pouco tempo depois,
    me deparei com outro estudo
  • 4:12 - 4:15
    na literatura médica
    que era coisa de contos de fadas.
  • 4:15 - 4:18
    Três meninas nasceram
    com ajuda de uma parteira,
  • 4:18 - 4:22
    na sexta-feira dia 13 no pântano
    Okefenokee, no limite da Geórgia-Flórida.
  • 4:22 - 4:25
    A parteira anunciou
    que estas três menininhas,
  • 4:25 - 4:28
    nascidas em um dia tão azarado,
    estavam todas amaldiçoadas.
  • 4:28 - 4:31
    A primeira, segundo ela, morreria
    antes de seu 16º aniversário.
  • 4:31 - 4:34
    A segunda, antes de seu 21º.
  • 4:34 - 4:37
    A terceira, antes de seu 23º.
  • 4:37 - 4:41
    E de fato, a primeira morreu
    no dia antes de seu 16º aniversário.
  • 4:41 - 4:45
    A segunda morreu um dia antes
    de seu 21º aniversário,
  • 4:45 - 4:48
    e a terceira, que sabia
    o que tinha acontecido com as outras duas,
  • 4:48 - 4:50
    no dia antes de seu 23º aniversário,
  • 4:50 - 4:54
    chegou no hospital hiperventilada,
    implorando para ser salva.
  • 4:54 - 4:57
    Ela acabou falecendo naquela noite.
  • 4:57 - 5:00
    Estes dois estudos de casos são
    grandes exemplos da literatura médica
  • 5:00 - 5:05
    do efeito placebo,
    e seu oposto: o efeito nocebo.
  • 5:05 - 5:09
    Quando Sr. Wright tomou aquela água
    destilada e os tumores desapareceram,
  • 5:09 - 5:11
    este é um grande exemplo
    do efeito placebo.
  • 5:11 - 5:14
    Quando você recebe um tratamento
    aparentemente inerte
  • 5:14 - 5:17
    mas ainda assim algo
    acontece fisiologicamente no corpo,
  • 5:17 - 5:19
    de tal modo que a doença desaparece.
  • 5:19 - 5:21
    O efeito nocebo é o oposto.
  • 5:21 - 5:24
    As três meninas amaldiçoadas
    são um exemplo do efeito nocebo.
  • 5:24 - 5:27
    Quando a mente acredita que algo de ruim
    vai acontecer no corpo
  • 5:27 - 5:30
    e em seguida se manifesta.
  • 5:30 - 5:32
    Assim, a literatura científica
    de revistas médicas,
  • 5:32 - 5:34
    como o New England Journal of Medicine
  • 5:34 - 5:36
    e o Journal of the American
    Medical Association,
  • 5:36 - 5:41
    revistas científicas têm
    provas de que o efeito placebo
  • 5:41 - 5:44
    e o efeito nocebo
    são incrivelmente poderosos.
  • 5:44 - 5:46
    Sabemos isso desde a década de 50,
  • 5:46 - 5:49
    e temos visto inúmeros estudos de casos
  • 5:49 - 5:52
    mostrando que em quase todos eles,
  • 5:52 - 5:56
    se as pessoas recebem um tratamento falso,
    uma pílula de açúcar
  • 5:56 - 6:00
    uma injeção de soro fisiológico,
    ou o mais eficaz, uma cirurgia fictícia,
  • 6:00 - 6:04
    (Risos) Sim, é verdade!
  • 6:04 - 6:08
    as pessoas melhoram de 18-80% das vezes.
  • 6:08 - 6:11
    E não está apenas na cabeça,
    como pensei inicialmente:
  • 6:11 - 6:13
    “Eles apenas se sentem e pensam melhor.”
  • 6:13 - 6:16
    Mas não, está realmente na fisiologia.
    E pode ser medida.
  • 6:16 - 6:18
    Pode-se ver o que acontece no corpo.
  • 6:18 - 6:21
    Por exemplo, nos pacientes
    que receberam placebo,
  • 6:21 - 6:24
    as úlceras foram curadas,
  • 6:24 - 6:28
    os cólons ficaram menos inflamados,
    brônquios dilataram
  • 6:28 - 6:32
    verrugas desapareceram, as células
    pareciam diferentes sob o microscópio.
  • 6:32 - 6:36
    Está comprovado, acontecendo no corpo,
    mesmo que seja iniciado na mente.
  • 6:36 - 6:40
    Alguns destes casos são fantásticos.
  • 6:40 - 6:42
    Eu amo os estudos Rogaine.
  • 6:42 - 6:44
    Ao ter um monte de carecas,
    dê a eles placebos.
  • 6:44 - 6:47
    E seus cabelos crescem! (Risos)
  • 6:48 - 6:52
    O oposto também acontece,
    então se você dá às pessoas placebos
  • 6:52 - 6:57
    dizendo que é quimioterapia,
    eles vomitam e seus cabelos caem.
  • 6:57 - 6:59
    Isso realmente acontece no corpo.
  • 6:59 - 7:00
    A minha pergunta é:
  • 7:00 - 7:04
    será apenas a crença positiva da mente
    que faz com que isso aconteça?
  • 7:04 - 7:07
    Não de acordo com o pesquisador
    de Harvard Ted Kaptchuk.
  • 7:07 - 7:11
    Segundo ele, a parte mais essencial
  • 7:11 - 7:15
    é, na realidade, o cuidado atencioso
    de um profissional de saúde,
  • 7:15 - 7:18
    até mais do que
    a crença positiva da mente
  • 7:18 - 7:23
    e alguns estudos realmente dizem que
    o médico é o placebo ou que pode ser.
  • 7:23 - 7:25
    Ted Kaptchuk queria estudar isso,
  • 7:25 - 7:28
    e ele fez um grande estudo
    no qual analisou pacientes
  • 7:28 - 7:31
    que recebiam placebos para
    o tratamento de uma doença,
  • 7:31 - 7:35
    e disse-lhes: "Você está recebendo
    um placebo, não há nada aqui,
  • 7:35 - 7:39
    ingredientes inertes, nada ativo."
    E mesmo assim eles melhoraram.
  • 7:40 - 7:45
    Muito provavelmente,
    porque eles se sentiam cuidados, prezados,
  • 7:45 - 7:49
    sentiam como se estivessem fazendo algo,
    como se alguém se importasse com eles.
  • 7:49 - 7:53
    Dizer que você pode curar
    a si mesmo é uma frase incorreta.
  • 7:53 - 7:58
    O corpo pode se curar
    com mecanismos naturais de autorreparo,
  • 7:58 - 8:02
    mas dados científicos
    comprovam que é necessário
  • 8:02 - 8:07
    o cuidado atencioso de um profissional
    de saúde, uma espécie de curandeiro,
  • 8:07 - 8:09
    para facilitar este processo.
  • 8:09 - 8:11
    Não é um processo fácil de seguir sozinho,
  • 8:11 - 8:15
    faz uma grande diferença se mais alguém
    mantém essa crença positiva com você.
  • 8:15 - 8:19
    Mas o problema é que,
    enquanto o médico pode ser o placebo
  • 8:19 - 8:21
    ele também pode ser o nocebo.
  • 8:21 - 8:25
    O que pacientes precisam de nós,
    como profissionais de saúde,
  • 8:25 - 8:30
    é que sejamos forças da cura,
    não forças do medo ou do pessimismo.
  • 8:30 - 8:35
    Assim, sempre que seu médico fala:
    "Você tem uma doença incurável,
  • 8:35 - 8:38
    e terá que tomar essa medicação
    pelo resto de sua vida."
  • 8:39 - 8:42
    Ou Deus me livre,
    você tem câncer e eles dizem:
  • 8:42 - 8:45
    "Você tem uma expectativa
    de vida de 5 anos"
  • 8:45 - 8:49
    Isso não é diferente da parteira
    quando ela contou para as três menininhas
  • 8:49 - 8:51
    que elas estavam amaldiçoadas.
  • 8:51 - 8:54
    É uma forma de maldição médica
    que é tão prevalente.
  • 8:54 - 8:56
    Como médicos, achamos
    que estamos sendo realistas,
  • 8:56 - 8:59
    dando às pessoas
    a informação que precisam,
  • 8:59 - 9:01
    mas, na verdade,
    estamos prejudicando-as.
  • 9:01 - 9:04
    Em vez disso,
    precisamos ser como o Dr. West.
  • 9:04 - 9:09
    Dando água destilada: "Sério Sr. Wright,
    prometo que isso vai funcionar."
  • 9:09 - 9:12
    Mas temos que depender
    dos nossos médicos para nos enganar?
  • 9:13 - 9:19
    Temos que nos expor às cirurgias e drogas
    falsas e acabar em ensaios clínicos?
  • 9:19 - 9:22
    Foi isso que me levou para
    a próxima fase da minha pesquisa.
  • 9:22 - 9:25
    Na minha última palestra TEDx,
    falei sobre
  • 9:25 - 9:28
    um novo modelo de bem-estar que desenvolvi
    chamado "The Whole Health Cairn",
  • 9:28 - 9:32
    que surgiu como parte da minha pesquisa,
  • 9:32 - 9:36
    para tentar descobrir uma outra forma
    de aproveitar o poder da mente
  • 9:36 - 9:39
    que está claramente comprovada
    pelos efeitos placebo e nocebo,
  • 9:39 - 9:42
    será que podemos fazer algo
    sem estar em um ensaio clínico?
  • 9:42 - 9:45
    Minha hipótese era que
    para nos curarmos,
  • 9:45 - 9:47
    para sermos perfeitamente saudáveis,
  • 9:47 - 9:53
    precisamos mais do que uma boa dieta,
    um programa de exercício regular,
  • 9:53 - 9:56
    dormir o suficiente, tomar vitaminas,
    seguir ordens médicas.
  • 9:56 - 9:58
    Essas coisas todas são ótimas,
    críticas e importantes.
  • 9:58 - 10:02
    Mas também comecei a acreditar que
    precisamos de relacionamentos saudáveis,
  • 10:02 - 10:06
    uma vida profissional e criativa saudável,
  • 10:06 - 10:08
    uma vida espiritual e sexual saudável,
  • 10:08 - 10:11
    uma vida financeira saudável,
    um ambiente saudável.
  • 10:11 - 10:14
    Enfim, precisamos de uma mente saudável.
  • 10:14 - 10:18
    Eu queria comprovar isso
    consultando a literatura médica,
  • 10:18 - 10:21
    e a quantidade enorme de dados que achei
  • 10:21 - 10:25
    comprovando que todas essas coisas
    são essenciais, realmente me impressionou.
  • 10:25 - 10:28
    Juntei todos no meu próximo livro,
  • 10:28 - 10:31
    "Mind Over Medicine: Scientific
    Proof You Can Heal Yourself".
  • 10:31 - 10:36
    Mas quero destacar
    alguns pontos sobre o assunto.
  • 10:36 - 10:38
    Vocês podem ver nesta pilha de pedras,
  • 10:38 - 10:41
    que todas as peças são montadas
    em cima da pedra base
  • 10:41 - 10:43
    que chamo de luz piloto interna.
  • 10:43 - 10:46
    E para mim é a parte autêntica
    e essencial de você,
  • 10:46 - 10:48
    que sabe o que é certo para você.
  • 10:48 - 10:52
    Que está disposta a dizer a verdade
    sobre as instabilidades na sua vida,
  • 10:52 - 10:54
    quais pedras na pilha
    podem estar em desequilíbrio.
  • 10:54 - 10:57
    E como veem,
    coloquei o corpo, a saúde física,
  • 10:57 - 11:01
    no topo da pilha de pedras
    por ser o mais frágil e precário
  • 11:01 - 11:04
    e o mais fácil de se desequilibrar
  • 11:04 - 11:07
    se outras coisas em sua vida
    não estiverem indo tão bem.
  • 11:07 - 11:11
    O que encontrei nos dados médicos
    é que os relacionamentos são importantes.
  • 11:11 - 11:15
    Pessoas que tem fortes redes sociais
    tem metade da taxa das doenças cardíacas
  • 11:15 - 11:17
    comparadas com pessoas solitárias.
  • 11:17 - 11:22
    Os casados têm duas vezes mais chances
    de ter vidas longas do que os solteiros.
  • 11:22 - 11:25
    Na verdade, curando sua solidão
  • 11:25 - 11:29
    talvez seja a medida de prevenção
    mais importante a ser feita para o corpo.
  • 11:29 - 11:33
    Mais do que parar de fumar
    ou começar exercícios.
  • 11:33 - 11:35
    Sua vida espiritual importa.
  • 11:35 - 11:39
    Aqueles que freqüentam serviços religiosos
    vivem até 14 anos mais.
  • 11:39 - 11:41
    Sua vida profissional importa.
  • 11:41 - 11:44
    Você pode realmente se matar de trabalhar.
    No Japão chamam isso de Koroshi,
  • 11:44 - 11:51
    morte por excesso de trabalho,
    e sobreviventes entre os que morrem
  • 11:51 - 11:54
    de Koroshi, podem pedir
    benefícios trabalhistas no Japão.
  • 11:54 - 11:57
    Mas não é apenas no Japão,
    acontece mais ainda nos EUA,
  • 11:57 - 12:00
    só que aqui não recebemos benefícios.
  • 12:00 - 12:03
    Um estudo descobriu que as pessoas
    que não tiram férias,
  • 12:03 - 12:06
    tem um terço a mais da probablidade
    de ter doenças cardíacas.
  • 12:06 - 12:08
    Atitude realmente importa.
  • 12:08 - 12:12
    Pessoas felizes vivem 7 a 10 anos
    mais do que os infelizes,
  • 12:12 - 12:18
    e os otimistas tem 77% menos chance de ter
    doenças cardíacas que os pessimistas.
  • 12:18 - 12:20
    Mas como isso acontece?
  • 12:20 - 12:24
    O que acontece no cérebro
    que faz o corpo mudar?
  • 12:24 - 12:26
    Acho isso fascinante.
  • 12:26 - 12:29
    Descobri que o cérebro se comunica
    com todas as células no corpo
  • 12:29 - 12:32
    através dos hormônios
    e neurotransmissores.
  • 12:32 - 12:34
    Por exemplo,
    se você tem um pensamento,
  • 12:34 - 12:38
    crença ou sensação negativo no cérebro,
    seu cérebro reage como uma ameaça.
  • 12:38 - 12:41
    Se sente-se só ou pessimista,
    o trabalho não vai bem,
  • 12:41 - 12:45
    se está em uma relacionamento tóxico,
    a amígdala grita, "Ameaça! Ameaça!"
  • 12:45 - 12:49
    e isso ativa o hipotálamo,
    que fala para a glândula pituitária,
  • 12:49 - 12:53
    que comunica com a glândula adrenal
    que começa a lançar hormônios do estresse,
  • 12:53 - 12:57
    como o cortisol,
    noradrenalina, adrenalina,
  • 12:57 - 13:01
    resultando em que Walter Kenneth
    de Harvard chama de resposta ao estresse,
  • 13:01 - 13:05
    que alerta o sistema nervoso simpático
  • 13:05 - 13:08
    e te coloca naquela reação
    de lutar ou fugir, que se adapta,
  • 13:08 - 13:11
    que é protetor se você estiver fugindo
    de uma leão da montanha.
  • 13:11 - 13:15
    Mas na vida cotidiana, deveríamos ter
    aquela resposta ao estresse rápida
  • 13:15 - 13:18
    se houver qualquer ameaça,
    para depois se desligar.
  • 13:18 - 13:21
    Não é o que acontece
    em nossas vidas hoje em dia.
  • 13:21 - 13:24
    Felizmente há um contrapeso
    que é a resposta ao relaxamento
  • 13:24 - 13:27
    que Herbert Benson de Harvard descreveu.
  • 13:27 - 13:30
    E quando isso acontece,
    a resposta ao estresse se desliga,
  • 13:30 - 13:33
    o sistema nervoso parassimpático se liga,
  • 13:33 - 13:39
    e hormônios de cura como ocitocina,
    dopamina, óxido nítrico, endorfinas
  • 13:39 - 13:42
    cobrem e banham cada célula do corpo.
  • 13:42 - 13:46
    O mais fascinante é que os mecanismos
    de autorreparo que todos nós temos
  • 13:46 - 13:52
    somente se ligam quando
    o sistema nervoso estiver relaxado.
  • 13:52 - 13:55
    Quando você está tendo
    respostas ao estresse,
  • 13:55 - 13:58
    todos aqueles mecanismos naturais
    de autorreparo se desligam.
  • 13:58 - 14:03
    O corpo está muito ocupado tentando
    lutar ou fugir para se curar.
  • 14:03 - 14:08
    Refletindo sobre isso,
    precisamos perguntar coisas como:
  • 14:08 - 14:12
    de que maneira posso mudar
    o equilíbrio no meu próprio corpo?
  • 14:12 - 14:14
    Um estudo mostra que, em média,
  • 14:14 - 14:17
    temos mais de 50 respostas
    ao estresse por dia.
  • 14:17 - 14:21
    E se você é solitário, deprimido,
    pessimista ou infeliz no trabalho
  • 14:21 - 14:26
    ou em uma relacionamento infeliz
    esse número é mais do que o dobro.
  • 14:26 - 14:29
    Esta resposta ao relaxamento
    é o que os pesquisadores
  • 14:29 - 14:31
    acham que explica o efeito placebo.
  • 14:31 - 14:35
    Assim, quando você toma uma nova droga
    supostamente milagrosa,
  • 14:35 - 14:37
    - sem saber se está tomando o placebo
    ou não -
  • 14:37 - 14:41
    isso provoca a resposta ao relaxamento,
    a combinação da crença positiva da mente
  • 14:41 - 14:44
    com o cuidado atencioso
    do profissional de saúde
  • 14:44 - 14:46
    que relaxa o sistema nervoso.
  • 14:46 - 14:49
    E então todos aqueles mecanismos
    de autorreparo entram em ação.
  • 14:49 - 14:52
    Felizmente, não precisamos estar
    em um ensaio clínico
  • 14:52 - 14:54
    para ligar as respostas ao relaxamento.
  • 14:54 - 14:59
    Há muitas atividades simples e prazerosas
    que ligam as respostas ao relaxamento
  • 14:59 - 15:01
    e que foram comprovadas
    na literatura médica.
  • 15:01 - 15:06
    Vocês podem meditar,
    se expressar de forma criativa,
  • 15:06 - 15:09
    fazer uma massagem,
    ioga ou tai chi,
  • 15:09 - 15:13
    podem sair com amigos,
    trabalhar naquilo que mais ama
  • 15:13 - 15:19
    podem fazer sexo, podem rir,
    fazer exercícios, brincar com animais.
  • 15:19 - 15:22
    Peço que considerem este modelo
    de saúde integral nas próprias vidas.
  • 15:22 - 15:26
    Quais pedras estão desequilibradas?
  • 15:26 - 15:28
    Cada pedra pode ser um fator
  • 15:28 - 15:32
    para criar respostas ao estresse
    ou ao relaxamento.
  • 15:32 - 15:37
    Como podemos ligar mais
    respostas ao relaxamento no corpo?
  • 15:37 - 15:38
    E o mais importante,
  • 15:38 - 15:41
    o que seu corpo precisa para se curar?
  • 15:41 - 15:44
    Qual receita médica você precisa
    escrever para si mesmo?
  • 15:44 - 15:45
    E será que vai ser corajoso
  • 15:45 - 15:49
    para agir sobre a verdade que
    sua luz piloto interior já conhece?
  • 15:50 - 15:54
    Acredito que nosso sistema de saúde
    vai muito mal,
  • 15:54 - 15:58
    pela falta de reconhecimento
    da capacidade do corpo de se curar.
  • 15:58 - 16:01
    O estabelecimento médico
    se tornou arrogante.
  • 16:01 - 16:03
    Achamos que com toda
    a nossa tecnologia moderna,
  • 16:03 - 16:06
    e tudo que aprendemos
    no século passado,
  • 16:06 - 16:10
    que já dominamos a natureza,
    e achamos um desaforo
  • 16:10 - 16:14
    a ideia de que talvez a natureza pode
    às vezes, ser melhor do que nós.
  • 16:14 - 16:19
    E mesmo assim, remissões espontâneas
    de doenças incuráveis são provas
  • 16:19 - 16:22
    de que às vezes a natureza
    é realmente melhor do que nós.
  • 16:22 - 16:25
    É uma ferida narcísica para os médicos.
    Não sabemos o que fazer com isso.
  • 16:25 - 16:28
    Nos sentimos impotentes,
    desesperançosos e inúteis.
  • 16:28 - 16:31
    Mas felizmente, somos necessários.
  • 16:31 - 16:34
    Os médicos e todos os outros
    profissionais de saúde
  • 16:34 - 16:36
    são absolutamente essenciais
    neste processo.
  • 16:36 - 16:38
    Temos que aceitar isso.
  • 16:38 - 16:41
    E os pacientes também precisam mudar
    sua percepção sobre isso.
  • 16:41 - 16:42
    Não só os médicos.
  • 16:42 - 16:46
    Precisamos que os pacientes parem de achar
    que seu corpo não é da sua conta,
  • 16:46 - 16:49
    entregando seu poder aos outros
    profissionais de saúde.
  • 16:49 - 16:54
    Seu corpo é da sua conta,
    e sua mente tem um poder tremendo
  • 16:54 - 16:58
    de se comunicar com seu corpo,
    de tal forma que possa se curar.
  • 16:59 - 17:03
    Uma vez, tive um sonho e eu estava em pé,
  • 17:03 - 17:08
    olhando para as encostas de uma montanha,
    com milhões de pessoas lado a lado,
  • 17:08 - 17:12
    e todas estavam voltadas para o norte,
    vestidas em trajes tribais,
  • 17:12 - 17:15
    belas cores cobrindo a montanha,
    como uma colcha de retalhos.
  • 17:15 - 17:18
    E havia uma luz brilhante
    que cobria seus rostos
  • 17:18 - 17:23
    e todos estavam de frente para esta luz,
    é assim que vejo a assistência à saúde.
  • 17:23 - 17:27
    Eu penso em todo mundo, de pé,
    de frente para esta luz.
  • 17:27 - 17:30
    Então, por favor fiquem de pé
    comigo um momento.
  • 17:30 - 17:32
    Isso exige todos nós.
  • 17:32 - 17:36
    Só porque as coisas pioram
    não significa que não podem melhorar.
  • 17:36 - 17:40
    Acredito que, assim como não existem
    doenças incuráveis,
  • 17:40 - 17:42
    não existem sistemas incuráveis.
  • 17:42 - 17:46
    Mas isso vai exigir todos nós,
    abrindo nossas corações e nossas mentes,
  • 17:46 - 17:49
    e devolver o cuidado
    à assistência à saúde.
  • 17:49 - 17:51
    Por favor, vamos dar as mãos
  • 17:51 - 17:53
    e colocar a intenção aqui e agora,
  • 17:53 - 17:57
    que as coisas vão ser diferentes
    a partir de agora,
  • 17:57 - 18:02
    que possamos iniciar este esforço
    primordial que começa com você.
  • 18:02 - 18:05
    Seja o amor que você quer
    ver na assistência à saúde,
  • 18:05 - 18:08
    e acredito que milagres acontecerão.
  • 18:08 - 18:12
    Ao fazer isso, estamos liberando
    ocitocina, dopamina, curando a nós mesmos
  • 18:12 - 18:16
    e ao mesmo tempo curando
    a assistência à saúde.
  • 18:16 - 18:17
    Obrigada.
  • 18:17 - 18:21
    (Aplausos)
Title:
Existe prova científica de que podemos curar a nós mesmos?| Lissa Rankin | TEDxAmericanRiviera
Description:

Gurus da nova era sugerem que podemos nos curar simplesmente mudando nossas mentes, mas será que este conceito se baseia na ciência fria e calculista? A doutora Lissa Rankin examina a literatura cientifica, revendo estudos de casos de remissão espontânea, bem como dados de efeitos placebo e nocebo, para provar que os nossos pensamentos afetam fortemente nossa fisiologia, quando acreditamos na nossa cura.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
18:52
  • Em 4:25 a palestrante fala - "born on such a FATEFUL day" e não "FAITHFUL day" (aqui a transcrição está errada). Então traduzi "fateful" (faithful" e "fateful" e são coisas bem diferentes!)
    E em 9:26 ela fala: "The Whole Health Cairn" (que é um modelo de saúde que ela criou), e não "whole healthcare" como está escrita na transcrição.

Portuguese, Brazilian subtitles

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